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  • Gone – Parte II

    Gone – Parte II

    Daniel POV

    Depois de um tempo afastado da Ordem eu achei que voltaria aqui por algum motivo bom, mas infelizmente não era isso que iria acontecer, a minha volta aqui talvez fosse uma das mais dolorosas da minha existência, hoje eu iria colocar minha pequena para hibernar e dessa vez o tempo era indefinido, só que alguma coisa me dizia ter algo muito errado acontecendo por aqui.

    Quando nós entramos na fortaleza fomos recebidos por alguns bons amigos, Trevor, Michael e para minha surpresa Jonathan havia acordado após 200 anos dormindo – Meus caros sejam bem-vindos mais uma vez! – Michael é sempre tão elegantemente chato e correto que meus olhos se reviram sozinhos com tamanha “elegância” – Obrigada Michael, é bom revê-los – disse em tom de poucos amigos até que senti uma mão em meu ombro – Meu caros desculpem a vinda repentina e a decisão de última hora, espero não estar atrapalhando nada – Lilian sempre tão educada e direta ao ponto, só faltou os palavrões rotineiros, talvez xingar o Trevor um pouco para levantar o humor.

    Lilian POV

    A Ordem, a minha primeira casa vampírica, minha família de vampiros me esperava na entrada da grande casa e pude ver que a minha decisão não era considerada uma das melhores mas ninguém era louco de se opor – Meu caros desculpem a vinda repentina e a decisão de última hora, espero não estar atrapalhando nada – Trevor me olhava como se a qualquer momento ele fosse desabar, Michael tinha aquela cara de paisagem intocada de sempre e Jonathan acabou de voltar da tumba então eu não tinha nenhum tipo de contato com o vampiro – Você é novo! Quem é você¿  – Ele me chamou atenção pela aparência, longos cabelos loiros platinados até o meio das costas, olhos cinzas e frios, o rosto intocado e a presença poderosa me deixavam admirada, com medo, com vontade de lamber o rosto dele pra ver se era de verdade ou se era ilusão  – Vejo que Trevor sabe bem quem escolher como cria… Minha cara eu sou mais velho do que você pensa e suas maneiras não me agradam… – Você deve ser mais velho que a Lua colega e mesmo assim eu to pouco me fudendo pra você, apesar de te achar um gato e se não fosse sua arrogância eu teria até te convidado pra um role por ai, jogado umas calcinhas minhas pra você e tal – Minhas maneiras¿ Estamos em que século¿ Cara você parece a porra de um elfo! Você é vampiro cruzado com elfo¿ Até parece que eu te vi em um filme do Peter Jackson!  – Daniel tentava não morrer de rir por dentro enquanto o vampiro loiro me olhava perplexo e parecia estar em um dilema interno – Ué minha maneiras ainda não te agradam¿ Deixa eu melhora pra você! Meu senhor, que honra conhecer um ser tão antigo como a Lua e o tempo, eu estou aqui de passagem, venho apenas para hibernar sei lá quanto tempo, se assim o meu Senhor loiro galã tirado do livro do Tolkien permitir. – Agora sim ele iria explodir – Minha cara nem se você hibernasse duzentos séculos você iria melhorar! Se você, minha cara, acha que fugindo da dor as coisas vão melhorar, acredite não vão! – A voz dele era tão potente que me dava arrepios bons e ruins, o vampiro devia ter dois metros de altura, dava pra ver ele a quilômetros de distancia – Eu vou hibernar, você não precisa me tolerar Senhor…. – ele sorriu e foi ai que eu tive medo  – Não Lilian, é o seu nome, certo¿ Você não vai hibernar e é por isso que eu estou aqui… Eles não aprovam e tão pouco eu! A morte do seu amigo não vai te enfraquecer minha cara, vai te tornar forte, tenho dito isso você vai ficar na Ordem por tempo indefinido, sem acesso ao mundo externo, aos eletrônicos e qualquer meio de comunicação. Você perdeu o seu auto-controle e como eu estava preparado para voltar, porque não treinar você novamente e mostrar que o meu trabalho é muito mais convincente do que de alguns vampiros.. – OI¿ Ele deve ta de brincadeira comigo – Você deve ta muito louco achando que vai conseguir isso de mim! Eu quero ver você tentar! – O vampiro elfo não parecia nem um pouco incomodado – Eu já consegui Lilian, ou você acha que a idéia maravilhosa de vir por livre e espontânea vontade foi apenas sua¿ Eu te induzi, sem isso você não viria, talvez fosse se abnegar algum tempo, mas depois voltaria para sua rotina de criança vampírica o que eu acho normal para alguém tão jovem e inconsequente  – ele falava enquanto me rodeava e tocava meu cabelo delicadamente – E digamos que seria uma perda muito grande ter algo tão belo dentro de um caixão daqueles, não acha minha querida¿ Nós vamos nos dar muito bem, talvez você perceba que eu faço isso apenas pelo seu bem minha cara – Ele deixou claro que havia me controlado, talvez até o Daniel e agora vindo aqui eu percebi que Trevor e Michael estavam de acordo já que não falaram nada, eu seria mantida aqui com o vampiro loiro e não teria acesso a nada e pior, eu não tenho escapatória, desobedecer um ancião da Ordem é dado como pedido de prisão ou morte e eu não quero nem um e nem outro,  pela primeira vez em anos eu fiquei sem palavras e apenas aceitei – Sem palavras minha querida¿ Ótimo já vemos uma melhora… – Jonathan estava próximo que eu conseguia sentir o toque dos lábios dele tocarem a minha orelha enquanto falou comigo através da telepatia – Não se preocupe Lili eu não vou fazer mal algum a você, muito pelo contrário, quando nós terminarmos você não vai ser uma mera vampira rebelde, vai ser mais do que isso e para melhorar todo enredo desta história, você vai ser minha! Eis a resposta que precisava e o motivo pelo qual eu acordei, tenho observado você nos últimos cinquenta anos então digo que é melhor se acostumar a me ver todos os dias de agora em diante e deve me chamar de Meu Senhor ou em sua língua, My Lord, eu prefiro! – O cara quer me arrumar¿ Ou me quer pra outra coisa¿ Ou os dois¿ Puta que pariu o que está acontecendo aqui¿

    Daniel POV

    Só podia ser brincadeira, eles queriam consertar a Lilian¿ No que¿ Ela nunca falhou com a Ordem! Espera….. Jonathan acordou justo agora¿ Ele tem mais idade que todos nós e não acordava faziam séculos e o porque agora, porque o tiraram do sono¿ Por que a Lilian, a Ordem tinha muito mais do que ela…

    A morte de Steven e tudo isso junto, alguma coisa não está certa e pela primeira vez eu vi ela e eu sem saída, pior eu vi a Lilian sem palavras e com medo, talvez medo do vampiro que a rodeava como um predador rodeando a sua presa, ele não estava analisando a vampira a sua frente, eu sou homem e sei, ele estava secando ela! Isso não está certo e eu preciso descobrir o que está acontecendo aqui, preciso ir atrás de ajuda antes que seja tarde demais.

    Ela não poderia sair daqui e também não deveria ter mais contato nenhum com o mundo lá fora, caso tivesse seria presa ou pior, por desobediência poderiam mata-la. Era a minha responsabilidade salvar ela dessa situação. Como, eu não sei, mas vou descobrir.

    In my city I’m a young god
    That pussy kill be so vicious
    My god white, he in my pocket
    He get me redder than the devil
    ‘Til I go nauseous
    She asked me if I do this every day
    I said often
    Ask how many times she rode the wave
    Not so often
    Bitches down to do it either way
    Often
    Baby I can make that pussy rain
    Often, often, often
    Girl I do this often
    Make that pussy poppin’
    Do it how I want it

  • É impressionante como eu nunca faço nada

    É impressionante como eu nunca faço nada

    É impressionante como eu nunca faço nada.
    É sempre a confusão que vem até aqui.
    Falo isso para o meu psiquiatra,
    Mas é claro, ele não entende….

    Estava eu naquelas minhas noites de desapego, sabe aquelas onde você sai mal arrumado, com cara de sono ou de poucos amigos? Pois bem, às vezes faço isso simplesmente para não ficar em “casa” e acumulando poeira. Claro que eu poderia fazer um milhão de outras coisas, mas colocar uma motoca na estrada, carregando uma mochila cheia traquinagens é sempre a melhor opção para mim.

    Parei num prostíbulo de estrada, aquelas casinhas com luz vermelha e que fazem a alegria dos caminhoneiros. Eu já tinha passado uma vez por aquelas bandas e até se engraçado com uma pequena. Uma mulatinha, nada demais, porém jeitosa e com uma boca carnuda, de dar inveja as gingas.

    Não, este relato não foi feito pelo Hector e tudo o que vocês precisam saber da minha “vida sexual” parou aqui. O negócio é que naquela noite qualquer eu estava de folga. Sem investigações ou terceiras intenções, apesar de estar sempre preparado… e odeio quando interrompido o meu barato, o meu momento pavão, ou como queiram chamar minhas saídas sem rumo.

    Gordo, barba por fazer, olhos castanhos escuros, cabelo comprido de um lado e raspado do outro, exibindo um brinco grande de prata. Cheirava a pólvora, mas o cheiro era suave. Provavelmente, tinha tomado um banho na estrada e com a água do caminhão.

    Chegou bancando o mothafucker, pediu uma garrafa de cachaça e sentou ao meu lado:

    – Cara eu tô fritando hoje!

    – Sei.

    – Cara eu tô muito loco!

    Silêncio.

    – Cara, cara… que foda!

    Silêncio.

    – Ca.…

    No quarto “cara” eu continuei em silêncio e virei de costas para ele.

    Cara me escuta aqui!

    Quando percebi que a mão dele foi-se sobre o meu ombro eu me movimentei rápido e ele quase caiu para frente. Ficou indignado, chamando a atenção, tá tô que dei um empurrão de leve para ele ir para trás.

    O barman, que também era o dono do lugar puxou uma Taurus de baixo do balcão e nos ameaçou:

    Vamo acabar com essa merda, ou não?

    Eu continuei na minha em silêncio, esperando a mulatinha aparecer é cara deu uma resmungada qualquer. Sentando-se depois em uma cadeira próxima.

    Fiquei na minha vendo TV, lambendo uns amendoins e jogando num copo vazio. Até que finalmente apareceu a bonitinha. Estava toda faceira de banho tomado, os seus cabelos cheiravam a algum xampu barato, mas o frescor de seu acordar era de dar inveja. Viu-me de longe, abriu um sorriso e foi se aproximando.

    Distraído pela garota, eu não percebi a aproximação do babaca, que interrompeu minha visão e chegou cheio de dedos. Ela fechou a cara naquele mesmo instante, tentou se esquivar do infeliz, mas foi agarrada por trás. Percebi que ela relutou o quanto pode até ficar presa sem chance.

    Olhei para o dono da espelunca que se ria e pensei comigo: “Nunca mexa com o meu gado”. Traduzindo, fiquei puto. Joguei os amendoins para trás do balcão e nos segundos em que o cara se distraiu eu agi muito rápido. Peguei uma bomba de gás da mochila, daquelas que mágicos usam, dei a coronhada no caminhoneiro e sai com a garota do lugar.

    Do lado de fora eu quase assumi meu lado bestial, vendo minha moto ao chão e a porra do caminhão quase em cima.

    – Respira Fe…

    – Não posso, minha querida! – Soltei sem pensar.

    Ela ficou me olhando preocupada e minha vontade era de ir atrás do infeliz ou passar com o próprio caminhão por sua cabeça, mas como a belezinha devia ser de uma empresa, atuaei despretensiosamente. Engatei um “ponto morto” aproveitei uma descida e dei um empurrão, longe dos olhos da moreninha. Ela ficou olhando, parecia tranquila e à medida que o caminhão ganhava velocidade, eu tratei de deixar a moto pronta para a viagem.

    A moto já estava ligada e eu ainda dava um “trato”, quando o dono da espelunca saiu porta a fora. Tossia muito, limpava os olhos. Tentou inclusive me ameaçar com palavras que não me lembro e alguns tiros para o alto. Neste tempo o caminhão caiu barranco abaixo, fez um barulho enorme, que chamou a atenção do barman e permitiu nossa fuga.

    Terminei aquela noite de volta ao meu refúgio, onde me deleitei nas curvas daquela menina.

  • Pelos esgotos da cidade

    Pelos esgotos da cidade

    Ser quem eu sou me permite ir além dos lugares comuns à sociedade dita: normal. Afinal o mundo não se restringe a superfície, aos shoppings ou locais encontrados no Google maps. Vocês sabem que os vampiros, bruxas e lobisomens vivem à margem da sociedade. Mas afinal de contas o que significa isso?

    Quando vulgarizaram o termo marginal, incluíram em tal conceito, não apenas os bandidos, mas também todas as criaturas e inclusive Humanos que vivem escondidos. Haja vista que nem todos se adaptam com facilidade aos costumes, ao passar dos anos e toda aquela rotina que vemos na tv e internet.

    Muitos amigos ou conhecidos vivem marginalizados, no sentido de estarem longe disso que falei até aqui. Inclusive, alguns deles fizeram parte de uma de minhas últimas aventuras.

    Certa vez falei sobre alguns vampiros que vivem entre esgotos e linhas de metrô abandonadas e foi por estes caminhos que andei. Obviamente, eu estava atrás de pistas, os quais não posso revelar no meio desta investigação. Puta que pariu como odeio esses lugares!

    Começar, que esperei a troca de turno dos vigias do trem e consegui entrar pulando a catraca do metrô. Aliás, não fui o único, vários garotos espertos fizeram o mesmo. Peguei uma linha, fiz baldeação por outra é lá estava numa estação chave. A entrada ficava por uma entrada/saída de ar pelo teto.

    Caminho apertado e resolvi me transformar em névoa, confesso sou meio claustrofóbico. Circulei por um tempo e lá estava o lugar onde o esgoto separava os aventureiros dos demais frequentadores. Se não fosse a forma de névoa eu precisaria de muita agilidade para passar por entre as entradas altas ou paredes praticamente sem apoio.

    • Oswaldo, seu filho da puta. Na próxima é tu que vai ao meu encontro.
    • hahahah chega aí viadinho.
    • Porra cara. Tá foda vir aqui.
    • Relaxa, tudo o que tue pediu tá aqui nesse pendrive.
    • Ainda bem, se não tu ia comigo lá pra cima…
    • Cara, não saio daqui a dois anos, nem sei mais por onde sai.
    • Tu precisa parar com essa dieta de ratos
    • Com o tempo, tu se acostuma, parecem pequenos filhotes humanos!

    Silêncio.

    • Hahha zuera, parecem filhotes de cachorro.
    • Tá cara, foi bom te ver. Tudo aqui, né?
    • Vai na manha.
    • Valeu!

    Sai o mais rápido que me fosse possível daquela merda…

     

  • GONE

    GONE

    -Hey! Wake up sleepbeauty! ( Bom dia bela adormecida!)

    -What the fuck Steve? (Mas que porra Steve!)

    -Come on! It’s late! Get your ass from the bed!( Ah fala sério! Está tarde! Sai dessa cama!)

    -No! ( Não!)

    -Don’t be a fucking kid! Get up man! ( Não seja uma criança! Levanta!)

    -Why? (por que?)

    -Let’s get out! Have some ride Lili!( Vamos sair Lili! Vamos andar de moto!)

    -Oh for fucks sakes! ( Ah minha puta que pariu!)

    -Comeeeeeee Liliiiiiiii!!! (vamossssss Liliiiiiii!!!)

    -Okay okay… Let me put my pants on… (Ta ta! Deixa eu colocar as minhas calças…)

    —-

    Porque? Nada nesse mundo tem sentido,minha cabeça estava a mil, me sentia inútil e de mãos atadas, o frio da noite pesou em meu corpo e a tristeza hoje é a minha compainha… Com o Steven em meus braços, o sangue quente dele escorrendo por minhas mãos e pernas ali estava eu, sentada no chão com ele, meu amigo antes forte agora estava frágil, eu sentia a vida dele indo embora e eu não podia fazer nada e em meu desespero, a tentativa em vão de te-lo de volta, falei baixinho em sua orelha – Steve please wake up, please, please… Don’t leave me… Just don’t… – Senti algo que há muito tempo não sentia, lágrimas, vermelhas descendo por meu rosto. Eu estava  dando Adeus para um ser que eu amei profundamente, onde o nosso laço era uma dos mais fortes que tive na vida, eu estou dando tchau para o Steve, que teve sua vida roubada da forma desumana-  Don’t go… I’ll miss you my friend, please stay with me Steve… – Em vão e logo a vida deixou o corpo do meu grande amigo, com ele em meus braços eu dei o meu último adeus – Good bye my friend, my the woolf spirit leeds you for the high moutains… I’ll be with you in my heart..

    —-

    Pela perspectiva do Daniel.

    Faz tempo que eu não vejo meus dois grande amigos, acho que não há nenhuma mal em ir visita-los sem avisar, afinal Steven estava morando com a Lilian depois que ela voltou de viagem e é sempre muito bom estar ao lados deles, a companhia deles me faz bem.

    Na primeira oportunidade peguei um jatinho particular e fui ao encontro deles, após algumas poucas horas de viagem cheguei na casa da Lili, percebi que as luzes estavam apagadas, mas como tenho a cópia da chave eu entrei, deixei minhas malas no que era dito como meu quarto e fui para a cozinha, provavelmente aqueles dois estavam por ai metidos em alguma farra, então me dei o prazer de tomar um O+ guardado com uma pitada de Jack antes de sair dali a procura  dos meus “uma noite e nada mais” amigos.

    Ao chegar na garagem percebi que haviam ido de moto, então não me resta opção a não ser dirigir o bebê possuído da Lilian, chamado carinhosamente por ela de “The Black Demon”. Voltei até a cozinha e peguei as chaves do Mustang, na metade do caminho resolvi ligar para Lilian, mas ela não atendeu, liguei para o Steve e ele não atendeu. Algo estava errado, liguei novamente e nada…  Depois de algum tempo andando pela estrada, parei o carro no acostamento, sai e tentei localizar eles, silêncio, e nada, até que ouço algo distante, parecia um grito…. Mais alguns segundos e pude sentir de onde vinham e em meu interior eu sabia de quem eram, voltei ao carro e dirigi o mais rápido possível, parei próximo ao que parecia uma estrada de terra, sai novamente do carro e corri o mais depressa que pude, foi então quando me aproximei que vi o que meu coração a muito tempo adormecido não queria ver, lá deitado no colo da Lilian e agora sem vida estava Steven, ele partiu deste mundo, gravemente ferido, Lilian estava banhada de sangue dele e o que eu pude perceber ela também estava ferida, havia um corte profundo em suas costas, mas sendo uma vampira a recuperação dela viria rapidamente, mas infelizmente Steven não teria a mesma sorte.

    -Lili! – Me ajoelhei em frente a vampira que tinha lágrimas vermelhas escorrendo pelo rosto pálido, ela virou o rosto para me ver – Eu estou morta? É você mesmo Dani?- as lágrimas corriam nos olhos dela, o sentimento de culpa e tristeza misturados nos lindos olhos verdes tomados pela vermelhidão, meu coração gelado estava em mil pedaços – Não meu amor não, eu estou aqui com você… – Eu a abracei e toquei o rosto de Steven, o que aconteceu ali era algo para depois, agora deveríamos enterrar o nosso amigo com honras e na terra dele.

    —-

    Visão da Lilian.

    Era aqui, em meio aos Vidoeiros junto aos amigos e descendentes do Steven que iriamos nos despedir dele uma última vez. Meu amigo lobo, tinha partido e eu falhei em defende-lo, ao ouvir as palavras do xamã deles uma lágrima solitária desceu por meu rosto – Não devemos nos despedir com tristeza, a despedida por mais dura tem que ser exaltada! Steven morreu em batalha, morreu lutando, morreu como um guerreiro! Guerreiro nosso! Que o grande lobo o guie, que o guarde e que na dimensão dos sábios lobos o nosso Steven corra livre, que sua forma natural fique solta pela eternidade e quando ele olhar para nós aqui neste lado, que ele se orgulhe de quem nos tornamos! Steven esse não é um adeus eterno, é apenas um até logo… Nos vemos em breve, que as estrelas lhe façam bom caminho! – as palavras do xamã atingiram o mais profundo da minha alma, pois se há uma outra dimensão eu provavelmente não vou para lá e não vou ter mais o prazer de abraçar ele de novo…

    Ao me aproximar do caixão entalhado com imagens dos lobos, dei um último beijo na testa dele e olhei seu rosto agora sereno, distante – Eu vou sentir a sua falta… – E foi assim que eu o vi uma última vez, não consegui ficar para ver ele ser enterrado pois não queria lembrar dele indo para aquele lugar, quero lembrar dele ao meu lado, sorrindo e me chamando de chata por inúmeras vezes…

    Caminhei de volta para o meu carro, abraçada com Daniel, caminhamos em silencio, Daniel me conhece melhor do que ninguém e sabe que agora eu precisava mais do que nunca ficar em silêncio. Ao chegar em minha casa fui até o quarto do Steven, comecei a arrumar as coisas dele, colocar dentro do armário até que achei o celular dele, ele odiava aquilo, sempre esquecia de levar consigo e nunca deixava com som, ele tinha mania de deixar no silencioso.

    Passei por algumas fotos vagas da natureza que ele tirava durante o dia, para me mandar até que um vídeo dele tentando tirar uma selfie que na verdade estava se filmando, mechamou a atenção. Ali estava ele sorrindo enquanto tentava tirar uma foto – Como é que funciona esse negócio? – em meio as risadas dele eu me senti melhor e guardei aquele vídeo para mim, uma eterna recordação daquele sorriso que um dia encheu a minha casa de alegria.

    Fui até o Daniel, sentei ao lado dele no sofá e coloquei minha cabeça em seu ombro, ele colocou um braço em volta de mim – Dani, eu cansei… Acho que está na hora de parar um pouco.. – Ele me olhou confuso, não entendeu muito bem o que eu queria dizer – Dani está na hora de retornar  para os muros da Ordem, preciso descansar por algum tempo indefinido… – Agora ele entendeu e sua feição mudou, pareceu mais triste ainda, mas mesmo assim consentiu com a cabeça – Então que seja minha amada vampira… Vou ligar para o Trevor e pedir que os preparativos adequados sejam feitos e antes de tudo Lili avise o Ferdinand, ele gostaria de saber, afinal vocês são amigos. Ele merece sua consideração. – E com isso Daniel se retirou, eu com o celular na mão digitei um e-mail para Ferdinand, sentiria falta dele e de todos do clã, mas preciso para algum tempo, me retirar deste mundo antes que a escuridão tome conta do que ainda resta da minha alma.

    Meu querido amigo Ferdinand,

    Sei que andas ocupado por isso deixo aqui algumas palavras e espero que as guarde.

    Não sei até quando vou ficar longe, mas devo me retirar por algum tempo, ficarei na Ordem e não sei quando retorno, por isso deixo aqui o meu muito obrigada por todo esse tempo e esse companheirismo. Você é um grande amigo, um vampiro excelente e sim és um homem excepcional. Sentireri sua falta e de todos do clã, em especial a Beck, Franz e Hector.

    Espero te rever em breve.

    De um beijo em todos por mim.

    Att: Lilian King

    Seeya soon my friend.”

    “Say something, I’m giving up on you

    I’ll be the one if you want me to

    Anywhere I would have followed you

    Say something, I’m giving up on you

    And I

    Am feeling so small

    It was over my head

    I know nothing at all

    And I

    Will stumble and fall

    I’m still learning to love

    Just starting to crawl”

  • Que roupa um vampiro usa?

    Que roupa um vampiro usa?

    Não sei até que parte do meu livro vocês leram, mas está lá em vários lugares a informação de que eu já tive uma fábrica de roupa. Na verdade, as fábricas eram do clã, naquelas idas e vindas em Berlin de mil oitocentos e alguma coisa.

    Época boa, no qual eu aprendi de fato como administrar uma empresa e ainda por cima aprendi algumas coisas sobre vestimentas e moda. Falar de moda não é o meu forte e talvez cabece as minhas queridas Lilian ou Becky tal post. Todavia, acho justo que uma opinião masculina acerca de tal tema, também apareça por aqui.

    Já falei umas duas vezes em artigos antigos sobre as preferências dos vampiros sobre a cor vermelha e vale lembrar que isso ainda prevalece. Por que o vermelho? Simples, pelo fato de poder ocultar manchas ou respingos provenientes de nossa alimentação.

    Não é que os vampiros só usem isso, eu mesmo adoro usar cores diferenciadas. Preto ou até branco as vezes me agrada, como também azul royal ou verde musgo.

    Sobre as vestimentas… ahh como eu gosto de estar “vivo” nesta época. Pois, diferentemente de outras, hoje é possível usar qualquer tipo de vestimenta. Os excêntrico podem variar os cortes, as costuras, os formatos ou adereços e ainda assim serão aceitos. Diferente de décadas atrás onde um chapéu e uma bengala eram vistos como objetos obrigatórios e necessários a ostentação cotidiana. Ok, hoje ainda são muitos que ostentam algumas marcas de roupas ou smartphones caros. Só que antes era diferente, um simples corte ou tecido mais elaborado podiam separar ricos de relés operários.

    Não se podia, por exemplo, usar cores muito vivas, para não ser taxado de cigano ou artista de circo/teatro. As calças eram de corte reto e as camisas desconfortáveis. Os casacos não era macios e os sapatos, quanta sofrência.

    Contemporaneamente, eu uso jeans, camiseta e tênis. Foda-se! Sério, não me imagino mais usando aquelas camisas vitorianas cheias de babados e frufrus. Vez ou outra coisa é claro que eu preciso andar com roupas sociais e felizmente hoje existem tecidos leves, frescos e elásticos.

    Portanto, não adianta procurar vampiros noite adentro e naquele estereótipo de filme mudo. Adaptar-se é fundamental para a sobrevivência, tanto nos hábitos, quanto na fala e sempre pelas roupas.

  • Wampir 8 anos no ar!

    Wampir 8 anos no ar!

    Não sou de comemorar aniversário, confesso que já fui muito festeiro, mas nos últimos anos o tempo me serve apenas para separar o dia da noite. Apesar disso eu entendo que os ciclos anuais são muito importantes para os humanos e isso me faz lembrar que o site está de aniversário na semana que vem.

    Fazia um pouco de frio em 2008 quando iniciei este projeto e já contei aqui como tudo começou numa mesa de boteco. Aonde eu estava com alguns amigos e um deles me sugeriu este espaço na internet, para divulgar meus tantos pensamentos e histórias.

    O frio daquela época não é importante. Aquele amigo com boas ideias, eu já não vejo mais. Sem falar da Beth, minha ex, que deve estar em algum canto do globo praticando suas bruxarias. Eleonor, está descansando junto de meu mestre Georg. Sebastian, arrumou uma esposa chamada Claudia e tomou seu próprio rumo. Joseph, que se foi há alguns anos ainda me faz muita falta e Franz se parece cada vez mais com um velho ranzinza.

    Apesar disso, transformei Pepe, que virou minha assistente pessoal. Lilian e Becky surgiram e viraram aliadas importantes de nossa causa. Sem falar de H2, Hadrian, Hector e Eliot, que são o mais próximo de uma família para mim.

    Todavia, o que eu realmente gostaria de registrar neste, que é o 606° post deste site, é o fato de que muitas coisas mudaram no mundo. A internet não é mais a mesma de 2008, os blogs não são mais novidades, as criaturas que frequentam o site são diferentes a cada mês. O tema “vampiros” foi banalizado, em função de romances mal escritos e por fim, eu mesmo mudei muito a ponto de vir menos aqui.

    Relaxa, isso não é uma despedida!

    Estou apenas respondendo o que muitos me perguntam por e-mail.

    O meu grande foco atualmente é o Wattpad, onde tenho publicado os capítulos do livro Ilha da Magia. Escritos semanalmente com o objetivo de contar minha historia de forma cronológica. Desde a época em que era humano, passando pelos momentos mais importantes, até a noite em que hibernei nos anos 50. Tenho material, histórias e acontecimentos para mais dois livros ao menos e prometo que tentarei me desapegar dos direitos para que eles ganhem vida nas livrarias.

    Por hora, meus confidentes. Obrigado por me seguirem aqui, no Wattpad e nas redes sociais.  Principalmente, pela paciência no Twitter, lugar onde eu adoro reclamar dos humanos ^^

    Além disso, fiquem tranquilos, que este espaço estará no ar por muito tempo ainda!

    Küss,
    Ferdinand Wulffdert di Vittori

  • Em busca da fé

    Em busca da fé

    Até onde você iria em busca da fé? Sempre que saio para me alimentar vou em busca de novidades. Não que eu seja exótico a ponto e querer uma vítima nova a cada refeição. Digo isso no sentido de que não gosto de me alimentar sempre de um mesmo tipo de indivíduo ou criatura.

    Certamente, quem me acompanha por aqui a mais tempo sabe da minha disposição ao sangue de meliantes e corruptos. No entanto, até mesmo deles eu me enjoo as vezes. Isso não precisaria de uma explicação mais profunda, haja vista minha existência eterna. Além de tudo no qual um ser vampírico como eu venha a sentir ou enfrentar.

    Delongas a parte, ontem foi um noite interessante daquelas em que o espírito aventureiro fala mais alto e eu resolvi enfrentar o centro de uma cidade. Os centros são muito peculiares e o que se iniciou numa simples ideia alimentar, me levou a novos experimentos.

    Sou geminiano, babe. Quem estuda os signos, sabe que sou um desbravador esotérico e isso me levou a uma igreja católica. Local que frequentei poucas vezes, mas que de alguma forma me atrai sempre que estou perto.

    Eu poderia ter ido a tantos bordéis, tantas ruas semi desertas ou parques escuros, mas preferi algo divino. Entre padres de fé discutível, beatas desesperadas e mendigos eu preferi me sentar ao lado de um cara aleatório.

    Aliança de casamento, uma foto de criança em mãos e de joelhos, ele suplicava para seu Deus por algum tipo de cura. Algo que certamente era requisitado a criança da foto é que provavelmente estava além da medicina humana. Fiquei impressionado com suas súplicas e lágrimas. Tanto que o deixei terminar e me dirigi com boas intenções:

    • Tudo bem com a tua menina?
    • Minha sobrinha… Hoje ela está hospitalizada, mas Deus vai ajudar ela. Tenho muita fé nisso.
    • Desculpa a intromissão, mas estava acompanhando tuas preces. Ela está doente?
    • Pois é sempre venho aqui pedir ajuda pra Deus… ela foi hospitalizada depois de um acidente com o carro da minha irmã… (concentração e suspiros fortes) Eles bateram no carro dela. Ela morreu e minha sobrinha tá em estado grave no hospital.

    Coloquei minha mão esquerda sobre o ombro dele e mencionei:

    • Meus pêsames…

    Ele baixou a cabeça, levantou uma das mãos na direção da estátua de Jesus crucificado e falou alto, interrompendo inclusive a concentração dos outros:

    • A justiça divina virá sobre nós e aqueles bêbados vão pagar por isso…

    Em seguida ele praticamente me ignorou, ficou de joelhos novamente e começou a chorar desenfreadamente. Decidi que era um momento muito pessoal, deis dois tapinhas nas costas dele e fui embora do lugar. Subi em minha moto que estava parada logo a frente do templo e circulei sem rumo pelas ruas geladas e escuras daquele centro.

    Parei algumas quadras a diante. aonde algumas pessoas faziam uma fila simples próximas de uma porta. Acima da porta havia um luminoso, que me chamou a atenção a ponto de estacionar. No letreiro estava escrito “Santa Rita” e ao que tudo indicava era alguma balada qualquer.

    Aquela história contada pelo homem na igreja, com toda sua fé havia me impressionado de uma forma diferente. inclusive dentro do lugar eu me sentei num balcão e fiquei filosofando sozinho por um instante até que algumas garotas chamaram minha atenção. Inclusive sai com uma delas de lá. Apesar disso, não me alimentei dela. Fiz meu desjejum com dois bêbados no banheiro. Caras que provavelmente vão acordar com a mesma dor de cabeça de sempre, mas que serviram para alimentar aliviar minha fome de sangue, vingança e fé.

  • O mistério do lobisomem – pt4

    O mistério do lobisomem – pt4

    Já leu a parte anterior?

    Cheguei com a Lobisomem numa casa de chás, ervas, produtos naturais e demais materiais relacionados a flora e fauna. Estava na cara que o lugar pertencia a uma bruxa. “Pelo menos eles estão conseguindo se misturar com os humanos” – Pensei comigo.

    – Olá boa noite, infelizmente já estamos fechando – Informou uma garota, meio gótica na faixa dos 20.

    – Boa noite, precisamos falar com a Madame… – Falou Claire, indo direto ao ponto.

    – Ela não fica mais aqui, senhora.

    – Ok, entendo e onde podemos encontrá-la? – Falei eu me intrometendo.

    A garota cerrou os lábios, como se estivesse analisando a situação mentalmente e falou retraída:

    – Não sei se…

    – Recuperamos alguns itens que foram roubados dela, fica tranquila que ela vai querer nos receber – Falou Claire, interrompendo os pensamentos da aspirante.

    Os seus ombros relaxaram e seus lábios, até então tensos, se aliviaram. Exibindo um belo sorriso, apesar de sua origem inglesa.

    – Ah se for por isso, acho que ela vai querer mesmo falar com vocês. Tomem. Esse cartão tem o endereço e o celular dela.

    Claire de imediato se virou e voltou par ao carro, eu dei uma piscadinha e soltei um simples: “Thak’s milady!”. Claire estava tão empolgada que ela mesma assumiu o volante e já estava com o carro ligado quando fechei a porta.

    – Eu sei onde fica esse lugar, entra anda!

    – ok ok, pode ir. Vou ligar lá para ver se está em casa… Droga deu caixa postal!

    – Fuck!

    Prosseguimos sem muito papo até o local. Lugar afastado do centro, repleto de árvores e casas residenciais. Não senti nenhuma presença sobrenatural e todas as luzes estavam apagadas no endereço indicado pelo cartão. Olhamos ao redor, não havia nenhuma câmera e decidimos pular a pequena mureta. Alguns gatos rondavam o local e aproveitei para usar meus poderes com um deles:

    “Hey gato, você mesmo, pode se comunicar comigo?”

    “Comida… Estou com fome!”

    “Desculpe não tenho comida, você não tem nenhum rato para caçar?”

    “Minha amiga sempre me alimentava”

    “Sua amiga se chama Madame…”

    “Sim”

    “Sabe onde ela está?”

    “Dentro de casa morta”

    Deixei o gato falando sozinho e percebi que Claire tentava abrir a porta, quando cheguei dando um chute. Ela se assustou, mas ignorei e fui logo entrando. Alguns insetos e vermes pelo chão. E lá estava o corpo da bruxa em decomposição e próximo de uma escada.

    – Nossa que nojo, não consigo ficar aqui o cheiro é perturbador…

    Achei estranho uma lobisomem reclamar do cheiro de carne podre, mas cada um com seus defeitos. Tratei de dar uma rápida olhada no lugar. Nada mais aparentava estar fora do lugar e tudo o que me restava era olhar o corpo.

    Fiquei alguns instantes observando, quando fui abruptamente interrompido por Claire, que estava com um lenço no rosto e disse:

    – Corre, a polícia tá vindo… Foi uma armação!!!

    Tive de agir rápido, empurrei o corpo com o pé e a mão que estava abaixo do corpo ficou a mostra. Exibindo algo que brilhou aos meus olhos. Uma pequena abotoadura de camisa. Dessas que estão fora de moda, mas que alguns caras ainda insistem em usar. E para nossa sorte esta era especial, no formato de uma cabeça de lobo.

    Claire colocou o colar e agiu muito rápido para pegar o carro. Percebendo que ela estava a salvo a segui em forma de névoa, até um cruzamento onde ela teve de parei e consegui alcança-la.

    – Ia me deixar lá, baby? – Falei ironizando e um pouco puto.

    – Ah para como se tu não soubesses onde eu vivo.

    Odeio ficar nas mãos de uma lobisomem mulher ¬¬

  • Rituais de passagem na atualidade

    Rituais de passagem na atualidade

    O tempo passa e somos frequentemente bombardeados por novos conceitos, práticas e ideias. No entanto, há sempre alguns procedimentos que se mantem intactos, mesmo depois de séculos. Como é o caso dos rituais de passagem, comemoração e ou despedida.

    Não obstante, muitos sofrem alterações, principalmente no que diz respeito aos componentes. Haja vista que alguns elementos se tornaram muitos escassos ou difíceis de se obter. Mandrágoras, por exemplo, estão quase extintas. Sem falar do procedimento tradicional de colheita que se tornou extremamente exótico para os tempos atuais: as raízes da mandrágora precisam ser colhidas numa noite com lua cheia. Arrancadas da terra por uma corda presa a um cão preto.

    Alguns itens como cálices, adagas ou bastões também são difíceis de se encontrar no séc. XXI. São pouquíssimos os artesãos que ainda sabem produzi-los da forma tradicional. Forjando o ferro bruto, para que se torne um bom aço resistente e bem adornado. Os únicos artefatos que melhoraram conforme o passar dos anos foram as joias. Comumente utilizadas nos rituais de aprisionamento de entidades, afim de se obter parte dos seus poderes.

    Ferdinand, por que esse papo sobre rituais? Pois bem mancebo, a ritualista está presente em todas as culturas. Desde os procedimentos dos antigos homens das cavernas, até mesmo na sociedade humana atual. Onde feiticeiros evocam espíritos mediante o consumo de álcool e cânticos. Há também aqueles que consomem ervas ou misturas para sair da realidade e também no mundo vampiresco.

    Noites atrás tive dificuldades para encontrar uma adaga original, composta de aço e prata, por isso tudo o que disse até aqui. Tive de ir atrás de diversos contatos e apenas um senhorzinho do Brasil conseguiu fazer o que pedi. Em função disso, noites atrás estive com H2, cria mais nova de meu irmão Franz e finalmente aconteceu um ritual de passagem. Sendo Franz o membro mais velho acordado e eu o líder proclamado, é fundamental que participemos de tais procedimentos com frequência.

    Particularmente, eu gosto das tradições e de tempos em tempos é importante relembrá-las. Não somos um clã grande, o que torna cada celebração um grande momento para encontros da família, troca de experiências e festa.

    Bom, não vou fazer vocês lerem até aqui e ficarem com água na boca, com relação ao procedimento feito com H2. Como eu já disse antes, fizemos um ritual de passagem em função de mais um ciclo que ele completou. Cinco anos de transformação é uma marca importante a ser atingida por um vampiro. Momento no qual ele deixa de ser um recém transformado e passa a ser considerado um membro iniciante de nossa sociedade imortal. Cabendo a ele uma função destaque em nosso clã.

    Quem sabe o Franz apareça por aqui para falar um pouco sobre as novas atribuições de sua cria?

  • Espíritos selvagens, uma experiência real

    Espíritos selvagens, uma experiência real

    Os espíritos vagam à luz da noite como animais selvagens em busca de alimento.

    Isto não é apenas um pensamento ou frase solta, são experiências passadas entre gerações, fatos, lendas ou até mesmo um papo. Daqueles que antigamente nos divertia ao lado da fogueira ou do fogão à lenha em noites geladas.

    Meu irmão e eu ficávamos imaginando tais seres espectrais, seus poderes e até mesmo seus atributos mais banais, como a forma de contato. Será que vamos conseguir prende-los caso algum dê as caras? – dizia meu irmão, mais do que empolgado.

    Eu ia pelo mesmo lado, pensando em fatos engraçados ou surreais como a conversa com tais seres. Será que eles possuem algum tipo de inteligência superior, ou pelo menos podem fornecer informações de como é o outro lado?

    Foram muitas as noites e os questionamentos antes de dormir. Tantas foram as vezes em que nossos pais nos mandaram literalmente calar a boca e dormir em silêncio. Adolf era o primeiro a ficar quieto, pois morria de medo das famosas varinhas de marmelo. Já eu, que sempre falei pelos cotovelos,  sei bem o que é levar uma boa chinelada na boca pra ficar quieto.

    Deixando de lado os métodos de criação dos filhos dos, foi assim que iniciei minha curiosidade acerca do sobrenatural. Mal sabia eu que meu destino estava traçado por meu tio. O barão vampiro, que me transformou no que sou hoje.

    Tive algumas experiências com espíritos alguns meses atrás hoje me senti a vontade para relar um pouco da minha experiência. Estava com Carlos, meu amigo lobisomem, em uma cabana no meio da mata e dentro do território de sua tribo.

    Havia mais alguns de sua tribo conosco e fizemos exatamente o que contei no início deste meu relato. Acendemos o fogão a lenha e uma senhorinha cozinhou alguns quitutes para eles. Ao final da janta, no qual eu apenas acompanhei sem comer nada, ficamos naquela gostosa conversa ao redor da mesa.

    Entre um papo e outro Carlos comentou de sua ultima viagem astral, no qual ele foi a fundo em suas lembranças com espíritos e nos sugeriu o consumo de uma tal erva dos sonhos. Confesso que sempre fico com um pé atrás desse tipo de consumo. Haja vista, minha propensão a libertação de meu lado mais bestial, mas como ele disse que podia me “libertar das amarras”, resolvi confiar em sua intuição.

    Alguns minutos misturando alguns componentes num moedor de pedra, mais alguns instantes para prepara o cachimbo e lá estávamos nós entre a fumaça do fogão, fumaça do cachimbo e uma mesa, três lobisomens e um vampiro.

    No início surgiu aquela dormência tradicional dos membros inferiores. Em seguida o corpo pareceu ficar mole e relaxado. Depois comecei a ouvir uma música de acordeom, misturada com batidas ritmadas. Até que a visão começou a embaçar e tudo ficou turvo.

    Neste momento eu perdi a noção completa do tempo e espaço e comecei a rever cenas de minha infância. Meu irmão correndo, Helga nua em uma cama e me chamado… A música ainda de fundo, só que agora com várias vozes em forma de mantra. Tudo muito insane até que me vi em uma casa na época em que vivi no Rio de Janeiro com Eleonor.

    Eu estava nu encolhido num canto escuro. Estava bem sujo, como se tivesse apanhado ou preso por um longo tempo. Fiquei me vendo ali naquele canto por alguns instantes, até que um espirito apareceu e sentou ao meu lado. Ele era translucido, tinha a tradicional aparência meio esbranquiçada de fantasma e nosso papo durou algum tempo.

    Ele me acalmou, me abraçou e antes de ir embora disse que tudo ia ficar bem. Acordei nu e deitado no chão de um dos quartos da cabana de Carlos. Não havia ninguém por perto, apenas algumas frestas por onde a luz do dia adentrava. Passei o dia em claro, com o mantra tocando em loop na minha cabeça. Até o momento em que o sol se pôs e Carlos surgiu a porta. Trazendo consigo algumas roupas e um pouco de sangue de carneiro numa jarra.

    Este foi meu batismo espiritual e depois que redobrei a consciência, passei um mês com eles para aprender mais sobre os tais espíritos selvagens.

    E contigo, quais são as tuas experiência com espíritos? Escreva nos comentários ou se preferir me mande um e-mail.

  • Recomeço – pt I

    Recomeço – pt I

    “Todos viemos ao mundo da mesma forma, todos vamos embora para a mesma merda de buraco, de um jeito ou de outro.” By Lilian King.

    Engraçado como as coisas são, como o tempo cura quase tudo e como o nosso corpo e a nossa mente consegue acatar mudanças… Hoje eu levo uma vida completamente fora do normal, para vocês claro! Eu as vezes acordo e nem percebo o quanto da humanidade eu já deixei para trás e o quanto dos sentimentos já deixei de sentir.

    Tenho poucos apegos mundanos, talvez apenas apegos emocionais com indivíduos específicos, seres que compartilham da mesma jornada que a minha, alguns até da mesma casa na maior parte do tempo quando ela não resolve voltar para o meio do mato e ser fazendeira… Enfim, muitos sabem muito bem de quem eu falo… Mas estes pequenos detalhes não vos convém por hora, deixo estes assuntos guardados para mais tarde quem sabe.

    Venho aqui neste local contar um pouco do que me aconteceu, como que eu cheguei aqui e por que eu estou aqui. Não vou me ater a datas específicas, pois gosto da minha intimidade passada e da minha sombra na mente de vocês, mas vou guiar por épocas, costumes, tentar trilhar na cabeça de cada um de vocês o meu caminho e o que eu vi antes e depois dessa jornada que eu venho caminhando há muito tempo…

    Não se iludam meus caros, não vão tirar daqui dicas de como ser um mitológico das trevas, um sobrenatural, vampiro ou vampira, apenas vão levar consigo o que aconteceu com um simples humano, que sonhava em apenas cultivar uma família e seguir com uma vida simples, um cara que um dia teve tudo e no outro, bom logo vocês vão descobrir… Vou me ater aqui ao momento presente e voltar alguns séculos atrás onde o carro esportivo do momento era uma carruagem com quatro cavalos de força.
    _

    Tempos novos batiam no nosso peito, a promessa de novos dias, a guerra contra a França havia tido uma trégua, a sensação de paz pairava no coração de cada britânico, o Reinado de Ana era bem vindo, talvez por nos trazer um certo conforto… Conforto esse talvez ilusório, mas por hora, era a calmaria longe da guerra, homens não seriam jogados em campos de batalhas, os filhos poderiam abraçar os pais e as esposas poderiam nos alegrar com um sorriso.

    A ansiedade era a minha maior aliada, era algo bom, eu iria ver meus filhos de novo, minha esposa, meus amigos, meus pais, todos aqueles que eu amava e como era boa aquela sensação, por hora toda a guerra tinha ficado para trás, esperando a sua volta, mas ainda sim eu teria tempo de ter momentos alegres, preciosos… Se eu soubesse o quão preciosos seriam, jamais teria saído daquele único momento.

    Não pense você que eu era um duque, um nobre ou da realeza! Não, não, eu era um soldado, um homem que ficava em frentes de batalha, me orgulhava daquilo, no fundo eu ficava aliviado de voltar inteiro e vivo de cada batalha que participei. Lembro como se fosse ontem, aos pés da porta da minha humilde casa eu sentia o doce cheiro da torta deliciosa que minha amada Marie fazia, o chá quente em cima da mesa, Gale e Carter brincando perto da lareira e as suas reações quando ali eu estava, parado na porta de casa, após um longo tempo indefinido longe deles. Gale o mais velho, tinha apenas dez anos e Carter tinha seis anos e um dente de leite faltando, deixando em seu sorriso uma pequena janelinha.

    Marie ah Marie e seu doce sorriso, o abraço delicado e o beijo inebriante, minha doce e delicada Marie e seus longos cabelos loiros, os lindos olhos verdes expressivos, as mãos delicadas e brancas como porcelana, frias quase o tempo todo, vinha me cumprimentar e dizer o quanto me amava e o quanto sentia a minha falta em meio aos gritos e aos pulos dos meus pequenos soldados – Dad, dad! You are back! ( Pai, pai! Você está de volta!) – O mais gratificante era que depois de todos estes abraços e boas vindas, eu poderia me sentar a mesa e jantar com a minha família, dividir minha atenção entre meus filhos e quando eles dormissem, bom quando eles dormissem eu iria finalmente cair nos braços da minha linda esposa e aproveitar cada centímetro dela, não deixando nada faltar ao meu toque…

    Amanhã seria um novo dia, novidades estavam por vir e eu na minha inocência ou talvez na minha ignorância humana não tinha noção do quão ruim e sem escrúpulos o mundo e seus habitantes podem ser.

    Vou deixar aqui este começo da minha jornada, logo trago mais do que me aconteceu e como vim parar aqui! E antes que me esqueça, vocês me conhecem ou pelo menos acham que me conhecem, se ainda não, prazer me Chamo Daniel e esse é o começo da minha história.

    See you all soon.

  • O mistério do lobisomem – pt3

    O mistério do lobisomem – pt3

    Fyllisk fjörvi feigra manna,
    rýðr ragna sjöt rauðum dreyra;
    svört verða sólskin um sumur eftir,
    veðr öll válynd. Vituð ér enn – eða hvat?

    Ele se alimenta da carne dos homens mortos,
    a casa dos deuses se torna vermelho do sangue escarlate;
    o brilho da Sól se torna negro para os verões que chegam,
    o tempo se torna pior. Quem saberia – ainda mais que isso?

    Lugar tranquilo e pacato, algumas árvores no quintal e por dentro diversos quadros nas paredes. Muitos deles relacionados a mitologia nórdica, inclusive alguns continham passagens da Völuspá, o primeiro e mais conhecido poema da famosa Edda.

    Tais escritos não tiveram muita importância ao menos no inicio de nossas investigações e o restante da casa do tal individuo eram bastante normais. Num dos cômodos achei um laptop bem usado e Claire, um cofre disfarçado de frigobar noutro. Saímos de lá com ambos e voltamos para a casa alugada.

    Pepe me indicou um amigo hacker para dar uma olhada no laptop e Claire se virou com o cofre. Mesmo com nossas forças sobrenaturais são “rolou” abrir e tivemos de apelar para algum chaveiro. Não desses que ficam em quiosque de supermercado, mas um especialista conhecido da peluda, que inclusive se prontificou em ir ao nosso encontro num local neutro e instantes depois de ser chamado.

    Ele levou alguns minutos, reclamou que já haviam tentado arrombar aquele cofre outras vezes, mas por fim deu um jeito. Claire pagou algumas Libras pelo serviço e tão logo ele se foi, nos concentramos com o que havia dentro da caixa forte.

    Algumas gavetas com Euros e libras, uma caixa com esmeraldas e uma caixa de madeira, que continha um par de brincos e um colar aparentemente de ouro com pedras negras, aparentemente Ônix.

    – Bom ao menos levantamos uma grana boa…

    – Como se tu precisasses… Deixa eu ver esse colar!

    Não que todas as lobisomens sejam grosseiras, mas Claire é meio bruta mesmo e tão logo falou, foi arrancando o colar das minhas mãos e colocando.

    – Fuck, hey não coloque isso assim – Disse preocupado.

    Mesmo assim ela me ignorou, colocou tanto o colar como os brincos. Aparentemente não havia acontecido, até o momento em que ela me olhou fixamente por alguns segundos.

    – Puta que pariu, acorda!!!

    Dei-lhe uns dois tapas de leve no rosto…

    – Depois eu é que sou a grossa, eu estava brincando contigo idiota! Mas espera, acho que senti algo…

    Ela simplesmente sumiu a minha frente e em seguida senti uma forte brisa circulando ao meu redor, como se do nada o vento atingisse minha pele fria. Olhei para todos os lados, fiquei preocupado e quando menos esperava ela reapareceu a minha frente.

    – Uouu…

    – O que foi isso Claire?

    – Isso aqui simplesmente me deixou muito rápida. Tu me viu correndo? Acho que dei umas 5 voltas em ti e no carro – Falou ela impressionadíssima.

    – Bom, ao menos temos mais uma confirmação que esse povo está mexendo com magia bem pesada. Vem cá deixa eu tirar umas fotos das joias.

    Enviei de imediato as fotos para Sebastian. “Já que vocês pesquisaram sobre joias outro dia eu preciso que aproveitem o embalo e deem uma olhada nestas também. Valeu Seba”.

    Como estava para amanhecer voltamos para a casa alugada e enfim consegui arrastar a lupina para a cama. Sexo casual, sem comprometimento e despretensioso. Apenas para acalmar os ânimos antes de dormir como diz o Franz.

    No meio do dia acordei com uma chamada de voz pelo Whatsapp, era Sebastian empolgado com suas descobertas. Tais joias haviam sido roubadas de sua dona, uma bruxa de Londres, popular entre os colecionadores de artefatos mágicos.

    Acordei Claire, que aliás estava uma delicia nua entre os lençóis. Ela acordou um pouco assustada, se cobriu envergonhada e queria sair naquele instante mesmo para falar com a tal bruxa. Sério, tive que segurá-la… Essa lupina ainda vai me deixar louco! Pensei comigo.