Categoria: Histórias

Nesta seção você encontra historias, contos e relatos relacionados ao mundo real e sobrenatural. Verifique a indicação de faixa etária no início de cada texto.

  • Finalmente juntos

    Hoje eu acordei com o tom de sms do meu celular, era uma mensagem da minha amada Elizabeth dizendo que já estava no aeroporto, mas que estava muito gripada. Chega a ser engraçado, uma bruxa no nível dela enfraquecida por uma simples virose, tudo bem, afinal ela ainda é humana.

    Tomei um belo banho, preparei uma canja, tirei a poeira do carro e fui buscá-la. O tempo hoje está meio fechado, então nada de sair de moto feito um inconseqüente. Ok ok ok, apesar de vampiro ainda tenho bom senso, sem contar que ela veio cheia de malas.

    Apesar de ter perdido minha liberdade, vai ser bom ter alguém por perto de novo. Meus dias têm sido muito vazios enquanto os outros dormem. Não que eu não saiba me virar sozinho muito pelo contrário, até me viro bem e ter alguém comigo poderá ser algo perigoso. Hahah só de pensar na minha capricorniana, já estou com as neuras dela, vivendo as coisas antes de acontecerem.

    Pois bem, não vou me alongar hoje e só passei para marcar território. Vou aproveitar minha loirinha em casa…

    Até^^

  • Crítica as séries de vampiros

    Estava hoje um tanto quanto sem nada para fazer e resolvi assistir um pouco de TV. Como eu sempre digo não é por que se tem um vida eterna, que é preciso estar sempre em movimento, além disso, não são todos os dias que acontecem crimes que precisam de soluções imediatas. Enfim, ver televisão é algo cômodo, normal e as vezes até bom, então não me venham com exclamações do tipo “ai Galego por que tu não lê um livro”, sei lá gente tem dias que até um vampiro precisa relaxar sentar em frente a TV e beber um bom sanguinho fresco de canudinho.

    De qualquer forma, arrumei o que escrever, pois andei vendo umas coisas muito ruins como Vampire Diaries. A produção da série até que segue um padrão bom como a maioria da atualidade, as músicas também merecem o meu apreço, mas poxa no fundo aquilo tudo me lembra a mais engraçada das novelas. Tal qual aquela da menina de cadeira de rodas da globo.

    Impressionante como conseguiram destruir uma história que tinha tudo para dar certo. No começo eu confesso que fiquei até com um pouco de inveja deles, se vocês repararem esse blog e a série tem muito em comum, no entanto, aos poucos vi que eu me mantinha original enquanto eles viravam novelinha. Falando assim até parece que tudo isso aqui é planejado, quando na verdade é a maior zona, vocês nem sabem, mas tudo bem não vem ao caso agora…

    Com essa questão dos vampiros virando novela ou livro ou ainda superstars eu me pergunto: o que será real e o que será falso no meio de tanta mídia? Não pensei que sei tudo ou que sou o senhor da verdade, muito pelo contrário já disse e volto a repetir que sou um grande pesquisador como muitos de vocês por aqui! Será que tem algum vampiro de verdade escrevendo aquelas séries? Será que o vampirismo vai aos poucos se tornar algo mais palpável? Gente não sei, só espero que meu pescoço não role conforme alguns estão querendo.

    Pessoas que gostam das séries não briguem comigo eu apenas dei minha opinião, se você gosta de um vampiro que estuda na high school pela enésima vez ou de outro que briga com irmão por uma adolescente sem graça é problema seu, pois cada um tem os seus valores e emoções 😉

  • Como os vampiros dormem?

    No ano de 1951 a vontade de ficar um tempo fora do mundo era tanta, que ter de esperar Eleonor acordar para ficar em meu lugar, não era uma opção. Infelizmente, era preciso esperar, pois era ela que cuidaria das coisas da família enquanto eu e os outros estivéssemos fora daqui.

    Era perto de abril quando meu tio e eu fomos para a “fazenda” da família, um local tido como refugio nas horas incertas e local das nossas “camas”. O local além de todas as proteções de praxe também possui proteção mágica, feita por um bruxo muito amigo do barão.

    Depois de muitas entre – salas chegamos a uma câmara escura, sem luzes, sem janelas e apenas com quatro tampas quadradas cheias de poeira por cima. Foi na terceira tampa que o barão se abaixou, soprou forte fazendo levantar a poeira que cobria um pequeno orifício no qual ele colocou o seu dedo indicador. Nunca vou esquecer do giro para esquerda, da puxada firme e do destravamento da tampa…

    Uma das paredes desceu como se fosse uma ponte elevadiça e a frente estava uma caixa grande o suficiente para caber uma pessoa dentro. O barão então me disse:

    – Chegou o momento do seu descanso meu filho, daqui 50 anos vamos nos ver novamente, caso isso não se realize saiba que continuo achando um erro tu ir para alí antes do combinado. De qualquer forma mantenho feita a promessa que te fiz… Trouxe as correntes que eu te pedi e aquela adaga?

    Meu foco no momento era o descanso, eu queria um pouco de paz depois de tantas mortes, sangue e situações pelo qual já tinha passado:

    – Sim meu senhor está tudo aqui!

    Abrimos a tampa do túmulo, e dentro havia apenas terra. Deitei-me em cima da terra e meu tio me amarrou com as correntes sobre alguns suportes da caixa. Depois de algumas palavras ele jogou uma espécie de pó branco sobre meus pés e cravou a faca em meu peito, certeiro no coração. Lembro apenas de alguns flashes, mas a dor não era tanta se comparada a de outros tipos de ferimento, sendo que o pior de tudo nem era isso e eu estava paralisado. Alguns minutos se passaram e fui sugado para dentro da terra… ficou tudo escuro… Dormi?

    Olá, quem são vocês?…

  • Intro: Como acordam os vampiros?

    Depois de um longo tempo fora de circulação, recuperando minha mente com muita meditação e utilizando algumas técnicas vindas do Bushido eu resolvi voltar a vida on-line.

    Agora com um netbook com internet 3g embutida e que cabe em qualquer mala da moto eu estarei on-line mais vezes. Na verdade isso é até ruim, pois posso ser facilmente rastreado onde quer que vá, mas convenhamos, está difícil de me acharem ou tenho sido ignorado por aqueles que acham que isso tudo é uma brincadeira…

    Tudo bem, o papo de hoje vai além dessas coisa nerd e quero explorar algo que muitos poucos conhecem ou sabem a verdade. Como acordam os vampiros que ficaram muito tempo “dormindo”.

    Essa questão de dormir é bem difundida por mim aqui e hoje vou dar mais detalhes para os curiosos de plantão. Pois bem, Antigamente existiam bem menos vampiros do que hoje, digamos que nós acompanhamos o crescimento humano. É importante saber disso, pois era fundamental encontrar um vampiro que quisesse acordar quando se quisesse dormir, ou seja, se o galego aqui quisesse tirar uma soneca a uns 500 ou até mesmo 1000 anos atrás eu precisaria achar algum ancião e requisitar o processo.

    Neste processo o ancião entraria em contato com os membros do conselho dos anciões da região e verificaria quais vampiros estariam aptos a acordar. Isso era necessário por vários motivos: primeiro aproveitar a estrutura de proteção já construída e segundo para que o vampiro que acordasse já tivesse algo onde começar. É como se os vampiros compartilhassem a mesma vida por um período.

    Ao longo dos anos isso foi mudando, determinados grupos de vampiros cresceram mais que outras e acabou que tirar um soninho mais longo virou negócio. Atualmente existem digamos hotéis de vampiros espalhados pelo mundo. Nestas estruturas muitos vampiros pagam certas fortunas pela segurança e comodidade de não precisar mais dividir sua vida mundana com outros desconhecidos.Apesar disso ainda existem muitos grupos que possuem suas estruturas próprias e fazem suas próprias regras como o meu.

    Um tempo atrás eu comentei aqui no blog que sou responsável pelo sono de alguns vampiros próximos e toda essa introdução foi feita na verdade para o próximo post onde contarei como foi acordar minha querida irmã… Aguardem…

  • Quiseram assaltar o vampiro

    Tem dias que eu paro e penso: Porra será que eu atraio bandido ou foi minha visão que se ampliou e está treinada quando o assunto são os vagabundos? Prefiro achar que minha visão está treinada, por que ninguém merece atrair tanto mala assim.

    Hoje eu acordei cedo, o dia terminou com uma baita chuva, esta que, aliás, começou enquanto eu dava uma pequena volta de moto pelo centro da capital. Sabe aqueles dias em que tu ligas o foda-se e sai por ai sem rumo, então era esse o meu objetivo. Na verdade foi uma péssima idéia por que Floripa nesses dias vira o caos, horário de pico com todo mundo saindo do trabalho perto das 19 e chuva, ou seja, o circo estava pronto e tudo indicava que ia dar merda para o palhaço aqui…

    Eu ali na moto esperando o sinal abrir quando me deparo com um Celta preto com 4 indivíduos, tudo bem, se não fosse um deles abrir a porta traseira e apontar uma Magnun 44 cromada para uma mulher que passava correndo. No susto ela jogou a bolsa pra ele e continuou correndo. Estranho, será que foi assalto? Pensei comigo, mas continuei ali de “butuca”. Até que correndo de baixo do toró vinha um velhinho com uma capanga (carteira grande coisa de velho) e um guarda-chuva. Novamente o cara abriu a porta mostrou a arma, murmurou algo e raptou mais uma carteira.

    Nessa altura do campeonato a rua já estava alagada e eu tive de parar a possante na calçada um pouco a frente do carro e lá era um alvo fácil. Moto importada e sozinho uma isca perfeita! Foi só esperar e não demorou muito para o Celta parar na minha frente. Um dos caras abaixou o vidro pediu que horas eram, fiz uma expressão feliz e disse hora de tu levar pau seu filho da puta… Dei um soco nele que ficou meio norteado e antes do motorista arrancar, chutei o vidro da porta de cima para baixo com minha bota. Nesse momento os outros dois abriram suas portas e saíram correndo, como estava em público e não podia usar poderes sai atrás deles na corrida. Bummm… dei uma voadeira nas costas do infeliz, que caiu bateu a cabeça e ficou inconsciente. Arrastei-o até o carro, subi na moto e fui atrás do último.

    Droga sirenes é impressionante como a policia sempre chega na hora errada! O cheiro de medo estava no ar… Cerrei os olhos por um instante e não foi difícil sentir o cara bem próximo. Era a esquina de um prédio em construção, do outro lado uma padaria, do outro uma casa de muros altos e na frente um terreno baldio. Há há há lá estava ele no mato. Estacionei a moto calmamente, olhei para os lados e para o prédio para ver se ninguém estava me observando e pulei no mato. Escuridão total, temporal, foi fácil passar despercebido. Enfim, pulei no mato e fui surpreendido com dois tiros, um pegou no braço esquerdo e outro na coxa direita. Merda, nesse momento eu fiquei puto, saltei em cima do malaco e quebrei seu pescoço como se fosse o de uma galinha. Merda merda merda… Respirei fundo e me acalmei, o calor das malditas balas ia esfriando dentro da pele, mas tive que arrancá-las com os dedos mesmo e isso dói. Alá, Rambo mordi um pedaço de pano para não gritar e as tirei, caralho vocês não imaginam como a porra de uma bala dói.

    E ainda tinha o corpo do infeliz, bom essa é a parte que mais gosto. Cavei uma cova com as mãos mesmo e o enterrei por ali… Maldito apodreça no inferno…

    Tudo isso ocorreu em 22 minutos no meu início de noite entre as 19 e 20 horas, ou seja, ainda sinto um pouco de incômodo onde levei os tiros, mas a cicatriz já se fechou. Claro que estou longe de Floripa e vou ficar um bom tempo sem ir para lá. De qualquer forma ainda estou na estrada e parado em um posto, não chove mais, mas já estou quase em casa…

  • Carnaval, sexo e a fome de um vampiro

    Meu pai (humano) uma vez me falou sobre o carnaval. Uma festa antiga criada pelos gregos e trazida para o Brasil em meados dos anos de 1725, ou antes, e ocorria aos moldes europeus na forma de festas de máscaras. Naquela época já se ouvia falar em rei momo, columbinas e afins, algo que hoje é esquecido, pois se tornou apenas sexo e drogas sem rock ‘n roll…

    É muito difícil esquecer-se dessa época, pois foi nela que deixei de ver o sol. Época que conheci o meu tio e uma época que me divirto e encho a pança… O carnaval é a verdadeira delícia para um vampiro muitas fantasias, muita gente bêbada e por conseqüência muitos pescoços esperando para serem mordidos.

    Acabei de acordar o dia terminou meio nublado com chuva e aproveitei para tirar mais algumas fotos. Na verdade tirei algumas durante o carnaval e já as publiquei no meu Orkut. Espero que gostem…

    Por falar em acabar de acordar novamente estou com esse gosto de guarda chuva, isso parece pior quando bebo sangue de algum pinguço. Vocês não imaginam como o hálito fica horrível quando se consome apenas sangue. Ui galego não precisavas ter dito isso… ahhh pessoal, isso é problema humano, claro que é enfatizado pelos meus hábitos alimentares, mas hoje os famosos anticépticos bucais resolvem o problema. Antigamente a coisa era difícil…

    Essa é uma das coisas que sempre tento mostrar por aqui onde nem tudo são flores, nem tudo é resolvido com um rostinho bonito e nem tudo é feliz para sempre.

    Mas voltando ao assunto do carnaval eu estive fazendo as contas e nessas 4 noites fiz 3 vitimas. Não gosto de usar essa palavra “vítima”, por que me trás um pouco de culpa, prefiro usar o termo “cortei o barato de uns vagabundos”… Não matei nenhum deles, me alimentei o máximo que pude e dei aquela clássica lambida para não deixar cicatrizes. Um possível estuprador, um trombadinha viciado em crack e um travesti ladrão, só coisinha boa…

    E o seu carnaval como foi?

  • Bruxas nos meus sonhos?

    Bruxas nos meus sonhos?

    Ok ok bruxinhas de plantão quem foi a engraçadinha que decidiu invadir os meus tranqüilos sonhos? Não sei se foi apenas uma coincidência por termos falado nesse assunto nos últimos dias, mas tirei um cochilo entre as 6 horas de hoje até agora a pouco as 8:20…

    “Coisa bizarra” como diria um grande amigo… Uma mulher de aproximadamente uns 60 anos com cabelos do loiro ao branco, surgiu em minha frente como uma aparição. lembro de estar em um lugar onde tudo passava mais lentamente, como se estivéssemos em baixo d’água. Eu ali vendo a vida passar e quando menos esperava me surge esse “trambolho” na frente.

    Claro que levei um grande susto e acordei logo em seguida, mas ela me disse algo e não consigo lembrar, mas tinha fogo no meio…

    Se alguém tentou se comunicar comigo teve sucesso, ok? Mas por favor seja mais direto…

  • Calor dos últimos anos e Filas nas praias

    Volta e meia eu digo coisas excepcionais que os vampiros podem fazer, conto de ações incríveis como voar, ler mentes, infiltrar-se no mundo dos sonhos, e resistir ou regenerar ferimentos. No entanto quero deixar manifestado aqui minha indignação com as filas do litoral de Santa Catarina.

    Você acha que vampiros não pegam fila? Quem me dera pudesse sair por ai feito doido na contramão como se fosse um insano mesmo e não me preocupar com as regras, polícia e afins. É triste meus amigos mas não posso, infelizmente a vida real é diferente dos filmes e quando estou de carro como ontem a noite, em que voltava de uma cidade chamada Bombinhas atingi meu limite de paciência. Na verdade fiquei mais puto ainda por não ter ido de moto como sempre.

    Como vocês devem estar sabendo aqui no sul do Brasil tem feito muito calor, atingiu-se em algumas madrugadas da última semana algo perto dos 36 graus. Isso é algo incomum para este lugar, mesmo estando no verão como é agora. Em virtude disso os banhos de praia noturnos viraram a sensação do momento.
    Um vampiro sente menos calor que um humano, mas mesmo assim continua sentindo, então banhos noturnos são uma ótima pedida. Sem contar que eu não ia deixar de ver algo inédito: a praia cheia a noite. Eu fiquei imaginando, se está lotada a noite de dia deve estar o caos.

    Antigamente as pessoas também iam a praia, isso já é um hábito antigo, lógico, mas que atualmente ganhou mais força. Os corpos estão mais a mostra e ao que me parece a sensação de calor aumentou. Percebam que eu disse a “sensação de calor” e não o calor em si. Eu tenho visto falarem muito na mídia sobre a temperatura aumentar, mas muitos de vocês devem desconhecer os ciclos da terra e como ela esquenta e esfria ao longo dos anos.

    Lembro-me de um lugar em Portugal no ano de 1887 onde os agricultores reclamavam do excesso de calor e falta de chuvas. Depois de um tempo acabei sabendo que foi uma década ruim para eles, mas que passou e hoje é tranqüilo por lá.

    Ao meu ver a mídia tem se tornado criadora de pânicos, quem diria, eles eram tão bons com sues folhetins, cartoons e afins e hoje são alarmistas. Nunca vou esquecer de uma capa de revista do ano de 2008 quando teve aquela famosa gripe do frango e eles diziam que muitos milhões de pessoas morreriam até 2010. Estou até hoje esperando o inferno nessa maldita fila da saída da praia…

  • O Jardim Secreto para o Éden

    O Jardim Secreto para o Éden

    Esses dias estava vasculhando a internet atrás de algo produtivo e interessante. Às vezes é difícil encontrar agulhas em meio a tanta palha, mas enfim achei um documentário que mostra uma visão interessante do famoso Jardim do Éden.

    Ai não o vi até o fim pois é dividido em 8 partes mas até onde vi, gostei bastante da narrativa.

    Fica ai então aquela dica para os tantos que me perguntam sobre livros, documentários e afins. Sei que não muito a ver com a temática deste blog, mas no fundo a magia é a mesma, não?

    Bruxinhas queridas o que me dizem?

    Parte 1/8
    Parte 2/8
    Parte 3/8
    Parte 4/8
    Parte 5/8
    Parte 6/8
    Parte 7/8
    Parte 8/8

  • Para minha Amada Beth

    Para minha Amada Beth

    Muitos de vocês já me viram falar aqui sobre sujeira, escória, maldade, sangue, mas hoje o papo será diferente, falarei do maior sentimento. Um sentimento que está presente em todas as criaturas desde Gaia até o inferno. Sim, depois de muitas andanças pude perceber que até mesmo na escuridão sem sol existe, amor!

    Hoje é 18 de janeiro, é aniversário de uma capricorniana muito especial, uma mulher inteligente, linda e que sabe o que quer. São muitas as qualidades que poderiam definir minha doce Beth, mas como todo bom e ciumento namorado eu não vou falar muito para não criar à famosa “invejinha”. Não que eu acredite nisso, mas sabem como é, prefiro me precaver, pois sei que algumas pessoas são únicas em nossas vidas, por mais que se tenha uma eternidade pela frente, não se acham duas pessoas iguais.

    Outro dia minha grande amiga Anthares, perguntou se Elizabeth não poderia ser uma reencarnação de Suelen, eu não me recordo se cheguei a comentar com ela, mas acredito que não. Pois eu perceberia semelhanças…

    Minha doce e amada Elizabeth, neste momento estás longe e deixas meu coração partido, não é tua culpa, nem minha afinal temos nossas vidas (e não-vidas) que nos levam por caminhos separados. Por varias vezes tenho lhe dito que tudo isso faz parte de um grande processo, onde precisamos aprender e conquistar nossa própria liberdade. Como toda bruxa tu deves aprender com as antigas, de tal modo que possa criar teu próprio “Black book”. Eu por minha vez vou vencer os demônios que prendem meu clã.

    Eu nunca te disse isso que vou dizer, mas quando durmo vago no mundo dos sonhos, em busca da sua alma e tento protegê-la. Às vezes consigo te ver em uma sala assistindo televisão, com um menino de cabelos claros e cacheados sentado a mesa desenhando… Vocês estão felizes… Será possível?

    Quantos dias faltam? Quantos meses ainda faltam para que possamos ficar juntinhos como sempre nos confidenciamos? Está mais perto minha amada, continue rezando e confiando que o mal irá sucumbir aos teus puros desejos^^

  • Lobos Guará e o gene da fúria!

    Dando continuidade aos estudos sobre a doença dos peludos, fui até os cânions perto da cidade de torres -RS. Na verdade juntei o útil ao agradável, pois fazia tempo que eu queria passar a virada de ano tomando banhos de cachoeira em meio a selva intacta.
    Mas falando de negócios, este estudo que comentei acima consiste em uma pesquisa iniciada por meu tio em 1892, que tem por objetivo a identificação de uma espécie de “cura” para a doença dos lupinos. Ao que tudo indica todos os humanos estão aptos a se tornarem estas bestas, desde que tenham esse gene ativado. Por isso minha busca incessante por estes demônios.
    Depois de contatar alguns nativos Guará (lobos selvagens da região) fiquei feliz ao saber que a raça não possui membros infectados. A matilha também teve pouco contato com seres humanos e vive naquela região a mais de 200 anos. Seu porte é menor se comparados aos populares lobos da América do norte, mas sua fúria é similar. Minhas andanças pelo sul do Brasil estão confirmando portanto a teoria de que o Sul da América está livre deste mal.
    Sobretudo acalmem-se, é difícil ter o gene dos peludos ser ativado, para que isso ocorra a pessoas precisa ter algum familiar em sua linha de sangue com essa ativação ou ser mordido, arranhado ou ter mantido relações sexuais sem proteção com algum “ativado”. Como existem poucos ativados no mundo, a situação é tranqüila, por enquanto…
    Em todos os casos cuide-se! A menos que você seja uma bruxa aquele “gatinho” inofensivo pode sugar teu sangue ou te deixar com raiva e peluda…

  • A vingança – Parte Final

    Foi ouvindo as palavras de Franz que meu lado sombrio foi se acalmando…

    – Galego, acalme-se… Tu atingiste ao que chamam os antigos de nível bestial. Nossa família como tu sabes possui o dom da mutação que nos permite a transformação em quase todos os tipos de mamíferos, desde que o peso seja equivalente ao nosso, claro…

    No mesmo instante em que ouvia aquelas palavras eu me sentia estranho, inclusive pensei que pudesse ter sido contaminado por algum vírus ou bactéria dos peludos, mas não o era. De acordo com Franz eu tinha atingido um grau maior em minhas habilidades, algo raro entre os nossos e que ocorre em poucos. Esse nível de habilidade permite ao vampiro se transformar no que lhe incomoda e naquele dia foi em um maldito peludo. Não que eu tenha virado um lupino, mas assumi algumas peculiaridades dos que me atacavam: o fedor, a força, muitos pelos, surgiram músculos em lugares que eu nunca achei que tivesse e as feições animalescas de lobo contaminaram minha humanidade.

    Deixando a parte cultural de lado… Estávamos nos três e o maldito peludo. Franz se concentrou na leitura da mente do infeliz e enquanto menos esperávamos o matou com um golpe certeiro no peito. Sugou o infeliz o quanto pode e ao final de seu momento “lanchinho da noite”, limpou a boca com um guardanapo que havia em seu bolso e nos disse:

    – Desculpem meus amigos eu estava com fome, pois bem, consegui algumas informações interessantes na cabeça do peludo, inclusive vi algo parecido com o colar que tu procuras Galego. Ao que tudo indica aquele colar é uma espécie de amuleto ou símbolo utilizado por um grupo de “lobas” do novo mundo, mais precisamente de um grupo isolado de nativos indígenas Navajo. Inclusive um dos peludos que exterminamos hoje tinha ligação com essas Navajo e venho para cá em busca de uma espécie de amuleto antigo que deve estar na carroça.

    Fomos até o veículo e para nossa surpresa não havia nada em seu interior, Zé que é especialista em compartimentos secretos, fitou em um canto algo que parecia ser uma alavanca. Ao puxá-la um dos bancos se movimentou, o levantamos e lá estava uma caixa de chumbo negra, com apenas uma abertura por onde deveria entrar uma espécie de chave.

    Pensei comigo: índios, peludos, caixa secreta… O que diabos tudo isso tem a ver com a morte de minha amada Su. As coisas estão tomando um rumo diferente. Não estamos mais fazendo vingança, estamos atrás de uma quadrilha…

    Isso mesmo exclamou Franz olhando para mim. Maldito leitor de mentes, disse eu. Zé que estava perdido comenta:

    – há há há  vamos me contem…

    -Eu estava pensando que esses malditos peludos fazem parte de alguma facção que rouba artefatos. E isto está fugindo do objetivo inicial de nossa vinda para cá.

    Franz que nunca deixa o seu lado metódico de lado nos fala:

    – Ok Senhores temos algo que eles querem e com certeza virão atrás de nós, podemos ficar aqui esperando e talvez morrer ou ir atrás dessas vadias peludas e vingar a morte de nossa querida Suelen.

    Eu que estou sempre ansioso por uma boa aventura digo:

    – Humm, eu voto em irmos atrás delas e as pegarmos em seus próprios canis. Essa vadia que acabou com Suelen, também fazia parte daquele maldito pelotão que nos expulsou de nossas casas em Berlim e está mais do que na hora de ir para o além. Se pudermos acabar com seus negócios é consequência, mas vamos manter o foco. Não somos os salvadores do mundo, nem temos tempo para isso. (naquela época eu não queria saber de ajudar os outros e apenas tinha em mente vingar a morte de Su).

    Após um discurso que inflamou meus companheiros, resolvemos ir para os EUA. No Caminho lembrei-me de um velho amigo de Franz chamado Hector, cria do velho Barba Negra e um dos maiores piratas que já conheci. Ele também era vampiro e nos levou confortavelmente no seu barco até o sul do Texas. Onde tivemos que seguir a pé por muitos quilômetros até conseguir uma boa carroça fechada e um par de cavalos.

    Os EUA enfrentavam um período pós-guerra civis, muitas cidades haviam sido destruídas, tantas outras se tornaram fantasmas e então foi até fácil circularmos por todos os lados até que se conseguissem boas informações sobre a possível localização da maldita tribo.

    O ouro que carregávamos conosco valia muito, e nos permitiu viver como reis durante certo tempo… Equipamos-nos, fizemos alguns mercenários de vassalos e fomos para guerra. Quem não soubesse dos antecedentes acharia que aquilo tudo seria um massacre dos clássicos: Índios versus Cowboys. Triste realidade, tudo seria muito pior…

    Hospedamos-nos em uma cidade próxima a tribo, que se não me falha a memória chamava-se Amarillo. Na época esta cidade tinha mais de 25000 pessoas então não foi difícil nos escondermos por uns tempos.

    Na cidade descobrimos onde se escondiam as peludas, inclusive soubemos do ódio de alguns cidadãos para com elas. Muitos acreditavam na lenda de que elas eram feiticeiras ligadas aos coiotes que viviam nas redondezas e que algumas crianças que haviam desaparecido, foram utilizadas em rituais macabros. Pobres ignorantes, mal sabiam o que realmente as bestas faziam com as crianças. Carne fresca…

    Decidimos que atacaríamos, mas que primeiro era preciso espionar para ver onde estávamos pisando. Isto era uma missão para o invisível Zé, que se encobriu e levou consigo mais um vassalo. Já era quase manhã quando ouço batidas leves na porta do quarto. Era Zé, preocupado…

    – Eles são muitos… não temos a menor chance, mesmo que não sejam todos peludos, são mais de 30 somente naquele acampamento. Somos apenas 3 vampiros e alguns vassalos.

    Pensei por um instante e resolvi chamar Franz e lhe contei o que Zé havia visto. Decidimos armar uma emboscada, contar um pouco com a sorte e com o poder da pólvora e do fogo. Como se dizia naquela época “nos armamos até os dentes” fizemos algumas balas de prata e na quarta noite fomos encobertos por Zé e invisivelmente colocamos fogo nas ocas feitas de couro, peles e madeira. Era muita correria, gritos, gente chorando e sim! Lá estavam as peludas. Elas se transformaram em nossa frente… Babavam, fediam e uivavam tentando nos amedrontar. Disparamos vários tiros, que se misturaram com a fumaça e transformaram o local no perfeito inferno. Depois de algo em torno de 10 min. Não senti mais a presença das lobas… O silêncio era apenas quebrado pelos estalos do fogo que queimava tudo naquele acampamento macabro.

    Fiquei por alguns instantes extasiado e observando aqueles corpos grotescos se desfazerem, meus olhos não piscavam e naquele instante percebi que depois de tudo o que fizemos eu ainda não tinha esquecido a morte de Suelen. Franz me puxou, subimos nos cavalos e voltamos para o hotel.

    ***

    Depois de alguns meses eu estava novamente na velha Nossa Senhora do Desterro. Zé e Franz voltaram para a Europa atrás de alguém que soubesse algo da caixa de chumbo e eu estava de férias na minha querida ilha. Apesar de tudo, os pesadelos tinham acabado, mas eu ainda estava sem um objetivo concreto. Precisava de algo que me fizesse esquecer ou amenizar a lembrança de Suelen. Até que em uma das noites eu resolvi vagar pela praça XV de novembro. Um dos principais pontos de encontro da juventude na época. Eu não esperava ver nada além de alguns poucos desocupados, mas lá ocorreria algo que mudaria minha não-vida para sempre.

    Uma velhinha, a senhora Götter voltava para casa depois de um longo dia de orações na catedral, quando teve sua bolsa roubada por um infeliz, que correu em direção ao trapiche que ficava próximo ao mercado público. Como eu estava com fome não pensei duas vezes e corri atrás do meliante. Ao me aproximar agarrei-o pelo braço, ação que deslocou seu ombro e o fez gemer de dor. Tapei a sua boca com uma das mãos e com a outra o imobilizei. Tomei a sua vida… Esfaqueei sua garganta e o joguei ao mar.

    Devolvi a bolsa para a velhinha, que me agradeceu e nem reparou na minha camisa suja de sangue, apenas me perguntando se eu estava bem… Foi uma sensação ótima! Eu tinha feito o bem para alguém e o mais importante: Tinha livrado minha cabeça dos sentimentos sobre Suelen. O corpo do infeliz foi encontrado logo pela manhã por alguns pescadores e por sorte a senhora Götter guardou segredo até o fim de sua vida…

    Depois daquele momento eu encontrei um novo motivo para continuar com minha não-vida. As lembranças ruins se ocultaram no fundo da minha alma e desde então eu tenho um motivo para matar, eu tenho um motivo para ser o que sou e principalmente tenho um motivo para a vingança!