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Novos laços – pt3

Abri os olhos e a minha frente estava Audny. Seus grandes olhos verdes me observavam com curiosidade. Tomei um susto! Me movimentei para trás…

– Calma – Disse ela sorrindo, mas aquele sorriso simpático no qual os olhos fecham.

Veio o sentimento de amor, misturado com ódio, medo e diversos outros sentimentos bons e ruins. Sendo a maioria bom, em função de eu ter bebido seu sangue. Enquanto absorvia tudo isso, procurei por Pepe, mas não vi nem senti sua presença.

– Poderia eu falar com vossa mercê em português ou Sprechen Sie lieber Deutsch?

– O teu alemão tá estranho e português anda bem arcaico, mas como estamos no Brasil, o português vai ser necessário… Onde está a minha cria?

– Cria, mencionas tu, a neófito?

– Sim isso a Penelope, mas chama ela que Pepe. Ela não gosta do nome completo…

– Ela se pôs a correr, tão logo dei-lhe sangue humano. Um pouco daquele que havia em tais garrafas exóticas. – Apontou as térmicas, que estavam quebradas próximas ao caixão.

– Percebo que ficou curiosa e quebrou as garrafas?

Ela sorriu fechando os olhos novamente e me encantou sem precedentes. Filha da mãe…

– Estava eu com o tédio e curiosidade aflorados.

Comecei a me levantar, a cabeça estava pesada…foi quando diversas imagens, pensamentos e situações surgiram. Sentei-me novamente. Fechei os olhos e me via tomando uma surra de socos e chutes de Georg, depois ele me chamou de besta imunda e acorrentou minhas mãos no que parecia ser uma cela. As mãos eram femininas, então logo de cara percebi que eu estava vendo o passado de Audny.

Diversos outros momentos surgiram, inclusive com Audny consumindo o sangue de crianças, em algumas situações apanhando novamente ou levando tiros no que parecia ser alguma guerra. O que me chocou mais foi a forca no qual ela estava presa, como se estivesse em algum julgamento. Senti a dor no pescoço e abri os olhos.

H2 e Franz estavam segurando Audny. Ao mesmo tempo Franz olhava fixamente para os olhos dela. Ele estava usando seus poderes mentais. Sebastian me ajudou a levantar e Pepe surgiu por último com uma roupa trocada e ficou ao longe observando tudo. Depois de cair na real resolvi interromper o Franz:

– Calma Franz, não é culpa dela, o Georg…

– Cala boca, tô vendo aqui – Disse ele com seu jeito cavalo de sempre.

Alguns instantes depois ele a soltou, pediu pra H2 fazer o mesmo. Percebendo que estava solta fisicamente e com seus pensamentos, ela se encostou na lápide ao seu lado. Colocou as mãos no rosto e pôs-se a chorar. As lágrimas de sangue lhe escorriam pe rosto, mãos e caíram nas roupas. Peguei uma das toalhas que estava mais limpa e me aproximei para oferecer apoio.

Fui surpreendido por uma vampira linda de mais ou menos 1,70 procurando proteção em meu peito. Abracei-a e ela procurou conforto, senti seu corpo macio e a sensação de mármore havia ido embora. O que Franz teria feito em seus pensamentos?

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