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Trabalho para o vampiro: refúgio

A noite veio e com ela a necessidade da mudança do nosso refúgio. Pepe até que conseguiu descansar um pouco, eu passei aquele final de tarde fazendo ligações, procurando um novo local e juntando nossas coisas em algumas mochilas. Perto das 21h saímos. Olhamos duas, três ou até quatro vezes para ver se não havíamos esquecido nada. Colocamos as coisas nos carros, depois fiz checkout e fomos para o novo refúgio.

Circulamos pelas ruas centrais por um tempo e depois entramos nas escuras e desabitadas vias rurais. Em determinado momento eu lembro que o carro de Pepe vinha logo atrás, mas seus faróis se apagaram de abrupto. E tudo o que ouvi com a minha audição aguçada foi uma longa freada e o arrastar dos pneus pelo asfalto esburacado. Parei no acostamento, abri os vidros e antes de descer dei uma boa ouvida no ambiente, mas apenas as cigarras e sapos se divertiam naquela noite.

A meio caminho do novo refúgio

Desci e corri o mais rápido que pude em direção ao outro carro. A porta do motorista estava toda torta como se algum acidente tivesse acontecido. Pepe não estava ali e eu sentia sua presença sobrenatural de uma forma muito fraca. Na hora eu pensei o pior, puxei as duas pistolas, que sempre estão engatilhadas e apenas as destravei. A medida que fazia isso eu tentava sentir se havia mais alguém ali, mas meus sentido estavam bagunçados.

Perambulei por todos os lados, até que fui atingido na cabeça por algo. Fiquei tonto… Tudo ficou meio escuro e eu lutei com todas as minhas forças para me manter atento, mas as coisas começaram a acontecer em flashes. Eu piscava, levava socos e chutes. Então piscava novamente, cara, aquilo não parecia ter fim. Foi quando tentei minha transformação bestial e algo bloqueou o uso completo dos meus poderes.

Em determinado ponto e depois de atirar para qualquer lado em vão as armas travaram sem balas e eu estava sendo jogado de um lado para o outro e aquilo não parecia ter fim. Mas tudo tem um fim ou uma pausa. Inicialmente, um deles já estava ofegante e parou. Os outros continuaram o espancamento e eu já estava no chão em posição fetal, apenas protegendo a cabeça, quando alguns tiros foram dados próximos a nós. Um deles soltou:

– Caraio Altair, vai lá vê se a menina ta dando trabalho pro Osias! – Disse um deles.

Uma breve pausa na surra

Foi a pausa que eu precisava para ter alguns segundos de regeneração e recuperação dos sentidos, que começaram a voltar aos poucos. Por entre os dedos, que encobriam a minha cara, eu percebi a saída do tal Altair e havia só dois ali comigo. Decidi aguardar mais alguns instantes antes de tentar fazer algo, um deles ainda recuperava o fôlego e mesmo que falou antes falou novamente:

– Esse ai já era, recupera logo essa merda de fôlego e vai lá pegar a corda, anda porra!

Foi tempo ideal para eu me recuperar e na primeira piscada que ele deu eu me desvirei, me apoiei com um dos braços e pulei nele. Foi um ataque de improviso e descoordenado, mas suficiente para que ele caísse abaixo de mim. Ele era mais forte que um humano normal e tentou me segurar com algum tipo de manobra marcial, talvez jiu-jitsu. No entanto meus quase 100 quilos e a força sobrenatural foram suficientes para que minha boca se aproximasse de seu pescoço.

Na primeira mordida eu arranquei parte da pele e alguns nervos, o sangue jorrou! Bebi o que pude, mas ele ainda resistia. O primeiro gole desceu queimando, o segundo não queria descer e começou a dar ânsia, seguida por um inevitável vômito. Era um sangue vampiresco diferente, algo que eu não conseguia consumir e foi ali que ele se soltou e recebi a segunda batida na cabeça.

Mais flashes e fui amarrado. Outros flashes, eu fui arrastado e tentei me soltar. Um último flashe… recebi uma última cacetada na cabeça.

Apaguei.

5 comentários

  1. Apanhou feio, vampiro. Tem que levar um lança chamas nesse carro pra se defender. Armas de baixo calibre n adianta muito com seres sobrenaturais é o que se escuta

  2. Nossa mano, que coisa, é Fer, tá na hora de se municiar melhor contra seres sobrenaturais, porque nunca se sabe o que vai encontrar, ou acontecer … Eles estão por toda a parte, agindo em todos os lugares, e ainda bem que vc sobreviveu pra contar pra gente …

  3. Me preocupo pois, já passei por alguns perrengues com espíritos malignos e te falar viu … É osso duro de roer, vampiros pelo o que eu pude entender ? Caramba … Do que esses caras são feitos pra te derrotarem nesse instante ? Porque cara tu é forte pra caramba …e com certeza mais velho que eles .. enfim só foram pontos que achei estranho aqui acrescentar … Só saberemos nos próximos capítulos rsrs…

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