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Trabalho para o vampiro: uma seita

É normal em investigações a gente ir de um lado ao outro, encontrar uma seita, um grupo, ou mesmo indivíduos, em prol de algo que machuque outros. Isso vem dos primórdios, onde se sacrificavam virgens para os deuses para uma melhor colheita. Para se obter a força daqueles que foram derrotados ou ainda por simples e mero prazer.

Quando focamos num  grupo ou seita, o papo muda um pouco. Continuamos atrás de indivíduos que buscam algo, mas isso é amplificado pelo coletivo. De acordo com William James, quando duas pessoas se encontram há, na verdade, seis pessoas presentes: cada pessoa como se vê a si mesma, cada pessoa como a outra a vê e cada pessoa como realmente é.

Sobretudo, lidar com uma seita requer cuidados especiais, ainda mais numa cidade pequena e foi ai que as coisas apertaram.

Polícia ajudando a seita?

Na tarde do próximo dia dormíamos e o telefone do quarto tocou. Era da recepção do hotelzinho e a moça estava assustada. Um casal de policiais gostaria de subir ao quarto para uma verificação.

Autorizei a subida, acordei Pepe e deixamos os documentos a mão. Três batidas firmes na porta e de prontidão abri.

– Sim, pois não. A que devo a visita? – Falei.

– Boa tarde, sou a policial fulana esse aqui é meu colega cicrano, estamos investigando o sumiço do beltrano. Recebemos uma denúncia anônima de que um homem alto, que se diz amigo do beltrano esteve procurando por ele em seu trabalho e há uma suspeita que de possa ser o senhor.

– Certo, senhora. Suponho que possua um mandado ou algo do tipo para vir até aqui com uma suposição e incomodar o descanso meu e da minha filha?

– Veja bem é que a situação…

Interrompi.

– Tem ou não?

– Não, mas…

Eu ia fechando a porta quando o cicrano colocou a bota, para que eu não conseguisse fechar. Para o azar dele minha força estava a toda e continuei apertando. Cheguei a ouvir estalos da madeira, a medida que eu apertava e mantinha o olhar fixo nele. Obviamente seu pé começou a doer e ele soltou um gemido, seguido de um pedido: “Po-por-favor!”

Parei a pequena tortura, reabria porta e soltei: – Sim, há mais alguma coisa em que eu possa lhes ajudar?

Uma pequena ameaça

O cicrano levou rapidamente o pé para trás e disfarçou a dor com duas pisadas fortes no chão. Segurou a dor e falou:

– É bom cê larga de moage! A gente vai voltar aqui com os papel e cê vai vê!

– Percebo um tom de ameaça no senhor? Entendo que caberia aqui um boletim de ocorrência por importunação e abuso de autoridade. Vou ter de me dirigir até o delegado de vossa comarca ou posso continuar meu descanso vespertino?

Olhei fixamente o cicrano nos olhos, ele ficou intimidado, baixou a cara e puxou a fulana pelo braço, depois se viraram e foram embora.

– Ferrou Fê, até a polícia tá envolvida nisso, e agora? – Soltou Pepe preocupada.

– Relax, só vamos precisar ver outro hotelzinho e sumir um pouco. Pode descansar. Vou fazer umas ligações aqui e a gente já troca no início da noite.

Reportei, a abordagem, os envolvidos e tudo mais que havia acontecido até então para meu amigo na PF. Fiquei até a noite vasculhando o mapa da cidade a procura de um local para a gente ficar.

Um comentário

  1. Cara que seita será essa, o que será que eles querem ? Qual finalidade de tudo isso ? Por isso deram este trabalho a vc Ferdinand … Porque viram que vc seria capaz de resolver … Mas até mesmo para um vampiro com poderes tão legais quanto os teus sempre tem de se ter muito cuidado !

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