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Um encontro excêntrico e sádico

Estava aflito, bem na verdade o que me incomodava era a o fato de estar atrasado para aquele encontro. Detesto depender do transporte público, ainda mais naquela época onde as estradas e os veículos eram muito precário.

Apesar de tudo, cheguei 3 ou 4 minutos antes das 20 e por sorte restavam alguns poucos degrau até a o seu studio. Um lugar afastado do centro, ainda repleto de vizinhos, mas em virtude das paredes grossas e das fábricas ao redor havia certa privacidade.

Nesta época nosso relacionamento era muito próximo e ainda havia aquela paixão pelos novos aprendizados entre aluno e professor. O Doutor, era frio, mas a forma como ele me falava, me encantava. Eu me sentia hipnotizado por seu jeito meticuloso e aquilo de certa forma confortava minha mente perturbada.

Naquela época como falei aqui, eu passava por um momento difícil, onde inclusive assumi outra personalidade e nome. Acho que explosão, seria uma palavra adequada para aquele momento…

Chá da tarde noite

– Estás atrasado para nosso encontro!

– Faltam uns minutos ainda, não?

– Sabes que preso pela pontualidade! Sem mais…

Diante aquela recepção eu apenas me sentei, baixei a cabeça e aguardei pelo roteiro daquela noite. Diante de nós havia uma mesa redonda, arrumada com uma tolha decorada com flores pintadas a mão. Sobre ela havia apenas uma sineta, que o doutor tocou exatamente as 20 horas.

Depois de alguns segundos veio até nós um garoto seminu, de estatura baixa, com uma mordaça em sua boca tipo aqueles freios de cavalo. Ele usava uma cueca aparentemente nova de couro marrom e trazia em suas mãos duas seringas de metal.

Seu corpo estava limpo, sem manchas ou sinais de machucados. Tão logo parou ao nosso lado, percebi que suas pupila estavam dilatadas o que indicava o uso de algum entorpecente ou até mesmo dos poderes do Doutor.

– Nesta noite vamos estudar um pouco mais sobre o famoso tecido liquido, vulgarmente chamado de sangue, que sustenta nossas sobrevidas. Meu Assistente foi devidamente preparado…

Diante disso, ele pediu para que o assistente ficasse de joelhos ao nosso lado e pusesse as seringas sobre a mesa. O Dr. pegou uma delas, injetou diretamente na aorta e sacou dali alguns mililitros. Ao remover a seringa o sangue espirrou e aquilo excitou meus caninos.

Um encontro hematológico?

Cuidadosamente ele pegou dois copinhos de shot de um dos bolsos e “serviu” igualmente ambos dizendo: “Deguste!”. Segui sua orientação a medida em que ele fazia o mesmo e falava:

– Hummm, sinto pouca presença de elementos artificiais, deveras, sua alimentação é precária de cálcio, percebes isso meu pupilo?

Pensativo, eu fiquei por um tempo. Até que ele terminou sua degustação e injetou a segunda seringa noutra parte do pescoço do mancebo. Novamente ao retirar a seringa o sangue se esvaiu, mas a quantidade geral não comprometia nenhuma função do rapaz, que continua seu torpor.

Novamente experimentei e aguardei suas considerações…

– Percebes desta vez alguma diferença? Na tua idade eu já sabia diferenciar todos os tipos sanguíneos. Alguns componentes e inclusive sua origem. Contudo, não te preocupes, sei que esta noite trará novos gostos ao teu paladar… Venha vamos para o porão, estou ansioso para rever meus instrumentos.

5 comentários

  1. Mais uma história incrivelmente interessante e exitante, amei!😊

      • Uma vez o Fer disse que o Fred sabia diferenciar o tipo sanguíneo pelo gosto e cheiro, acho que foi em um dos posts mais antigos aqui do blog, ahhh O Doutor sempre gentil, kkk nessa época deve ter sido um aprendizado e tanto em Fer… O Doutor sempre disposto a te ensinar. Sinto que teria continuação ? Fiquei com um gostinho de quero mais. Rsrs

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