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Amores do Barão

Outro dia eu vos contei que o meu tio, o Barão e Líder do nosso clã, também possui algumas de suas histórias guardadas em diversos livros ou diários. Todavia, como ele está neste plano há muito tempo, mais do que a grande maioria de vocês poderiam imaginar, a linguagem que ele utiliza é muito arcaica. Então quando nos sobra tempo, Sebastian e eu fazemos algumas traduções destes materiais, sendo nossa maior expectativa, o fato de poder trazer parte da antiguidade para vocês. Esperamos que gostem de mais esta história, que ocorreu em 1312.

Há mais ou menos quatro solstícios atrás, eu enfrentei o sofrimento da perda de minha companheira Adalheid.

Durante muito tempo ela teve algum tipo de doença, que paralisou seus membros, inclusive perto do fim era difícil manter-me por perto, diante aquele corpo praticamente imóvel a cama. Foram vários os dias em claro pesquisando medicamento, rituais ou qualquer tipo de droga que pudesse ao menos lhe proporcionar uma breve melhora. Tantas noites em busca de conhecimentos fora de nosso castelo, que hoje eu me culpo por não ter passado mais tempo próximo de seu leito final.

Sei que eu não deveria ocupar tanto do meu tempo com uma humana, ainda mais por que tínhamos muitos problemas para resolver. Nosso castelo ocupado durante o dia por Ghoulsera alvo de constantes tentativas de invasões ou saques, e nem mesmo aqueles pobres coitados, que viviam marginalizados nas plantações nos davam sossego.

Adalheid tinha pouco mais de 23 anos e não queria passar por tudo o que passei. Insisti por várias vezes que ela poderia ser uma sanguessuga, talvez fosse a mais bela de todas, mas ela não suportava o fato de ter de se alimentar de sangue. Inclusive quando soube que eu agia de tal forma teve uma piora de seu estado mental. Ficou louca como dizem e inclusive me recriminou como um monstro pelo inverno inteiro. Diante os fatos, só me restou proteger sua constituição humana e zelar, que nada de pior pudesse lhe acontecer.

Apesar de eu ter enfrentado longos anos desanimadores, recebi a duas luas atrás a notícia de que um aliado solicitou minha presença em suas terras.  Sabe-se lá o que ele quer de mim, mas servirá para distrair minhas noites e mudar o foco dos meus interesses.

Nota: O velho Achaïkos Nileas não estava em Berlin nesta época e seu território compreendia a região da antiga Constantinopla, em meio à disputa de poder entre Latinos e Bizantinos.

11 comentários

  1. nóssa que historia triste mais legal, é ser vampiro tem seus autos e baixos

  2. Coitado dele… Mesmo ela o chamando “monstro”, ele continuou a querer protege-la, muito querido mesmo. *-*

      • Deve ser difícil para todos vocês carregarem esta dor uma vida inteira, já que vivem para a eternidade se ninguém vos matar… Se para o ser humano é difícil , não consigo imaginar vocês… (não é que alguma vez tenha sofrido algo do género, mas imagino)

  3. Creio que aprendemos a viver com a dor…. Por mais que demore a cicatrizar…. Ou. Simplesmente não,cicatrize, porém acabamos convivendo com isso… Ela não quis se transformar, e ele respeitou isso… Sabendo que mais cedo ou mais tarde ela iriia embora…

    • Você deve de ter razão na parte da dor… Mas eu acho que uma coisa é chamar “Monstro!” e outra coisa é dizer “Não quero ser transformada.”…

  4. Pra algumas pessoas é difícil aceitar a verdadeira aparência de alguém.. O Barão apesar disso cuidou dela… Pelo que li na história ela não reclamou dos cuidados dele hehe, só do jeito que ele é, o recriminou por isso…enfim.. Vai de pessoa pra pessoa.

  5. Hallo schatz, estou de volta, depois dessas 6 semanas na Irland estou feliz em voltar pra casa. E claro que e uma ilha fascinante, so tenho que recomendar. Ah a istoria de Rebekka e otima, e seu tio como sempre fascinante. E uma pena que Adalheid nao quis fazer parte do mundo dele pois acredito que eles seriam muito felizes juntos. Liebling me diga se estou errada, esse e o castelo de Cochem ou nao, tenho a impressao que o conheco. Küss. Fhal.

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