Categoria: Histórias

Nesta seção você encontra historias, contos e relatos relacionados ao mundo real e sobrenatural. Verifique a indicação de faixa etária no início de cada texto.

  • Livros e materiais sobre vampiros

    É com dificuldade que escrevo este post, fazia tempo que eu não batia de frente com um peludo. Maldita besta…

    Estávamos tranquilos la no bar como sempre, até que apareceram dois sujeitos mal encarados, um deles fareja como se fosse um cachorro e com isso a galera já ficou de olho. Eu que até então estava no banheiro, chupando um sanguinho nem tinha percebido a movimentação. Ao sair do banheiro uma cadeira voa em mim e por reflexo tentei para-la com minha mão, e não é que a desgraçada quebra e um pedaço atravessa de fora a fora… cara doeu… puta que pariu…

    Tá certo nossa regeneração é ativa, conseguimos recuperar boa parte de mal sofrido, mas ela não é tão rápida quanto nos filmes, pra ter idéia essa noite tive febre, e esta merda ta doendo ainda…

    Os caras no bar eram peludos a paisana, malditos caçadores, fazia tempo que não os viamos em Floripa. E depois de muita quebradeira conseguimos nos livrar deles. A naba é que depois de tudo ainda vieram dizer que é por culpa minha, ao estar colocando algumas coisas ditas “segredos” aqui no blog.

    Já to vendo vendo o príncipe vir aqui em casa fazer mais uma ladainha, o saco…

    Para não deixar o post aqui vazio eu lhes trago algumas dicas de literatura sobre nós os chupadores de sangue malditos:

    Um dos primeiros caras que tentou mostrar nossa realidade em um livro foi John Polidori no famoso “The Vampyre¨em 1840.

    Em sua seqüencia em 1872 Sheridan Le Fanu criou Carmilla que conta a história de uma jovem em busca da vida eterna.

    Já em 1966 nos EUA foi lançada uma série de TV chamada “Dark Shadows” que conta o dia a dia de uma família que tem um vampiro como membro.

    É impossivel deixar passar em branco alguns clássicos como:  ” O drácula de Bram Stoker“, “I’m a Legend de Richard Matherson” e o “Drácula de Christopher Lee

    Todos que já pesquisaram algo sobre vampiros já devem ter ouvido falar em Anne Rice a famosa escritora de a entrevista com o vampiro, mas o que muitos não sabem é que suas obras foram baseadas em antigos documentos egípcios que falam de uns Ekimmu, entidades meio humanos meio espirito cuja época antecede a construção das piramides, ou seja velho pra xuxu…

    Bom crianças o tiu aqui ta cansado, com a mão doendo, e loco pra estraçalhar uns peludos.

    Blood Kisses ^^

    Recomendo a leitura deste post ouvindo essa música:

  • Luz do sol

    Hoje depois de algúm tempo resolvi procurar mais algumas fotos do sol, e me surpreendi pela quantidade, são uma maravilha o Google, o Fliker e o Picasa

    Entre tantas fotos que achei, a que mais me emocionou foi essa:

    sol

    O sol é a fonte de amor, saúde, alegrias, vida! Privar alguém disso é um crime!!! Não sei quem foi o primeiro  vampiro, quem foi o culpado por tal ato de maldade, se existe um Deus ou tantas outras coisas, só sei que fui amaldiçoado e isso doi. Sim, claro, doi por que me machuca de verdade, mas doi mais na cabeça. Doi quando lembro da minha família que a muito já se foi, doi pelos tempos que eu brincava com meu irmão na beira da praia de Coqueiros depois de levar quase 2 horas em um trexo que hoje se faz em 5 minutos…

    Eu invejo os mortais, eu invejo esse sol que vocês têm, eu invejo esse amor que vai durar pouco mais de 90 anos e que se tornará eterno a medida que o fim se aproximar…

    Não quero resolver os problemas da humanidade, tenho muitos para resolver, mas pensa, será que a falta de objetivos e um amor de verdade, não acabaria com tanta coisa ruim que se vê por ai?

    Ta estou filósofo demais, mas eu fico puto com algumas pessoas que se negam a ver a vida e se entregam a morte antes de vive-la…

    Post Scriptum: Este post não é dedicado a ninguém em especial, mas se o chapéu servir…

  • Post extra… Contato

    Olá crianças do sol,

    Devido ao interesse por alguns seres para entrar em contato comigo, estou disponibilizando uma área para contato que pode ser acessada no canto superior direito desta página. Ou clicando aqui.
    Infelizmente não posso passar meus contatos pessoais devido a minha proteção. Confesso que já tenho muito trabalho pra colocar estas informações todas no ar, e vivo na constante situação de medo, como se a qualquer momento alguém viesse e me matasse. Vocês não tem a noção da quantidade de comentários que recebo de ameça e que são deletados antes de ir ao ar.

    Valeu pela compreensão, prometo responder todos os contatos o mais rápido possível.

    Bju!

    Adendo: O sistema de gerenciamento do blog foi atualizado essa manhã por isso ficou um tempo fora do ar…

  • Uma noite tranquila…

    Nada como acordar e ter uma bela noite pela frente.

    Peço desculpas por ontem, tem vezes que a besta assume, por isso que é complicado ficar sem sangue, meu estoque tinha acabado, e a Lúcia ali dando sopa limpando meu quarto, já viu… Mas ela ta bem, virou minha carniçal, isso já é um bom pagamento pelos seus serviços prestados.

    Hoje quero falar um pouco sobre trabalho. Tente visualizar o diálogo:

    “- Oi bom dia o senhor Fulano por gentileza.

    – Ele não se encontra só depois das 20h, quer deixar recado?

    – Depois das 20h? Mas isso é fora do horário comercial!

    – Sim, o Fulano só trabalha a noite ele é fotógrafo noturno.

    – Nossa que estranho ele se acha um vampiro por acaso?

    – Não senhor, ele é um vampiro de verdade mesmo…

    – Ahhh hauehuaehuah que figura você, eu ligo mais tarde então e cuidado com o pescoço heim ahuehauehau”

    Cada história que minha secretária me passa, ainda bem que da pra disfarçar se não eu teria de fazer como muitos cainitas por ai e sair roubando, ou tendo negócios obscuros com testas de ferro. Na verdade, me da vontade as vezes de fazer algo mais fácil, mas sei la gosto tanto da vida de fotógrafo que é dificil deixar de lado.

    Quem sabe um dia eu monte um cassino com uma igreja universal nos fundos, afinal hoje ta normal ver cassino por tudo que é lado e uma igrejinha dessas, cá entre nós da uma granaaa e se for um culto escondido então… nem vou falar demais pra não dár idéias para os outros hehehe.

    Fui… bora trabalhar!!!

  • Vai um pescoço ai ?

    Vai um pescoço ai ?

    Primeiro o aroma que  trás junto uma sensação de euforia, depois vem o barulho do coração, eu já consegui ouvir o pulsar, aquela correnteza passando dentro de pequenos vasos, o barulho me lembra um relógio, tic tac tic tac tic tac…

    Eu não agüento, minhas mãos ficam inquietas, aperto o polegar junto dos outros dedos, vem denovo a sensação na garganta, euforia, estase, pescoço, vida…………………………

    Respiração, desejo, estase………………

    Sempre giro minha cabeça. Sabe quando se estala os ossos do pescoço? Esse é o meu “tic nervoso” depois que minhas presas se soltam da carne fresca e viva, é como se todos os meus músculos se contorcessem, surgiu um arrepio…. nossa como foi bom… o sexo ? Não, isso não tem comparação, nada se compara ao prazer de possuir, de tocar, de sentir, de provar, de lamber…

    Quero mais, vem cá… Hummmm delícia, minha língua limpa meus lábios e o prazer se repete, resta apenas alguns segundos e novamente me controlo, a vida está em minhas mãos, quero mais, quero maissssss.

    O lado humano assume, foi-se mais uma, o que eu faço com o corpo? -Ah, ainda ta viva? Deixa ai, daqui a pouco alguém acha. Não, depois de tanto prazer e serviços não posso deixar aqui dentro do quarto. Chamei o vigia, ele chamou a ambulância. Mais uma vida salva… Será que vai se lembrar de algo? Melhor não pensar…

    Assim começou minha noite, minha empregada, a escolhida, depois de tanta vontade não resisti, ninguém mandou ela usar decote e ter a pele tão branquinha!

  • Progênie, por que ter uma cria?

    Progênie, por que ter uma cria?

    Olá criaturas de floripa,

    Ontem conversávamos ao som de “Him” em um boteco no centro de Floripa sobre como escolher uma boa cria. Por vezes o vampiro se torna só e esse papo de que existem mansões abandonadas povoadas por colônias de chupadores de sangue é lenda, quem diabos gosta de viver na sujeira?  Eu não posso dizer a quantidade certa de vampiros nesta cidade por motivos óbvios, mas é diferente do que se vê em séries como “Hellsing” e afins. Por falar em Helsing, conheci ela ontem e estou gostando muito, engraçada…

    Quanto a questão da cria é simples, você precisa conhecer um vampiro e se mostrar muito importante em sua não vida. Há quem indique que um bom vampiro é aquele que iniciou sua morte sendo transformado inicialmente em Ghoul, ou seja, não foi mordido e passou pelo “ritual” antes de beber sangue de seu mestre. Eu por exemplo, já tenho minha cria, como já disse em posts anteriores e tenho minha namorada que é minha escolhida. Um vampiro pode ter quantas crias quiser, ou quanto sua paciência permitir.

    Ter uma cria é o maior compromisso que um vampiro pode ter. Tudo que essa criança fizer é de responsabilidade de seu mestre, é preciso lembrar que para um vampiro crie outro é necessário pedir  para o seu senhor. Claro que atualmente as coisas estão um pouco diferentes. Muitos se acham no direito de sair por ai procriando, mas os últimos de que tive notícia desse ato foram punidos com escarnificação e morte da criança.

    É contra as regras transformar crianças, doentes ou ineptos em vampiros pois eles não tem opção de escolha e defesa.

    Ter uma cria dentro de um clã é ter um contrato com o ancião e com seu senhor, “caso uma “criança” pratique ações que ameacem a segurança dos outros membros a responsabilidade cairá ao seu senhor. Este deve avaliar com cuidado a sua maturidade. Se a criança tentar trair a família e ameaçar a máscara, cabe ao senhor impedi-la. Enquanto ainda for uma criança da noite, um vampiro não possui direitos, apenas deveres”. Assim prega o livro sagrado…

    Eu acredito acima de tudo no bom senso, meu clã como já disse não é tão ligado as tradições, mas elas servem por base para a sobrevivência. Em época de guerras como já existiram, essas tradições ficam de lado e a procriação se torna uma necessidade, uma segurança. Muitos clãs não respeitam as tradições e estão de lado em nossa sociedade, é desses vampiros que você deve ter medo…

  • O velho mundo… Blumenau

    O velho mundo… Blumenau

    No último mês muitas coisas aconteceram, precisei me afastar de Floripa, vieram as chuvas e alguns vampiros perincipalmente os da região de Blumenau precisaram de ajuda em seus negócios.

    Falo dos negócios pois em termos de vida ou não vida como preferir a chuva não nos influencia. As coisas estão feias para la, não posso dizer o que fazem os vampiros daquela região, mas eles precisaram de ajuda.

    Dizem que colonização de Blumenau foi feita por vampiros vindos da ale manha, do velho mundo, vampiros mais velhos e estes conseqüentemente com mais responsabilidades perante nossa sociedade.

    A coisa ta feia pra la meu amigo, apesar de eu ver os homens como fonte de vitae, meu lado humano me deixa perplexo perante a realidades dos acontecimentos com tantas pessoas desabrigadas e sem lar. Deve ser horrível tu ser arrancado de casa e ver tudo o que foi conquistado em uma vida ir por água a baixo…

  • Laços de sangue? O que é isso?

    Laços de sangue? O que é isso?

    Este texto foi pego em algum site da internet em 2008 e mostra em poucas palavras como funciona o popular pacto de sangue feito entre o vampiros.

    Bom, como todo mundo sabe o sangue dos vampiros é poderoso (afinal pode transformar humanos em semi-deuses) esse sangue da poderes, da magia, mas enfim pode ser usado para varias coisas, uma delas é o laço de sangue. Quando um vampiro quer fazer um pacto com outro vampiro é feito esse ritual, que nada mais é do que um vampiro tomar o sangue do outro. Quanto mais sangue um tomar do outro mais apegados eles ficam. Esta é uma magia poderosíssima, que se utilizada de forma errada vocês podem até imaginar no que vai acabar. Lógico escravidão, isso ocorre quando somente um dos vampiros toma sangue do outro.

    Esse pacto de sangue só acaba quando um dos vampiros encontra sua morte final ou quando algum ritual desfaça o pacto.

  • Rascunhos sobre anatomia vampírica

    Rascunhos sobre anatomia vampírica

     

    Eu “vivo” navegando pela internet e numa noite destas eu achei este desenho abaixo, o que acham?

    McAusland-Studios-Goodman-Games-Vampire_Anatomy-1-web

  • Eleições 2008 e os vampiros de Floripa

    Eleições 2008 e os vampiros de Floripa

    Boa noite meus queridos,

    Peço desculpas pelo tempo que estou sem publicar, é que o trabalho está me “matando” ( he he he )

    Na verdade estou passando por uma fase difícil, muitos problemas com dinheiro, Floripa ta fods bixo, as coisas aqui estão custando caro e o povo não teve aumento. Sem contar essa tal crise global causada pela economia americana que tem deixado muitos com o pé atrás sobre gastos.

    Bom, o papo de hoje é sobre as eleições para prefeito em Floripa. Vocês se lembram em um post passado quando  eu comentei sobre a minha ansiedade para saber qual candidato ganharia?

    Como eu já disse, alguns vampiros tem influência na politica, afim de garantir algumas “vantagens”. Não posso dizer se o candidato que ganhou ou o que perdeu tem essa ligação conosco, mesmo por que eu não sei e não me interessa, mas em breve a sociedade vampírica de Floripa receberá notícias e talvez eu publique algo aqui.

    Por falar em políticos e eleições aqui em Floripa. Vocês viram a festa na beira mar, onde teve show pirotécnico e afins? Eu estava acordando na hora e achei que estava vendo os fogos de Revellion… Será que o dinheiro usado para aquilo veio do bolso de quem? Será que o dinheiro gasto la não poderia pagar os papeis higiênicos que estão faltando nas creches de Floripa?

    Bom, a vida e a morte seguem, tomara que as coisas melhorem e que eu consiga uma graninha a mais pra passar o o final de ano… Senão serei obrigado a fazer como antigamente…

    Pilhar e conquistar…

  • Instinto – Final

    Olá amiguinhos das trevas e do mundo normal,

    Semana passada e essas as coisas ficaram meio ruim, muito trabalho. Tanto que nem pude ir no Elísio que havia sido remarcado para ontem.

    Em breve vou me dedicar mais ao meu hobbie de escritor, estive recebendo alguns comentários e tudo me leva a pensar que existe mesmo gente lendo o que eu escrevo. Irei mostrar também os meus dotes de desenhista além da fotografia. Portanto esperem uma versão em quadrinhos do Galego e do Doutor.

    Além disso quero mostrar aqui os meus mais sinceros agradecimentos ao meu amigo DOUTOR que muito me incentiva com seus contos macabros.

    E por falar em Doutor os deixo aqui com mais um conto do criatívo Doutor:

    Instinto – Parte Final

    Plim!.. Plim!… Plim!…”

    Á água escorria do corpo escultural de Alessandra enquanto ela saía do banho. O Doutor a observava com genuína admiração, seus instintos afiados de um autêntico predador morto-vivo lhe deram uma percepção de detalhes que um mortal jamais sonhara, de fato o Doutor sempre fora detalhista e meticuloso em tudo que fazia. Por esse motivo ele aguçou a visão ao observar a gotícula teimosa que pendia do mamilo esquerdo de Alessandra. A gota permanecia ali, enquanto ela, nua, penteava-se em frente ao espelho, o Doutor sabia que Alessandra precisaria de toda concentração para forçar sua imagem a aparecer no espelho, e sabia que para ela, estar bonita era tão importante quanto o que eles iriam fazer naquela noite. Houvera ocasiões que o Doutor reduzira Alessandra a um amontoado de carne rastejante e débil, e nessas ocasiões Alessandra implorara para morrer, mas de um modo geral o Doutor gostava de ver sua jovem criança bela como uma tigresa prestes a dar o bote, como gostava de compará-la.

    “Plim…!”

    A gotícula caiu no chão, tirando o Doutor de seu devaneio.

    _Já está pronta, minha menina? – Perguntou o Doutor, aproximando-se por trás de Alessandra, notando a pele de suas costas arrepiarem e pensando que era a mesma sensação que ele sentia toda vez que Hirma se aproximava dele. Uma mistura de pavor primal com amor verdadeiro e profundo. – Não podemos nos atrasar, você sabe que sou um homem educado. – Comentou ele de forma casual, tirando o pente das mãos de Alessandra, terminando ele mesmo de pentear os belos cabelos louros de sua aluna-amante. “Da cor da palha”. – Pensou.

    _Sim meu amor, eu sei que você não gosta de se atrasar, já estou terminando. – Disse Alessandra na defensiva, mas excitada com a proximidade que o Doutor permitia que acontecesse.

    Uma hora depois, para o desagrado do Doutor, eles estavam finalmente no Bairro de Fátima, novamente em Florianópolis, em frente à residência do homem que, a quatro dias atrás Alessandra deixara morto, com as braguilhas e a garganta aberta, dentro de um Palio Weekend, em um crime que chocara Florianópolis. O Doutor vestia-se em sua forma mais tradicional, calças sociais pretas, suspensórios vermelhos e camisa preta. Acompanhado de sua gravata borboleta vermelha que Alessandra insistira ser indigna de um homem como ele. Com seus óculos escuros de lentes arredondadas e um chapéu protegendo os cabelos ralos da chuva fina que caía já há alguns dias. Já Alessandra estava exuberante em um vestido preto e curto, e que casal formidável eram os dois.

    A porta se abriu, uma mulher de meia idade, os olhos inchados de tanto chorar abriu. Um sorriso triste brotou em seus lábios, e o Doutor saboreou profundamente aquela tristeza, seus instintos de predador estavam mais aguçados do que nunca, e prevendo a orgia de sangue que ele e Alessandra teriam com a esposa e os filhos de João Pedro, ele disse, com um sorriso lupino nos lábios:

    _Boa noite, minha querida…

  • Instinto – Parte 3

    A chibata acertava as costas do Doutor arrancando nacos de carne de suas costas. Sempre que açoitava seu mestre utilizando uma chibata de tiras de couro, com lâminas de barbear presas, Alessandra ficava impressionada com as feridas feias que provocava bem como com a velocidade que elas regeneravam nas costas do Doutor, a ponto da pele sempre parecer lisa e branca como a de uma criança de um ano de idade. Um sangue poderoso – pensou Alessandra, invejando seu senhor.

    _Um dia você conseguirá o mesmo minha menina. – disse o Doutor lendo os pensamentos de sua acólita, sabendo que isso irritava profundamente Alessandra, já que violava sua mente e invadia os confins mais secretos de sua privacidade – Por hora contente-se em bater com mais força, vamos sua pequena cadelinha! Com força!

    Alessandra reuniu toda a força de seus jovens músculos e desferiu uma chibatada brutal, que fez com que as lâminas enterrassem fundo nas costas do Doutor, que gritou em total êxtase. A dor lhe era tão reveladora!

    A dor nos é tão natural quanto a vida e a morte – repetira ele mentalmente a si mesmo, quase que como um mantra, que o Doutor entoava há quase um século de estudos – ao nascer rasgamos nossa mãe, provocando-lhe a dor do parto, ao fazer isso somos expostos ao mundo, a uma vida de dor, e ao morrer, a dor, nossa eterna companheira está ao nosso lado! Os humanos são tão tolos, não entendem a dor – a chibata rasgava-lhe a carne, fazendo com que pedaços da mesma grudassem na parede do cubículo sujo que eles se encontravam, o mesmo que o Doutor usara para iniciar Alessandra, pedaços estes que viravam cinzas poucos segundos depois, pois eram arrancados do corpo imortal de um morto-vivo – A dor revela!

    _A dor revela! – Gritou o Doutor – Mãe! – Clamou.

    A mente do Doutor o levou até sua infância, em uma casa de campo, na beira da estrada na Bavária. Era um casarão feito de pedra, com telhas cobertas de musgo, que pertencera à família Von Bastian desde 1815, quando o bisavô de Otto, o Doutor, comprou de um barão que utilizava a residência como casa de campo. Mas o ano que o doutor foi remetido foi o ano de 1920, e logo veio em sua mente os gritos de Hirma Von Bastian, sua mãe.

    _Otto! Venha cá, agora! – Ouviu o pequeno Otto, sentindo os pêlos de sua nuca arrepiarem, tal qual um cervo ao ouvir o uivo noturno de um lobo.

    Em sua mente, o Doutor podia visualizar com perfeição o quarto de orações de Hirma, uma saleta escura, iluminada debilmente por velas grandes e pesadas, que Hirma gastava uma boa quantia em dinheiro para mantê-las. Diante de uma pesada imagem da Santa Cruz encontrava-se Hirma, o corpo imenso e gordo como um barril, o vestido velho de onde brotavam pedaços de carne e gordura, os cabelos louros e secos como palha, uma verruga bulbosa na bochecha esquerda, de onde brotavam um ou dois fios de pêlos duros, de fato, a mãe do Doutor estava longe de ser uma beldade, na verdade ela mais parecia o fruto de um pesadelo infantil, e talvez até mesmo fosse. Mas fora Hirma quem iniciara o Doutor em seu tormento, e por isso ele lhe era grato, foi a gratidão e não o ódio que guiara o bisturi do Doutor na garganta velha de sua mãe, anos mais tarde. E por essa gratidão, Otto achava que a mãe era a criatura mais adorável de Deus, um anjo.

    _Sim, mãe? – Disse Otto, relutante ao se ajoelhar do lado da mãe.

    _Varreu todos os quartos? – Perguntou Hirma.

    _Sim senhora… – Respondeu Otto.

    _Trouxe a lenha do depósito para a cozinha?

    _Sim senhora… – Respondeu o Doutor, acariciando suas mãos esfoladas, e lembrando do frio que sentiu por ficar a manhã inteira caminhando na neve, trazendo lenha para aquecer a casa, um trabalho que seu irmão mais velho certamente teria feito mais rápido, mas Hirma insistia que Otto, o caçula, fosse o único a trabalhar na casa.

    _Sua irmã me disse que não trouxe lenha o suficiente… Quer que eu e seus irmãos morramos de frio aqui dentro, Ottinho? – Perguntou Hirma de forma delicada, se Otto não carregasse várias marcas das surras da mãe ele até não teria percebido o tom de ameaça lupina que havia no diminutivo de seu nome.

    _Eu carreguei a manhã inteira mamãe, e a senhora disse para eu varrer a… – Defendeu-se Otto, mas teve seu argumento interrompido pelo violento tapa de irmã, que pegou Otto de surpresa arremessando-o contra o chão.

    _Seu bastardinho desgraçado! Cria do excremento de Satã! Quer matar sua mãe e seus irmãos de frio seu sodomitazinho? Baixe as calças agora, vou te ensinar uma lição! – Gritou Hirma em uma explosão de fúria, no intuito de disciplinar o amado filho.

    Otto arriou as calças velhas e reclinou-se sobre o pequeno altar de velas de Hirma, o menino fechou bem os olhos e mordeu a língua, as lágrimas já vertendo dos olhos antes mesmo que Hirma desferisse o primeiro golpe. Hirma levantou de forma dolorosa seu corpo pesado, dirigiu-se até um altar secundário onde a bíblia sagrada repousava e onde o retrato de Hans Von Bastian, o pai de Otto, soldado morto no dever, ocupava posição de honra. Abrindo uma gaveta Hirma retirou uma haste de madeira onde na ponta pequenas tiras de couro prendiam galhos secos da planta coroa de cristo, com seus espinhos compridos, muitos deles já com manchas de sangue velho, do garoto.

    _Você é um pecador miserável Ottinho, você não me deixa escolha, senão lhe punir. Tentar matar sua mãe e seus irmãos de frio! Foi isso que você aprendeu Ottinho? – Disse Hirma aproximando-se do filho.

    _Não mamãe! Não! Por favor… – Implorou Otto, então com seis anos de idade…