– Anda Ferdinand levanta, não podemos ficar aqui a céu aberto… – Dizia a voz preocupada de Carlos enquanto eu recuperava a consciência. Tudo bem que eu não sou acostumado a tais práticas, só que cabe aqui uma explicação sobre a viagem astral. Uma cousa é tu entrar pela “porta da frente”, outra é fazer o que fizemos e praticamente invadir o ponto de encontro de outro clã.
Dois chutes nas costelas e três tapas na cara foram suficientes para recobrar minha consciência, a ponto de eu visualizar melhor o lugar. Percebendo que estávamos em um beco, onde uma densa e típica neblina londrina ocultava a maior parte do local e um forte perfume de Jasmim, que promoviam um clima extremamente diferente do cotidiano mundano.
Carlos, que parecia não ter sofrido com o enjoo da viagem, ia à frente e eu um pouco cambaleante lhe seguia com afinco. Afim de logo chegar a algum lugar possivelmente seguro. Nesses ambientes não há digamos monitoramento, porém estávamos expostos a todo tipo de ocorrência, principalmente aquelas em que o subconsciente adora nos mostrar durante os sonhos.
Enfim, depois de algum tempo encontramos o que parecia ser uma floresta as margens da cidade e foi ali que paramos para se recompor mentalmente, ao menos essa era a minha intenção. – Ferdinand, mil desculpas, não era minha intenção te trazer para essa faixa do plano espiritual, afinal dentre vários detalhes, tu não está completamente energizado para se manter por aqui… Pelo que pude perceber o local em que estamos é uma réplica de uma cidade antiga e que foi preservado de alguma forma, talvez por forças que eu provavelmente desconheça… Fique aqui até se recompor, que eu preciso saber com exatidão onde estamos. Caso algo te aconteça lembre-se que a morte é apenas o começo… – Depois de tais palavras ele simplesmente sumiu na minha frente.
Sabe aquele momento em que tu pensas: – Onde diabos eu fui me meter? – Pois é lá estava eu imaginando por que Carlos havia me abandonado em meio aquele lugar inóspito? Por que eu estaria fraco, sendo que já havia viajado de tal forma antes e não tinha enfrentado tal fraqueza? Por que, porquê e porque, todos passaram pela minha mente.
Entre tanto, já que eu conhecia o Wairwulf de outros carnavais e sei que ele é um tanto preocupado em excesso, eu comecei a confabular comigo mesmo. Ao meu redor a floresta parecia normal, porém ao observar melhor percebi que não havia o som típico dos insetos. A neblina permanecia densa para qualquer lugar que eu mirasse e aquele odor de Jasmim superava todos os outros cheiros, na verdade tudo tinha cheiro de Jasmim e minha respiração parecia ter voltado à época de humano.
Não havia animais ou pessoas e o conjunto assemelhava-se muito a uma grande maquete em tamanho e proporções exatas a “realidade”. Tendo em vista tais detalhes, não resisti e tão logo me senti mais forte, voltei à parte urbana. Para ser sincero eu não me sentia mais forte e é provável que eu estivesse apenas mais confiante.
Deixando as descrições de lado, eu parti em meio ao desconhecido, vaguei por muitos lugares, entrei e sai de diversas casa, armazéns, porões, porém ninguém aparecia aos meus olhos. Nem mesmo as energias que sempre sinto com muita precisão indicavam qualquer ser vivo. Cansado de tentar achar respostas, sentei naquele mesmo chão no qual eu acordara e por lá fiquei por muito tempo. Ao menos eu achava que estava ali por muito tempo, até que finalmente ouço um ruído. Este foi ficando gradativamente mais alto culminando em uma espécie de zumbido estridente, tal uma britadeira se ligada ao lado do ouvido.
O barulho era tanto, que de inicio me provocou um comedido pânico, tive vontade de sair correndo, esfreguei os olhos várias vezes, bati nos ouvidos. Todavia, ao perceber que conseguia ver nada, resolvi fechar os olhos… Concentrei-me e para minha surpresa o volume do barulhos foi diminuindo, só que nem tudo são flores, ao reabrir os olhos percebo que estou em minha forma bestial e com mais ou menos uns 20 Wairwulf a minha frente me olhando fixamente.
Todos estavam em suas formas animais/humanoides. Havia um metamorfo felino, um que se parecia muito com um gorila, outros se pareciam com os tradicionais lupinos. Porém, meu mundo caiu quando reconheci Carlos entre eles, que dentre vários detalhes ostentava sua bela cimitarra…
Eh eh… Algo me diz que você se encrencou lindamente, Sr. Ferdinand.
…e eu estou mais ansiosa ainda pra saber o que acontece a seguir.
Beijos, até mais~
Ahh pois então, só falarei disso na próxima parte…
Quero mais… vc consegue prender realmente a minha atenção. Não tem opção, agora é esperar a continuação, já tens previsão de quando Ferndinand?
Abraços
Na sexta tem mais, estou pensando se concluo na próxima parte ou se detalho um pouco mais e termino na parte 7…
Vc é um vampiro toda essa hitoria q vc está contando aconteceu mesmo? bjs 🙂
Olá bem-vinda! Sim, acho que isso está bem explicado, não?
Já te disse que esse seu jeito de escrever é fascinante, Ferdinand? Acho que não, né? Então, digo agora: esse seu jeito de escrever é encantador, acho que poderia me apaixonar apenas pelo jeito que você escreve. Beijinhos.
Obrigado minha querida, adoro despertar esses pensamentos em vocês. Para mim é quase o mesmo prazer de um flerte rs
Esse sitio para onde foram, fui para outro plano?
Detalhes, amo detalhes… Estou muito fascinada com tudo isso Sr. Ferdinand, vc me encanta com suas palavras.
essa viagem que fizeram fui para outro plano?
Estou aguardando pela próxima parte, mas porque você se sentia tão fraco? E nossa estava fraco e a mercê de todos aqueles Wairwulfs, deve ter sido um grande susto..