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Passeio na livraria

Em algum momento de outubro eu estava sem muito o que fazer e resolvi dar uma volta na livraria de um shopping. O excesso de luz me incomoda e provavelmente a maioria dos vampiros, sobretudo descobri que por lá foi inaugurada uma nova livraria. Local que pelas fotos me motivou a dar uma olhada no que tem sido publicado.

Fui de moto, estacionei no último andar e para minha sorte ao longo do caminho as nuvens se espalharam. Ao remover o capacete senti o sereno das 21h e fui presenteado pela visão de uma lua cheia. Gosto de ficar por um tempo a observando sobre os prédios e isso parecia ser o sinal de que teria uma noite tranquila. Eu esperava.

Desc por algumas escadas rolantes, àquela hora muitos já estavam indo embora e ao chegar na livraria me deparei com um lugar maior do que esperava. Entre as capas, sempe me impressiono pelas artes da Darkside, muitos livros de fotografia também me fizeram lembrar de locais e pessoas que me marcaram ao longo dos anos. Eu parecia criança com brinquedos novos e certamente meus olhos estavam brilhando.

Não vi as horas passarem e me permiti ficar pela livraria até que fosse convidado a se retirar. E foi o que aconteceu, com jeitinho meio acanhada uma garota de uns 20 e poucos veio ao meu encontro:

– Senhor, a loja vai fechar. Encontrou tudo o que precisa? Quer uma ajudinha?

– Oi senhorita, sim. Obrigado pela ajuda, vou levar esses aqui dessa pilha.

Ela olhou aqueles mais de 15 volumes e ficou impressionada.

– Nossa, eu te ajudo a levar.

– Imagina…

Peguei a pilha e de imediato ela ficou impressionada com a minha força, mesmo assim não ofereceu mais ajuda e fomos até o caixa. Indiquei ela para que recebesse o percentual do vendedor, o que a deixou muito feliz. Faz-me bem ver essas pequenas alegrias nos outros, confesso.

Voltei com meia dúzia de sacolas para o estacionamento e deu trabalho colocar tudo nas bolsas laterais. Inclusive estava cogitando chamar um taxi, quando percebi um casal brigando num dos carros. Algo até comum se não fosse o fato dele estar forçando que ela fizesse sexo com ele ali mesmo. Ela já estava chorando e o cara insistia… Tive de fazer algo.

Liguei a moto, e parei em frente ao carro. Virei a perna por cima do banco e fiquei ali de braços cruzados esperando que alguém fizesse algo. O cara ficou bravo, livou o carro e deu umas aceleradas. Permaneci imóvel. Então ele desligou, desceu e veio me xingar cara a cara. Em determinado ponto ele levantou a mão e juro que eu só queria dar um susto no valentão.

Segurei o braço dele e soltei um soco no estômago. Ele sentiu e caiu de joelhos entre mim e o carro. Levantei-me e fui falar com a mocinha.

– Você viu que eu estava só parado aqui… Vai desce e chama um Uber, tem pra onde ir?

Ela ainda chorava, mas percebi que consentiu o que eu disse e deu uma pequena corrida até os elevadores. Percebi que já havia gente olhando, então voltei pra moto. O cara tentava se levantar e não resisti, dei-lhe uma rasteira enquanto arrancava com a moto.

Fui embora antes que desse merda com os seguranças. No caminho arranquei a placa, não seria bacana dar de cara com alguma blitz ou ser perseguido pela polícia. Cheguei ao refúgio daquela cidade. Tomei um banho e o primeiro livro que comecei a folear foi “O colecionador” do John Fowles.

Um comentário

  1. Ahh, quanto tempo não entro aqui, ❤ já tava com saudades… Amo ler, tinha até que uns 15 livros quase, mas ficaram em outro estado quando fugi do meu ex kkk nossa !
    Ferdinand sempre com seu instinto protetor 🥰…

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