Categoria: Histórias

Nesta seção você encontra historias, contos e relatos relacionados ao mundo real e sobrenatural. Verifique a indicação de faixa etária no início de cada texto.

  • O gari serial killer – Parte 2

    O gari serial killer – Parte 2

    Este é o desdobramento final de O gari serial Killer – Parte 1

    Descobrimos onde ficava a central da empresa e mandamos um de nossos Ghouls até lá, com o objetivo de achar mais dados dos funcionários, desejável uma possível lista de empregados. Na noite seguinte a bela loira veio até nós com algumas folhas impressas e ainda comentou: “Vocês homens são tão fáceis de conquistar, basta um decote, um batom vermelho e ficam perdidinhos”. Ok, essa garota havia sido uma bela aquisição, comentou Sebastian…

    E lá havia uma lista de funcionários e melhor do que isso, tínhamos em mãos uma lista com mais de 400 nomes de funcionários fumantes, com seus respectivos endereços e telefones. Cruzamos então os nomes com dados da polícia e fizemos uma busca por todos que possuíssem antecedentes criminais. Achamos 43 pessoas com problemas e destes, 31 eram homens. Dividimos a lista em duas partes, Sebastian verificou 15 indivíduos e eu 16. Até que depois de três noites nos reencontramos e “trocamos algumas figurinhas”.

    Sebastian havia encontrado dois elementos que haviam chamado à atenção, um deles possuía bigode e era viciado em apostas. O outro estava sem barba, mas era conhecido na região por ser um assíduo frequentador de casas de prostituição e morava próximo há uma das vítimas. Eu por outro lado havia encontrado apenas um suspeito e este chamara minha atenção por ser o famoso “mulherengo vida fácil”, por seus B.O. por violência doméstica ou crimes pequenos, pela sua necessidade de ter de manter 4 filhos e por seu bigode muito bem desenhado. Todavia, entre todos os problemas do meu suspeito, o seu bigode era o fator principal de minhas desconfianças. Todo aquele cuidado com tais pelos, me fazia lembrar-se do cuidado que o serial killer teve com suas vítimas.

    Nesta mesma noite fomos atrás de um dos suspeitos de Sebastian, o tal bigodudo viciado em jogos. No Brasil os jogos não legalizados, então se você quiser achar algum lugar para jogar vídeo Poker ou bingo eletrônico, precisa ter contatos. Enquanto eu preparava o carro, Sebastian ligou para um de nossos informantes e naquela noite descobrimos uma jogatina em um bar de periferia, próximo de onde o cidadão morava. Para não chamar muita atenção nos vestimos de forma simples, “jeans e camiseta” e adentramos o lugar. Alguns trocados, algumas conversas e lá estava o gordo, bastou olharmos para o cidadão e de imediato o descartamos.

    Como ainda estava cedo, partimos em busca do outro suspeito de Sebastian, que infelizmente ficava do outro lado da cidade. Era mais de uma da manhã quando achamos o seu barraco, as luzes estavam acesas e para fazer uma boa investigação, falei para Sebastian aguardar no carro enquanto sai em forma de névoa. Adentrei o lugar, que era muito sujo, repleto de revistas pornô pelo chão e lixo. Não precisei perder muito tempo por ali, haja vista que o porco estava no sofá, em meio a muitas latinhas vazias de cerveja barata e uma caixa de pizza. Por que o descartei? Para ele ser um serial killer precisaria nascer de novo…

    Então, depois de duas investigações frustradas voltamos para o refúgio. Sebastian não se conformava e praticamente virou o resto da noite no notebook, lendo e relendo tudo que havíamos encontrado até então. Eu preferi abstrair um pouco e passei o restante da noite respondendo, comentários do site, mensagens do Facebook e Twitter. Então na tarde do dia seguinte Sebastian ainda dormia quando foi a minha vez de revisar as pistas, cousa que agora parecia mais fácil com a cabeça descansada. Porém, nada novo achei que chamasse minha atenção e próximo das 19 horas acordei Sebastian.

    Às 21 horas saímos em busca do último suspeito e durante o caminho até a casa do cara, Sebastian foi me contando as teorias que havia imaginado, porém hoje penso que ele “viajou” um pouco. O local era praticamente o oposto dos demais, limpo, arborizado e bem cuidado. Dentro do lugar havia algumas luzes acesas e novamente fiz minhas investigações em forma de névoa.

    Para minha surpresa tudo era muito bem organizado, quase impecável para ser sincero. Na sala vi uma mulher na faixa dos 50 com uma garota adolescente assistindo a novela, num dos quartos havia um garoto quase da mesma idade da adolescente e noutro quatro estava o suspeito. Porte alto, magro, porém com barriga e com o tal bigode, que parecia mais ornamentado que na foto e ele nem reparou na brisa fina que minha névoa fez ao passar por ele.

    Aparentemente um pai de família exemplar se não fossem seus antecedentes criminais. No quarto nada de interessante, então fui para a lavanderia, em busca de alguma pista que pudesse ligá-lo ao emblema rasgado, que encontrei na casa da última vítima. Mais uma vez meu instinto não me deixou na mão e no varal estava o uniforme de trabalho de Oswaldo, bem desgastado e com um furo, onde podia ser encaixado perfeitamente o pedaço que eu possuía.

    Estava eu com um dilema, como agir entre tantos humanos, sendo que apenas um era o culpado? Confesso que poderia ter feito o demônio aflorar e derramar muito sangue, mas preferi a solução, digamos mais limpa e na mesma noite entreguei o que eu havia encontrado para o meu ex-cunhado delegado.

    Algumas diligências passaram a seguir o meliante e na semana passada fui informado, que Oswaldo havia tentado fazer mais uma vítima, quando foi preso em flagrante. O que acontecerá com ele a partir de agora depende da justiça (falha) brasileira, mas pode ter certeza que uma vez condenado por mim, ele não escapará sem punição…

    Caso encerrado e a comemoração foi feita com um belo e fresco B+, lembram-se da foto que postei no Facebook na sexta?

  • Carnaval, amor e surpresas

    Carnaval, amor e surpresas

    Ao contrário de meus irmãos, que preferiram os festejos brasileiros deste carnaval, eu por outro lado resolvi descansar em algum lugar junto de minha doce Julie. Como vocês já estão cansados de ouvir de mim, esta cousa de que vampiros vivem sempre sugando sangue, torturando, investigando ou afins, está longe de ser nossa realidade. Porém, às vezes um simples passeio pode trazer boas surpresas.

    Sexta-feira, pouco mais de 21 horas, o carro já estava carregado e eu estava fechando a porta da garagem, quando o telefone tocou. Número privado e depois de alguns instantes sem ninguém falar nada, eu ia desligar, quando ouço uma respiração forte do outro lado… Mais alguns instantes da respiração funda e seca em meio aos meus “alôs”, até que finalmente a linha cai. Aquilo me pareceu muito estranho, não do tipo que assusta, mas sim do tipo que nos faz imaginar um milhão de cousas. Todavia, como ninguém retornou depois de 10 minutos, arrumei o restante da bagagem e fui ao encontro de Julie.

    Durante o caminho pedi a Julie que enviasse algumas mensagens ao restante do clã e por hora todos estavam bem. A viagem durou mais ou menos 3 horas, foi tranquila e pouco depois da meia noite chegamos ao nosso destino: uma casinha no alto de um morro, em meio a uma bela e escura floresta virgem e vizinha de alguns cânions e rios.

    Adoro fazer este tipo de viagem, principalmente pelo fato de que ali seriamos apenas nós dois e o casal de caseiros. Estes que graças a um tipo de feitiço, aquele que eu aprendi com a Beth, ficariam dormindo ao menos uns dois dias e noites seguidos

    Então logo na primeira noite, depois de fazer o feitiço nos casal de caseiros, eu aproveitei para esticar um pouco as pernas na forma de lobo. O que também serviria no sentido de analise e verificação das proximidades e seus possíveis habitantes. Este passeio durou pouco mais de uma hora e a exceção de alguns gatos ou cachorros do mato, estávamos enfim sós.

    Ao voltar para casa: suado e nu. Deparei-me com Julie sentada à varanda, trajando apenas uma pequenina lingerie e fazendo aquela cena que todo macho adora apreciar: uma bela fêmea passando cremes por todo o copo. Não sei se foi a aproximação com meu demônio, enquanto passeava na forma animal, ou se foi algum feromônio liberado pelos cremes de Julie, mas eu a ataquei…

    Calma leitora, ela “curtiu” meu ataque… Sorrateiro, como um bom caçador noturno eu surgi do nada, levantei-a e apertei contra a parede. Ela sentiu minha pegada, roçou seus lábios carnudos e macios em minha barba rala e me escalou. Suas fortes coxas seguraram com força minha cintura e aquele imensurável tesão aumentava a cada pegada mais forte. Intenso, profano, um só copo, uma única alma…

    Nosso carnaval iniciava da melhor forma, porém meu sono matinal fora interrompido por alguns passos do lado de fora da casa. Abri os olhos e enquanto entendia o que se passava percebi um andar arrastado e pesado. Sim, havia também a sensação de que algum Licantropo estava por perto, mas ao mesmo tempo havia algo familiar em tal indivíduo. Obviamente eu não poderia sair, pois o sol estava forte, mas por sorte aqueles passos duraram apenas alguns segundos, fazendo-me inclusive pensar na hipótese de sonhos ou pesadelos.

    Na noite do dia seguinte comentei o ocorrido com Julie ambos fizemos buscas na região, porém nenhum vestígio de pegada ou da presença de “outros”. Nesta noite depois do passeio tomamos um belo banho juntos e tratei de por em dia algumas leituras que estavam atrasadas. Julie também leu um pouco, mas acabou  trocando os livros pela prática e fez um ou dois rituais que a há tempos queria praticar longe da civilização.

    Nestes locais a magia fica mais forte, conseguimos uma ligação maior com os espíritos antigos e tudo que for relacionado à ritualística é favorecido. Nesta noite e na próxima fizemos praticamente as mesmas cousas, até que novamente na manhã de segunda eu acordo no mesmo horário com os mesmos barulhos. Desta vez os passos e a sensação pareciam mais nítidos, porém novamente duram poucos segundos.

    Passei aquela manhã me enrolando na cama e a tarde desisti do sono e escrevi um pouco. À noite logo depois que o sol se pôs e antes que Julie acordasse, eu resolvi sair sozinho pela região. Deixei um bilhete na mesa da cozinha e sai. Ao abrir a porta sou surpreendido por um objeto interessante e próximo da cadeira de balanço na varanda. Era uma caixa quadrada provavelmente de madeira e revestida em couro preto, com detalhes em metal.

    Não senti nenhum tipo de perigo vindo daquele objeto, mas ao abri-lo desabei sobre meus joelhos… Muitos pensamentos vieram a minha cabeça, porém havia naquele simples objeto uma lembrança inesquecível… Minha família mortal…

  • Moda vampiresca

    Moda vampiresca

    Hi seres noturnos! Resolvi começar este meu espaço cedido por meu amado e estonteante Ferdinand, falando um pouco sobre moda. Sim, mas, como aqui estamos falando, e aliás, quem vos fala é uma Wampir, então nada melhor do que falar de moda vampiresca.

    Quem aqui não fica de olho nos modelitos usados nos filmes, séries, revistas, fotos que circulam na net e tudo mais? Pois então, vou tentar matar a curiosidade de todos com um pequeno primeiro  post sobre o assunto. Como o lindinho do Fê já disse, não é pela roupa que vocês irão reconhecer um wampir, principalmente nos dias de hoje, com tantos recursos para tudo, embora ainda existam alguns de nós que não deixaram de lado a moda antiga.

    A moda vampiresca também sempre aparece nas passarelas do mundo, com muito couro, renda, maquiagem pesada, alguns acessórios entre outros. Mas hoje a garotada também está agitada com esta moda por conta desta ‘’onda’’ de vampiros na mídia que invadiu o planeta terra .O que posso deixar claro, é que nós, vampires, circulamos em todos os lugares por aí com roupas digamos que ‘’comuns‘’ muitas vezes. Não é regra ter aquele estilo gótico, sempre de preto, ou vermelho.Muitas combinações podem ser feitas, diversas cores , materiais ,acessórios e até mesmo a básica calça jeans e camiseta.

    O fato é que a moda vampiresca é uma mistura muito grande de épocas e costumes, como a moda Vitoriana e a moda gótica, tendo assim nos dias de hoje um amplo campo de diversidades. Então,  para quem gosta deste estilo, vai aí algumas dicas de looks para o dia a dia , para festas e alguns exemplos de moda dos vampiros famosos da antiguidade e da atualidade.Posso dar alguns  exemplos simples de uma moda mais antiga de vampiros com em ‘’Entrevista com o Vampiro’’, com um look mais clássico.E depois com o mesmo Lestat, mas agora em ‘’A Rainha dos Condenados ‘’, ainda adotando no começo uma vestimenta antiga, mas depois caindo na atualidade:

                                           hjhjhjh  cddddd

    Já agora, podemos ficar com os vampiros da mídia e da moda atual, como os das séries True Blood, Diário de um Vampiro, e até mesmo Crepúsculo:

    dfdgfhf hnnhnhn vfgghhh

    Bem,poderia continuar dando inúmeros exemplos com vários outros de nós em muitos outros filmes ,cena musical e em outros tipos de mídia, mas pretendo prolongar em outro post^^.

    Então para finalizar, alguns modelitos, for men and women usarem, para mudar e combinar normalmente em diversas ocasiões:

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    Well, por enquanto então é isso… Kisses to all e que os diabinhos estejam com vocês 🙂 …

  • O retorno do Doutor – Pt 2

    O retorno do Doutor – Pt 2

    – São dois adultos e uma criança, Doutor Carlos. Devem estar nessa situação já tem uns quinze dias segundo a polícia técnica. Também já temos uma investigação preliminar, o homem era um engenheiro, a mulher psicóloga. A criança é filha dos dois. Ainda tem, segundo os vizinhos, uma segunda filha, do primeiro casamento, mas parece que a menina fugiu de casa tem uns seis meses, alguma coisa a ver com droga. Agora, pelo amor de Deus, Doutor Carlos, que animal seria capaz de fazer uma coisa dessas? A criança foi morta a mordidas! – As palavras do investigador Silveira ressoaram na cabeça do delegado Carlos Eduardo como um eco distante.

    – Estamos aguardando a perícia terminar seu trabalho, mas o alarme da casa não disparou, aliás, foi desarmado por alguém que sabia a senha, será que foi a filha que fez isso? – continuou Silveira – Delegado, o senhor está me ouvindo?

    A cabeça de Cadu latejava, ele não sabia se era o cheiro, a visão dos corpos, as dezenas de policiais falando ao mesmo tempo, a explicação que ele teria que dar para a imprensa local ou se era seu instinto acionando o sinal de alerta de que os pesadelos voltariam. De repente o delegado se sentiu terrivelmente cansado, pensou na esposa e no filho pequeno, mas nem mesmo pensar nos dois tirou o peso dos ombros de Cadu. O delegado suspirou, retirado de seus pensamentos pelo toque no braço do investigador.

    – Não acredito que a filha tenha feito isso, pelo menos não sozinha… De qualquer forma vamos partir por essa linha, mande o Almeida e o Pedro Paulo tentar localizar a guria. Ah, e Silveira, nem uma palavra sobre isso, vamos tentar manter isso longe da RBS. – Concluiu Cadu.

    Julia abriu os olhos lentamente, o teto que estava sobre ela era incrivelmente familiar, de um rosa delicado, com estrelas e corações desenhados. A cama, o travesseiro, tudo lhe era familiar… Ela estava em casa, estava limpa, estava com seu pijama favorito, teria sido tudo um pesadelo? Julia sentia-se faminta, poderia comer um boi inteiro, ela levantou-se animada. O crack parecia uma lembrança distante, uma triste lembrança, seu corpo não mais sentia a necessidade daquela pedra maldita, na verdade Julia sentia-se forte e saudável, e sentia-se radiante!

    – Pai! Estou em casa! – Gritou a jovem deixando o quarto e descendo as escadas que ela conhecia desde criança, mas que sempre deixava o pai e a madrasta em pânico quando ela descia correndo daquele jeito.

    Julia correu para a sala de televisão, sabia que estava de noite, e que o pai certamente estaria em casa. A madrasta costumava chegar depois das 20 horas, já que pegava seu irmão mais novo nas aulas de inglês quase todas as noites, mas o pai certamente estaria ali assistindo o jornal e tomando uma boa dose, como fazia todas as noites. A sala estava escura e de fato a televisão estava ligada, Julia não prestou a atenção no que estava passando, correndo direto para a poltrona que ela sabia que o pai estaria sentado. De repente, como se tivesse levado um soco no estômago, o sorriso deixou os lábios de Julia, a força de suas pernas abandonou seu corpo e a jovem caiu de joelhos diante do homem que estava sentado na poltrona de seu pai. O sorriso lupino presente nos seus pesadelos, Julia sentiu-se tonta, e por um instante quase desmaiou. Sorrindo o Doutor levantou-se e amparou a menina com carinho.

    – Boa noite, minha bela adormecida. – Disse alisando-lhe os cabelos. – Você estava tão cansada que eu simplesmente permiti que você dormisse. Aproveitei e fiz compras que você irá adorar… Seu lanche preferido. – Disse, tirando do bolso algumas pedras de crack.

    De repente era se como o pesadelo voltasse, Julia olhou para as pedras nas mãos do homem e salivou. Era fome, desejo, loucura, tudo misturado na simples visão daquela droga maldita. Ela tentou agarrar as pedras e sair correndo, exatamente como pensara na primeira vez que o Doutor lhe mostrou as duas notas de cem, e exatamente como ela pensou na primeira vez, ela não conseguiu dar mais do que dois passos antes que ele a agarrasse pelo pescoço. A mão do Doutor se fechou em volta do pescoço como um alicate, Julia sentiu o ar faltar naquele aperto mortal. Dotado de uma força descomunal, o Doutor levantou a garota do chão e arremessou sentada no sofá, fazendo as pedras de crack caírem espalhadas pela sala. Julia mal sentiu o impacto, atirando-se no chão, desesperada para apanhar as pedras da droga maldita.

    O Doutor gargalhou vendo o desespero, ela estava quase no ponto… Ele a pegou pelos cabelos e fez com que ela se sentasse na poltrona do pai. Dois bofetões com a mesma força do apertão e Julia voltara a si, ou pelo menos o medo que sentia sobrepujava o desejo pelo crack.

    – Mas que menina levada! Tentando me roubar? Você deverá fazer por merecer estes deliciosos doces, minha criança. – Disse o Doutor em um fingido tom de censura, e tomando notas mentais de cada reação da menina.

    – Eu faço, faço qualquer coisa! – Disse Julia, chorosa.

    – Qualquer coisa pode ser MUITA coisa, criança. – Brincou o Doutor – Vejamos se você é uma boa cadelinha e faz por merecer sua primeira pedra da noite… Venha até aqui, cadelinha… – Chamou o vampiro, chamando-a com o dedo indicador.

    Julia ameaçou levantar-se da cadeira, mas com uma velocidade que ia além do seu raciocínio, foi atingida por um novo bofetão que fez com que ela caísse sentada novamente.

    – Alguma vez você já viu uma cadela andar em duas patas, Hirma? – Ralhou o Doutor, deixando a ira queimar em seus olhos. Bater naquela garota que sua mente insana associara a sua mãe era como um bálsamo para a raiva – e amor – que ele sentia por sua mãe. Por diversas vezes o pequeno Otto levou bofetões como aquele, e por diversas vezes os cães da Bavária, onde vivia, eram melhor alimentados que o menino. Na época, o Doutor ainda não existia, havia apenas Otto, o garoto órfão de pai e filho da louca Hirma. Uma mulher cuja sanidade simplesmente azedara após a morte do marido. Não que o ódio do Doutor por Hirma fosse diretamente relacionado aos abusos que sofreu, o Doutor simplesmente estava acima disso, na verdade o Doutor odiava Hirma por sua fraqueza, por sucumbir a loucura durante todo o tempo, ao invés de procurar a iluminação que o equilíbrio entre instinto e razão proporcionam. Que grande companheira Hirma teria sido!

    O Doutor foi retirado de seus devaneios quando Julia pôs-se primeiro de joelhos, depois de quatro apoios, e então o olhou com olhos suplicantes. O Doutor sorriu em genuína satisfação, Julia começava a demonstrar sinais de que se renderia.

    – Tire sua roupa… cães não andam vestidos… – Sugeriu o Doutor, quase que como uma ordem.

    Sem dizer uma palavra, Julia começou a tirar o pijama, até que ficasse completamente nua. Apesar dos dezesseis anos, ela já estivera com homens antes, mas ficar nua na frente daquele homem fez com que ela ficasse arrepiada, temendo o que viria a seguir. O Doutor caminhou em direção a cozinha, onde mantinha a família de Julia amordaçada. Sorrindo, como sempre, ele chamou:

    – Venha, minha cachorrinha, venha ver os ladrões que estão tentando invadir a nossa casa…

    E assim, com a mente subjugada, a jovem caminhou como um cão, em direção a sua insanidade…

  • O retorno do Doutor – Pt 1

    O retorno do Doutor – Pt 1

    Um calafrio percorreu a espinha do delegado Carlos Eduardo Guimarães quando ele, em pessoa, deixou a delegacia e se deslocou até o local onde, duas horas antes, vizinhos fizeram uma denúncia de mau cheiro. Quando o investigador, de maneira informal, comentou que estava indo até o bairro João Paulo, área nobre da cidade de Florianópolis, atender uma denúncia que, provavelmente resultaria em um cachorro, ou gato morto em uma tubulação de ar condicionado, algo simplesmente ligou o sinal de alerta do experiente delegado. Quase cinco anos atrás, quando Cadu, como os amigos o chamavam, era um investigador da Polícia Civil, a cidade também vivia um período de calmaria, e como agora, nesse início do ano de dois mil e treze, uma denúncia aparentemente boba fez com que a calmaria se transformasse em uma tempestade de sangue, morte e medo. Naquela época Cadu investigou uma série de assassinatos brutais que, simplesmente cessou antes que ele pudesse capturar o assassino. O assassino, sem identidade, alcunha, nome, se transformou em uma lenda urbana em Florianópolis, e como todas as lendas, logo foi substituída por outras.

    Quando a porta da luxuosa casa foi arrombada, o cheiro de carne podre fez com que dois ou três jovens policiais recuassem, controlando o asco e a ânsia de vômito. Assim que a porta foi aberta, Cadu teve certeza de que, mais uma vez, ele perderia muitas noites de sono devido aos pesadelos terríveis que lhe açoitariam como a chibata de um carrasco. É, ele precisaria visitar a psicóloga gostosa que o departamento de polícia civil de Florianópolis contratara no mês passado…

    ——–

    Hirma, Alessandra, Helena… Durante toda sua vida, e sua não-vida, o Doutor estivera a mercê dos encantos que sentia pelas mulheres. Mesmo hoje, uma criatura morta-viva saída de um pesadelo, começava a sentir falta de um novo encanto feminino. Quatro anos se passaram desde que o Doutor deixara Florianópolis, a cidade que cheirava magia – e podridão, segundo ele – para acompanhar Helena em uma viagem pela Europa. Juntos, as duas criaturas deixaram uma longa trilha de corpos por praticamente todos os países da comunidade europeia. Fora a lua de mel de Otto e Helena, mas ao final dos quatro anos, Otto simplesmente olhou para o lado e cansou-se daquela brincadeira, Helena matava sem qualquer requinte, pouco ligava para os ensinamentos que a dor proporciona, enfim, ao final de quatro anos, Otto von Bastian cansou-se daquela cadela vulgar e decidiu voltar a ser quem ele era, O Doutor.

    De volta, o vampiro sentia-se deprimido, sozinho, ele jamais fora uma criatura solitária, apesar de suas práticas não-ortodoxas – mesmo para uma criatura da noite – ao longo de seus quase cem anos como vampiro, O Doutor não conseguia lembrar de uma solidão e tédio tão avassaladores quanto aquele que sentia.

    Dezembro já passava de sua metade, aproximava-se de uma data que o Doutor simplesmente era apaixonado, o Natal. No Natal as pessoas ficavam mais tranquilas, mais bondosas, como se todos os pecados cometidos ao longo do ano tivessem sua absolvição garantida no infame “espírito natalino”… Era também a época que as pessoas ficavam mais despreocupadas, esquecendo-se que algo terrível sempre os espreita das sombras. Sentado tranquilamente embaixo de um banco da praça quinze de novembro, o Doutor folheava o jornal do dia anterior, a noite já era avançada, e a praça agora era o território de viciados em crack, prostitutas de baixíssimo nível, e mendigos. De alguns, o Doutor sentia genuína pena, de outros genuíno nojo, especialmente por aquelas mulheres sujas que vendiam seu corpo a bêbados, drogados e maníacos sexuais. Observando uma jovem viciada, o Doutor sorriu para si mesmo lembrando do Natal de 1975, quando ele, em visita na cidade de Atlanta, presentear um adolescente vítima de bullying com uma motosserra. O Doutor observara o adolescente por dias, vasculhara a sua mente, até chegar em seus desejos mais sombrios, a partir daí foi fácil, um presente e uma sugestão mental para ele fazer aquilo que sentia vontade. E na noite de Natal, com toda a família reunida, o jovem finalmente libertou-se de sua dor. O Doutor pensou em como estaria Gregory, seu pupilo, que naquela noite de libertação virara capa dos principais jornais dos Estados Unidos, após chacinar toda sua família, fazendo-a em pedaços obscenos de carne retalhada. O Doutor permitira que Gregory passasse cinco anos no corredor da morte, e na noite de sua execução, ao invés da injeção letal, O Doutor deu-lhe seu mais precioso presente: sua maldição.

    De fato, o natal o inspirava tanto, que ele decidiu que era chegada a hora de espantar aquela depressão que insistia em se abater sobre ele. Levantou-se, espanou as folhas da figueira que caíram sobre seu chapéu, e com o sorriso característico nos lábios, pôs-se a assobiar sua melodia favorita. A garota viciada, enchendo-se de coragem, aproximou-se da sinistra e quase caricata figura que deixava a praça.

    – E aí tio, tem um trocado? – Questionou a moça.

    O Doutor parou seu assobio de maneira tão súbita que a menina achou que ele lhe daria um soco, ou algo parecido. Mas, diferente do que imaginara, o homem virou-se para ela ainda sorridente.

    – O que você pretende fazer com esse trocado, criança? – Respondeu o Doutor com uma pergunta.

    – Ah tio, sabe como é…

    – Não, minha querida, não sei, me conte? O que você faria se eu ao invés de lhe dar trocados lhe desse isso? – Questionou o Doutor tirando duas notas de cem reais do bolso e deliciando-se com o olhar desesperado da jovem.

    – Nossa, dá pra comprar um monte de pedra com isso aí, tio! – Disse a jovem, quase não conseguindo se conter, sua vontade era agarrar as notas e correr o mais rápido que pudesse. Mas algo no aspecto incomum daquele homem lhe dizia que se fizesse isso ela dificilmente conseguiria dar mais do que dois passos. O homem tinha uma aparência bizarra e fascinante ao mesmo tempo, sua pele era extremamente pálida, não era um homem bonito, mas a inteligência exalava dele como perfume, não era alto, pouco mais de um metro e setenta e cinco, estava um pouco acima do peso, mas longe de ser obeso, mas era, com toda certeza o sorriso que ele tinha nos lábios que deixava a jovem viciada inquieta e fascinada: era um sorriso quase que lupino, o sorriso de alguém cujo raciocínio já estava segundos a frente de qualquer outra pessoa.

    – Sim, um monte de pedra! E eu aposto que você faria qualquer coisa para que eu lhe desse esse dinheiro não é mesmo? – Perguntou o Doutor.

    – Tu quer trepar? Vamos ali do lado, posso te fazer um boquete… – Disse a jovem, pouco mais que uma criança, ansiosa para ganhar seu prêmio e correr para o primeiro traficante que encontrasse. Ela chegava a um ponto tão degradante de seu vício que pouco se importava em abrir as pernas ou fazer sexo oral em um desconhecido, tudo que importava era que o desconhecido tinha duas garoupas azuis que fariam da noite daquela jovem uma imensa viagem. O Doutor se deliciava quando os viciados chegavam a esse ponto, eram como cães ansiosos por fazer os truques que seus donos mandam, apenas para ganharem suas recompensas. Durante sua carreira como psiquiatra ele conviveu com vários viciados, e todas as vezes o Doutor aprendera um bocado testando os limites daquelas mentes destroçadas por substâncias ilícitas.

    – Não minha jovem, não quero trepar, nem um boquete, e uma menininha como você não deveria usar desse linguajar, não fica bem para você! Ao invés de sexo, vamos fazer um jogo, ao final dele, se você cumprir todas as provas eu lhe darei o dinheiro, que tal?

    – Pode ser… – Concluiu a jovem, desesperada mas achando tudo aquilo estranho.

    – Bem, caminhe comigo. Qual o seu nome, criança? – Disse o Doutor, dando o braço para que a garota o segurasse. Depositou sua mão gélida sobre a mão magra da menina, que sentiu um calafrio percorrer sua espinha.

    – Ju… Julia…

    – Julia é um nome recatado demais! Não é o nome de uma jovem que estaria na rua a essa hora não é mesmo? Não! Hoje você se chamará… Vejamos… Hirma! – Disse o Doutor, rindo de si mesmo pela idéia genial de chamar uma prostituta viciada pelo nome de sua mãe.

    – Hirma??

    – Sim, criança, Hirma! É o nome de minha querida mãe, ela era uma mulher difícil, minha saudosa Hirma. E ela era assim, uma coisinha desesperada, como você. Então aí está sua primeira tarefa, Hirma, vê aquele homem no chão? O mendigo? Pegue a garrafa que está do lado dele e estoure-a na cabeça dele! – Disse o Doutor em um tom tão casual que era como se ele pedisse pra jovem lhe comprar um café, ou atravessar a rua…

    – Mas… – Abriu a boca a jovem.

    – Sem mas, Hirma, você não quer seu trocadinho? Pense em quanta pedra você poderá fumar, sem abrir as pernas hein?

    – Tá… eu faço.

    A jovem esgueirou-se, silenciosa como um camundongo, e o mendigo que estava bêbado e caído nem percebeu quando Julia apanhou a garrafa vazia de cachaça. A jovem olhou o homem por alguns segundos, por um lampejo de instante ela hesitou, em um dos raros momentos de lucidez, quando ela lembrava-se de sua casa, de sua família, do pai e da madrasta que Julia odiava, mas que, no fundo, fizera o papel de sua mãe. Por um breve instante ela hesitou, ela queria sair daquele monte de merda que sua vida se transformara, tinha dezesseis anos recém-completados, estava há seis meses na rua, e lá no fundo, tudo que Julia queria era aninhar-se no colo do pai e simplesmente chorar. Mas então ela sentiu a presença daquele homem sinistro atrás de si, imediatamente ela lembrou-se do sorriso lupino, e lembrou do dinheiro, e do que o dinheiro lhe proporcionaria. Quando deu por si, a garrafa já estava em cacos, e da cabeça do homem – agora desmaiado – o sangue jorrava em uma torrente vermelho-vivo. O Doutor olhou para o sangue extasiado, sangue de mendigo não era uma refeição digna, ainda que ele nunca entendesse as manias de alguns vampiros, sangue é sangue. Ele abaixou-se chamando a menina para perto de si. Tocou o pescoço do mendigo e disse:

    – Ele morrerá, vê esse corte? Você acertou-o em cheio Hirma!

    Julia olhou o sangue jorrando, e novamente a lucidez veio a tona, a jovem pôs-se a chorar e soluçar incontrolavelmente repetindo e implorando para que o Doutor ajudasse o homem que agonizava. Com uma tranquilidade perturbadora, o Doutor aninhou a criança nos braços, como um pai amoroso e disse:

    – Shhhhh… shhhhh… calma, criança, calma… Tudo ficará bem… vamos ajudar o pobre homem, sim?

    O Doutor colocou a menina sentada de maneira gentil, Julia olhou incrédula quando o homem tirou a fina lâmina do bisturi do bolso de seu casaco. Ela estava paralisada, aterrorizada, tudo que conseguiu fazer foi gaguejar algo incompreensível enquanto o Doutor passou a lâmina na garganta do homem, um corte fino e preciso, que abriu de uma jugular a outra fazendo o sangue jorrar farto. Em choque, Julia começou a tremer e soluçar, não demorou muito para que o sangue do homem, que agora tinha seus últimos espasmos, ensopasse Julia. O Doutor levantou-se e observou a cena, os segundos finais de uma vida, somados a flor da juventude, era algo poético e belo, e o Doutor sentiu vontade de imortalizar aquilo em uma tela. Usando seus poderes da mente, o Doutor entrou na cabeça da jovem, e deleitou-se com o que viu. Ela estava a um passo da insanidade, o que ele fizera arrancara o desejo pelo crack, substituindo por algo muito mais intenso que isso: o pavor.

    O pavor era a sua droga, como ele ficara tanto tempo longe disso? Ele se perguntou. O barulho das sirenes o tiraram de seus devaneios, mas ele ainda não acabara com Julia, por isso, tomou-a nos braços e a levou até seu carro, estacionado há algumas quadras dali. Seu trabalho com o mendigo se encerrara, mas havia muito mais guardado para aquela jovem viciada, pois o Doutor estava de volta a ativa, e ele estava mais faminto do que nunca…

  • Hadrian Shaw, o mago vampiro

    Hadrian Shaw, o mago vampiro

    Kieran me disse que eu deveria ter um diário, e nele relatar todas as minhas experiências. Disse que eu estava predestinado a mudar tudo, só não sabia se isso seria bom ou ruim… Bem, já aprendi que não ouvir seus conselhos, pode trazer consequências terríveis, vou tentar me lembrar de tudo que já vivi!

    Meu nome é Hadrian Shaw, ou pelo menos até aquele dia este foi meu nome… Nasci no ano de 1713, na pequena cidade de Luton. Passei grande parte da infância atolado nos mais variados livros… Meu pai sempre dizia que o estudo rígido, era importante, por mais estranho que fosse o tema. Os anos foram passando e tudo continuava inalterado, nossa casa vivia sempre cheia de visitas, meus pais gostavam muito de fazer jantares para receber alguns amigos. Alguns eram intrigantes, outros muito atenciosos, lembro-me bem de Kieran, em todas as visitas ele fazia questão de conversar comigo por algum tempo, interessado em meus estudos sempre me contava historias de bruxas, monstros e outras fantasias… Hoje eu sei que ele estava me testando e me preparando para o que estava por vir!

    Quando completei meu décimo aniversario alguns fenômenos estranhos passaram a ocorrer. No início eram raros, e eu cheguei a pensar ser fruto da minha imaginação, mas a frequência começou a aumentar e os outros perceberam. Lembro como se fosse ontem quando meu pai me abraçou, e com lagrimas nos olhos disse que havia chego o dia, e que eu não deveria temer nada, que logo Kieran estaria chegando e que tudo ficaria bem. A chegada de Kieran era esperada, e para minha surpresa minhas coisas estavam prontas para a viagem, cheguei a me sentir rejeitado, pois pareciam estar se livrando de um peso… Mas com o passar do tempo, e os ensinamentos de Kieran eu pude entender tudo, pude ver o que causava medo em meus pais, e tive a chance de voltar até minha família, me desculpar por meus pensamentos, e agradecer por terem me colocado no caminho.

    O treinamento…

    Eu me esforcei nos ensinamentos de Kieran, em pouco tempo me tornei seu discípulo mais brilhante, minhas habilidades e poder cresciam a cada dia. Quando cheguei aos 18 anos Kieran disse que havia chego a hora, a hora em que eu deveria escolher meu caminho… Explicou, que os maiores Magistas precisavam escolher tornar-se mestres ou viver a sombra de seus mentores, e que eu não poderia fazer esta escolha, pois ele não permitiria que seu pupilo apagasse a própria luz. E dei inicio a minha jornada pelo mundo, em busca de conhecimentos e experiências que não encontraria em Londres. Em minhas andanças deparei-me com os mais variados tipos de despertos, Wairwulf, Wampir outros Magistas e algumas outras criaturas que nem estavam nos livros… Mas foi em Berlin que encontrei algo de extremo valor, seu nome era Dana!

    Dana era uma joia rara, capaz de tirar qualquer um de seu caminho… Longos cabelos da cor do sol, olhos tão verdes que deixariam até mesmo as safiras com inveja. Porém eu não fui o único a deixar meu caminho! Sem que Dana ou mesmo eu percebêssemos, olhos famintos a observavam. Aproximei-me de Dana, e logo que nossos olhares se cruzaram ficamos congelados por segundos, que pareceram ser minutos, horas, décadas… Tentei falar algo, mas pela primeira vez em minha vida minha língua afiada me traíra, sem conseguir falar peguei em sua mão e pude notar um lindo sorriso se formando em seu rosto, e ali teve inicio uma nova fase de minha história. Porem nosso observador também tinha planos que iriam causar muito sofrimento a todos, mas por hora ele não se mostrou, devia ter notado o que eu era e decidiu agir com cuidado.

    Não demorou muito para que nos envolvêssemos, Dana e eu, ela decidiu largar tudo e me acompanhar em minhas viagens e eu expliquei a ela que tudo que ela conhecia iria mudar, e aceitou sem pensar. Estava tudo tão maravilhoso que eu com minha juventude e inexperiência não percebi que um Wampir estava nos seguindo, e esperando o melhor momento para atacar.

    O inicio da agonia…

    Falei a Dana que eu precisava sair da cidade para praticar um pouco, e que não era seguro ela me acompanhar, a deixei em uma estalagem a qual estávamos hospedados e me dirigi à floresta, em minhas praticas acabei perdendo a hora e a noite caiu. Já haviam passado das 22h quando voltei à realidade, brincar com o tempo pode ser uma pratica muito arriscada… Recolhi as minhas coisas, e apressei o passo para encontrar Dana, mas tudo que encontrei em nosso quarto foram roupas rasgadas, um pouco de sangue e a janela aberta. Minha respiração ficou acelerada, minha mente entrou no caos, pela primeira vez em muito tempo eu não sabia o que fazer. Com os olhos cheios de lagrimas clamei pelo nome de Kieran, e ele pode me ouvir… O vento soprou em meu ouvido “Wampir”, e uma segunda lufada de vento “procure o sangue no vento”. Concentrei-me por instantes, colocando a mente em ordem e pensando na mensagem enviada, e finalmente entendi, invoquei o vento e o fiz me guiar ao cheiro de sangue estranho que exala dos Wampir. O vento me guiou ao cheiro, mas chegando lá encontrei apenas Dana inconsciente, o maldito a havia transformado e fugido, até os dias de hoje não consegui descobrir a identidade do maldito Wampir.

    Estava claro que eu precisava de ajuda, eu precisava de respostas e não podia deixar Dana neste estado, juntamos nossas coisas e fomos para Londres sempre viajando a noite e eu tratava de esconder Dana durante o dia para protegê-la do sol. O pior foi a fome, ela precisava de sangue e não aceitava o fato de beber de humanos… Fomos o mais rápido possível atrás de Kieran, pois se houvesse alguma forma de reverter isso, ele seria a única pessoa que poderia me responder. Seus estudos do sangue nunca foram segredo para mim, mas confesso que nunca prenderam minha atenção. Então, depois de uma longa jornada enfim chegamos a Londres e fomos de encontro a Kieran.

    O erro…

    Contamos toda a história a Kieran, e após ouvir tudo atentamente em silencio, ele nos disse que não havia meios de reverter o que estava feito. Dana caiu em pranto e ao ver sua reação não pude aceitar as palavras de Kieran, questionei sobre sua pesquisa do sangue, que devia haver alguma forma de arrancarmos a maldição dos Wampir de Dana. Sua resposta foi fria e clara “A existência dos Wampir, assim como a nossa é obra dos deuses… E ninguém pode desfazer o toque de um deus, nem Wampir, Wairwulf, ou Magista”. Não aceitei esta resposta, e ouvi as seguintes palavras “Já fiz uma escolha por você minha criança, não posso escolher novamente. Se quer usar minhas pesquisas, vá em frente, mas se tentar desfazer a criação de um deus vai acabar morrendo”.

    Passei dias estudando a pesquisa de Kieran sobre o sangue dos despertos, e cheguei a conclusão de que poderia curar Dana modificando um ritual de purificação de água com algumas alterações para fazer isso em sangue, nossa primeira tentativa foi um fracasso… Parecia que realmente Kieran estava certo, eu não tinha poder para desfazer o que um deus fez. Foi então que tive a ideia mais idiota de todas… “Eu não precisava purificar o sangue, bastava eu tirar todo o sangue de Wampir e colocar nela sangue humano limpo”. Estava tudo certo, o ritual que iria tirar o sangue e colocar o sangue novo estava preparado, demos inicio ao processo… Estava tudo funcionando, o sangue novo estava entrando no corpo de Dana enquanto o sangue Wampir começava a sair, porém ao invés de sair do corpo dela e escoar pelo chão, algo deu errado. Ele começou a vir em minha direção e sem que eu tivesse tempo de fazer algo, aquilo começou a entrar em mimatravés de meus poros. Uma dor terrível se espalhou por todo o meu corpo era como se eu estivesse morrendo por dentro, a dor foi tanta que não pude conter um grito, e após o grito chamas brotaram de todas às partes do salão consumindo tudo inclusive o corpo de Dana, um pouco antes de restar apenas cinzas de seu corpo houve uma explosão e perdi minha consciência.

    O segundo despertar…

    Quando recobrei a consciência a primeira coisa que fiz foi percorrer a sala em busca de Dana, mas nem sinal de seu corpo… Passei a olhar a minha volta e não havia nada queimado, estava escuro, mas estranhamente eu conseguia ver perfeitamente… Minha mente encheu-se de perguntas “Onde eu estou? Que fome é essa que estou sentindo?” Caminhei até a porta e ao abri-la deparei-me com um grande salão, um lugar bem conhecido, estava no local de treinamentos de Kieran… Passei a chama-lo incessantemente, precisava de respostas, no entanto ele não apareceu. Depois de um tempo uma porta se abriu e pude ver um rosto familiar, era Kaleb um dos pupilos de Kieran eu sabia quem era ele mas algo estava errado, a ultima vez que nos encontramos ele tinha apenas 15 anos agora era um homem adulto que já ostentava seus primeiros fios de cabelos brancos. Kaleb, o que esta acontecendo? Onde esta Kieran? Ele se aproximou de mim e abriu os braços oferecendo um abraço, aguardamos por muito tempo seu despertar Hadrian, finalmente a tarefa de zelar por seu sono teve um fim, e foi uma longa tarefa de 50 anos. Fiquei horrorizado com a revelação olhei para minhas mãos e então entendi tudo, eu fora punido pelos deuses com aquilo que tentei desfazer… Kaleb, e D… e pude ver seu semblante pesaroso apenas fazendo não com a cabeça. Me leve até Kieran…

    O reencontro com Kieran foi devastador, seu olhar de tristeza mostrava o quanto ele desaprovara minhas ações, porem acabei descobrindo que também havia culpa naquele olhar. Naquele mesmo dia soube o que havia me tornado algo que até aquele momento nunca havia existido, ou era desconhecido para ele… Segundo as explicações eu continuava sendo um Magista, mas agora era também um Wampir, o estranho é que eu não conseguia mais manifestar meus poderes, e Kieran me explicou que isso ocorria pois eu precisaria aprender a controlar a minha nova essência e isso seria trabalhoso, pois até mesmo ele desconhecia como… Os anos foram se passando 1, 5, 10, 20 anos e a maioria das tentativas eram falhas, o Maximo que eu conseguia manifestar deixaria um recém desperto envergonhado, varias e varias vezes pensei em desistir e aceitar que era um Wampir e nada mais, porem Kieran nunca me permitiu isso! As coisas só começaram a finalmente mudar no ano de 1841, quando Kieran retornou de uma viagem e disse ter encontrado respostas que ajudariam a entender a controlar meus poderes. Levei mais 20 anos praticando com Kieran para finalmente conseguir dominar por completo os poderes Magistas somados ao Wampir.

    A promessa…

    Quando finalmente meu treinamento estava completo, Kieran veio até mim com um ar de preocupação. “Meu garoto, com o passar dos dias pude perceber o quão terrível pode ser a mistura dos poderes que você acidentalmente fez, estavas tão compenetrado em aprender a controlar, que nem percebeu que superou meus poderes a mais de 3 anos. Acredito que isso pode ser recriado, e por isso você precisa prometer que nunca vai revelar a ninguém isso. Se algum dia alguém descobrir você precisa fazer com que esqueça, ou deixa a existência.” Um dia o que você fez vai mudar tudo, apenas não sei ainda se para melhor ou pior. Até lá continue estudando o sangue para entender com exatidão o que ocorreu. Andei pelo mundo por mais 40 anos no ano 1900 já havia encontrado as respostas a todas as minhas perguntas… Descobri onde falhei, e descobri que Wampir, Magista ou Wairwulf não é uma doença que possa ser curada. É uma condição que pode ser no máximo controlada. Porém da mesma forma que ocorreu comigo, é possível brincar de deus e misturar as linhagens, mas os riscos são grandes. Até hoje sei da existência de um clã Wampir amigos de Kieran que conseguiram misturar a linhagem com Wairwulf, mas nunca alguém que tenha misturado às três.

    Tempo de descanso…

    Retornei a Londres e fui ao templo de Kieran, contei a ele minhas descobertas e minhas suspeitas, compartilhamos nossos estudos e então revelei a ele meu desejo… “Meu mentor e amigo, hoje entendo meus erros e meus pecados. Porem já estou vagando há muito tempo e decidi dormir para esperar um outro tempo, em que eu não seja uma ameaça tão grande para a ordem natural das coisas. Em suas mão deixo minhas descobertas, e meus sonhos. Porém darei lhe um fardo também… Farei um ritual que vai ligar nossas essências, meu despertar só será possível com a sua vontade, ou se algo lhe acontecer.” Me despedi de muitos amigos que viviam entre aquelas paredes e me entreguei ao torpor no ano de 1901.

    Sono interrompido!

    Pouco a pouco começo a recobrar a consciência… O que esta acontecendo, Kieran não clamou por meu despertar, mas sua energia está tão fraca, o que esta acontecendo? Já recobrei a consciência, mas ainda não consigo controlar meu corpo, espere velho amigo, você nunca me deixou desistir e fará isso agora?

    Só consegui recobrar o controle de meu corpo fraco desprovido de sangue depois de alguns dias da energia de Kieran já ter se dissipado por completo, tenho que descobrir que mal levou sua vida!

  • Entrevista com o Doutor

    Entrevista com o Doutor

    Sim minhas deliciosas leitoras aqui uma entrevista inédita com o Doutor, lembram-se dele? Das histórias sádicas, dos momentos intensos em meio as vontade e desejos ocultos…

  • Ser humano

    Ser humano

    Este texto foi enviado pela Gabriella, que me deixou muito feliz reaparecendo por aqui. Fica bem minha querida, a vida é assim mesmo repleta de surpresas, jogos e trocas 😉

    Ser humano

    O ser humano não é digno de pena, pelo menos não aqueles que eu conheço. Machucar, magoar, ferir parece tão simples para algumas pessoas… Brincar com o sentimento das pessoas é ferir a alma sem perceber. Às vezes é sem consciência, às vezes é proposital… Quem inventou o amor achando que estaria fazendo o bem e ensinando algo bom, pelo contrario mostra a fragilidade do homem, o ponto fraco… Arranco hoje do meu peito isso que chamam de coração, que na verdade deveria ser apenas mais um órgão. Toda minha essência, todo sentimento que existia em mim morreu. Não existe mais nada dentro desse corpo, apenas osso, sangue e carne. Uma máquina ambulante, sem sentimentos, sem uma causa pra lutar, sem coração. Não é uma escolha fácil, mas no mundo de hoje onde não existe sentimento também não existe dor… Se hoje prefiro ser como um zumbi, é porque acredito que seja mais fácil sobreviver a esse mundo assim. Minha alma foi arrancada, ferida e dilacerada… Eu aceito que tenha que ser assim, pois nada acontece sem nosso consentimento, mas cansei de viver num mundo onde o amor já não tem mais importância, é mero detalhe… Aos que ainda acreditam, sinto muito…

  • O gari serial Killer – Parte 1

    O gari serial Killer – Parte 1

    Ferdinand o que tu fizestes no final do ano? Pois bem meus ávidos leitores… Segue parte do meu final de ano em meio a investigações e algunas cositas más

    Oswaldo sempre foi um cara do tipo festeiro, daqueles que sempre anda cheio de amigos e esbanjando sorrisos. O seu único problema, que inclusive pode ser visto em muitas pessoas, é aquela famosa falta de limite. Fato que inclusive lhe rendeu alguns boletins de ocorrência na adolescência. Cousas poucas eu diria: Pequenos furtos, direção perigosa e um outro mais ousado envolvendo violência doméstica contra uma de suas namoradas.

    O que ninguém esperava aconteceu devagar e ao longo de mais de 30 anos. A barriga sarada de Oswaldo deu lugar uma bela pança, cultivada com vários litros de cerveja e em sua cara surgiu um belo bigode, daqueles de dar inveja a qualquer galã italiano da década de 60. Sua acomodação na vida foi tanta, que nem faculdade ele fez e parou os estudos depois do médio.

    Agora pai de quatro filhos com duas mulheres diferentes, ele precisa se virar como pode e quase sempre é visto em seus vários bicos diferentes. Inclusive nos últimos meses ele foi visto trabalhando como gari, algo que os radicais interpretaram como o famoso fim do poço…

    O caminho de Oswaldo cruzou o meu no início do mês de dezembro de 2012, quando recebi alguns relatórios contendo procurados pela policia civil e havia neles um tal serial killer que me intrigou. Alguém estava matando pessoas solteiras, que moravam sozinhas, de ambos os sexos e a mesma cena do crime já havia sido presenciada por 3 vezes: Um corpo vestido, muito bem arrumado em cima de uma cama, contendo sinais de esganadura e evidências de estupro. Os locais dos crimes eram as próprias casas das vítimas e nunca foram encontrados digitais, sinais de arrombamento ou furto.

    Inicialmente fui aos locais dos crimes, que ainda estavam lacrados pela policia e fiz aquela tradicional busca investigativa. Confesso que o novo seriado “Elementary” tem inspirado minhas investigações e cada vez que vejo algo aparentemente fora do lugar, imagino uma série de acontecimentos. Mesmo com o olhar um tanto quanto aguçado, no primeiro apartamento eu não encontrei nada anormal, nem mesmo no segundo.

    Só me restou a última casa, um sobrado no subúrbio da cidade, dois andares, grades na frente e se não fosse aquela mórbida fita amarela com preto, eu diria que o lugar parecia bem convidativo. Morava ali a terceira vítima, uma mulher de 32 anos, bonita, traços sulistas e longos cabelos loiros naturais. Devia ser daquelas que certamente trabalhou em eventos quando mais nova ou que fazia muito sucesso por onde passava. A cama onde ela foi encontrada ainda mantinha a forma daquele belo corpo, deixado ali por alguém que certamente agiu de forma metódica e sem escrúpulos. Ao lado na cabeceira, marcado na página 156 estava o livro “A entrevista com o vampiro”. Tomei-o em minhas mãos frias e nesta mesma página uma frase veio aos meus pensamentos como um pedido: “-Talvez você traga alguma sanidade a este lugar…”

    Depois disso, vasculhei os dois andares e o pequeno quintal dos fundos, porém nada me parecia diferente ou fora do lugar. Confesso que estava prestes a desistir, quando por fim vasculhei uma última vez o local onde o copo havia sido encontrado. No pequeno banheiro da suíte, havia uma lixeira ao lado do vaso sanitário e quando a removi do lugar abaixo estava o ralo. Prestes a cair por um dos buracos estava um pedaço de tecido verde rasgado, contendo parte do era o brasão da cidade.

    Naquela noite voltei para casa sem nada de muito concreto, a não ser o tal tecido com o brasão e aquele sentimento de que havia uma alma me pedindo ajuda. Seria aquilo parte de algum uniforme? Seria da vítima, do agressor, de algum namorado, parente ou amigo? Havia algum espírito me ajudando ou pedindo ajuda? Intrigado, chamei Sebastian e juntos começamos uma breve busca on-line. Sebastian vasculhou os arquivos em busca de mais semelhanças entre as vítimas e fiquei vagando em busca de algo que viesse como um estalo a minha mente hiperativa.

    Ao fim daquela noite chegamos a algumas conclusões baseados nas pesquisas e em tudo que a policia havia encontrado. Os peritos haviam achado algo interessante, pequenos pelos nas genitálias de uma das vítimas, sendo a vítima totalmente depilada, concluiu-se que se tratavam possivelmente dos pelos do agressor. Um dos peritos que analisou os tais pelos ainda informou nos laudos que os pelos provavelmente vieram de um bigode, haja vista os traços de nicotina encontrados. Na época da investigação, foram procurados parentes ou amigos da vítima que possuíssem o tal bigode, mas ninguém chegou a prestar depoimento.

    Desconfiávamos então que o assassino era homem, com bigode, forte o suficiente para arrastar ou levantar um peso equivalente a 70 quilos. Todavia nos faltava ainda algo chave, qual a relação entre as três vítimas? Então na noite seguinte eu estava sozinho, concentrado com o pedaço de pano em minhas mãos, quando meus pensamentos foram interrompidos pelos barulhos das latas de lixo sendo derrubadas pelos garis. Como que por reflexo dei aquela olhada pela janela, a fim de comprovar o trabalho de limpeza e a luz de um dos postes iluminou as costas de um dos garis. Estava lá o tal brasão da cidade e o tom de verde do macacão era próximo do tecido em minhas mãos.

    Naquele instante peguei meu smartphone e acessei o Google imagens buscado alguma foto dos garis da cidade. Para minha alegria lá estava um gari dançando no carnaval e na manga de seu uniforme verde havia o mesmo símbolo do pedaço de tecido sujo em minhas mãos. Logo em seguida eu estava afoito e de imediato liguei para Sebastian que veio ao meu encontro minutos depois.

    Continua…

  • Fim do mundo?

    Fim do mundo?

    Texto escrito pelo Sebastian…

    De tempos em tempos o assunto “O fim do mundo” acaba surgindo e em pouco tempo ele acaba se tornando alvo de estudos, profecias de fontes diversas e até mesmo encontrado em registros dito confiáveis.

    Ao longo dos meus mais de 150 anos já ouvi varias informações referente a este assunto. Algumas contendo verdades escondidas em um monte de tolices e outras não passavam de boatos criados para aumentar a ilusão do povo.

    Durante toda a historia da humanidade se falou em fim do mundo, ou no fim da raça humana.

    Um dos mais famosos profetas do fim do mundo foi sem duvida Nostradamus, que em sua previsão viu que uma serie de eventos iria anteceder o dia do juízo final, no entanto, não se pode provar que algum desses eventos realmente ocorreram.
    Entre esses eventos podemos destacar:

    1 – Um eclipse do sol previsto para 11 de outubro de 1999 (fato não acontecido).

    2 – Mês 7 (julho) de 1999 como “a era do terror”, onde haverá uma grande invasão asiática do Anticristo. Haverá uma fome universal e pouca chuva (fato não acontecido).

    3 – O Surgimento de 3 anticristo que iram trazer terror e sofrimento. (alguns acreditam que tenha sido Napoleão e Adolf Hitler) no entanto não é possível provar este ponto vista, pois varias outras pessoas causaram grandes problemas a humanidade.

    Apesar da maior parte destes eventos previstos por Nostradamus não terem se concretizados muitas pessoas acreditaram que o fim do mundo iria ocorrer no ano 2000, evento este que também não ocorreu.

    No entanto, meus estudos foram mais aprofundados em relação a uma “profecia” realizada por um povo antigo e com uma cultura muito vasta.
    Não é segredo para ninguém que o povo Maia era detentor de uma tecnologia e conhecimentos formidáveis, fato este que aumentou ainda mais meu interesse por este antigo povo.

    O conhecimento do povo Maia se mostrava ainda maior na área da astronomia, conhecimento este que concedeu a eles a capacidade de prever eventos astronômicos com décadas ou até mesmo centenas de anos de antecedência e com uma precisão de minutos.

    Muitas das descobertas relacionadas a este assunto foram escritas no que os estudiosos de hoje chamam de calendários Maia. Estes calendários podem ser sincronizados e interligados, gerando assim a origem de ciclos adicionais mais extensos.

    Dentro destes calendários foi a chamada inscrição de Tortuguero, que começou com estes assuntos de fim do mundo. Os fragmentos dos textos escritos pelos maias indicavam que no fim da atual era, algo relacionado ao deus Bolon Yokte ocorreria. O texto incompleto levou a diversas interpretações, principalmente por causa desta estranha divindade, que é ligada tanto à criação quanto à destruição.

    Então vieram os presságios apocalípticos: falou-se em alinhamento do Sol com o centro da Via Láctea (que ocorreria a cada 26 mil anos), inversão dos polos magnéticos, que o planeta X (ou Nibiru) estaria em rota de colisão com a Terra, que ocorreriam tempestades solares.

    Algumas dessas informações são realmente verdadeiras e podem ser comprovadas com estudo e base cientifica.
    No entanto, mesmo sendo verdadeiras devem ser analisados todos os fatos para se chegar a uma conclusão lógica.

    1 – Alinhamento solar com o centro da Via Láctea.

    Apesar de poucos saberem (este não é um conhecimento passado para as pessoas hoje em dia, visto que era um evento ligado a religiões pagãs) o alinhamento solar com o centro da Via Láctea ocorre duas vezes ao ano e recebe o nome de Solstício, ocorrendo em dezembro e em junho. O dia e hora exatos variam de um ano para outro. E até o dia de hoje este evento não causou nenhum tipo de alteração significativa ao planeta.

    2 – Inversão dos polos magnéticos.

    Apesar de parecer pouco provável este é um dos eventos que realmente podem (vai) ocorrer, no entanto não da maneira que muitos estão pensando, a inversão de polos e movimentação das placas continentais, é um evento que ocorre de maneira muito lenta e sequencial, tempo suficiente para que a raça humana venha a causar seu próprio fim.

    3 – Colisão com o Planeta X (Nibiru)

    Este é sem duvida um de meus preferidos junto com o alinhamento solar. (Poder observar as estrelas e planetas sempre despertou um grande intere se em minha alma).

    No entanto, apesar de passar anos analisando este assunto nunca obtive nenhuma prova realmente significativa quanto a existência de um planeta em rota de colisão com a terra. Já encontrei vários planetas, entre outros corpos celestes, no entanto sei o que muitos estão pensando agora e afirmo. Mesmo com recursos pessoais limitados há varias maneiras de se obter informações privilegiadas quando se deseja.

    E nenhuma dessas informações me fizeram acreditar na existência de um planeta escondido vindo em rota de colisão com nosso planeta.
    Contudo, este assunto pode ser analisado por todos vocês e se existisse mesmo um planeta em rota de colisão com a terra, vocês não acham que ele já deveria estar ao menos visível? O fim dos tempos não se aproxima, fiquem tranquilos!

  • Encontro com o mestre

    Encontro com o mestre

    Estacionei o carro e fui em direção ao centro da praça. Este, aliás, é um belo lugar para se passear as madrugadas. Vazio, ar fresco e praticamente nenhuma alma viva, ao menos aos moldes humanos. Seria inclusive um belo lugar para se deitar a grama e ficar um tempo observando as estrelas, constelações, galáxias…

    Sentado em um banco estava um velhote muito bem vestido de terno completo, chapéu e bengala. Com uma das mãos ele segurava um Tablet e com a outra ele manuseava incansavelmente seu bigode centenário. Concentrado, obviamente ele sabia da minha presença, mas isso não me privou de ficar por um tempo lhe observando.

    160 anos haviam se passado desde que o conhecia naquela madrugada de carnaval e ele estava ainda melhor. Mais elegante e forte, parecia que os anos só o deixam melhor. Pensei comigo…

    “Nostálgico hoje meu filho?”

    Eis que surge o pensamento telepático em minha mente e ao piscar os olhos não havia mais ninguém no banco da praça. No entanto, senti a energia de meu mestre vindo de outro lado e ao olhar para trás lá estava Georg sorrindo e indo em direção ao meu carro.

    – Vamos Ferdinand, temos muito o que conversar ainda hoje!

    O Barão e seu jeito excêntrico, mas que sempre tem tudo sob o seu controle.

    Voltamos para a fazenda e Georg foi me contado da viagem de volta. Novos tempos, muita tecnologia e os tais nanochips que revolucionaram tudo que havia antes do inicio de sua hibernação nos anos 60. Seis meses acordado e muitos teriam inveja de sua interação com tudo que existe de mais avançado na atualidade. Está certo que Sebastian o ajudou muito, porém sua mente sempre fora atemporal e avant garde.

    Sebastian, Franz, Eleonor, Julie, H2, Georg e eu. Todos reunidos naquela velha sala da casa grande. Joseph estaria feliz aqui hoje à noite, pensei comigo… Fora uma noite em que meus pensamentos vagavam por todos os cantos do globo, mas que foram interrompidos mais uma vez por Georg. Ele vinha do porão trazendo consigo um cálice de prata e foi logo iniciando o tão esperado ritual.

    – Meus filhos, apesar da inestimável perda de Joseph, nosso clã aumentou nos últimos anos. H2 trouxe sua fé e Julie seu sangue. Ambos não entraram neste clã ao acaso, h2 já era observado há muitos anos por Franz e Julie… Julie é alguém que tenho muito apreço, que surgiu em nosso clã depois daquela maldita guerra e me deixou feliz, ao aceitar meu convite. Independente de todos os laços afetivos que circundam suas cabeças, Gutta cavat lapidem¹ (risos), eu quero deixar implícito antes do festim que nós somos os Wulffdert e me sinto honrado em tê-los comigo.

    Sabe aquele discurso motivacional que você precisa ouvir em determinados momentos de sua vida? Georg o estava fazendo muito bem…

    – Apesar das revoluções tecnológicas e de comunicação deste século, tudo continua muito tranquilo. Nenhuma força nos ameaça, apesar da instabilidade econômica de alguns países, não há motivo eminente para nenhuma guerra humana ou Wampir. Sendo assim, eu irei cochilar por mais alguns anos como já havíamos conversado, lembram? Tá deu de encher o saco de vocês, é assim que se fala? (risos)

    Depois desse momento mais descontraído, nos concentramos novamente e ele iniciou o ritual. Algumas palavras em latim, algumas ervas mascadas maceradas dentro do cálice e um a um fomos despejando gotas de nosso sangue dentro do cálice. Tudo foi misturado a mais ou menos um copo de sangue de Georg e Franz foi o primeiro a beber, seguido por mim e todos os outros, sendo Georg quem consumiu o último gole.

    O que dizer das reações de tal ritual? Simples. Amizade, amor, carinho, respeito e confiança. Estes sentimentos e muitos outros afloraram ainda mais entre todos os presentes. Depois de 100 anos nossos laços haviam se renovado e mais uma vez o clã se sentiu unido na presença do mestre.

    Nas semanas que se seguiram tratamos da hibernação de Georg e para minha alegria Sebastian retomou o seu lugar ao meu lado. Julie e H2 andam mais receptivos que o normal, obviamente em função do ritual e finalmente eu pude sentar novamente em meu computador para retomar meus escritos.

    A nostalgia é importante de tempos em tempo. Por causa dela aprendemos a dar valor ao que temos e isso é importante para que a sanidade de nossos espíritos se mantenha intacta. Talvez algum dia meu companheiro demônio me domine, talvez algum dia eu o expulse. Porém o que importa mesmo é o equilíbrio entre o céu e o inferno, não é mesmo?

    ¹ Essa expressão em Latim, seria o equivalente ao ditado: “Água mole, pedra dura, tanto bate até que fura.”

  • Vampira Julie – VampiroCast #1

    Vampira Julie – VampiroCast #1

    Boa noite meus queridos leitores,

    Hoje não serei eu, Ferdinand, quem falará ao VampiroCast, mas sim minha atual companheira, Julie.

    Isso é apenas o inicio de algumas mudanças que vocês verão aqui, mas tenho certeza que todos irão gostar. Já fazia tempo que eu queria uma opinião vampira feminina mais forte por aqui e tenho certeza que Julie fará isso da melhor forma.

    Por hora é isso que tenho para lhes contar… Até mais 😉