Categoria: Histórias

Nesta seção você encontra historias, contos e relatos relacionados ao mundo real e sobrenatural. Verifique a indicação de faixa etária no início de cada texto.

  • Eleonor Dolores Vantré

    Eleonor Dolores Vantré

    Eleonor faz questão de esconder, junto de suas piores recordações, o ano exato em que tudo aconteceu. Porém, ela não esconde detalhes do lugar, cuja sua vida fora transformada para todo o sempre…

    A noite de chuva torrencial havia espantado praticamente todos os clientes habituais, que pontualmente vinham todas as quartas-feiras prestigiar o show da popular señorita Vantré. A casa ficava no que hoje é conhecido por bairro Gótico, e se assemelhava e muito com a popular Moulin Rouge de Paris. Inclusive Eleonor se lembra muito bem do tal Sanches, o dono do lugar. Um velho gordo, de olhos azuis, que sempre usava a mesma cartola marrom e era conhecido em toda a Barcelona por seus métodos não convencionais de obtenção de favores. Ou era o que ele queria ou a sua faca sempre afiadíssima percorria o pescoço de seus antagonistas.

    Em meio a este contexto de vida, vivia Eleonor, uma garota que desde cedo aprendera a usar seu charme e sensualidade para conquistar os homens e o que mais tivesse necessidade. Saíra cedo do convívio da família em busca de novas expectativas de vida e como ela sempre diz: “Foi a melhor coisa que fiz depois de experimentar sexo a três”…

    Eleonor morava no próprio lugar em que fazia seus shows e o por esse privilégio, deixava no bolso de Sanches boa parte do que lucrava nas apresentações ou nos “programas”, que eventualmente fazia com os poucos ricos que ainda circulavam por aquela região. Por se tratar de alguém com gênio forte, que às vezes passa certo ar de teimosia, Eleonor é alguém difícil de lidar. Sanches que o diria, pois sempre desejou muito a morena de olhos azuis, pele clarinha e sangue caliente cigano.

    Nesta fatídica noite em que Eleonor teve sua vida revirada, ela havia descansado pouco. Estava nos “dias vermelhos”, como algumas mulheres definem tal estado do corpo e com isso seus nervos estavam à flor da pele, junto das cólicas. Sanches, ao contrário, estava numa noite boa e até havia permitido que ela descansasse. Porém, como a bela e teimosa morena precisava de mais dinheiro para fazer o pagamento do aluguel daquele mês, hesitou o descanso e resolveu trabalhar assim mesmo.

    No exato momento em que a striper conversava com seu cafetão um grupo de amigos se preparava para sair de casa. Alberto iria se casar no final de semana e os amigos resolveram lhe levar para a tal casa onde Eleonor trabalhava. Junto deles, porém o que nem a morena ou os amigos da despedida imaginavam é que Georg e Franz estavam em busca de problemas nesta mesma noite fatídica.

    Eleonor geralmente ficava em seu quarto até poucos minutos antes do início dos seus shows. No entanto, naquela noite em função das muitas cólicas, ela se obrigou a beber algumas doses de Rum, pretendendo assim aguentar noite adentro. Ela conversava com uma de suas colegas quando o grupo de Alberto, cerca de cinco jovens adentrou o recinto. Alguns dos rapazes já estavam visivelmente embriagados e praticavam o popular: “sou Fo** e quero todas”. Nesse sentido eles abraçaram e beijaram várias meninas no caminho até a mesa em que decidiram se sentar. Para a sorte de Eleonor e de sua colega, os jovens não as viram e isso lhes garantiu alguns minutos a mais de sossego, antes que pudessem pegar de verdade no batente.

    Eleonor estava no backstage quando Georg e Franz chegaram. Como sempre muito discretos, eles apenas procuraram uma mesa, ignoraram o garçom e enquanto nenhuma menina subia ao palco, eles trocaram algumas palavras um com o outro. Ambos estavam com fome e por que não apreciar algumas stripers antes de caçar? Essa sempre foi uma das teorias de Franz, que, aliás, quase sempre nos convence facilmente.

    Pontualmente a uma da manhã Eleonor subiu ao palco. Ninguém prestava atenção naquele canto escuro, até que o violeiro começou a tocar algo novo para época e que hoje se assemelharia muito ao popular Flamenco.

    Trajando um vestido longo e preto com detalhes de bordados vermelhos, a estonteante morena deixou todos boquiabertos. Inclusive os dois Wampir, que sentiram de longe o perfume dos “dias” da striper. Bastou apenas um olhar e Franz vira naquela morena algo além das castanholas e rebolados. Georg também se sentira muito atraído pela jovem, que nesta época estava no auge dos seus 23 anos.

    No entanto, antes mesmo que qualquer um deles pudesse lançar seus poderes na intenção masculina de atrair a fêmea. Todos foram surpreendidos pelos gritos eufóricos dos jovens da despedida de solteiro… “Muy caliente”, “¡Mira que chica tan guapa!”… E os ânimos explodiram ainda mais quando a espanhola resolveu tirar sua roupa.

    Os dois seguranças que vigiavam a porta não foram suficientes para conter o grupo de Alberto, que na empolgação o jogaram para cima de Eleonor. Inclusive se não fosse à prontidão da morena, ambos iriam ao chão. Neste mesmo instante Franz, que observava tudo atentamente chegou a se levantar, mas fora contido por Georg.

    Iniciava ali o verdadeiro terror que Eleonor já estava acostumada, porém, sempre temia. No fundo ela sempre gostou de ser desejada, no entanto, quando há mais de um homem eufórico em cima de uma mulher, ela não pode fazer muito mais além de apenas aguentar como puder.

    Alberto tentou improvisar uma dança com Eleonor, mas no fundo ele apenas desejava aquele corpo quase nu e seu instinto não se conteve e suas mãos percorreram todas as partes da jovem. Eleonor tentava agir como sempre, mas quando o futuro noivo a beijou na boca ela fora surpreendida por um “coice no útero”, que lhe fez morder com um pouco mais de intensidade a boca do mancebo.

    Como reação Alberto não se conteve e enquanto Eleonor se contorcia ele desprendeu um tapa com as costas da mão diretamente no belo rosto da morena. Com o impacto inesperado Eleonor caiu por cima do violeiro e por consequência ficou de joelhos ao seu lado, iniciando um breve pranto.

    Georg ao perceber os pensamentos de Franz e ao contrário da outra vez não o conteve. Iniciava ali uma briga fora do contexto, algo que certamente renderia uma boa cena de ação em qualquer filme do gênero.  Cadeiras, mesas e corpos voam para todos os cantos, até que depois de alguns minutos o que podia ser visto era um cenário com a mais perfeita destruição. Nem mesmo os seguranças ou a faca de Sanches contiveram os dois vampiros possuídos por seus demônios.

    Nem mesmo Eleonor fora poupada e estava desmaiada ao chão em função de uma garrafada em sua cabeça. Franz voltava ao seu normal quando a percebeu, ele poderia tê-la deixado desfalecida como já o fizeram em outras situações, mas algo em seus pensamentos era atraído pelos lábios carnudos da striper.

    Com o consentimento de Georg ele colocou a morena em seu ombro e em meio à chuva que ainda não cessara, voltaram para o hotel no qual estavam hospedados. O caminho até o lugar fora feito de carruagem alugada, que eles conseguiram a algumas ruas de distância do bordel.

    Cerca de trinta minutos depois eles passaram tranquilamente pela recepção do hotel praticamente vazia. Apesar de carregarem o corpo de uma mulher seminua e toda encharcada, o recepcionista fora convencido facilmente pelos poderes mentais de ambos os Wampir. Já no quarto, Franz repousou Eleonor na cama e iniciou uma conversa com Georg. Neste papo eles discutiram as possibilidades sobre Eleonor e ao fim da noite Georg se convenceu de que uma mulher seria muito útil ao seu clã. Uma bela mulher com toda a manha de uma prostituta, certamente faria toda a diferença naquele clã que estava apenas no inicio de sua formação.

    A transformação de Eleonor ocorreu depois de alguns meses, no qual ela teve de provar sua lealdade e habilidades aos dois Wampir. Inicialmente ela fora transformada em Ghoul e ao contrário do dia em que os dois senhores da noite entraram em sua vida, a sua transformação ocorreu bem tranquila. Era noite de primavera e como ela romanceia, o perfume das acácias foi o último cheiro que ela sentiu antes de morrer.

  • Amor dos imortais

    Amor dos imortais

    Enviado pela Nayara:

     

    A noite nasceu novamente
    E com ela nasce mais uma vez os meus sonhos.
    Sonhos negros, sonhos negros de amor.

    Sonhar, te ter numa noite louca, amor eterno.
    Eterno e tão breve quanto a noite,
    Noite que se curva diante da imensidão do grande deus sol.

    Então você vai para um mundo que já não pertenço.
    Até outra noite, noite que te amarei loucamente.
    Sugarei aquilo que te faz diferente de mim!

    Sua vida, é minha vida, eu vivo em você!
    Mas um dia deixaras de viver e eu continuarei.
    Continuarei te amando, mesmo sem te ter.
    Essa é minha maldição!

  • Mágoa

    Mágoa

    Belo texto enviado pela Gabriella:

    Mágoa

    O sentimento de mágoa machuca a gente, principalmente quando vem de pessoas que amamos. Ainda não aprendi a conviver com isso e é sempre difícil de aguentar. A sensação é como se subice do estomago direto para o peito e garganta um aperto e junto à falta de ar. Os olhos se enchem de lágrimas e parece, às vezes, ser impossível não chorar.
    Magoar-se é fácil, mas cabe a cada um decidir se deixa ou não uma pessoa fazer isso. Conviver com a mágoa não é fácil, às vezes a gente esquece, mas sempre existe um momento que fará com que volte o sentimento.
    Perdoar e esquecer são coisas difíceis. Como se perdoa uma coisa que machuca tanto? Como esquecer algo que feriu a alma?
    São explicações que acredito ainda não estar pronta para descobrir. Não sou tão evoluída espiritualmente como imaginei. Posso dizer da boca pra fora “Tudo bem, já passou”, mas não é verdade, nunca vai passar… Me feriu, me magoou e não é assim tão simples… Pelo menos não pra mim…

  • Desapego: O Caminho da Transformação!

    Desapego: O Caminho da Transformação!

    Texto enviado pelo José Pereira:

    Desapego : O Caminho da Transformação!

    As abelhas, após construírem a colméia, abandonam-na.
    E não a deixam morta, em ruínas, mas viva e repleta de alimento.
    Todo mel que fabricaram além do que necessitava é deixado sem preocupação com o destino que terá.
    Batem as asas para a próxima morada sem olhar para trás.
    Qual a forma mais simples para o desapego?
    Descobrir que merecemos mais.
    Temos tanto medo do novo, de nos deixar levar pela macia e nova ventania de alegorias em nossa vida, que ás vezes nos vemos presos á uma situação, a uma pessoa.Ás vezes, a situação ou a pessoa, já não nos acrescenta mais nada, mais ainda sim, ficamos ali… Presos.
    D.E.S.A.P.E.G.A.R !
    Soa tão fácil falar, nos viciamos em algo que nos faz bem, e simplesmente, morremos de medo, de perder. Nos apegamos tanto, que já não vemos nossa vida, sem nosso material de alimentação moral, daquela companhia agradável, daquele velho amor, daquela antiga paixão.
    Talvez devêssemos nos desapropriar de algo que é relativo, tudo passa.
    Poucas coisas valem a pena se tonar permanente em nós mesmo.
    Nossa mente, ela , causadora de nossas maiores dores, somos tão apegados as coisas que mesmo sabendo que elas já não nos fazem bem, continuamos presos há algumas realidades, que só nos machucam, pelo simples fato do medo de perder.
    Deixa ir embora, vai te fazer bem.
    ‘Deixe que os mortos enterrem seu mortos’.
    Funciona, acredite!
    Não precisamos de muito não, só uma 1 dose de desapego e 2 de amnésia .
    Esquecer faz muito bem.
    D.E.S.A.P.E.G.A.
    Vamos promover a arte de desapegar… Vale o desapego de qualquer coisa, da roupa que nunca usou, mas que se segura pra não dar, achando que ainda vai usar. Desapega.
    Vale também, o desapego por aquela paixão muito mal resolvida, esquece, desapega, você vai precisar do coração livre, para uma nova paixão.
    Desapega daquele situação que você já não suporta mais, desapega de tudo.
    Desapega do amigo que já não lhe tudo que você almejava, das esperanças de que um dia ele melhora, deixa o tempo agir.
    Desapega !
    Devemos abrigar em nós um único desejo: O DE NOS TRANSFORMAR.
    “Assim, quando alguém, ou algo tem que sair de nossa vida, não alimentamos a ilusão da perda. Adquirimos visão mais ampla. O sofrimento vem quando nos fixamos a algo ou alguém. O apego embaça o que deveria estar claro; por trás de uma pretensa perda está o ensinamento de que algo melhor para nosso crescimento precisa entrar. E se não abrirmos mão do velho, como pode haver espaço para o novo?”
    Sempre há tempo, sempre a novidades, sempre há tudo que precisamos.
    A vida nos dá aquilo de que precisamos para manter nossa subexistência como ser humano.
    Então, pra quê, ficar se remoendo com as coisas que não deram certo?!
    Ah ! Desapega já!

    Pense nisso…
    “O maior ato de desapego é soltar o passado e as preocupações com o futuro e viver no momento presente. Quando fazemos isso, concentramos nossa atenção e energia e não nos desvitalizamos com críticas, comparações e julgamentos. O desapego nos libera da culpa e do desperdício de energia. No momento presente, não precisamos possuir ou perder nada.”

  • Bulling e a vingança de Evelyn

    Bulling e a vingança de Evelyn

    O internato de Evelyn era somente para meninas. Um terreno bastante perigoso quando se está na adolescencia e começando o desenvolviemento na vida afetiva.

    Como Evelyn sempre foi muito bonita, causava inveja nas colegas de escola. Quando iam à pequena cidade que ficava perto do internato, sempre sob a supervisão dos professores, os rapazes nunca desviavam o olhar dela. Muitas pessoas tentaram explicar a beleza da garota, mas ninguém nunca conseguiu. Não que ela fosse perfeitamente simétrica, ela era apenas encantadora.

    Uma das meninas no colégio tinha uma sisma com Evelyn. Ela não se lembra de ter alguma vez feito qualquer coisa que pudesse ter ofendido ou prejudicado a garota, mas ela nunca deixava Evelyn em paz.

    Marie era suéca, filha de políticos e vinha de uma longa linhagem de pessoas importantes e estava lá se preaparando para ser a próxima primeira grande dama do seu país.

    Ela e Evelyn cursavam algumas matérias juntas, e para o azar de Marie, os pontos fortes de Evelyn, línguas e artes. O que a mantinha em destaque constante e sem muito esforço nas aulas. As pessoas sabiam pouco sobre ela lá, tinha aprendido cedo a ser discreta sobre suas origens, mas todos conheciam Marie.

    Diferentemente de Evelyn, Marie fazia questão de contar suas férias esquiando em algum lugar exótico ou do encontro com alguém da família real. Sempre que chegava ao colégio era um acontecimento, trazia e fazia questão disso, presentes para algumas poucas selecionadas, criando seus próprio pequeno reinado.

    Evelyn pouco se importava com as atitudes da colega e isso era o que mais a irritava. Marie a denunciou por mais de uma vez, quando ela saida depois do horário do dormitório. Também fazia questão de ser sempre a opositora de Evelyn nos debates ensaiados em aula. Ela costumava chegar às rodas de conversa e chamar exatamente a pessoa com quem Evelyn conversava. Algumas vezes também comprimentou todos, menos ela. Fazia de conta que não a via. Isso claro incomodava Evelyn, mas ela sabia que a hora certa viria.

    Foi no penúltimo ano que a oportunidade perfeita apareceu. A turma de Evelyn passaria um mês na Suécia, no colégio onde o tal “cara que era super afim” de Marie estudava. Elas não ficariam hospedadas no internato dos meninos, ficariam em um convento do lado oposto da cidade, mas todos escapavam para o mesmo bar no centro.

    Quieta, Evelyn observou o comportamento de Marie e Richard, o tal garoto. Vizivelmente ele não dava a mínima para ela, mas Marie não desistia e perseguia- o durante as aulas conjuntas. Ela até começou a escapar do convento junto com as outras garotas para ter mais oportunidades de encontrá-lo. Evelyn não ia. Mantinha-se distante e calada, sempre com uma desculpa diferente, ficava no convento. Ela nunca conversou com Richard, nem nas discussões de sala, até a última festa no bar.
    Nessa altura da viagem Marie falava com Evelyn apenas para se vangloriar do belo rapaz que supostamente a cortejava longe dos olhos de todos, porque ele era tímido.

    Quando Evelyn chegou ao bar naquela noite apenas Marie e algumas outras garotas da escola estavam lá.
    Evelyn entrou com outras pessoas que havia conhecido, e um pouco mais tarde que os outros. Os meninos do internato também já estavam lá. Todos dançavam e se divertiam na pista principal do bar, exceto Evelyn e Richard.

    Ela se pôs de costas para o bar e ficou observando as meninas, elas cochichavam entre si e apontavam o tempo todo para o balcão. Evelyn continuou conversando com as outras pessoas e de repente Marie passou bem ao lado de Evelyn, fazendo questão de lhe acertar o ombro, puxando Richard para a pista.

    Muito desajeitado o garoto tentou dançar e acompanhar as meninas que o cercavam. Logo depois vieram os amigos dele e todos ficaram dançando juntos. Marie se insunuava indescentemente para Richard.

    Sem nenhuma explicação ele se afastou da roda e voltou ao bar. Marie murchou, tentou fazer de conta que não se importava e continuar dançando, mas era vizivel que mantinha os olhos vigilantes nele.

    Evelyn não se mexeu. Continuou conversando e discretamente viu onde Richard havia parado.

    Menos de 10 minutos depois quando Marie saiu em direção ao banheiro, Evelyn rumou para o bar.

    Richard estava encostado num canto, longe da pista, cercado pelos amigos e de costas para o balcão.

    Evelyn foi até o lado dele e pediu uma cerveja. Depois se virou e ficou ali bebendo.

    Na verdade ela deu apenas um gole antes de um dos amigos dele começar a conversar com ela. O amigo puxou assunto com Evelyn e disse que queria lhe apresentar alguém, nesta hora olhou para Richard e fez a introdução. Ela sorriu tímida e se apresentou ao rapaz que sorrindo a comprimentou.

    As coisas fluiram normalmente. Eles ficaram por mais de uma hora no bar rindo e conversando. Evelyn conheceu todos os amigos dele que estavam ali e não se deu ao trabalho de olhar para ver se Marie já os havia visto.

    Já perto da hora do bar fechar Richard pegou Evelyn pela mão e lhe ofereceu uma carona para casa. Ele não sabia que ela era uma das alunas que estavam no convento, e como não perguntou nada, ela não mencionou.

    Eles passaram de mão dadas por todos do internato e não disseram uma palavra. Evelyn apenas sorriu. Marie não estava lá. Como foi contado depois, ela havia deixado o bar há muito tempo.

    Marie reconheceu a derrota e saiu do bar provavelmente logo após ver Evelyn conversando com Richard.

    Depois de três anos de provocações por parte de Marie, Evelyn saboreava sua vingança e se mantinha distante dos que não lhe eram convenientes.

    Até o final daquele ano e durante todo o ano seguinte, Marie evitou cursar as mesmas disciplinas de Evelyn e tampouco frequentar os mesmos lugares. As colegas passaram a respeitar ainda mais a “garota que tinha vencido” a poderosa Marie.

  • O retorno de meu mestre

    O retorno de meu mestre

    Algumas noites atrás eu estava em meu apartamento, quando sou surpreendido por uma ligação de Eleonor. Ela me dizia que era para eu ir rápido para a fazenda, pois seria necessária minha presença imediata. Esse tipo de comunicado sem detalhes sempre me deixa puto da vida, ainda mais que da última vez em que ela me ligou, foi para ir ao enterro de Stephany e de sua filhinha.
    Liguei então para o hangar, disse que precisava do jatinho urgente e parti para o refúgio do clã. O piloto desta vez foi o Albert, um Ghoul de Franz e sendo o tal, não tive a menor preocupação com a viagem. Apenas cochilei e acordei com os “trancos”, assim que descemos na pista de terra da fazenda.
    Quando Eleonor me viu, me deu um forte abraço, seguido de um beijo no rosto e de algumas palavras de boas vindas. Em seguida nos acomodamos na sala de estar e tão logo ela começou a me explicar, Franz também chegou. Ele estava na casa do mato, aquela que ele passa algumas noites às vezes e tão logo chegou, já complementou a história de Eleonor.
    Georg gostaria de hibernar por pelo menos uns 200 anos, mas havia deixado claro que deveria ser acordado caso alguma “coisa especial” acontecesse com o mundo. Eu a princípio não tinha motivos até então para acordar meu mestre. No entanto, Eleonor no falou algo que me fez mudar de opinião.
    Disse ela que Kieran estava muito doente e que sua vida, próxima dos 200 anos, estava próxima do fim. O mago inglês que tanto nos ajudou depois dos ocorridos na Prússia, que era minha última ligação com Suellen e que foi por tantos anos quem manteve a sanidade em nossas cabeças, merecia ter um último contato com Georg. Esta foi a conclusão que nós três tivemos naquela fria noite.
    As criptas de hibernação foram construídas no século XIX, logo depois que Georg adquiriu as terras da fazenda. Elas ficam a aproximadamente 100 metros da superfície, no que inicialmente era uma caverna e que fora adaptada as nossas necessidades. Teve as paredes reforçadas, com o passar dos anos recebeu um gerador para garantir a iluminação e muitas fechaduras herméticas. Inclusive Kieran fora responsável por parte do sistema de segurança.

    Preparamos o sangue, colhido de um touro que fora sacrificado na tarde antes de chegarmos, trocamos de roupa para algo mais próprio a espeleologia e nos embrenhamos pelas trilhas a fim de acordar nosso mestre. Cerca de 15 minutos de caminhada e chegamos a primeira porta. Ela possuía uma fechadura no qual só podia ser aberta por uma chave especial, que ficou sob a guarda de Franz.
    Na sequencia fomos à sala do gerador, o ligamos facilmente depois de abastecê-lo com gasolina nova e iniciamos a descida. Muita umidade, muitos insetos e musgo decoravam aquele ecossistema que parecia ter vida própria. Algumas armadilhas precisaram ser desarmadas, até que finalmente chegamos à cripta principal. Lá nos deparamos com uma porta espessa de metal cuja combinação fora decifrada facilmente por Eleonor.
    A cripta não possui muita decoração. No entanto, guardava alguns artefatos tidos como relíquias por Georg. Coisas como alguns diários, livros, joias e algumas armas e armaduras. Já o túmulo no qual Georg estava, possuía pouco mais de 2m de comprimento e 1m de largura. O que certamente era suficiente para aquele pequeno corpo com pouco mais de 1,65 de altura. Ao avistarmos o túmulo fora a minha vez de utilizar os meus segredos para abrir os cadeados que mantinham as correntes ao redor da tampa.
    Nós três juntos removemos facilmente o pesado tampo de mármore, que de imediato liberou um pouco de gás que havia se criado no interior da tumba. A terra que cobria o corpo do velho vampiro, não nos permita ver suas feições, porém isso não era necessário. Haja vista, que sua presença podia ser sentida com muita intensidade e isso nos confortava.
    Todos cortamos os pulsos e despejamos um pouco de nosso sangue sobre a terra. Franz falou as palavras necessárias e logo na sequencia era possível ver a terra começando a se mexer. Tratamos então de despejar rapidamente o sangue do touro, que garantiria a nutrição inicial de nosso mestre e aguardamos o seu despertar.
    Aos poucos o seu corpo começou a surgir. Sua pele estava bem enrugada e pálida, quase transparente. Suas roupas estavam muito velhas em função da decomposição da terra e cerca de 2 minutos depois ele já estava sentado a nossa frente.
    De inicio ele não abriu os olhos e ficou naquele momento de redescoberta do seu corpo físico. Estalou algumas juntas, tocou seu peito e depois sua cabeça. Foi quando começou a abrir os olhos e com uma das mãos a frente, para se proteger da luz, disse suas primeiras palavras:
    – Franz meu filho bastardo, tu podias ao menos ter me trazido sangue humano… Ferdinand e Elenor, temos muito que conversar. Pelo pouco que li em vosso sangue, estes últimos 100 anos foram complicados para meus filhos. Por hora, me ajudem a sair daqui, trouxeram vestimentas novas, espero?
    A sensação de rever meu mestre era uma mistura de muitos fatores bons e ruins, algo que não posso explicar em palavras. Mesmo por que existe muito mais coisas além do fato de apenas ele ter sido acordado. Vocês já tiveram uma prévia da festa que fui com ele noutra noite e podem esperar muitas para as próximas que seguirão…

  • E a balada foi boa?

    E a balada foi boa?

    Era algo em torno das 20h quando Georg me ligou:
    “Filho, acordei com fome! Alguma sugestão de cardápio para esta noite?”
    Sabe aquele momento em que você não tem o que fazer e espera que alguém lhe traga novidades, ou pelo menos alguma idéia? Foi exatamente assim que eu estava ontem… A espera de algo por fazer…
    22h mais ou menos e após duas buzinadas eu olho por uma das janelas e vejo uma BMW prata com vidros escuros em frente ao meu apartamento. Desço, cumprimento o vigia e lá estavam Georg e uma senhorita morena, de olhos escuros, muito bonita chamada Francine. Confesso que de imediato aquela linda mulher chamou minha atenção e não foi apenas por seu vestido “pretinho básico” extremamente minúsculo… Ela não era humana…
    Fui no banco da frente junto do motorista, um Ghoul novo de Georg e não pude fazer aquela social com meu mestre e sua convidada, até a casa noturna que fomos. Entretanto, chegando a casa fiz aquela de segurança abrindo a porta para ambos e quando estava próximo daquela linda, já na fila de entrada, tentei começar um papo.
    Para o meu azar, Georg tratou de segurar a mão de Francine e bancou “o coroa rico que pega a gostosona”, demarcando território logo no inicio. Provavelmente ele leu meus pensamentos pecaminosos e diante disso, recuei e tratei de providenciar nossa entrada. Alguns dólares na carteira compraram nosso tikets e de inicio uma balada vazia. Georg achou que minha dica de lugar não era boa, até eu duvidei de inicio, porém 30 min depois o lugar começou a encher.
    Acho que era perto da 1h quando conheci a Patrícia. Garota alta, pouco mais de 20 anos, cabelos lisos, pretos e amarrados do jeito “rabo de cavalo”. Não sei por que, mas de alguma forma aquele cabelo dela me deu vontade de puxar. Talvez fosse meu demônio aflorando pela fome, mas tratei de ser o mais cavalheiro possível, mesmo depois de lhe dar o primeiro beijo.
    No camarote Georg estava como um sultão, apenas observando a energia lupina de Francine esvaindo-se, a cada gole de vodka que ela consumia. Rimos de algumas histórias do passado e perto das 4h voltamos para a casa de Gerog e acompanhados.
    A casa era num bairro afastado do centro, bem ampla, ornamentada e nova, daquelas que podem ser vistas na praia de Jurerê Internacional. Não tenho idéia da hora que nos alimentamos, mas o sangue de Patrícia supriu toda a minha fome. O fato inusitado desta noite foi alimentação de Georg. Para um vampiro velho, o desjejum não é algo tão simples e aquela lupina rendeu alguns rosnados durante o fim da madrugada.
    Certamente quem passou em nossa rua percebeu a movimentação de nossa casa, mas os latidos dos dobermanns garantiram nosso álibi. Às vezes como hoje, eu fico aqui mexendo em meu smartphone, escrevendo e observando essa fragilidade humana deitada na cama. Lembro-me da época em que era humano, desse calor corpóreo e no divagar dos pensamento me sinto feliz. Sabe aquela época em que eu reclamava, ok passou, esperem noites melhores, aliás, vai ter vídeocast novo em breve. Estou escolhendo a máscara…

  • Beleza da Vida

    Beleza da Vida

    Poema enviado pelo José Pereira.

    Beleza da Vida

    Momentos variados são fundamentais
    para crescer e aprender
    que a vida é feita de etapas,
    partes necessárias para que
    o todo se complete…
    E nessa trajetória
    tenha sempre na memória:
    – sendo criatura,
    não esqueça O Criador,
    humana, não perca a humildade;
    emoção, seja a sensibilidade
    e sendo amor, seja um só,
    sublime, intenso e verdadeiro!
    Abrace o mundo com garra e graça,
    trace sua estrada com determinação
    e não esmoreça ou se desvie
    com os obstáculos do caminho.
    Ouça a voz do coração
    mas não esqueça o som da razão.
    A beleza da vida está contida
    em simples detalhes,
    nos pequenos gestos,
    num sorriso franco e sincero.
    Na arte de fabricar sonhos
    sem fugir da realidade.
    No olhar transparente
    que revela sem receio
    o que pensa e sente
    a alma nua
    onde a luz flui,
    naturalmente…

  • Recordações

    Recordações

    Enviado pela Lola.

    Recordações

    Quantas recordações… Quantos momentos deixados pra trás. Sempre lembro de você, na varanda lendo aquele livro que sempre lia, na velha poltrona com o café esfriando ao lado.
    Sua gargalhada me contagiava, sua alegria tão bela quanto a de um anjo.
    Nossas noites juntos, oh quanta saudade. Você sempre estará em meus pensamentos… Em meus sonhos. Porquê o destino teve que ser tão cruel, porquê justo comigo?
    Não aceito ter te perdido de forma tão rápida… Essa chuva que não pára de cair, só aumenta a minha melancolia.
    Não existirá outro com tamanho amor que sinto por você, será meu eterno, único e grande amor da minha vida.
    Vejo nossas fotos, éramos tão felizes… Depois de tanto tempo ainda sinto que está vivo em mim, em meus sonhos sinto que te toco, sinto que está comigo, nunca me entreguei a outro como me entreguei á você… Lembro de você me olhando e dizendo que me amava e eu retribuindo com um longo e apaixonado beijo.
    Nossas longas conversas durante á noite… Que saudade do seu cheiro, da sua barba mal feita fazendo cócegas no meu pescoço.
    Sinto que ainda iremos nos encontrar, em outro mundo… Enquanto esse dia não chega, ficarei somente com as boas RECORDAÇÕES…

  • Quando me tornei um justiceiro

    Quando me tornei um justiceiro

    Entre 1940 e 1950 eu vivi o inferno dentro da minha cabeça. Está certo que nunca fui um cara do tipo relaxado, que consegue ligar o foda-se frequentemente, mas também não sou daqueles chatos que querem achar explicação para tudo. Durante esses 10 anos Eleonor e eu decidimos terminar nosso relacionamento, algo que já se arrastava por uns 30 anos. Tivemos algumas discussões, no qual nunca vou esquecer, onde ela me falava que eu não conseguia tirar a Suellen da cabeça. Fato que realmente nos incomodava muito, mesmo depois de tanto tempo.

    Em 1950 eu ainda estava no Rio de Janeiro, vivendo aquela boemia incansável. Algo que se estendia das noites de quinta, até a noite de sábado ou domingo e em vários lugares. Eu vivia o lado mais sujo do vampirismo, matando por matar, se drogando e até mesmo roubando por diversão. Sei que isso vai ser visto por muitos como algo inimaginável vindo de mim, mas sim povo, isso é um desabafo.

    Existiam muitos fatores para que eu chagasse a tal situação, digamos, parcialmente fora de controle: Nossa saída forçada da Prússia em função da guerra Franco-prussiana, o fim trágico do meu casamento, a hibernação de meu senhor e tudo o que aconteceu com minha família mortal. Nem mesmo Eleonor, Franz ou Joseph, conseguiam me ajudar. Sebastian então, perdi as contas dos rituais e das terapias que ele me oferecia. Nem Mesmo Kieran com todo o seu poder conseguiu por, digamos, juízo em minha mente.

    Foi então neste contexto que eu resolvi enfrentar a velha Desterro, que naquela época já havia inclusive mudado de nome para Florianópolis. Lembro que esse nome nunca fora bem aceito pelos moradores, mas infelizmente naquela época a democracia era fraca ou inexistente e tudo gerava em torno da vontade de quem estivesse no comando político ou militar.
    O que dizer então de uma Desterro que não possuía mais o meus locais prediletos. Que estava em franca expansão, mesmo durante o fim daquela conturbada era Getulista. E que se ainda não bastasse, havia extinguido toda minha geração… O pior é que, além disso, ainda havia o fato de eu precisava ir até a nossa fazenda abandonada para ver a situação do lugar.

    Bom, não quero recordar e muito menos descrever o sentimento de rever a casa dos meus pais e da minha juventude aos pedaços e cheia de mato encobrindo tudo… Naquela época a propriedade também era valorizada, mas não da mesma forma de hoje, tanto que muitos lugares eram deixados aos ratos. Por causa disso, ao acordar em 2005 uma das primeiras notícias que recebi é de que o lugar havia sido tomado. Sem contar que atualmente ele foi ocupado por vários prédios, com várias centenas de pessoas e forma parte de um dos bairros da cidade.

    Apesar de tudo isso, uma das partes importantes daquele momento foi uma inesperada descoberta. Fora algo que certamente bagunçou meus sonhos na hibernação e inclusive acabou ocasionando os meus pensamentos atuais.

    Era inverno, eu precisava me alimentar e decidi sair do hotelzinho que eu estava, indo a busca de algum possível doador. Estava muito frio, acho que a temperatura estava próxima dos 5 graus e isso dificultaria muito minha incursão. Lembro que o sol havia dado lugar a lua a pouco mais de duas horas, então devíamos estar próximos das 8 horas.

    Passei pela praça XV e nos bares alguns poucos indivíduos, torravam seus Cruzeiros em alguma bebida alcoólica que pudesse lhes aquecer. Além deles, algumas pessoas ainda circulavam, provavelmente indo para suas casas e dentre elas uma velhinha me chamou a atenção. Sua fragilidade não seria desafio para minha força sobrenatural , então resolvi lhe seguir. Para minha sorte ela estava indo para um lugar mais afastado e inóspito. No entanto, eu estava em forma de névoa e como a percepção geral neste estado é um tanto quanto ruim, eu não vi que um ladino também se aproximava da inofensiva senhorinha.

    Naquele instante eu não vi apenas um ladrão atormentando uma pobre velhinha, eu me vi cometendo o mesmo crime. O que de certa forma fora um verdadeiro tapa na cara para tudo que eu estava aprontando. Fato que inclusive me fez pensar um pouco, antes de me transformar novamente em humano.
    E lá estávamos nós. Uma velhinha sendo roubada, um ladrão de galinhas e um vampiro sedento por sangue. Lembro que eu ouvia muito bem as batidas aceleradas do coração do bandidinho, ele estava eufórico e isso só piorou quando eu surgi com as presas afloradas em sua frente. Diante da situação eu resolvi lhe atacar por primeiro, evitando assim possíveis problemas.

    Todavia, naquele momento enquanto eu jantava a primeira vítima, eu não percebi que a velhinha havia ficado estática, apenas observando a minha selvageria. A fome era tanta que eu ignorei a contagem e consumi tudo o que pude daquele meliante. Depois larguei seu corpo ao chão, próximo a algumas rochas e me virei para a velhinha. Ela nitidamente aguardava minha reação, quando vi suas bolsas de frutas e de dinheiro caídas ao chão.

    Confesso que nesses momentos é extremamente difícil conter o meu companheiro demônio, mas as imagens iniciais da mulher sendo roubada voltaram a minha cabeça. Alguma coisa dentro de mim me dizia para poupar sua vida e em meio aquele instante inusitado, eu apenas recolhi seus pertences e lhe entreguei.
    Ela ainda estava estática, mas pegou com força suas bolsas. Depois disso eu já me virava para ir embora, quando tive um insight. “Hei, ela me viu matando, não posso deixar ela viva”. No entanto, antes de esbouçar alguma reação ela me disse baixinho e trêmula:

    – O-bri-ga-do…

    Aquilo havia destruído minha reação, eu fiquei por alguns segundos apenas lhe observando. Até que enfim resolvi lhe dizer:

    – A senhora viu que eu o assassinei?

    Depois de ouvir minha voz ela então se acalmou um pouco e me respondeu:

    – Fique tranquilo meu filho, ele já havia me roubado outras duas vezes, eu sempre falava com a polícia, mas ele era preso por um tempo e depois voltava a nos assustar. Fique tranquilo, que vou dizer que fui eu mesma que o matei.

    Tudo aquilo era bom de mais para ser verdade e sabe quando tu não acreditas, no que está acontecendo? Eu fiquei por mais um tempo digerindo as coisas, até que lhe agradeci e tratei de voltar rápido para o hotel.
    Na noite seguinte eu soube que a tal senhora havia assumido o crime, porém fora liberada em seguida, pois os policiais não acreditaram que ela havia cometido tal crime, ainda mais contra um bandido recorrente. No fim eu me alimentei, não precisei ocultar o cadáver e ainda havia tido uma experiência estranha, apenas por ter matado um criminoso.

    Passei por tempos diferentes depois daquilo, por algumas vezes eu tentei praticar a tal justiça com as próprias mãos, no entanto, eu ainda não estava bem. Foi quando em março de 51 eu finalmente optei por hibernar.

  • Desconhecido

    Desconhecido

    Texto enviado pela Gabriella.

    Desconhecido

    Naquele dia eu estava exausta do trabalho árduo no plantão da noite no hospital.
    Quando saí fui para a cafeteria para esquecer que havia perdido um paciente naquela
    noite. Sentei-me e logo percebi que havia um homem com jaqueta de couro preta, pele
    branca e olhos claros sentado distante de mim, éramos apenas nós dois daquela
    madrugada fria. Ficamos trocando olhares por um longo tempo. Levantei e fui em
    direção ao balcão pagar pelo meu café e ao sair e não resisti e dei mais uma olhada para
    aquele estranho sentado ali.

    Quando estava chegando perto da minha casa, percebi um homem em pé perto
    da minha porta, hesitei por um instante, mas continuei caminhando. Parei na sua frente e
    o seu olhar penetrou nos meus olhos e passou pelo meu corpo como um arrepio que
    misturava medo, ansiedade e excitação. Sua mão fria tocou o meu rosto e eu não resisti
    aquele olhar. Nós nos beijamos e eu o convidei para entrar, ele não dizia nada, nenhuma
    palavra, mas não era preciso eu sabia exatamente o que ele estava pensando.

    Passamos aquela noite juntos, uma noite de amor que eu nunca havia vivido com
    ninguém daquela forma. Estava exausta, mal podia me mexer quando ele sussurrou no
    meu ouvido com aquela voz rouca e firme. – Não sinta medo. – Eu não entendi a
    princípio o que ele queria dizer até eu sentir seus dentes cravados no meu ombro. Eu
    podia sentir o meu sangue saindo do meu corpo, todos os sentimentos existentes
    passavam por mim, menos medo.

    Quando acordei com o sol pegando no meu rosto, logo me lembrei do que havia
    acontecido, procurei por ele no quarto, mas não havia ninguém. Aquele homem
    desconhecido que me fizera viver uma noite inesquecível. Seria verdade ou apenas
    sonho? Logo chequei meu ombro e lá estava das marcas daquela noite.

    Na mesa da cozinha havia uma rosa vermelha com um bilhete que dizia: –
    Obrigada pela noite! – Não dizia mais nada, não havia nome, nem telefone. Depois de
    tudo o que aconteceu eu nunca mais o vi, mas dentro de mim, todos os dias, eu esperava
    encontrá-lo novamente.

  • Meu amante sombrio

    Meu amante sombrio

    Texto enviado pela Maria Lorelai Duarte (Lola)

    Meu Amante Sombrio

    É ele que todas as noites vem em meus aposentos para me dar um êxtase de prazer.
    Suas presas arranhando minha jugular, me deixa mais afoita para lhe ter eternamente…
    Deitados na cama, sinto sua pele fria junto á minha e meu coração acelera a cada minuto.
    Lutar pra quê, você me domina de tal forma que não sei como explicar. Serei sua presa enquanto viver…
    Espero ansiosa para que o dia acabe, e você chegando sussurrando doces palavras ao meu ouvido, chegando com essa sedução diabólica que só você tem.
    Seu toque…
    Seu olhar…
    Seu sorriso…
    Sua mordida… Me levam á loucura.
    Serei um sacrifício dado à você, tenha a certeza que te amarei eternamente, ou até quando minha pobre vida mortal suportar…
    Me prometa que sempre estará comigo, aonde quer que eu vá…
    Odeio nossas despedidas antes do nascer do sol, ás vezes penso que não voltarás.
    Você é o meu primeiro pensamento do dia, é pra você meu primeiro beijo, meu primeiro sorriso.
    Já não consigo dormir á noite só pra lhe dar a atenção que necessita, te quero todas as noites…
    Eu só respiro você, estarei aqui lhe esperando. Só você é meu bem e meu mal.
    Pois você será sempre… Meu Amante Sombrio.