Categoria: Histórias

Nesta seção você encontra historias, contos e relatos relacionados ao mundo real e sobrenatural. Verifique a indicação de faixa etária no início de cada texto.

  • Amar… Será?

    Amar… Será?

    Texte enviado pela Marie Claire.

    Amar… Será?

    Quantos já tentaram descrevê-lo, quantos já viveram por ele e quantos por ele já morreram.

    Quanta paz ele nos traz e em quanto desespero pode transformá-la.

    Quantas batalhas ele provoca dentro de nós, quantas vezes faz a razão e a emoção tornarem-se inimigas mortais.

    Quantas sensações nos faz experimentar, a quantos belos lugares é capaz de nos levar.

    Como é sutil e cruel, quantas vezes nos leva ao céu e quantas mais nos lança ao inferno.

    Quantas vezes nos mostra o brilho sol e quando menos esperamos nos atira em meio a mais tenebrosa tempestade.

    É a cura para todo o mal, mas não deixa de ser letal.

    E o que dizer da profusão de sentimentos que o acompanha? Desejo, felicidade, ciúmes, ira…

    Será então mau esse tal amor? De forma alguma! É uma dádiva!

    Tantos questionamentos atormentam minh’alma mas somente por um pequeno detalhe que deixei de mencionar.

    Trata-se de mais um sentimento, porém é o impede de me entregar.

    Seu nome?

    Medo!

  • Tentar

    Tentar

    Texto enviado pelo José Pereira…

    Tentar 
    Existem certos momentos em nossa vida que precisamos rever alguns conceitos, alguns atos e principalmente atitudes em vão.
    Há momentos que precisamos dar uma chance a nós mesmos e o principal, TENTAR, tentar fazer com que os erros sejam futuramente uma lição de aprendizado para você e cada dificuldade se torne uma lição fazendo-te assim uma pessoa melhor. Mas o importante é tentar e recomeçar… Nada melhor do que tentar ser feliz custe o que custar, nada melhor do que se libertar de coisas que te fazem mal e se apegar no que te faz bem, no que te faz feliz.
    Afinal, o que seria a vida se não tivesse suas barreiras !? O que seria a vida se fosse tudo tão fácil ? A vida assim seria tão sem graça, tão sem nexo que chega uma hora que a dificuldade te faz importar mais com as pequenas coisas da vida. TENTE sim, mas tente sem medo de errar, porque o erro te faz mudar! Viva cada dia intensamente e de forma diferente, tente e siga em frente.
    Porque o melhor da vida é fazer valer a pena!
  • Adoro receber presentes

    Adoro receber presentes

    Estava eu em meio a uma mega insônia, quando fui agraciado pelo presente da Fernanda.
    Vejam que legal… Adorei mesmo Fefa, se meu coração ainda batesse ele estaria acelerado nesse momento rsss

  • Três corações

    Três corações

    Hoje escreverei meus relatos de uma forma diferente. Vamos ver se vocês apreciam este estilo mais impessoal, em terceira pessoa e sobre a noite de ontem.

    Ferdinand se preparou para sair da mesma forma de sempre. Verificou os dois pentes sobressalentes de suas ponto 50, habitualmente totalmente carregados, com uma bala de prata intercalada com uma de chumbo. Vestiu uma calça jeans, amarrou o all star vermelho e procurou por uma camiseta qualquer em seu armário. Depois arrumou devidamente o coldre nas suas costas e por cima de tudo, ainda trajou a sua jaqueta de couro preta, feita sob medida por um velho amigo Wairwulf.

    Ao mesmo tempo em que o Wampir aguardava a sua HD esquentar na garagem, Stephanie arrumava a sua filhinha na cadeirinha do banco de trás, do carro que fora emprestado por Eleonor.  A ideia da morena era simples, ir a um dos shoppings da cidade e passear um pouco. Porém, o que ambos não esperavam é que a suas noites não seriam tão simples.

    Moto na estrada e acelerando um pouco mais que o normal. A sensação de vento fazendo forte pressão contra seu corpo, sempre fora uma das mais apreciadas pelo notívago ser. Sem rumo, mas na certeza de que precisaria se alimentar, ele dirigia até o centro da cidade, quando fora fechado por um carro, que simplesmente saiu do acostamento sem sinalizar. O habilidoso motoqueiro jogou rapidamente sua moto para a esquerda, depois para a direita e com muita manha reestabeleceu a direção de forma ágil. Todavia, a indignação foi tanta que ele resolveu reduzir um pouco a velocidade, ficando ao lado do carro e quando estava para xingar o motorista, percebeu que era uma senhorinha muito idosa. Fato que o conteve e que ainda por cima lhe fez rir de tal situação.

    Sthephanie estava um pouco estressada, sua filha estava num momento de teimosia e a saída de casa não foi das melhores. Em sua cabeça algumas voltas no shopping e quem sabe algumas roupas novas lhe faria muito bem. Ainda mais depois que Eleonor, sua atual tutora, disse que iria a encontra por lá para lhe dar algumas dicas. Ela nunca havia dirigido sozinha por aquela região, mas resolveu depositar todas as suas esperanças no moderno GPS instalado no painel do carro. A estrada em meio a floretas não era das mais fáceis, porém Stephanie nunca teve problemas com direção e dentro de 20 minutos no máximo ela deveria chegar a uma das principais avenidas da cidade.

    Depois de levar um breve susto, Ferdiand conseguiu estacionar a sua moto em um lugar próximo ao pub que ele decidiu ir. A fome já estava lhe agoniando, tanto que nem percebeu que havia esquecido seus documentos em uma das carteiras em casa. Na entrada do lugar, o segurança lhe entregou um cartão, porém outro só permitiria sua entrada caso ele apresenta-se algum documento. O Wampir tentou de tudo inclusive suborno e por mais incrível que pareça nem assim conseguiu entrar em tal lugar. “Que noite” pensou ele e já que precisava se alimentar resolveu dar mais umas voltas pela cidade em busca de alguma alma perdida.  Até que em determinado momento resolveu ligar para um amigo, que de imediato lhe passou o endereço do depósito de sangue mais próximo.

    O carro de câmbio automático e de motor potente conquistou rapidamente a confiança de Stephanie. Oitenta, cem, cento e ciquenta… Rádio ligado bem alto e provavelmente tocando algum samba, seu som predileto. A perícia disse que não foram encontradas freadas, o que indica que ela provavelmente não viu a curva. Todos os airbags estouraram, várias capotagens e a 10 km de casa. Acabara naquele momento três décadas de vida, recheadas de confrontos que na maioria das vezes eram próprios e relacionados à sua falta de amor próprio. Acabara junto quatro anos de vida e que praticamente nem havia começado para aquele pequeno ser.

    No instante do acidente Ferdianad estacionava sua moto e ao tirar o capacete, foi acometido por uma sensação estranha, uma espécie de calafrio. Algo que lhe fizera voltar um pouco a si, em meio os devaneios de seu companheiro demonico, como ele prefere chamar. Todavia, ele precisava se alimentar, concentrou-se novamente e entrou naquela espelunca. Logo na entrada três prostitutas lhe ofereceram um programa a R$50,00 a hora. Ele as ignorou como se não tivesse visto e foi direto ao balcão. A senha era “carne fresca” e ao pronunciá-la em claro e bom o tom o homem muito magro lhe apontou uma porta. Porta adentro e depois de dois corredores uma menina com pouco mais de 18 anos e muito magrinha disse ao lhe ver: “R$2000,00 e tudo que você quiser”.

    Ao ouvir tais palavras o Wampir ignorou seus procedimentos de segurança, tomou a garota no colo e chutou uma porta que estava entreaberta a sua frente. Dentro do lugar ele bateu a porta novamente para fechá-la e com a garota contra a parede tomou seu sangue. Ferdinand estava possuído por seu lado mais nefasto, o sangue da jovem que vinha direto de sua jugular, entrava por suas entranhas e lhe extasiava.  Ele não controlou o tempo, ele não se conteve, ele apenas se alimentou como um coiote extremamente selvagem faria com sua pobre vítima.

    Numa única noite três corações haviam parado de bater por causa daquele jovem Wampir.  Alguns trocados foram dados em troca do silêncio do barman e ele voltava para casa, quando sente o celular vibrando no bolso de seu jeans. Ele reduz um pouco a velocidade, olha no display quem lhe chamava e ao perceber que era sua irmã Eleonor, resolve parar para atendê-la. Foi no acostamento de uma BR que ele recebeu a notícia e aquele arrepio que o acometera, agora lhe fazia todo o sentido. Aquelas palavras haviam tocando fundo em sua alma e o ressentimento lhe viera a cabeça. Talvez a lua em escorpião seja a sua maior punição, porém o que foi visto é que o sentimento de culpa tomou conta da cabeça daquele eterno jovem de 25 anos.

    Mais uma vez ele enfrentava de frente a crise que já o atormentava nos últimos sete meses. No entanto, alguns minutos sentado a beira do asfalto ao lado de sua moto, ele se lembrou de sua real situação. “Eu sou um Wampir, eu sou um predador e a morte não deve me abalar”. E no fundo de suas ideias o que acabou lhe confortando, fora o fato de que pelo menos dois daqueles três corações, haviam na verdade pedido por tal fim.

  • Poema Sofrendo em silêncio

    Poema Sofrendo em silêncio

    Este poema foi enviado pela Janielly:

    Sofrendo em silêncio

    Aqui…
    Neste instante…
    Sinto uma dor profunda,
    Será que existe cura?
    Penso em mnha família,
    Será esse o motiva desta dor, dor tão intensa?
    E me pego sofrendo em silêncio…
    Por que tudo tem que ser tão complicado?
    Eu queria ter uma família completa…
    Sinto falta dos momentos bons,
    Mas quero distanciar meus pensamentos dos ruins,
    Sempre que me lembro de tudo que vi e ouvi…
    Entro numa tristeza profunda e enlouquecedora,
    Todas as agressões físicas e verbais sem sentido,
    Tudo em vão e doloroso,
    Mas quero enterrar toda parte ruim,
    E sei que vou conseguir…
    Só quero ter os momentos bons em minha memória,
    Onde tudo era só riso e alegria,
    Onde tudo era perfeito…

  • Uma operação com risco iminente

    Uma operação com risco iminente

    Sabe aquele  tipo de história que te prende do inicio ao fim, onde tu nem piscas e quer ler tudo até o fim?
    Pois foi esta história que a Fernanda nos enviou e que repasso a vocês. Tenho certeza que irão adorar!

    Uma operação com risco iminente.

    Antes de começar contar esta história, preciso esclarecer alguns fatos para que todos possam entender bem toda a trama. Como algumas pessoas sabem, eu trabalho no BOPE, mas sou Pedagoga de formação e tenho uma pequena  escola aqui no DF. Pra ser policial temos que ter o condicionamento físico em dia, apesar de neste momento eu estar “ um pouco acima do peso” , malho todo dia, corro  e ainda treino jiu-jitsu três vezes por semana, então o meu condicionamento está 100%.

    No último semestre do ano passado a Polícia Civil nos passou alguns mandados de busca e apreensão de uma quadrilha de tráfico de mulheres, apesar da investigação do caso ainda na ter sido terminada,  por ser complexa e por eles não terem conseguido apontar  o líder deste “bando” ( o sujeito era escorregadio e tinha muitos testas de ferro).

    O BOPE então começou a executar os mandatos enquanto a Civil tentava desvendar o mistério da liderança. Bem, dois meses se passaram todos os mandados foram executados e nada de pegar o chefão e nem ninguém abria a boca para delatar o “ patrão”, confesso que isso me deixava intrigada. Investigação em andamento, suspeitas do paradeiro do meliante, novo mandado de busca, nova execução e nada, era sempre assim, já estava ficando chato.

    Início de ano letivo e algumas novas matrículas na escola(minha), inclusiva a da filha de um homem muito diferente, na ocasião, eu diria até, tenebroso, mas os dias foram passando e a má impressão passou e o homem se tornou um tanto quanto amável.

    Quinze dias após a presença deste homem se tornar quase diária em minha vida, não sei como, ele já sabia que eu também era policial, ou já sabia antes e só se fez entender neste momento, apesar de todos lá na escola gostarem  muito dele, eu não o conseguia suportar e achava bem  estranho o interesse dele pelo BOPE, até que um dia ele perguntou:

    – Você trabalhou na operação do tráficos de mulheres? A pergunta reforçou a desconfiança que eu tinha, porque este caso sequer foi noticiado aqui. Eu respondi:

    – Não. Faço serviços burocráticos, não saio em operação.

    Dias depois do ocorrido percebi que estava sendo vigiada. Fiquei tão preocupada e temerosa, e logo descobri que todos os  meus companheiros que estavam envolvidos na operação também estavam sendo vigiados. O Clima ficou tenso. Resolvi comunicar ao meu Capitão, que me escutou, porém ficou apreensivo por eu ainda estar em acompanhamento pelo outro acontecimento que vocês já sabem.

    Enquanto isso a investigação da Civil continuava no mesmo patamar e quase sem esperança de encontrar o “cabeça”.

    Tinha uma moça que sempre levava a M.A para escola, devia ser a babá, era uma moça muito bonita, morena, corpo bem definido. Esta moça e o sujeito começaram a se falar todos os dias, após deixarem suas respectivas crianças lá na escola. Um dia percebi que ela entrou no carro dele, não a culpo, pois embora eu não gostasse dele, era bem charmoso. Dois ou três dias após percebi que a moça não tinha ido deixar M.A na escola, vigiei, e no dia seguinte a mesma coisa e no outro dia, resolvi perguntar para a patroa dela o porquê dela não estar mais vindo trazê-la. A resposta que tive:

    – Ela desapareceu sem deixar rastros a três dias, já fizemos até um boletim de ocorrência.

    Juntei tudo num estante: o cara sabia minha escala, a dos meus companheiros e o caso que estávamos trabalhando e esta mulher ainda some,  assim bem debaixo do meu nariz. Só podia ser ele, o “cabeça”

    Levei esta informação até o Capitão, que me pediu desculpas e entrou em contato com o delegado da Civil, encarregado do caso, que pediu a Federal uma lista das mulheres que haviam saído do Brasil nos últimos três dias, por meios legais. B-I-N-G-O. Vôo para SP e direto para Barbados.

    A partir daí foi emitido um novo mandado de busca e apreensão com base no endereço da ficha de matrícula da escola.  O Capitão achou melhor eu não participar desta busca, que foi expedida em um sábado de manhã. Preciso falar como fiquei apreensiva? Logo que acabou a busca o Capitão me ligou para dizer que ele tinha saído momentos  antes da  abordagem. Mas ele não tinha fugido, tinha ido atrás de mim na minha casa, sorte é que meus filhos e meu esposo não estavam lá, só eu.

    Lembra que falei que eu o achava tenebroso? Pois é tive a certeza e medo. Depois que desliguei o telefone ele apareceu  e disse:

    – Eu sabia que você fazia parte da operação, porque acha que matriculei minha filha na sua escola, só não esperava que você fosse tão esperta a ponto de ligar os pontos. Mas agora não adianta nada sua esperteza. Você vai morrer! Corri pra pegar minha arma pessoal, mas ele me pegou e  me jogou no chão com muita força e veio pra cima de mim, nós lutamos e eu apanhei tanto e chegou um  momento que ele cansou e aí foi a minha vez de bater, montei e estrangulei, quando ele desmaiou, liguei pro capitão e relatei todo o ocorrido ele tentou me acalmar com seguinte frase:

    – Logo estaremos ai.

    Fui até o quarto e finalmente peguei minha arma, mas acho que o estrangulamento não foi tão bom assim, porque o infeliz já estava acordado e partindo pra cima de mim novamente, fui surpreendida, o que não eu tempo de destravar  a  .40 que ficou caída no chão, sentado em cima de mim o FDP só batia na minha cara, quando consegui me desvencilhar  dos tapas, segurei   o braço dele e aí foi raspagem, omoplata e triângulo, bandido imobilizado, peguei a arma, destravei,  tinha uma pistola .40 na mão e uma chance apenas. A cabeça dele está na mira. Será que depois de tudo que eu passei, eu conseguiria? Não sei e não vou saber, porque neste momento todo o batalhão chegou  e eu me senti aliviada em não ter que puxar o gatilho mais uma vez.

    Bandido preso.

  • Hora da verdade

    Hora da verdade

    Pelo que a Evelyn me disse este é o último capítulo da história do Juan.
    Para quem quiser ler os anteriores segue abaixo os links de todos:

    Uma visita inesperada

    O mundo aos seus pés

    O número

    Como a Evelyn conheceu a Beth

    Arriba Cancún!

    Arriba, Arriba!

    No semi-árido com Jurema

    Amiga, me ajuda.

    Hora da Verdade

    O número 44 da Aveneue Verdun parecia não chegar nunca. Ele fazia a contagem em voz alta:

    Número 10, 12, 14 …. 40, 42, cemitério, 46, 48…

    Juan parou, verificou o nome da rua, o número das casas e viu que já tinha passado. Voltou e continuou falando sozinho:

    Okay, passei. Vejamos, este é o número 50, ali o 48, do outro lado da ruas os número ímpares…

    Caminhando no sentido contrário, Juan parou em frente ao cemitério:

    Número 44, Avenida Verdun.

    Viu que o cortejo que passara por ele na praça havia terminado ali. Algumas pessoas já estavam saindo, uma delas falou qualquer coisa para Juan mas ele não entendeu.

    A jovem que ele vira caminhar logo atrás do carro fúnebre estava sozinha ao lado do túmulo, o homem jovem e um menino de uns 6 anos se aproximaram dele.

    O homem lhe disse qualquer coisa em francês, mas Juan não entendeu nada, só conseguiu dizer em inglês que não compreendia. O homem se apresentou em um inglês impecavél:

     – Me chamo John, o senhor conhecia a Madame Chatobriant?Sou marido da sua neta.

    – Minhas condolências, mas não. Me chamo Juan e vim procurar uma amiga.

    – No cemitério? Perguntou afoito o menino.

    Surpreso com o inglês perfeito da crinaça, Juan respondeu sorrindo:

    – Não, não. Acho que o endereço está errado.

    Neste instante a jovem começou a caminhar em direção dos homens. E o jovem se apressou a dizer:

    – Converse com o coveiro, ele conhece tudoe todos  por aqui. Depois se despediu e com o menino pela mão,  se afastou caminhando em direção à esposa.

    Juan esperou o coveiro, ainda em pé na entrada do cemitério.

    Ele era um homem meio corcunda, que caminhava com um pouco de dificuldade e parecia ser bastante velho. O coveiro nem se deu ao trabalho de olhar para o homem parado no portão principal, apenas entrou na pequena sala. O mexicano o seguiu no impulso, sem pensar muito no que ia dizer.

    – Ah, Pardon, bonjour, Evelyn Dobois, ici.

    O velho coveiro resmungou qualquer coisa em francês e apontou para uma lista na parede.

    – Non, non, ici, ici (Juan gesticulava apontando o chão) Ici! (fazendo círculos com os braços) Evelyn Dobois, ici (tentava fazer mímicas que pudessem indicar uma casa e apontava para a anotação do endereço).

    O velho pegou o papel da mão do jovem e leu em voz alta:

    – Evelyn Dobois, 44, Aveneue Verdun, Paris – France. Pensou por um segundo, puxou um livro, verificou umas páginas e fez um sinal para que Juan o seguisse.

    Os dois homens caminharam pelo pequeno cemitério até uma ala onde os túmulos eram muito velhos, e estavam ali com certeza muito antes do coveiro nascer.

    Uma hora o homem pareceu ter se perdido entre as lápedes, deu uns dois passos meio exitantes e parou derepente.

    Sem olhar para o jovem disse bem lemtamente fazendo sinais com os braços:

    – Evelyn Dobois, ici, seuelement, ici. Pas d´outre.Jamais.

    Depois ele se afastou.

    Juan ainda demorou uns segundos enquanto pensava no que o homem havia tentando lhe dizer, para olhar o que estava escrito na lápide:

    Evelyn Dobois, *29/02/1600 +29/02/1632.

    No dia seguinte o mexicano voava de volta para Cancún.

     

  • Adolescência

    Adolescência

    Atualizando a seção #FanArt com esse poema enviado pela Janielly.

    Adolecência

    Durante muito tempo venho tentando entender-me, tenho pensado na vida, em mim…
    O que realmente quero? Esta pergunta me persegue.
    Tenho analisado minhas atitudes, minhas convicções.
    Penso no passado, no presente e no futuro (…)
    O PASSADO: Lembranças ruins me perseguem.
    O PRESENTE: Confuso, sim, esta é a palavra certa para definí-lo.
    O FUTURO: Temo-o, pois minhas escolhas irá definí-lo.
    Sinto como se ouvesse um furacão dentro de mim…Como devo chamá-lo? Já sei! Furacão de Sentimentos, é isso…
    E esse furacão de sentimentos dentro de mim esta levando tudo que não me pertence mais (…)
    Que leve o passado para bem longe, pois ele não me faz bem.
    Que coloque o presente nos trilhos certos da vida.
    Que o futuro seja surpreendente.
    Bom, como posso chamar tudo isto?
    – Adolescência.

  • Cinema, flertes e o meu demônio

    Cinema, flertes e o meu demônio

    Há algumas noites atrás eu já havia retornado ao Brasil e estava em uma de minhas casas por ai, quando resolvi sair para me alimentar. Preciso confessar que estou me esforçando ao máximo para terminar a revisão do meu livro, mas a cada momento que releio as mais de 250 páginas, eu me lembro de algo que precisa ser acrescentado. Então na verdade isso tem se tornado algo bem chato e as vezes preciso arrumar alguma coisa para me distrair antes de cair na monotonia.
    Nesse contexto e apesar de não utilizar meus poderes com tanta frequência, o que me permite ficar alguns dias a mais sem se alimentar, é inevitável que o meu demônio venha a se manifestar em algum momento. Já faz tempo que não entro em nenhum caso policial, ou que me permito vasculhar a vida bandida alheia por ai, então naquele momento não tinha um alvo fácil à vista. Também não existia nenhum escravo ou banco de sangue por perto o que dificultaria ainda mais a minha caça. Com isso, resolvi dar aquela de voyeur de humanos e sai pela cidade de carro em busca de indivíduos possivelmente capazes de suprir minha fome.
    Cidade grande e com muitas ruas para vasculhar. Eu até poderia, se estivesse com muita fome, ir a algum ponto de drogas. Porém estes lugares são nojentos e seria o mesmo que me alimentar de um porco em um chiqueiro, ou seja, evito ao máximo. Eu também não estava afim de uma balada ou de uma prostituta… Sim, estava muito chato… Fui então para um shopping e resolvi pegar uma seção de cinema, dessas que começam bem mais tarde, tipo 23 horas.
    O filme não vem ao caso, o que importa é que lá também estavam algumas pessoas sozinhas tal qual eu. Sessão encerrada perto da uma da manhã e todos que lá estavam foram embora rapidinho. No entanto, logo que desci as escadas percebi uma mulher na faixa dos trinta anos. Cabelos encaracolados e loiros artificialmente, porém bonitos. Ela usava uma calça jeans bem colada que marcava um pouco sua pequena calcinha, e usava uma blusinha básica dessas de loja de departamento. Não estava vulgar ou até mesmo linda, mas também não seria um exemplo que os estilistas idolatrariam. Também não sei o que me chamou a atenção nela e talvez a sua simplicidade e solidão tenham me provocado algum desejo oculto.
    Eu não a segui, mas como ela acabou pegando o mesmo elevador que o meu, eu não resisti à tentação de dar em cima. Olhei então em seus olhos castanho e flertei apenas com um sorrisinho leve. Entre nós havia um casal, mas ela percebeu minha investida e me respondeu da mesma forma. Isso indicava que a porta estava aberta e quando o casal desceu antes, eu me aproximei.
    – Vimos o mesmo filme sabias? Tu gostou do fim?
    – Pelo sotaque você não é daqui? Mas respondendo a sua pergunta: sim adoro finais que surpreendem.
    Nesse momento eu me aproximei mais e lhe respondi.
    – Sou do sul… Florianópolis conheces?
    Com essa minha resposta ela não hesitou minha aproximação e me respondeu em seguida de uma forma mais receptiva ainda.
    – Nossa, amo aquela cidade, já passei férias por lá uma vez. Você está passeando por aqui?
    Depois da pergunta dela o elevador se abriu e para minha sorte o nosso andar era o mesmo. Permiti então que ela fosse a minha frente, ela agradeceu e eu continuei a conversa:
    – Às vezes eu venho a trabalho pra cá. Uma das filiais da minha empresa fica por aqui e preciso acompanhar o negócio de perto. Como tu sabes tudo flui melhor diante aos olhos do dono, não é mesmo?
    – Sim sei bem, sou do rh de uma empresa e sempre que os donos estão por perto parece que todo mundo trabalha mais, ou pelo menos finge que trabalha né?
    Neste instante ambos rimos moderadamente e então eu resolvi ser mais direto no papo, pois a risada é uma grande porta aberta na conquista.
    – Eu ainda não sei o teu nome, mas adoraria sabe-lo ali naquela cafeteria, que tal?
    – Humm não sei se devo, já está tarde e preciso acordar cedo amanhã.
    – Ok se tu me falares o teu nome pelo menos, eu te dou uma carona para casa.
    – Mas eu também estou de carro.
    Nesse momento ela havia dificultado um pouco as coisas, então precisei agir rápido.
    – Nossa que difícil, se existe uma coisas que admiro nas mulheres é essa auto valorização. Parabéns me conquistasse.
    Ela sorriu, ficou um pouco sem jeito, mas acabou respondendo:
    – Marina.
    – Prazer Marina, me chamo Roberto. Aceita um café agora que já nos conhecemos?
    – Gostei de você gatinho, mas realmente preciso acordar cedinho amanhã. Tome, este é meu cartão. Amanhã é sexta talvez tenha happy com alguns colegas. Me ligue perto das 18, seria ótimo se você aparecesse por lá.
    Às vezes algumas mulheres são super resistentes e na hora da conquista não vale apena forçar a barra. Então olhei brevemente o seu cartão e o coloquei no bolso do meu jeans. Depois me virei para ela e disse.
    – Não sei se estarei aqui amanhã, mas se estiver te ligo. Foi um prazer senhorita!
    Depois disso nos beijamos no rosto, e fui agraciado com seu belo perfume doce que inclusive aumentou um pouco o meu desejo por sangue. Apesar disso, como nossos carros estavam em locais diferente nos separamos por ali mesmo e então lá estava eu apenas com um mísero numero de telefone. Às vezes acho que minha idade aparente não passa muito credibilidade, porém isso é outra história. Tratei então de resolver minha fome e parti para uma rua de prostituição.
    Peguei uma menina que achei mais de acordo com meu gosto e ali mesmo no carro começamos o que seria apenas um programa. No entanto, num momento de descuido, injetei no pescoço da menina uma dose de uma substância que compro sob medida e que faz a pessoa desmaiar. Com isso ela apenas sentiu um breve beliscão moderado e literalmente capotou cerca de 5 segundos depois.
    Arrumei seu corpo no banco e em seguida me alimentei. Apenas com o suficiente para saciar o meu demônio e tradicionalmente lambi a ferida para potencializar a cicatrização. Depois fui para casa e lá chegando entreguei o carro para um de meus Ghoul que cuidou da moça, certamente da melhor forma que encontrou.
    Na noite seguinte, pensei em ligar para a moça do cinema. Porém minha empolgação havia passado e hoje pensando melhor, acho que o destino vai ter um caminho melhor para ela. Certamente bem melhor daquele que eu a conduziria, caso estivesse entrado em sua vida…

  • Em busca de respostas na Grécia

    Em busca de respostas na Grécia

    Na noite de sexta para sábado eu estive em uma cidade ao norte da Grécia chamada Épiro. Uma cidade linda, repleta de lagoas com água extremamente cristalina, porém extremamente úmida, em função da cansativa chuva que nunca cessava. Fui para aquela região em busca do famoso oráculo de Zeus, procurando respostas a algumas dúvidas que insistem em bagunçar minhas ideias nos últimos meses.

    Como estou finalizando o livro eu não posso me dar ao luxo de ter problemas existenciais e preciso me manter são. Então quando Hector me ligou e disse que estava próximo com seu barco eu de imediato aceitei seu convite para o passeio.

    Hector é o que se pode chamar de vampiro ou homem com essência selvagem. É um cara que passa mais tempo no mar do que na terra, possui uma evidente cara de mal e não se preocupa como os hábitos de higiene dos países tropicais. Aliás, nessa minha passagem pela Europa o que mais tenho visto são hábitos de higiene diferenciados do Brasil mesmo nos dias de hoje. Antigamente até que era normal, mas hoje em dia tu pedir um quarto numa pousada da Itália e a senhora querer cobrar a mais se tu fores tomar banhos todos os dias é um tanto quanto diferente.

    Em meio a alguns hábitos europeus que eu não praticava a mais ou menos uns 60 anos, Hector e eu iniciamos nossa empreitada aportando em Igoumenitsas. Desta pequena cidade que possuía um mar extremamente cristalino, percorremos de carro uns 70 km até o sítio arqueológico de Dodona. Fora uma viagem de aproximadamente uma hora, em meio a paisagens vislumbrastes, mesmo a noite e com a pouca luz da lua. No qual certamente indico a quem puder viajar por lá, principalmente se for de dia, pois deve ser ainda mais lindo.

    Já no sítio ficamos por algum instante admirando as ruínas, no qual eu desprendi maior atenção ao teatro, cuja lenda diz que podia abrigar mais de 15mil pessoas. Sua arquitetura surpreendeu-me pela alta tecnologia aplicada na época e que certamente deixa muitos engenheiros dos dias atuais com inveja. Depois inicie junto de Hector a busca pelo local que abrigava o famoso Carvalho, árvore que existiu até meados do século IV, quando alguns cristãos puseram tudo a abaixo.

    Era nesta árvore que os antigos penduravam placas de bronze com escrituras que continham seus pedidos e na sequencia apreciavam por alguns minutos as respostas trazidas pelo barulho do vento ou de quaisquer outro elemento que surgisse. Sebastian, aliás, certamente ficará com muita inveja ao ler este artigo, ainda mais quando ler o próximo parágrafo.

    Hector é um vampiro famoso por possuir ligações com o mundo dos espíritos e se não fosse o seu jeitão de poucos amigos, certamente esse seu dom poderia ajudar muitos outros, tal qual eu naquela noite. Depois de alguns minutos de meditação, disse Hector que havia atraído para junto de nós um espírito superior, que nos guiaria até o local do antigo santuário. Eu não lembro de ter percebido nada de diferente, porém como tenho muita confiança no ex-pirata o deixei nos guiar sem me intrometer.

    Vagamos por alguns minutos em meio as ruínas, passamos inclusive por alguns lugares que desafiariam a agilidade de simples humanos, até o momento em que eu finalmente começara a sentir algo diferente. Não é tipo de sentimento que se pode explicar em simples palavras mundanas, todavia era algo parecido com uma sensação boa, de conforto, que fez inclusive me lembrar do abraço de alguém que gostamos.

    Essa sensação aumentou cada vez a medida que percorríamos o lugar até que em fim Hector parou de supetão, próximo a uma pedra e me disse:

    – Esta pedra pertenceu ao antigo templo que fora erguido a deusa Gaia. Concentre-se no seu pedido aqui nesta região e aguarde por alguns minutos pelas respostas que este local irá te trazer. Em alguns minutos eu retornarei para te buscar.

    Depois de muitos anos de prática eu inicie uma meditação, limpando minha mente e concentrando-se apenas nas minhas dúvidas. Perdi a noção do tempo depois que fiz algumas perguntas e aguardei por possíveis respostas completamente imergido em meu templo interior.

    A sensação daquele momento novamente é difícil de ser descrita, porém uma brisa fria tocava de leve meu rosto, senti-me como se estivesse flutuando e ao abrir os olhos percebi que eu estava imerso em um lugar diferente. Era como se uma fina nevoa encobrisse todo o lugar o que dificultava muito a visão a cerca do que me rodeava. Olhei para os lados e ao balançar a cabeça percebi que meus movimentos estavam mais lentos e depois de alguns instantes em meio aquele transe, sinto uma mão tocar de leve meu ombro direito. Aquela mão não me causou nenhum tipo de susto e seu toque foi completamente confortante. Porém quando olhei em direção do que estaria me tocando não ví nada.

    Minutos mais tarde eu ainda estava em meu transe, quando começo a ouvir passos. Estes vão ficando mais evidentes a medida que algo se aproxima de mim até que eu abro realmente meus olhos e me deparo com Hector parado aminha frente. Trocamos olhares por alguns instantes quando o pirata rompe o silêncio dizendo:

    – Suspeito que as respostas foram-te concedidas?

    E eu apenas lhe respondi:

    – Sim!

    Depois disso ele me esticou uma das mãos. Apoiei-me para ficar em pé novamente e fizemos a viagem de volta. Durante todo o caminho até a praia, Hector respeitou meu silêncio. Fiquei como dizem “digerindo” tudo o que havia acontecido, quando finalmente já no barco agradeci muito ao meu velho amigo. Ele então me levou de volta para o hotel onde eu estava hospedado, lugar onde fiquei até ontem a noite, antes de sair novamente “mochilando” de moto sem rumo.

    Acredito ter achado novamente meu equilíbrio, porém somente nas próximas noites que isso ficará mais evidente e independente do que eu recebi de respostas. Sinto que o trem retomou novamente os seus trilhos.

  • Uma noite de lembranças

    Uma noite de lembranças

    Mais um relato do diário de J.H.
    Uma noite de lembranças
    Aqui nesta noite olhando para o céu estrelado que me trazem cheiros, cores e sentimentos inexplicáveis.
    O cheiro. Como existem cheiros diversos e cada um assim como os sons me trazem memorias e lembranças.
     Cheiros que tenho como únicos e que deixam gosto na boca.
    Cheiros que me marcam como cheiros de alguns espíritos e cheiro de morte.
    Engraçado como minha mente vai longe quando me lembro deste cheiro.
     Durante a madrugada uma morte violenta se espalha muito mais rápido do que durante o dia.
     A noite carrega, avisa e tras com ela uma sensação estranha e um gosto cremoso na boca.
     Naquela noite me lembrava baunilha.
    Porque resolvi sair em uma madrugada no segundo dia de febre? parecia que algo me chamava aquele dia.
    Tinha de sair, mas não havia perguntas nem respostas em minha mente. Somente o silêncio mórbido e perfeito para o momento.
     Depois de cinco quarteirões me deparei com um cadáver que parecia ter sido morto a paulada.
    Voltando para meu quarto observo as estrelas.
    Como a noite hoje esta perfeitamente silenciosa. Somente com as estrelas a me observar.
     Fico aqui vendo a beleza deste céu e os pontinhos coloridos nos pontos mais escuros do meu quarto.
     O indigo do céu que se mescla com umas partes mais claras e outras avermelhadas.
    Quantas cores estou deixando de ver agora? quantos cheiros já deixei de provar?
    Será que um dia saberei?
    Hoje senti um cheiro doce que me parecia de melado de morango.
    Veio tão rápido.
    Uma visita?
    Somente uma pergunta escutei….
    Quem é você?
  • Quem é Maximilian Franz Henzollern?

    Quem é Maximilian Franz Henzollern?

    Em 1499 a Europa e em específico a Prússia Teutônica enfrentava o fim da era feudal. Uma época, aliás, com uma série de limitações de todos os tipos, principalmente as sociais. Onde ainda era muito evidente a participação da igreja católica com seus padres, bispos e afins governando tudo e todos junto dos reis e nobres.

    Nesta época não existiam policiais tal qual hoje em dia, porém havia as famosas ordens, compostas em sua grande maioria pelos melhores guerreiros de determinada região e que faziam toda a segurança dos reinos junto de alguns soldados ou mercenários. No caso da Prússia a Ordem que controlava a região nesta época ficou conhecida como Deutscher Orden ou Ordem Teutónica. Esta ordem foi considerada uma das mais influentes da Europa e além dos melhores guerreiros, muitos nobres também a compunham em todos os seus anos de existência.

    É de conhecimento público que alguns nobres pertencentes à família real prussiana, também fizeram parte Deutscher Orden e dentre eles pode-se destacar o jovem Maximilian Franz Henzollern. Franz participou desta ordem por cinco anos e dentre seus feitos consta o resgate de quatro padres que foram sequestrados e título de melhor atirador de bestas da região.

    Franz era filho único e perdera seu pai aos 11 anos, fato que o fizera ir morar junto de sua mãe no imponente castelo dos Henzollern, propriedade de seu tio, o legendário Marques Henzollern, popular por suas festas e bacanais.  A Relação de Franz com seu tio era muito boa e eles viviam juntos. No entanto, apesar de ser um festeiro de mão cheia e possuidor de muitas riquezas o Marques era infértil, fato que o fez se aproximar ainda mais do jovem Franz e por consequência lhe desprendeu todo seu amor paterno.

    O marques lhe ensinava tudo que sabia e o garoto que sempre fora muito esperto, recebia tudo como um bom aprendiz. No entanto, essa relação durou aproximadamente oito anos e foi interrompida bruscamente por um câncer maligno que debilitou fortemente o Marques. Deixando-o nesta situação deplorável por longos três anos.

    O último desejo do Marques foi que Franz recebesse seu título e levasse o nome dos Henzollern à diante. Nesta época com 22 anos Franz estava no auge de seus atributos físicos, possuía vasto conhecimento em batalhas, bem como táticas militares, aceitou de bom grado o presente que seu tio lhe dera. Dizem às lendas que o primeiro ato do novo Marques foi fazer uma festa em homenagem à memória de seu falecido tio e esta durou três dias e noites ininterruptas.

    Apesar de manter os padrões festivos de seu falecido tio, Franz sempre fora uma pessoa nobre e digna, respeitado por todos que o conheciam. Fato que lhe rendeu um convite para participar da Deutscher Orden. Enquanto fez parte da ordem, Franz aprimorou seus conhecimentos e fez parcerias interessantes que inclusive garantiram a paz naquelas terras por pelo menos duas décadas.

    Tanta visibilidade atraíram as atenções para o Jovem Marques e cinco anos depois de assumir o título de seu tio, ele recebeu uma visita que mudaria sua vida para sempre. Ao anoitecer de um dia normal, um mensageiro montado em um cavalo preto e com feições que lhe garantiam vários anos de vida, trouxe um convite selado e que só poderia ser entregue às mãos de Franz.

    Os guardiões do castelo estranharam a visita, porém como o mensageiro possuía boas vestimentas e um linguajar muito culto sua entrada foi permitida. Acompanhado de dois dos melhores soldados o estranho foi levado a uma das salas do castelo e lá aguardou até que o jovem Marques estivesse disposto a atendê-lo. Como Franz sempre fora muito receptivo ele não deixou que o visitante aguardasse muito e foi ao seu encontro.

    Lá chegando ele se deparou com um homem velho, de cabelos muito brancos e que mexia em seu bigode de uma forma muito peculiar e ao ver o jovem ele tratou de se apresentar:

    – Muito prazer senhor Marques, me chamo Georg e vim lhe trazer um convite para uma recepção que o Barão Wulffdert fará em seu castelo no próximo sábado a noite.

    Franz já havia ouvido alguns boatos sobre o tal barão e suas habilidades de guerra noturna e isso o motivou a aceitar de bom grado o convite que o desconhecido o fizera. Como forma de agradecimento eu pegou uma moeda de ouro em seu bolso e ofereceu ao mensageiro, que ao aceitar apertou com força a mão de Franz e lhe disse olhando em seus olhos:

    – Obrigado senhor Marques, levarei minhas boas impressões sobre sua pessoa ao Barão.

    O jovem Marques achou tal abordagem um pouco diferente, pois aquele homem lhe transmitia uma confiança diferente, algo quase mágico, que lhe deixava a vontade como se o conhecesse a muito tempo.

    Apesar de tal sentimento Franz se despediu rapidamente e voltou para seus aposentos. Durante a semana que passou ele não conseguia tirar o olhar do mensageiro de sua memória e o que lhe deixou mais confuso foi o fato de que o Barão também se chamava Georg. Seria o próprio Barão que viera ter com ele? E depois de tantas dúvidas e poucas respostas ele e alguns outros nobres de seu cortejo se dirigiram em comitiva para o tal castelo Wulffdert.

    Ao chegarem no alto do monte em que o castelo Wulffdert se localizava, Franz percebeu que aquela energia de boas vindas emanada pelo mensageiro também estava presente no lugar e apesar de sentir-se ressabiado com tal sentimento, ele apenas desceu e foi em direção à recepção. A porta do lugar estava o tal Georg junto de alguns serviçais, que ao ver Franz dirigiu-se imediatamente à sua pessoa.

    – Boa noite senhor Marques, o Barão o aguarda em seus aposentos e informou que os seus serviçais prepararam uma bela recepção aos membros de seu cortejo.

    Junto de Franz havia pouco mais de cinco nobres e amigos íntimos de Franz e pelo menos um dúzia de seu melhores soldados. Todos incluindo os soldados foram recepcionados com muito vinho e quitutes, enquanto o mensageiro levou Franz para uma sala de reuniões. Ao entrarem a porta foi fechada por fora e então ambos iniciaram uma conversa de poucas palavras.

    – Acredito que estejas curioso para saber mais sobre o convite não senhor Marques? Pois bem, primeiramente peço desculpas por omitir a minha real identidade, muito prazer sou Georg Heindrich von Wulffdert. Conforme seu semblante e pensamentos me dizem tu já desconfiavas disto e fico feliz por tal raciocínio rápido.

    Franz estava até então apenas observando e ao ser informado de tal revelação desprendeu algumas dúvidas:

    – Não entendi o motivo de tal teatro meu senhor, porém se o fazes deves ter um bom motivo e gostaria de ser informado se for de bom grado.

    – Meu jovem, hoje eu irei te propor algo, pois acredito ter achado alguém de sague puro tal qual o meu. Certamente não tenho como resumir tudo o que tenho a te propor em apenas uma noite, todavia queria que viestes treinar comigo por algumas noites o que achas?

    – Meu senhor, sei que és tido como um dos melhor guerreiros noturnos que existe na atualidade e este convite me encanta muito. Porém por que o fazes e o que queres de mim?

    – Acalma-te jovem, tudo há seu tempo. Percebo que a batalha é algo que inflama tua circulação e aumenta as batidas de teu coração, porém o que posso lhe dizer por hoje é isso. Queres aproveitar a recepção juntos dos teus? Venha vamos para o salão de festas.

    E mais uma vez sem conseguir recursar, Franz sucedeu as falácias do tal velho e o acompanhou de bom grado até o festim. Chegando ao local, deparou-se com quase todos embriagados e seminus em meio a várias mulheres bonitas e como todo nobre da época, puxou uma das mulheres para si e deu boa noite a todos beijando na boca a inofensiva jovem de cabelos dourados.

    Algumas horas depois Franz acabou sucumbindo a bebida e não percebeu que estava sendo carregado por Georg para o jardim de seu castelo. Lá chegando ele foi deixado em meio a um círculo que continha o desenho de um pentagrama algumas velas e algumas ervas. Minutos mais tarde Georg iniciou a transformação de Franz, que não havia tido escolha e fora transformado no que muitos apelidaram de sanguessuga ou vampiro.

    A transição do jovem em tal ser durou mais pouco menos de uma semana, nesse período  o seu cortejo havia sido mandado de volta para o castelo, mediante uma grande lavagem cerebral feita por Georg e depois de algumas semanas Franz era dado como desaparecido. Várias buscas foram feitas, muitas especulações e lendas surgiram diante tal sumiço e inclusive o próprio Barão e seu castelo foram palco de investigações. Porém Franz havia sumido completamente de sua sociedade, em certos momentos até a contra gosto, todavia com o passar dos anos ele assumiu com gosto sua nova não vida.