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  • Encontro com o mestre

    Encontro com o mestre

    Estacionei o carro e fui em direção ao centro da praça. Este, aliás, é um belo lugar para se passear as madrugadas. Vazio, ar fresco e praticamente nenhuma alma viva, ao menos aos moldes humanos. Seria inclusive um belo lugar para se deitar a grama e ficar um tempo observando as estrelas, constelações, galáxias…

    Sentado em um banco estava um velhote muito bem vestido de terno completo, chapéu e bengala. Com uma das mãos ele segurava um Tablet e com a outra ele manuseava incansavelmente seu bigode centenário. Concentrado, obviamente ele sabia da minha presença, mas isso não me privou de ficar por um tempo lhe observando.

    160 anos haviam se passado desde que o conhecia naquela madrugada de carnaval e ele estava ainda melhor. Mais elegante e forte, parecia que os anos só o deixam melhor. Pensei comigo…

    “Nostálgico hoje meu filho?”

    Eis que surge o pensamento telepático em minha mente e ao piscar os olhos não havia mais ninguém no banco da praça. No entanto, senti a energia de meu mestre vindo de outro lado e ao olhar para trás lá estava Georg sorrindo e indo em direção ao meu carro.

    – Vamos Ferdinand, temos muito o que conversar ainda hoje!

    O Barão e seu jeito excêntrico, mas que sempre tem tudo sob o seu controle.

    Voltamos para a fazenda e Georg foi me contado da viagem de volta. Novos tempos, muita tecnologia e os tais nanochips que revolucionaram tudo que havia antes do inicio de sua hibernação nos anos 60. Seis meses acordado e muitos teriam inveja de sua interação com tudo que existe de mais avançado na atualidade. Está certo que Sebastian o ajudou muito, porém sua mente sempre fora atemporal e avant garde.

    Sebastian, Franz, Eleonor, Julie, H2, Georg e eu. Todos reunidos naquela velha sala da casa grande. Joseph estaria feliz aqui hoje à noite, pensei comigo… Fora uma noite em que meus pensamentos vagavam por todos os cantos do globo, mas que foram interrompidos mais uma vez por Georg. Ele vinha do porão trazendo consigo um cálice de prata e foi logo iniciando o tão esperado ritual.

    – Meus filhos, apesar da inestimável perda de Joseph, nosso clã aumentou nos últimos anos. H2 trouxe sua fé e Julie seu sangue. Ambos não entraram neste clã ao acaso, h2 já era observado há muitos anos por Franz e Julie… Julie é alguém que tenho muito apreço, que surgiu em nosso clã depois daquela maldita guerra e me deixou feliz, ao aceitar meu convite. Independente de todos os laços afetivos que circundam suas cabeças, Gutta cavat lapidem¹ (risos), eu quero deixar implícito antes do festim que nós somos os Wulffdert e me sinto honrado em tê-los comigo.

    Sabe aquele discurso motivacional que você precisa ouvir em determinados momentos de sua vida? Georg o estava fazendo muito bem…

    – Apesar das revoluções tecnológicas e de comunicação deste século, tudo continua muito tranquilo. Nenhuma força nos ameaça, apesar da instabilidade econômica de alguns países, não há motivo eminente para nenhuma guerra humana ou Wampir. Sendo assim, eu irei cochilar por mais alguns anos como já havíamos conversado, lembram? Tá deu de encher o saco de vocês, é assim que se fala? (risos)

    Depois desse momento mais descontraído, nos concentramos novamente e ele iniciou o ritual. Algumas palavras em latim, algumas ervas mascadas maceradas dentro do cálice e um a um fomos despejando gotas de nosso sangue dentro do cálice. Tudo foi misturado a mais ou menos um copo de sangue de Georg e Franz foi o primeiro a beber, seguido por mim e todos os outros, sendo Georg quem consumiu o último gole.

    O que dizer das reações de tal ritual? Simples. Amizade, amor, carinho, respeito e confiança. Estes sentimentos e muitos outros afloraram ainda mais entre todos os presentes. Depois de 100 anos nossos laços haviam se renovado e mais uma vez o clã se sentiu unido na presença do mestre.

    Nas semanas que se seguiram tratamos da hibernação de Georg e para minha alegria Sebastian retomou o seu lugar ao meu lado. Julie e H2 andam mais receptivos que o normal, obviamente em função do ritual e finalmente eu pude sentar novamente em meu computador para retomar meus escritos.

    A nostalgia é importante de tempos em tempo. Por causa dela aprendemos a dar valor ao que temos e isso é importante para que a sanidade de nossos espíritos se mantenha intacta. Talvez algum dia meu companheiro demônio me domine, talvez algum dia eu o expulse. Porém o que importa mesmo é o equilíbrio entre o céu e o inferno, não é mesmo?

    ¹ Essa expressão em Latim, seria o equivalente ao ditado: “Água mole, pedra dura, tanto bate até que fura.”

  • Quando me tornei um justiceiro

    Quando me tornei um justiceiro

    Entre 1940 e 1950 eu vivi o inferno dentro da minha cabeça. Está certo que nunca fui um cara do tipo relaxado, que consegue ligar o foda-se frequentemente, mas também não sou daqueles chatos que querem achar explicação para tudo. Durante esses 10 anos Eleonor e eu decidimos terminar nosso relacionamento, algo que já se arrastava por uns 30 anos. Tivemos algumas discussões, no qual nunca vou esquecer, onde ela me falava que eu não conseguia tirar a Suellen da cabeça. Fato que realmente nos incomodava muito, mesmo depois de tanto tempo.

    Em 1950 eu ainda estava no Rio de Janeiro, vivendo aquela boemia incansável. Algo que se estendia das noites de quinta, até a noite de sábado ou domingo e em vários lugares. Eu vivia o lado mais sujo do vampirismo, matando por matar, se drogando e até mesmo roubando por diversão. Sei que isso vai ser visto por muitos como algo inimaginável vindo de mim, mas sim povo, isso é um desabafo.

    Existiam muitos fatores para que eu chagasse a tal situação, digamos, parcialmente fora de controle: Nossa saída forçada da Prússia em função da guerra Franco-prussiana, o fim trágico do meu casamento, a hibernação de meu senhor e tudo o que aconteceu com minha família mortal. Nem mesmo Eleonor, Franz ou Joseph, conseguiam me ajudar. Sebastian então, perdi as contas dos rituais e das terapias que ele me oferecia. Nem Mesmo Kieran com todo o seu poder conseguiu por, digamos, juízo em minha mente.

    Foi então neste contexto que eu resolvi enfrentar a velha Desterro, que naquela época já havia inclusive mudado de nome para Florianópolis. Lembro que esse nome nunca fora bem aceito pelos moradores, mas infelizmente naquela época a democracia era fraca ou inexistente e tudo gerava em torno da vontade de quem estivesse no comando político ou militar.
    O que dizer então de uma Desterro que não possuía mais o meus locais prediletos. Que estava em franca expansão, mesmo durante o fim daquela conturbada era Getulista. E que se ainda não bastasse, havia extinguido toda minha geração… O pior é que, além disso, ainda havia o fato de eu precisava ir até a nossa fazenda abandonada para ver a situação do lugar.

    Bom, não quero recordar e muito menos descrever o sentimento de rever a casa dos meus pais e da minha juventude aos pedaços e cheia de mato encobrindo tudo… Naquela época a propriedade também era valorizada, mas não da mesma forma de hoje, tanto que muitos lugares eram deixados aos ratos. Por causa disso, ao acordar em 2005 uma das primeiras notícias que recebi é de que o lugar havia sido tomado. Sem contar que atualmente ele foi ocupado por vários prédios, com várias centenas de pessoas e forma parte de um dos bairros da cidade.

    Apesar de tudo isso, uma das partes importantes daquele momento foi uma inesperada descoberta. Fora algo que certamente bagunçou meus sonhos na hibernação e inclusive acabou ocasionando os meus pensamentos atuais.

    Era inverno, eu precisava me alimentar e decidi sair do hotelzinho que eu estava, indo a busca de algum possível doador. Estava muito frio, acho que a temperatura estava próxima dos 5 graus e isso dificultaria muito minha incursão. Lembro que o sol havia dado lugar a lua a pouco mais de duas horas, então devíamos estar próximos das 8 horas.

    Passei pela praça XV e nos bares alguns poucos indivíduos, torravam seus Cruzeiros em alguma bebida alcoólica que pudesse lhes aquecer. Além deles, algumas pessoas ainda circulavam, provavelmente indo para suas casas e dentre elas uma velhinha me chamou a atenção. Sua fragilidade não seria desafio para minha força sobrenatural , então resolvi lhe seguir. Para minha sorte ela estava indo para um lugar mais afastado e inóspito. No entanto, eu estava em forma de névoa e como a percepção geral neste estado é um tanto quanto ruim, eu não vi que um ladino também se aproximava da inofensiva senhorinha.

    Naquele instante eu não vi apenas um ladrão atormentando uma pobre velhinha, eu me vi cometendo o mesmo crime. O que de certa forma fora um verdadeiro tapa na cara para tudo que eu estava aprontando. Fato que inclusive me fez pensar um pouco, antes de me transformar novamente em humano.
    E lá estávamos nós. Uma velhinha sendo roubada, um ladrão de galinhas e um vampiro sedento por sangue. Lembro que eu ouvia muito bem as batidas aceleradas do coração do bandidinho, ele estava eufórico e isso só piorou quando eu surgi com as presas afloradas em sua frente. Diante da situação eu resolvi lhe atacar por primeiro, evitando assim possíveis problemas.

    Todavia, naquele momento enquanto eu jantava a primeira vítima, eu não percebi que a velhinha havia ficado estática, apenas observando a minha selvageria. A fome era tanta que eu ignorei a contagem e consumi tudo o que pude daquele meliante. Depois larguei seu corpo ao chão, próximo a algumas rochas e me virei para a velhinha. Ela nitidamente aguardava minha reação, quando vi suas bolsas de frutas e de dinheiro caídas ao chão.

    Confesso que nesses momentos é extremamente difícil conter o meu companheiro demônio, mas as imagens iniciais da mulher sendo roubada voltaram a minha cabeça. Alguma coisa dentro de mim me dizia para poupar sua vida e em meio aquele instante inusitado, eu apenas recolhi seus pertences e lhe entreguei.
    Ela ainda estava estática, mas pegou com força suas bolsas. Depois disso eu já me virava para ir embora, quando tive um insight. “Hei, ela me viu matando, não posso deixar ela viva”. No entanto, antes de esbouçar alguma reação ela me disse baixinho e trêmula:

    – O-bri-ga-do…

    Aquilo havia destruído minha reação, eu fiquei por alguns segundos apenas lhe observando. Até que enfim resolvi lhe dizer:

    – A senhora viu que eu o assassinei?

    Depois de ouvir minha voz ela então se acalmou um pouco e me respondeu:

    – Fique tranquilo meu filho, ele já havia me roubado outras duas vezes, eu sempre falava com a polícia, mas ele era preso por um tempo e depois voltava a nos assustar. Fique tranquilo, que vou dizer que fui eu mesma que o matei.

    Tudo aquilo era bom de mais para ser verdade e sabe quando tu não acreditas, no que está acontecendo? Eu fiquei por mais um tempo digerindo as coisas, até que lhe agradeci e tratei de voltar rápido para o hotel.
    Na noite seguinte eu soube que a tal senhora havia assumido o crime, porém fora liberada em seguida, pois os policiais não acreditaram que ela havia cometido tal crime, ainda mais contra um bandido recorrente. No fim eu me alimentei, não precisei ocultar o cadáver e ainda havia tido uma experiência estranha, apenas por ter matado um criminoso.

    Passei por tempos diferentes depois daquilo, por algumas vezes eu tentei praticar a tal justiça com as próprias mãos, no entanto, eu ainda não estava bem. Foi quando em março de 51 eu finalmente optei por hibernar.

  • Inverno de 1975

    Inverno de 1975

    No inverno de 1975 meu mestre estava hibernando e eu havia ficado responsável por cuidar de boa parte de seus negócios. Era uma rotina tranquila, pois todas as empresas do clã já eram praticamente auto sustentáveis e com isso eu enfim havia conseguido um tempo livre para me dedicar a uma de minhas paixões: a arqueologia.

    Nesta época inclusive eu cheguei a dar aulas de arqueologia em uma faculdade e me lembro que o Brasil desta época ainda estava imerso no regime da ditadura. Foi na verdade uma época terrível pois ouvíamos freqüentemente notícias e boatos de pessoas, ditas liberais, sendo mortos ou espancados  e sem cotar as que simplesmente sumiam do nada, sem deixar rastros. Contudo, ao menos esses sumiços possuiam um lado bom e ajudavam e muito quando eu precisava me alimentar.

    Outro fato curioso desta época foi a ocorrência de um fenômeno chamado geada negra, que cobriu boa parte do estado do Paraná e que aniquilou boa parte da produção de café da região. Alguns conhecidos chegaram a confabular que tal fenômeno climático poderia ser sobrenatural, porém até hoje não se sabe ao certo o que ocorreu, haja vista que fora a última vez que precipitara neve naquela região.

    Foi em meio a este contexto histórico que eu retomei as buscas por um artefato místico. Alguns me diziam que ele não passava de lenda, no entanto alguns relatos pareceram-me tão reais que me senti na obrigação de saber mais sobre o tal colar de Eros. Uma jóia feita de uma liga especial chamada Alpaca ou prata alemã, formada pela junção de 3 metais conhecidos: cobre, níquel e zinco. Portanto, seu valor material era irrisório se comparado a todo poder que tal artefato poderia carregar consigo.

    Dizia a lenda que um antigo rei do oriente era muito poderoso, porém desprovido de beleza e isso lhe era um problema existencial. Em função de tal dificuldade, ele passou a sua vida inteira em busca de formas de amenizar sua aflição, até que em um belo dia ele se deparou com uma bruxa que lhe ofereceu um colar mágico. A jóia custara os dois dedos mínimos das mãos do rei, além de uma quantia mórbida em ouro e de outros favores.  Já em posse de tal artefato ele deveria presentear a pessoa que quisesse conquistar e esta adquiriria um amor eterno pelo nobre.

    Tal lenda não mencionava se o colar chegou a ser utilizado e se realmente funcionou. Apesar disso, o que me fez ir atrás dele foi o anúncio de um possível leilão na Argentina, onde uma peça com o mesmo nome estaria entre os itens a serem vendidos.

    Contratei um avião de pequeno porte para um voo noturno e algumas horas depois em meio as várias turbulências chegamos a Buenos Aires. Nesta época fazia um frio moderado, algo em torno de -5 graus e não havia praticamente nenhum ser vivo pelas ruas.  Meu taxi me levou até um modesto hotel no centro da cidade e neste eu fiquei até a próxima noite me divertindo com as conversas, gritos e barulhos que vinham de fora de meu quarto escuro.

    Mal o sol se fora e eu já estava aflito por conhecer a tal cidade e tão mais por ir onde seria o leilão. Mesmo no frio quase absurdo para alguns humanos, era possível ver alguns casais dançando tango pelas ruas, recheadas de construções e carros. Andar por aquele lugar me fazia lembrar da antiga Prússia e de certa forma isso me deixava mais confortável. Diferente do sentimento de desconforto que eu sempre senti em terras tropicais.

    Na hora marcada eu estava pontualmente  no local combinado, quando um pequeno ônibus parou a minha frente e me levou junto de outros senhores, muito bem vestidos para o local do leilão. Esta prática apesar de inusitada, era necessária, haja vista o alto controle de segurança que se fazia necessário diante tais leilões ilegais.

    Alguns minutos em meio a cidade e enfim chegamos a uma região central próxima de alguns aterros que hoje foram transformados na reserva ecológica de Buenos Aires. O prédio era antigo, como vários outros naquela região e logo que descemos do ônibus fomos acompanhados até uma entrada onde havia um primeiro check-in. Apresentamos os documentos e os que não possuíam problemas  como eu, eram levados até uma outra sala. Nesta cada um recebeu uma plaquinha, para que pudéssemos dar os lances e na seqüência éramos encaminhados até um salão onde eram expostas todos os artefatos que seriam leiloados.

    Neste momento deixei a parte social de lado e parti diretamente para o que me interessava, indo atrás do colar de Eros. Em meio as várias peças raras haviam alguns animais, algumas armas, quadros e várias jóias. As jóias pertenciam há um único colecionador que falecera e a família havia decido leiloá-las para dividir o montante resultante. Não haviam placas com nomes sobre as peças, mas foi impossível não perceber o colar de Eros dentro de uma caixa aberta. A joia estava em ótimas condições de conservação, porem não emana nenhum tipo de energia, o que me deixara preocupado.

    Tentei chamar alguém, mas não pude fazer a avaliação da peça antes do inicio dos lances. Então aguardei e tentei fazer uma social em busca de mais informações sobre o antigo colecionador que era dono da peça. Nesse momento eu já estava ficando um pouco agoniado, estava debruçado sobre uma mureta e esfregava meu bigode inconscientemente, quando surge uma bela mulher, vestida dos pés a cabeça de preto e que emanava uma forte energia sobrenatural.

    Ao passar por mim ela olhou fixamente em meus olhos, obviamente havia sentido meus poderes vampíricos e antes que ela se pronunciasse eu resolvi cumprimenta-la. Pensei em lhe dar boa noite e muito rapidamente antes de se pronunciar ela ignorou o local e todos a nossa volta, utilizando a sua rapidez para se aproximar de mim.

    Ela parecia circular ao meu redor como um fantasma e nas duas vezes que passou perto me disse duas palavras: “Bem-vindo vampiro”. Imediatamente depois desta cena inusitada ela estava novamente na posição do inicio. O que me fez lembrar de imediato que ela deveria estar utilizando o famoso poder “Mutatis”, no qual quem o domina pode produzir ilusões que podem ser vista por uma ou várias pessoas em específico ao mesmo tempo.

    Isso obviamente não me assustou, porém era um sinal de que ela queria demarcar território. Devia ser uma viciada em leilões e isso sim me deixou preocupado, pois certamente ela iria querer as mesmas peças que eu. Praticando o popular boicote alheio, pelo simples fato de enaltecer seu próprio ego diante um outro de nossa espécie.

    Dito e feito como diz o popular ditado. Iniciou-se o leilão do colar quando estávamos na metade da noite e junto com isso aquela intrigante briga de plaquinhas sendo levantadas por mim e por ela. Infelizmente fui obrigado a parar quando o lance alcançou um valor maior do que eu possuía disponível no momento . Com isso ela apenas deu um leve sorrisinho sarcástico e aguardou o final do leilão para fazer os procedimentos de pagamento e retirada.

    Eu fiquei bastante frustrado com a perda da possível relíquia, e me senti na obrigação de ir falar com ela antes de ir embora. Neste momento ela estava conversando com alguns senhores, porém quando me aproximei, ela os dispensou e comentou:

    – Sabia que sua curiosidade o faria vir até mim, tome, pode verificar a peça com suas próprias mãos, meu caro professor.

    Nesse momento eu não sabia se ela possuia alguns poderes de invasão mental, ou se minhas vestimentas davam tão na cara que eu era professor e apesar disso resolvi matar minha curiosidade. Tomei a caixa em minhas mãos enquanto lhe disse:

    – Muito perspicaz de sua parte me oferecer tal privilégio nobre senhorita. Com sua licença!

    Neste momento eu verifiquei a peça, e em meio a sua beleza rara não senti nada de anormal, foi quando me lembrei dos flertes de meu mestre e de Franz e lhe disse:

    – Nobre senhorita, não sei o motivo de sua compra, mas se me permite, sentir-me-ia honrado se me permitires colocar tal joia em seu pescoço.

    Nesse momento sua expressão mudou um pouco, mas se mantinha fria e controlada e apenas me consentiu com a cabeça. Neste instante aproximei-me mais ainda de seu belo rosto, encostei a joia em seu formosos seios e a subi um pouco até o quanto fosse possível prende-la atrás do pescoço.

    Nestes instantes enquanto ficamos próximos eu senti um pouco de seu belo perfume doce , o que me fez ficar um pouco excitado e antes mesmo de me distanciar ela levantou um pouco a cabeça e me deu um longo beijo na boca. Será que o colar havia ativado o amor eterno nela para comigo, como dizia a lenda?

    Depois do belo beijo ela se afastou um pouco e com uma das mãos limpou o excesso de batom de meus lábios dizendo:

    – Fugaz e despretensioso. Achou mesmo que eu não sabia que a lenda deste colar era falsa? Tens de melhorar os teus contatos doutor. Quanto ao beijo, gostei seu alemão maroto!

    Depois disso ela pegou um cartão em sua bolsa e colocou no bolso da minha camisa, indo embora logo em seguida. No cartão totalmente preto havia apenas um numero de telefone do Brasil escrito em dourado.

    Por duas vezes eu tentei ligar no numero, mas este sempre tocava e ninguém atendia. No entanto a última vez que tive notícias de tal dama, elas foram as piores possível… Fora ela quem assassinou meu grande companheiro de estudos Joseph, vampiro que ficou conhecido por aqui pelo apelido “Zé”…

    Amplexos,
    Sebastian

  • O lobo sem alma

    O lobo sem alma

    Certamente as histórias de lobos e vampiros estão muitos próximos nos últimos filmes e livros.
    Aqui frequentemnte eu falo dos peludos e certamente no meu livro eles também serão parte importante da história.
    Hoje eu fui agraciado com a história enviada pela Kiria (Valkiria) e espero que gostem.

    O Lobo sem alma

    A mais ou menos cem anos atras quando minha pequama cidade não passava de uma simples aldeia, minha bisa chega da italia casa se com um brasileiro e tenta constituir uma familia. Os anos se passaram e sua familia foi crescendo e Ana Cristina passou a se sentir em casa nesse pais que ate ontem era desconhecido para ela. Mas os seus visinhos a achavam uma mulher muito peculir pois Ana tinha abitos muitos diferentes dos deles como por exemplo seguir as fases da lua para colher plantas ou ate mesmo para cortar os cabelos, embora esses fatos não fossem muitos comuns os seus visinhos nada disiam. Somente um deles se encomodava com isso, não porque a achase esquisita e sim porque minha bisa havia diminuido o teritorio de caça.
    Era uma sexta feira meu biso teve um emprevisto no trabalho, e mandou um garoto avisar Ana que iria demorar para o jantar. Ana sai a janela e ve a lua cheia tomar conta do ceu, vira se e vai ate o fogao de lenha e começa a ascender o fogo quando senti um cheiro diferente cheiro de cachorro molado, ao virar se para porta ve um imenso lobo na porta olhando para ela e mostarndo os dentes, o lobo flexiona as patas da frente para atacar Ana pega um pedaço de madeira que começava a pegar fogo e quando o lobo a ataca ela o certa com a madeira em chamas, o lobo ferido tenta escapar mas a porta se fecha sosinha por meio de um encantamento que Ana conjurou naquele momento e disse:
    __Como voçe ousa entrar em minha casa e me atacar?
    __Voçe voltara aqui amanha mas como humano e ai sim acertaremos as contas.
    A porta se abriu o o lobo se foi ferido pelo fogo. Assim que meu biso chegou Ana lhe contou tudo e ele ficou furioso.
    __ Como ele ousa entrar na casa de meus filhos para te atacar e não o amaldiçou!
    ___joseph ele já esta amaldiçoado, ele não um lobisomem de verdade ele não nasceu assim foi uma maldiçao.
    __ mas quem? Bruxos?
    __nao sei, acho que somos os unicos aqui.
    __entao não vou trabalhar amanha
    __pode ir Joseph ele vira de dia e tomarei cuidado.
    __va bene
    Amanheceu um sabado frio e chuvoso, joseph acordou cedo seus quatro filhos e os levou com ele para o trabalho. Ana ficou preparando tudo embora ele viesse como humano havia uma parte dele que ela podeia controlar. As tres da tarde Ana ouve uma batida a porta:
    __ Posso entrar?
    __ Entao Pedro!
    O lobisomem não era ninguem menos que seu compadre o homem que batisara um de seus filhos!.
    __ me desculpe comadre eu acordei com uma ideia fixa que tinha que vir hoje aqui.
    __Voce sabe muito bem por que veio aqui, porque eu mandei que viesse.
    __ Sua bruxa maldita! Voçe acha que pode mandar em mim!
    __ Posso seu cachorro sarnento!
    __ quem te transformou?
    __ a uns dois anos eu tentei matar um lobisomem que vivia matando minhas ovelhas, mas entes de morrer ele disse que eu tomaria o seu lugar, o desgraçado me amaldiçou! E voçe o conhecia!
    __Gian! Voçe matou Gian!
    __ sim porque tanta indignaçao? pensei que as bruxas odiasem os lobisomens?
    Sim era verdade, existia uma certa antipatia entre bruxos e lobisomens, mas Ana tinha uma divida com Gian ele a ajudou a fugir da fogueira na italia.
    __ gian nunca matou nenhum humano. Agora voçe!
    __ não sei doque esta falando
    __ Sabe sim as crianças desaparecidas!
    __Porque se importar eles tem muitas crianças assim como voçe.
    __ maldito! Gosta de matar não, voçe não perde totalmente a razao não e!?
    __ Não não perco toda a razao, e eu gosto de sentir o medo nos olhos das minha presas a ouvir disendo socorro mamae!
    __ desgraçado!
    __Voçe e tao melodramatica Ana! Talves seja esse seu sangue italiano.
    Entao voçe gosta de ser um lobo sem alma não gosta?
    __Sim não quero outra coisa da vida!
    __que assim seja! Pela força da natureza que assim me conferiu, pela mae terra, pelo deus sol, pela mae lua que a sua vida seja feita de trevas e escuridao enquanto em seu coraçao não brotar arrependimento e compaixao, se um lobo que quer um lobo sera, mil veses amaldiçoado por mil anos sera contado a historioa de uma lobo sem alma e coraçao.
    QUEM ME CONTOU ESSA HISTORIA FOI MINHA AVO, FILHA DE ANA, E UMA VEZ POR ANO SEMPRE NA LUA CHEIA ESCUTAMOS O UIVO ARREPENDIDO DE UM LOBO. E NÃO ME ESTA MAIS NADA A FAZER A NÃO SER DISER:
    AQUI ESTA CONFIRMADO A HISTORIA DO LOBO SEM ALMA.

  • Poema Morte versus Amor

    Poema Morte versus Amor

    Baseado no meu post: Morte versus amor o Joseph criou um poema.
    Eu gostei e encaminho para vocês logo a baixo…

    Morte versus amor

    O sol radiante ilumina tua face angelical me transportando ao paraíso da vida, um floral com todas as cores, louro em bela poesia harmoniosa e singela graça da vida.

    Lembro-me ainda mais dos seus pés sobre o orvalho, clara e beleza soberba, correndo de braços abertos junto ao vento, o que me levava ao gozo inocente de uma criança.

    Sim, a melodia encantadora da sua voz, transborda em emoção os sentimentos como a fantasia do amor.

    Veja, a vida foi simplesmente um paraíso aos meus olhos virgens da insanidade e desejo.

    Era bela a sina que esperava da minha vida aos teus braços, aos seus beijos, ao queimar de dois corações.

    No entanto o destino nos concedeu caminhos opostos;
    minha imortalidade e sua vida efêmera.

    Quando a penumbra cobre a cidade, minha maldição de sangue transparece os sentidos e sou acometido pela morte em cometer o pecado delirante.

    Tua vida pela minha ou minha vida pela tua?
    O que eu desejava de maior ardor era sua vivacidade de espírito.

    Então, decidi doar-lhe o pouco do ínfimo sopro de vida que ainda restara em mim à minha doce amada que não pudera chamar de imortal.

    Vivi ao seu lado, vendo-a acabar aos poucos pelo tempo ingênuo e maldoso. Pude confortar-la e fazê-la feliz.

    O tempo a levou, agora, apenas pressinto o seu passado em mim;
    ao menos isso será imortalizado em um coração que já não bate mais.

    Dias vão, as noites não se acabam, apenas trevas sobre trevas;
    esse é o fardo que levo, essa é minha sina.