Categoria: Histórias

Nesta seção você encontra historias, contos e relatos relacionados ao mundo real e sobrenatural. Verifique a indicação de faixa etária no início de cada texto.

  • #FanArt da Bel e alguns fatos dos últimos dias

    #FanArt da Bel e alguns fatos dos últimos dias

    Bom começo de noite e semana e todos!

    Hoje escrevo um #FanArt diferente, alem de publicar algumas fotos da Bel uma das leitoras mais participativas do blog, eu vou fazer alguns comentários sobre os últimos dias.

    Hoje é um dia importante pois fazem 14 dias desde que me alimentei pela última vez e preciso dizer que não estou com fome. Como eu já disse em outros momentos eu necessito de alimento a cada duas semanas em media e fico muito feliz quando sinto fome depois de todos esses dias.

    É extremamente difícil prever quando precisarei de sangue e isso me faz cair numa rotina. Todavia as vezes eu tento bater o meu recorde como agora, afim de aumentar minha resistência a maldição. Quem sabe um dia eu conseguirei vencê-la? Sabe-se lá, porém não custa tentar…

    Bom não quero estragar o FanArt da Bel, mas como ainda não tenho um espaço melhor para divulgar esses textinhos curtos eu preciso usar os que tenho.

    Uma notícia boa é que estamos estudando uma versão nova para o blog com mais interações. Estamos estudando essa nova estrutura a mais de 3 meses e já estamos bem avançados. Portanto aguardem novidades para muito breve =)

    Enfim um poema de minha querida Bel:

    DELIRIOS…..

    Sabe as vezes acho que estamos dançando e parece uma valsa compassada, requintada dança com passos regulares; mas que tédio! Em outras vezes já estamos dançando tango, apaixonado ritmo; corpos entrelaçados, ciúme, sangue, morte… tão envolvente misterioso e assustador! Mas no entanto o que mais me preocupa é quando não estamos dançando, quando me parece ao menos que estamos de mãos dadas caminhando lado a lado. Querido esta amanhecendo, e eu te esperando… Espero que você estejas bem, o céu esta se tornando azul marinho logo ele ficara dourado, os pássaros estão acordando mas os humanos ainda repousam  e eu estou aqui desfrutando da companhia de uma coruja assistindo a madrugada, a mente em disparada; correndo contra pensamentos sombrios pensando em presas ternas e saborosas do alto da torre de uma igreja em ruínas… Sonhe querido; sonhe…Solte-se; acredite que qualquer momento de qualquer forma todos temos o direito de amar Deixe em seu delírio ser encaminhado para o pais dos sonhos ou para a terra do nunca. Querido humano em sua terna idade, você já é um vencedor, querido com seus fantasmas e correntes você ainda consegue caminhar, querido com todo seu esforço para se adaptar você cativa a tudo e a todos. meu amado tente entender estamos em um baile de mascaras tente entender , todos os dias caminhando por entre mortais com nossas fantasias, nossos sonhos enjaulados em gaiolas de ouro nos tornando cinzas e renascendo a cada segundo. Estamos em uma terra estranha aonde sempre seremos estrangeiros aonde nunca seremos bem vindos, aonde cortamos nossas asas para não atrapalhar a passagem. Querido a janela de seus olhos é de puro cristal sonoro límpido e assustador. Mais do que olhos de ressaca, mais do que doces expressões, olhares de reprovação. As vezes humilde peregrino  uma doce e inocente criança mas querido quase sempre esses olhos observam uma rosa se nome adornada com outras rosas esmagadas e esses olhos enxergam através da seda da carmim das penas de pássaros do granito da estátua. Quando será nosso próprio encontro meu querido? Quando dançaremos de novo?Valsa?Tango? Tocando as mãos como Romeu e Julieta, talvez apenas uma troca rápidas de olhares. Sinceramente meu querido espero que estejas bem, e que minhas garras não tenham te ferido muito. Não sou muito boa em alcançar voo com uma carga sobre minhas patas, ao menos que eu va devorar em seguida… Meu querido espero que seus cortes ja tenham sarado espero que quando acordares pense que foi so um sonho e te espero adormecer novamente para mais uma vez a gente dançar…

  • Ciganos e vampiros

    Ciganos e vampiros

    Sem sombra de Duvidas a Espanha é um dos países que possui a maior quantidade do povo Rom no mundo. Os Rom, chamados de Ciganos aqui no Brasil são um povo sem nacionalidade única, muitos vivem nos famosos acampamentos ao redor do mundo e o mais interessante de sua cultura é que muitos grupos são vistos fazendo uma espécie de parceria com os vampiros e lobisomens.

    A magia cigana, ou melhor o ilusionismo cigano é muito famoso. Logo ao se depararem com ciganos a reação de muito é quase sempre a mesma: ”Lá vem aqueles chatos pedirem dinheiro”, “Putz outra panela de cobre?”, “Não senhora não quero que leia a minha mão”…

    Acontece que muitos desconhecem os verdadeiros ”Gipsy Power”, algo sem nome definido, mas que provem em muitos aspectos do antigo Hinduísmo. Eu prefiro chamar de “Poder Cigano” por que depois de tantos séculos ele já pode ser considerado algo totalmente cigano e diferente da antiga religião Hindu.

    Dentre as particularidades desse povo, pode ser percebido muitas coincidências com a sociedade vampiresca. Os deuses ciganos geralmente se manifestam a noite, são divididos em clãs, sendo que cada uma dessas famílias são organizadas pelas leis do “cara” mais velho do grupo ou o que possua mais riquezas e conseqüentemente mais poder de persuasão sobre os demais. Há grupos tanto nos ciganos como nos vampiros que são matriarcais, ou seja, uma mulher é a “Rom Baro”, mas isso são exclusivas exceções.

    Ciganos e vampiros juntos? Sim, existem clãs de ciganos vampiros ou vampiros ciganos e a última vez que tive contato com eles foi ontem. Por motivos óbvios não posso dizer o local que nos encontramos, mas foi muito bom rever alguns conhecidos e em específico uma amiga apelidada de ”Madame …”.

    Madame é uma vampíra cigana que a muitos anos é matriarca de uma trupe de ciganos. Quase todos os membros do grupo foram transformados pela própria Madame que possui um gosto apurado por jovens e belos artistas.

    Gosto muito de encontrá-los e apreciar bons momentos entre as artes, as conversas e a troca de favores. Madame constantemente insiste em adivinhar o meu futuro, mas inevitavelmente terminar sempre com a mesma frase: “O teu futuro é você que faz…“.

    Dentre alguns favores que trocamos consegui, algumas pistas interessantes sobre as assassinas do Zé e acredito estar cada vez mais próximo de um solução para este infortúnio.

    Espero em breve vir a público contar a todos vocês que consegui pelo menos libertar a alma do meu irmão.

  • Fanart – Fotos da Dani

    Fanart – Fotos da Dani

    Pessoal, desculpem o meu ato falho.

    Na sexta estava muito ocupado com alguns amigos, que aliás ficaram conosco o final de semana inteiro e esqueci de colocar a fanart de sexta.
    Estas fotos foram enviadas pela Dani. Ela me disse que se achou um pouco “emo” o que vocês me dizem?

  • Matei uma criança?

    Matei uma criança?

    O problema da menor idade que amplia a impunidade no Brasil é gigante.  Os vampiros não costumam atacar crianças, mas quem já possui vida sexual ativa, que sabe roubar e até matar não é mais criança não é mesmo?

    Não sei se alguns de vocês ficaram se perguntando como que eu me alimentei nas duas últimas vezes? Bom, como teve uma pessoa que lembrou disso eu vou contar nas próximas linhas como foram as minhas duas últimas caçadas. A primeira ocorreu no dia 13 e a outra ontem dia 27/04.

    No dia 13 eu ainda estava meu conturbado em função daquele maldito mago que tentou me enganar passando-se por um peludo. Mesmo assim precisei manter o vício e fui atrás de mais alguns pescoços.

    Com o meu cunhado puto comigo e sem nenhum alvo aparente o negócio foi sair noite a fora em busca de algum desavisado. A noite estava boa e decidi ir de moto mesmo. Fiz meu tradicional ritual, calibrei as pistolas, verifiquei o colete, coloquei algumas musicas novas no player e abasteci a moto na minha garagem mesmo. Além disso, dei um breve ”até logo” para a Beth, beijando a sua testa. “Querida volto logo…“

    Toda vez que saiu assim sem rumo eu fico com dó da carinha que a Beth faz, pois sei que deve ser bem difícil para ela. No entanto, meu companheiro demônio precisa ser alimentado e preciso dar atenção para ele.

    Atualmente estamos em uma das propriedades da minha família, um local distante do centro da cidade mais próxima, em função disso não me demorei muito nos preparativos e sai próximo das 21h. Até o centro da cidade levei algo em torno de uma hora e agora perto das 22h as ruas começavam a ser evacuadas. Muitos estudantes rumavam para suas casa e várias pessoas trocavam de turno em seus trabalhos.

    Já que teria de esperar o movimento acalmar mais, resolvi ir então para um bar de um amigo. Estacionei a moto perto da porta de entrada, cumprimentei o segurança, que era novo por sinal e fui para o escritório. Lá estava aquele filho da puta cheirando de novo. “Cara já te disse que essa merda vai te arromba ainda”.

    Ao me ver o mala se assusta, espirra e tosse um pouco de pó… “Ta vendo eu não te disse! hahahaha“. Depois que a merda já estava feita ele cata um lenço do bolso, enxuga o que dá e me fala: “Porra Galego que bosta, não podia esperar um pouco antes de entrar seu viado!”.  “Tu sabe que eu não gosto de ver usando essa merda“.

    Vou em direção a ele para dar um abraço e de imediato sinto cheiro de sangue. Ao espirrar uma artériasinha do nariz do infeliz deve ter estourado e la estava o precioso liquido colorindo o lenço. De imediato as minhas presas aumentaram, tive um certo desconforto para disfarçar, mas contive por hora o demônio.

    “ahahah e você ainda com essa porra de sede sangue“ Espera ai que tenho um presente pra você.  Então ele saiu da sala, ouço duas portas se abrirem e um breve assovio. Na sequencia ele me aparece com o segurança novo. Alfredo, fale aqui pro meu irmão daqueles pivetes que fizeram rolo aqui outro dia.

    O segurança me contou que dois garotos menores de idade vieram no bar e depois de muita bebedeira quebraram algumas coisas e saíram por ai de carro. Inclusive se envolveram em um acidente e uma mulher que recolhia latinhas veio a falecer.

    Ok, agora eu já tinha um alvo e pelo menos dois pescoços. Fui para a casa de um deles, em forma de morcego dei umas circuladas e parado no escuro em cima de um muro eu aguardei até que alguém surgisse em alguma janela. Não demorou muito para  que alguns gritos de mulher fossem ouvidos “Garoto, você sabe o trabalho que tivemos na semana passada para te livrar da cadeia, vê se hoje não apronta nada, meu filho“. Nessas horas da vontade de bater numa mãe e num pai desses, mas me contive e esperei até que o garoto saísse. Ele era bonito, tinhas belos músculos torneados e usava uma camiseta colada e de mangas curtas para realçar os seus dotes e sua tatuagem com alguns kanji no braço esquerdo.

    Ele montou na sua moto, uma Srad  750 azul com branco, colocou o capacete no cotovelo e acelerando alto foi até um posto que fica a umas 4 quadras do sua casa num bairro de luxo. Neste momento eu já estava novamente em forma humana e com a moto parei próximo a ele no posto.

    Puxei uma conversa: “Duvido que essa Sradsinha ande mais que a minha Harley 77“.  O garoto olhou minha moto e disse: “Quem sabe?” e ficou me encarando. Como adoro demonstrações públicas de testosterona lhe disse: “Te espero ali na esquina“. Então subi na moto, fui até a esquina e o aguardei. Depois de uns 5 min. Ouvi o ronco alto da moto de escapamento aberto se aproximando e logo em seguida o sinto passar muito rápido por mim. Arranquei o mais depressa que pude e até os 150Km/h lhe acompanhei bem, depois tive de ficar na minha por que convenhamos a moto dele andava bem mais.

    Logo em frente ele me esperou em um semáforo e quando consigo chegar ele me fala “Cara cê realmente achava que ia me acompanhar com essa lata velha?“ “Hei garoto mais respeito com as relíquias“ . Ele deu uma risadinha e apesar do tamanho e dos músculos  sua idade ficou evidente.  Eu podia acabar com ele ali, Um golpe seria suficiente para derrubá-lo da moto, mas eu queria saber do amigo que estava com ele no carro que atropelou aquela pobre coitada.

    Por sorte o garoto toma a iniciativa e me fala “Ai, se tiver afim de conhecer moto de verdade aparece  nesse bar as 2h eu to promovendo a parada“ e me deu um flyer que mostrava o endereço e o nome do tal lugar. Na seqüência o sinal esverdeou e ele saiu empinando a maldita moto sem placa.

    Dei mais umas voltas pelo centro e as 2:30 cheguei no lugar. Era um pouco fora do centro quase em um bairro e lá estava o garoto junto de alguns amigos todos mais velhos com suas motos de corrida ilegal e ao que tudo indicava já no fim da festa.

    “Chega ai cara“ e me deu uma latinha de cerveja. “Hei garoto eu não bebo“ “kkkk que frutinha meu“. Fico um pouco nervoso nesse tipo de situação,  não posso me alimentar e isso poderia acabar com o disfarce, mas retruquei “Ontem a birita foi grande e hoje to de boa“. Sentamos numa mesa, papo vai e vem e alguém fala “E ai Caca, como que foi a parada da semana passada?“. O garoto procura quem disse e já meio tonto da cerveja fala: ”Ah nada demais só uns arranhões no carro, a policia queria me levar, mas dai meu coroa veio, libero uma grana pro guarda e me tiro de lá… Dá nada né Paulo hehehe”. Nisso ele olha para um cara do lado dele e os dois caem na maior gargalhada.

    Senti meu corpo estremecer os caninos afloraram e fui até o banheiro aliviar a tensão. Na volta passei pela mesa e disse: “Galerinha prazer em conhecer vocês, outro dia conversamos melhor, preciso levar pão pro café da manhã da patroa”. Alguns nem deram bola, outros riram e o garoto fala ”Falo cara volta la pra saia da mulé volta”. A vontade de bater nele ali mesmo era tanta que precisei arranjar forças do além para me conter.

    Parei minha moto em uma rua próxima e os aguardei. Umas 3 e meia o bar fechou e eles começaram a ir embora. Não tardou e o playboysinho passou com sua moto. O segui até uma rua apropriada, emparelhei do seu lado e o derrubei, empurrando com a perna direita. A moto o derrubou e na queda ele desmaiou, Foi uma pena ele não ter ouvido algumas verdades antes de partir dessa para uma pior. A fome falou mais forte e me alimentei por um corte que havia sido aberto em seu peito.

    Noutro dia ouvi alguns comentários na imprensa local, e todos repetiram a mesma história, Garoto de 16 anos cai de moto e morre. Vestígios de bebida alcoólica são encontrados em sem sangue e a causa da morte foi parada múltipla dos órgão devido a perda de sangue. A família está comovida, mas visinhos confessam que já esperavam que isso pudesse ocorrer.

    Duas semanas e como sempre minha fome havia voltado, no entanto, desta vez eu já tinha uma porta para bater e o escolhido foi o tal de Paulo.  Este recebeu uma boa lição, ouviu algumas coisas, ficou inconsciente ao me doar muito sangue, mas ainda está vivo por ai. Resolvi testar e ver se ele vira boa gente depois dessa segunda chance que lhe dei. Nos próximos meses ele será minha cobaia e a qualquer novo deslize terei prazer em promover um encontro entre ele e o meu demônio.

  • Fotos da Jessica e poema

    Fotos da Jessica e poema

    Pessoal sexta é dia de #Fanart

    Para tanto abaixo um poema escrito pela Mariliz Marins, acompanhado de belas fotos enviados pela Jessica Campeoti.

    Eu,
    Objeto de desejos contidos,
    Fruto suculentos instigando furores libidinosos.
    Eu, animal.
    Eu, instinto.
    Eu… fatal.
    Aparentemente bela.
    Superficialmente frágil,
    Tal qual um frasco de veneno
    Que, quebrado, esvai-se pelos solos tornando-os inférteis,
    E, se ingerido,
    Torna-se sem soluço.
    Veneno do qual vários seres imploram antídoto.
    Porém, um mórbido prazer me faz negá-lo.
    E a crueldade em mim presente torna-me irresistível a
    Incansáveis seguidores masoquistas.
    Só ditos suplicando migalhas do meu amor,
    As quais prefiro lançar aos ventos, aos mares,
    a Natureza, alcova dos meus segredos,
    Que a mim empresta os seus mistérios,
    E me faz encantadora sugadora de energias
    A seu serviço,
    A serviço da bola incandescente.
    Do início do Universo
    Do ápice da existência.
    Eu, energia… Eu, bela… Eu, fatal…
    Arrasando corpos e colecionando almas,
    a procura do encontro supremo,
    O encontro com a minha própria existência…

  • A “noite a noite” de um vampiro e a caridade

    A “noite a noite” de um vampiro e a caridade

    Conforme muitos sabem o principal motivo de eu ter montado este blog é tentar transmitir em palavras as minhas noites. Sempre ví muitos livros sobre nós vampiros, tantos outros filmes e também várias falácias sobre como somos e o que fazemos. Reafirmo aqui que desde os meus primeiros artigos eu tenho mostrado um pouquinho de mim, mas a cada novo leitor que aparece por essas bandas eu preciso falar novamente de alguns momentos que me marcaram ou de situações pelo qual eu preciso conviver constantemente.

    Pois bem, hoje vou lhes falar de algumas coisas que faço enquanto estou de folga das minhas caçadas e das minhas extravagâncias. Na verdade vou ser franco e direto: tento levar uma vida normal tirando o fato de que somente saio depois que o sol se põe e antes que ele nasça. Não tenho problema com dinheiro, nunca tive mesmo assim às vezes faço alguns trabalhos de fotografia para levantar alguns fundos. Sendo que estes “fundos” são investidos por aqui no site, pagando o servidor de hospedagem, o designer e também em alguns projetos desenvolvidos pela minha companheira Beth.

    A Beth está comigo desde 2007, temos um relacionamento que este ano completará 4 anos e está sendo de muita valia para mim, pois estou aprendendo muito. A patroa é uma bruxa de carreira, já estudou na Europa e atualmente está numa fase que envolve filantropia e autoconhecimento. A sociedade vampiresca possui muito preconceitos e com certeza um deles envolve as bruxas ruins, e isso por consequência se reflete nas boas como Elizabeth. Apesar de todos esses medos que os sanguessugas têm conheço histórias de lobisomens, magos e até iluminados que são nossos aliados.

    Infelizmente não posso divulgar por aqui os trabalhos que a Beth faz, a proteção de nossas identidades reais é vital, mas vou falar um pouco do que a Ong que ela trabalha faz. Ong’s, aliás, são belas instituições que ajudam a sociedade no cumprimento de seus deveres e cobrança de seus direitos. Mesmo que algumas pareçam de índole duvidosa a grande maioria trabalha em prol de alguma causa.

    Quando conheci a Beth ela estudava e tinha um trabalho fixo, com o tempo a convenci de que eu podia bancar as nossas necessidades. Mesmo assim ela não quis parar e disse que pelo menos iria arrumar alguma coisa para passar o tempo. No inicio fiquei um pouco arredio, afinal querendo ou não eu sou um cara das antigas e para mim mulher trabalha somente em casa. Ok ok sei que pareço moderninho, mas no fundo acho que vocês vão entender essa minha opinião, afinal na minha época as coisas eram bem diferentes.

    Com essa história de trabalhar a Beth acabou conhecendo a Ong onde faz serviços atualmente e por lá eles ajudam crianças a melhorar o seu lado criativo. Estimulando-as com pinturas, desenhos, colagens afinal isso está mais que comprovado que ajuda os pequenos a terem uma visão melhor do mundo. Além disso, eles promovem frequentes tratamentos dentários, ensinam sobre os benefícios da saúde e das boas práticas de limpeza e higiene.

    Com o tempo eu conheci alguns dos pequenos que ela ajuda e preciso dizer que se meu coração batesse ele teria se acelerado, pois a situação de muitos é tocante. Depois que tive esse contato me surgiu à ideia de ajuda-los e atualmente tenho dado uma cesta básica (não tão básica) para os garotos que tem entre 85 e 100% de presença nas aulas. Sei que não é muito, mas para vários deles ela é tida como boa parte do que a família deles consome durante o mês.

    Pode parecer que faço isso para pagar os meus pecados, até pode ser um pouco, mas eu estive pensando de que adianta uns terem tanto se outros não têm nem onde cair morto? Sei lá cara, apenas estou contribuindo para sociedade com outras coisas além de eliminar algumas pragas e ainda deixo a patroa feliz.

    Bom, sei que fugi um pouco do título deste post, mas eu precisava compartilhar com vocês mais este feito. Um feito tolo para muitos que só pensam em si, mas vital para que a humanidade continue produzindo seres descentes. Talvez algum dia existam mais pessoas desdentes do que ruins, o que diminuiria consideravelmente o meu alimento, mas é um risco a correr. Quem sabe todas essas novas tecnologias tragam uma cura para os meus, mas em quanto isso o melhor que podemos fazer é tentar conviver em paz ou ao menos neutros com os “diferentes”…

  • Efeitos da lua maior

    Efeitos da lua maior

    Parque Vila Velha – PR, 23h57 – A central de polícia recebeu um chamado diferente:
    – Gente, pelo amor de Deus ajuda… Meu colega levou uma mordida na perna de um dos nossos cachorros. Ele estava muito arisco e atacou, mandem uma ambulância, rápido…

    No mesmo instante alguns vampiros captaram a frequência, um chamado de alerta geral foi emitido e em poucos instantes os caçadores rumaram para o local. Todos estavam atentos, pois sabíamos que algo iria acontecer e então não foi difícil ter alguém pronto para agir.

    As 00h12 uma perseguição de carro se inicia na rodovia do café próxima a entrada do parque. No carro da frente dois vampiros que se direcionavam ao parque são perseguidor por um famoso caçador de recompensas chamado simplesmente de “H2”. H2 é famoso pela morte de vários peludos e vampiros e quase sempre possui informações privilegiadas por seus homens infiltrados nas várias sociedades secretas.

    Várias marcas de pneus pintam as longas retas da tranquila rodovia. Bem que os vampiros tentaram, mas são poucos os que conseguiram continuar vivos depois de um encontro com o maligno H2. Uma guinada para a direita, uma ultrapassagem e BOOM! O carro em que eles estão capota duas vezes e cai dentro de um lago. H2 então para o seu carro próximo da colisão, confere a gravidade dos problemas dos dois mortos-vivos e continua sua viagem. Ele sabe que o acidente não vai detê-los por muito tempo, mas qualquer vantagem nesse momento é vital para os seus planos.

    H2 continua a viagem com sua caminhonete preta e em poucos minutos chega à sede do parque. Os portões estavam abertos, ninguém guardava a guarita e bastou seguir em frente para ver ao longe a sede iluminada pelas luzes vermelhas da ambulância que socorria o pobre guarda. Ele estaciona próximo a uma capoeira, camufla o veículo e começa sua busca a pé. Neste momento o jogo havia virado e H2 estava sendo perseguido ao longe pelos dois vampiros.

    A chuva que caia escondia a maior lua dos olhos humanos, mesmo com sua extrema proximidade a luz não era suficiente e o ambiente estava escuro. No entanto H2 parecia não ter problemas, pois utiliza tecnologia de ponta que lhe permite ver ao longe como se estivesse de dia através de óculos especiais desenvolvidos pela CIA. Há quem diga que ele faça parte de um grupo especial bancado por várias ONG’s espalhadas pelo mundo, mas isso são apenas boatos e há quem diga inclusive que ele já foi um padre.

    Iniciava-se ali uma perseguição que com certeza iria causar problemas a uma das três partes envolvidas. Os vampiros pensaram inicialmente em acabar com a festa de H2 logo de início, mas resolveram deixá-lo atrair para si o peludo novato. Dessa forma eles poderiam conseguir dois troféus de uma só vez.

    Algumas horas se passaram e lá estava o peludo se contorcendo em uma moita enquanto ocorria sua primeira transformação em humano. Cabe aqui um detalhe importante sobre os lobisomens. O vírus que ativa o lado bestial desses seres pode ficar oculto nos genes dos animais e dos humanos e mesmo com o passar de várias gerações ele permanece adormecido esperando o momento certo para “avacalhar” com a vida de seu portador. Felizmente nos últimos séculos muitos foram caçados e mortos e é extremamente raro encontrá-los acordando fora de suas “matilhas”.

    H2 foi o primeiro a avistá-lo e preparou sua pistola tranquilizante. Mirou e disparou acertando certeiramente a barriga do pobre coitado que nos instantes seguintes adormeceu. Os vampiros iniciaram então seu ataque, um ao alto sobre as formações rochosas e o outro pela frente. H2 percebendo os seus inimigos esquivou-se para trás de uma árvore e escapou por pouco do primeiro golpe, mas não foi rápido o suficiente para se livrar do vampiro que se aproximava pelo alto e que caiu sobre ele. Com o impacto o óculos do caçador caiu ao chão junto de seu chapéu, deixando a mostra parte da suástica que ele possui tatuada na cabeça.

    Dois vampiros certamente acabariam facilmente com um humano, mas H2 não o era e quando eles menos esperam o forte caçador joga um deles contra uma árvore e perfura o peito do outro com uma faca que ele mantinha na cintura. O vampiro agonizou de dor, caiu ao chão e ficou se contorcendo, pois seu coração fora atingido.  H2 foi em direção do outro que ainda se levantava e com uma velocidade anormal cortou a garganta do outro sanguessuga que ainda se levantava.

    Com os seus inimigos incapacitados foi fácil pegar o peludo, um jovem pastor alemão de 1 ano e seguir viagem, obviamente indo em direção ao seu pagamento. Depois de algumas horas um dos vampiros conseguiu se recuperar, levou o seu parceiro para uma caverna e ficaram até hoje no começo da noite quando retornaram para a sua cidade e espalharam a história na rede. Obviamente alguns instantes mais tarde ela chegou até mim e aqui estou eu fazendo o meu papel de dedo duro… Afinal isso tem de servir de lição aos babacas novatos que querem bancar os heróis e nem ao menos conhecem um pouco a história de seus inimigos!

    Muitas ocorrências de ataques foram vistas na noite de ontem, mas nada publico ou que comprometesse o andamento normal da vida de todos.

  • Maior lua

    Maior lua

    Neste sábado (19), o mundo assiste à maior Lua dos últimos 18 anos. O fenômeno, conhecido como ‘Supermoon’, acontece quando o satélite está mais próximo da Terra.
    O que se espera é um grande espetáculo visual, já que a Lua ficará 14% maior e 30% mais iluminada. Este fenômeno aconteceu apenas 15 vezes nos últimos 400 anos.

    Hoje será uma noite especial e a lua estará atiçando os peludos. Vou ficar em alerta, mas estamos esperando um ataque.
    Avisarei em breve sobre os ocorridos…

    Nos desejem sorte…

     

  • Fatos do carnaval

    Fatos do carnaval

    Pois bem queridos leitores, estou um pouco atrasado com as atualizações do blog, mas foi por causa das minhas últimas viagens. Viajar já é um problema, mas para um vampiro isso consegue ser um pouco pior devido ao transito e o nosso problema com a luz do dia.

    Resolvemos Beth e eu ir para Florianópolis neste carnaval. Temos muitos conhecidos por lá e isso é sempre um motivo para darmos uma passadinha pela ilha da magia. A ilha da magia não tem esse apelido à toa e em uma outra oportunidade irei falar mais dessa história.

    Aproveitamos bem o tempo que ficamos por lá, fizemos vários “encontrinhos” com os amigos, passeamos por quase todas as praias, a noite claro, e para mim foi um momento bom, pois lá é um dos poucos lugares que realmente consigo encontrar a minha paz interior. Sejam através da meditação ou por meio do simples contato com a natureza as minhas energias parecem se renovar naquela ilha.
    Todavia e como nem tudo são Flores, passamos por dificuldades também. Dessa vez não fomos atacados por nenhum ser sobrenatural, não fomos alvo de caçadores, nem muito menos fui atrás de algum bandido. Desta vez o problema foram os humanos e sua falta de cuidado com si próprios.

    Vejam vocês que um amigo próximo tropeçou de uma escada e virou o pé. Como estávamos somente ele, a Beth e eu tivemos de leva-lo para algum lugar para fazer um diagnóstico. O que vocês podem não acreditar é que em pleno carnaval, época onde ocorrem muitos acidentes, foi extremamente difícil achar um ortopedista naquela cidade. Para ajudar o meu amigo não possuía plano de saúde e tivemos de fazer uma verdadeira via sacra na noite de domingo. Passamos por uma policlínica que possuía aparelho de radiografia, mas não possuía ortopedista. Fomos para um hospital e ele estava sem profissionais devido ao corte de investimentos do governo. Ainda na estrada passamos por outro hospital, mas a ala de emergência estava em reformas. Depois seguimos em direção a um terceiro hospital, mas o atendente disse que o único ortopedista do local estava em operação e só iria atender às 8 da manhã, detalhe era 23:00. Mesmo com essa notícia ruim o atendente que foi bem legal nos informou que existia em Florianópolis uma única clinica particular 24h no centro da cidade.

    Fomos então para a tal clinica e lá meu amigo foi diagnosticado com apenas uma torção, colocou uma tala e recebeu a conta:
    R$200 pela consulta, onde o médico apenas o olhou por uns 2 min.
    R$ 115 pela tala e as faixas.
    R$ 45 por duas chapas de radiografia.

    Dinheiro não era e nunca será problema para mim, porém, deixo aqui explícita minha revolta com a falta de cuidado médico. Estávamos em uma cidade em pleno o carnaval, com aproximadamente 600 mil habitantes + os turistas e só possuía um local com um único ortopedista de plantão. Imagine um pobre coitado que não tivesse onde cair morto, ele iria ridiculamente ficar no mínimo por 12 horas com o pé doendo!

    Isto exemplifica muitas coisas que sempre falo por aqui, sou vampiro, tenho os meus poderes, mas como convivo com humanos eu sou obrigado a conviver por consequencia com essa sociedade humana. Uma sociedade corrupta, desprovida de cuidados para com os seus próprios cidadãos, onde está implícita a falta de organização social e onde muitos pensam apenas no seu próprio umbigo e foda-se os outros.
    Quem são os malvados do mundo, os vampiros, lobisomens, bruxas? Sinceramente se fosse humano teria mais medo de um político corrupto que rouba dinheiro dos doentes do que alguém que pudesse sugar o meu sangue por necessidade. E você humano que está lendo isso, o que está fazendo para que sua família e seus amigos tenham uma vida digna?

  • IMPORTANTE

    IMPORTANTE

    Boa noite a todos!

    Pessoal muitos de vocês sabem o trabalho que tenho para manter este site/blog desde 2008.
    Uma hora são as vadias, em outras ocasiões são os peludos e agora para a minha alegria tem um engraçadinho(a) enviando e-mails falsos achando que pode enganar passando-se mim.
    Fiquem tranquilos que isso não nos afetará, pois sou bem acessorado quanto aos assuntos virtuais, todavia, eu não posso fazer nada se vocês publicarem seus contatos pessoais por aqui. Afinal, como todos sabem a internet no geral é palco para muitos aproveitadores sem carater.
    Contudo, isso é apenas um alerta e se por ventura alguém mais receber e-mails ou mensagens estranhas pode ignorar, ou simplemente me copiem que trato de tirar a limpo a situação.

    Reitero que somente eu me comunico com vocês e através do meu e-mail ou do Facebook (o orkut foi apagado). Ninguém mais tem minha autorização para falar diretamente com vocês, nem mesmo a Beth ou Franz, ou Sebastian e muitos menos o Jean Felski (o designer aqui do Blog).

    Apesar dessa parte ruim, quero aproveitar o e-mail para agradecer os comentários do pessoal novo que está acessando o site!
    Nos próximos meses ocorrerão algumas mudanças drásticas por aqui, com o objetivo de cada vez mais disponibilizar bons materiais para o deleite de todos!

    Beijos e Abraços!

    Galego Longsdorff

  • Foi a vez da caça! Parte 2

    Foi a vez da caça! Parte 2

    Por que ele está me olhando?
    Por que ainda não virou a besta no qual eles sempre se transformam?
    Ele tem cheiro de peludo, mas não parece um?

    Tantos porquês em tão poucos segundos… Se não fosse minha velocidade avantajada acredito que eu seria uma presa fácil por ficar tanto tempo pensando antes de agir de verdade.

    Em meio a tantos questionamentos a sobrevivência sempre fala mais alto. Então saquei as duas pistolas e rolei para cômodo a frente, enquanto via a criatura correr escada a cima em direção ao segundo andar. O bom é que ele correu na velocidade normal de um humano e isso me deixou um pouco mais tranqüilo.

    O cheiro de lupino sempre incomoda e alguns vampiros mais sensíveis até ficam atordoados, mas esse não é o meu caso. O meu ódio por eles é tão grande que meu demônio até se sente excitado com o maldito odor satânico exalado por suas glândulas.

    Subi então as escadas e para o meu azar lá estava a fera encarnada, com seu lado canino bestial aflorado. Agora o olhar dele era diferente, o fedor de carne podre misturado com o suor havia aumentado e parecia que aguardava minha iniciativa. Nos poucos segundos conseqüentes minhas pistolas automáticas fuzilaram o corpo do infeliz.

    Acontece que para minha surpresa as balas atravessaram o seu corpo e redecoraram a parede as suas costas. Nesse momento outros porquês vieram a minha mente e antes que eu pudesse emitir alguma outra ação eu sinto a dor e o calor de um tiro de escopeta em minha perda direita. Isso me faz cair vendo ao longe e por trás da ilusão o maldito cara do sofá.

    Nessas horas costumo dizer que o meu demônio assume e é ele que guia a nossa salvação. Os meus caninos afloraram e como um animal feroz que fora cutucado saltei em uma das paredes agarrando o reboco como se fosse um pedaço espuma. Enquanto ele atirava novamente e errava eu saltei para o chão e de lá saltei em sua direção. Com o peso do meu corpo lhe derrubei e tentei morde-lo mas não consegui, pois ele segurou minha boca com a arma. Rolamos então para perto de uma cama e lá eu consegui segura-lo… Maldito magista, achou que iria me enganar com a ilusão daquele peludo? E lhe dei um tapa corretivo com as costas da mão…
    Ele cuspiu sangue em mim e antes que pronunciasse algo a sede me consumiu e lhe dei a morte final como presente, pois merecia ao menos um pouco de sofrimento por tudo que havia aprontado.

    Tantos barulhos chamaram atenção da vizinhança e não tive outra escolha senão a de por fogo no local para eliminar tanta sujeira. Por causa do tiro que havia levado eu me aproximei meio manco de uma das janelas que dava para frente da casa e percebi três ou quatro indivíduos. Sendo que um deles já estava com o telefone no ouvido, falando provavelmente com a policia.

    Essa era minha hora de ir ou os problemas aumentariam. Pulei então para o quintal e pelos fundos das casas cheguei até o terreno que havia deixado a moto. Lá eu rasguei minha camiseta e com ela estanquei um pouco o sangue da perna para logo em seguida voltar para o meu lar doce lar.

    Obviamente a festinha me gerou alguns problemas. A Beth limpou e cuidou do ferimento, mas a minha regeneração fez o trabalho que precisava para que em um dia eu voltasse ao normal. Mesmo assim ela ficou brava e passou os próximos dois dias na casa de uma amiga.

    Alem disso, meu cunhado me ligou puto um dia desses:
    – Cara não sei o que houve lá, mas eu to me fudendo. Os caras tão querendo investigar o sangue que foi achado fora da casa. A mana me disse que tu foi ferido, porra veio que que eu faço?
    – Relaxa se forem analisar o sangue Irão ver que é o sangue daquele babaca… Eu fiz besteira, sei que não devia ter usado as pistolas, mas o cara não era um humano normal e uma outra hora te falo o que houve…
    – Véio vou resolver esses teus pepino depois te mando a conta, pelo menos a mulher e o guri se livraram daquele traste.

    E ele desligou na minha cara, nada como um pouco de amor familiar para se resolver as questões mais cabeludas.

    O que eu aprendi? Bom, vou ficar um tempo usando as bolsas de sangue, pelo menos até a poeira baixar e vou em busca de armas mais silenciosas pois ultimamente estou levando muito azar, quem sabe praticar um pouco de esgrima ou até mesmo voltar a estudar o Kenjutsu…

  • Foi a vez da caça! Parte 1

    Foi a vez da caça! Parte 1

    Sempre, mas sempre que acordo com o som do despertador diferente eu penso com meus botões: “Puta merda já ta na hora de novo…“. Sério gente, sempre que eu me alimento eu preciso ajustar o alarme para que toque novamente depois de uns 15 dias. As vezes eu consigo agüentar mais tempo, mas quase sempre no dia que este “pentelho“ me avisa eu preciso me agilizar e procurar alguma forma de me alimentar.

    Nesta mesma noite, ao acordar com bendito som, eu já avisei a patroa que iria sair em busca de comida. No entanto por azar não achei nada e para me precaver avisei meu cunhado, o mesmo que lhes falei anteriormente que trabalha como detetive e sabe da minha situação. Ele foi meio direto como sempre e me disse que no momento não tinha nenhuma Idea mas que me ligaria assim que soubesse de alguma alma condenada.

    Nesta noite voltei para casa preocupado e meio puto, sentei no sofá e resolvi ver um pouco de TV enquanto a Beth ainda dormia. Nessas noite ela me evita um pouco, pois sabe que fico mais arredio e que não estou disposto a muito papo. Sinceramente acho que ela deve ir para o céu, pois não é nada fácil me agüentar. Sem sono fiquei ali na poltrona pensando em algum lugar que eu pudesse ir. Uma regra que todo vampiro tem de ter em mente é o fato de não repetir os mesmo lugares no qual arranja vitimas. Isso é uma boa explicação para nossas freqüente mobilidade, alem da proteção. Antigamente era mais fácil ter um rebanho, hoje com as câmeras, os celulares qualquer ato que sai da rotina pode estar na hora seguinte no Youtube ou o que é pior, nos canais de notícias. Quando os vampiros mais velhos acordarem vão enfrentar mais um grande problema.

    Consumir sangue morto? Ir a um hemocentro? Ir atrás de algum dependente? Quem manda ser tão exigente seu Galego, se tu fostes um vampiros sem escrúpulos poderia atacar qualquer um… Nessas horas os pensamentos humanos se confundem com os pensamentos do nosso companheiro bestial e se o alimento não vier de alguma forma, as pessoas próximas podem sofrer as conseqüências… Não posso ficar perto da Beth… Naquele dia tentei dormir e em meio aos sonhos e pensamentos diabólicos consegui descansar um pouco. A noite quando sai do quarto avisei a Beth que sairia e só voltaria quando estivesse tranqüilo. Detesto quando alguém e em espacial ela me olha com expressão de pena nos olhos, mas tentei manter a tranqüilidade. Meus lábio secos e gelados tocaram de leve a sua boca carnuda, encaixei um abraço e me despedi lhe apertando forte como ela sempre gosta.

    Pistolas carregadas e devidamente guardadas nos coldres das costas. Camiseta vermelha, jaqueta própria para motociclismo com alguns bolsos que armazenam algumas balas de prata e o celular a prova d’água. Sob a calça jeans próximo aos pés guardei minha carteira com os documentos falsos que sempre me abrem as devidas portas e fui para a batalha. Duas vezes por mês eu preciso usar esse kit. Com o tempo nos acostumamos, mas é sempre difícil lidar com a morte final a sua espreita.
    Quando estava na garagem o celular vibra e atendo dizendo:
    – Fala doutor…
    – Galego, tem uma mulher que está vindo aqui pela quarta vez só esse mês, ela abriu queixa do marido que vem lhe violentando e que inclusive já tentou abusar do próprio filho de 4 anos…
    – Deixa comigo!

    Se existe uma coisa que deploro é alguém abusar de pessoas indefesas, abusar de uma criança? Espancar uma mulher quase lhe cegando? Senti de leve a saliva umidificando minhas presas e sem pensar muito fui para a casa deles.

    Bairro de classe média e novo, próximo das 23 horas, quase nenhuma pessoa fora das casas que eram um pouco afastadas umas das outras. Escolhi uma esquina próxima de um terreno baldio para deixar a moto. Tomei cuidado para ver se não tinha ninguém em volta e desliguei a moto, que desta noite era uma das minha prediletas a nova e silenciosa Zero S.

    Verifiquei a redondeza novamente, localizei a casa e em um dos cantos do terreno me agachei para começar a transformação. As transformações vampirescas iniciam quando nos concentramos e pensamos por alguns segundo no que queremos virar. Nesta vez foi a névoa, meu corpo começou a esmaecer, uma tênue fumaça surgiu ao meu redor e alguns instantes depois minha visão do mundo era outra. Agora eu não via mais o mundo como os humanos vêem, é algo difícil de descrever em poucas palavras, mas é como se eu sentisse a vibração e a energia emitida por tudo em um imenso mar escuro, com os detalhes como cantos e silhuetas em uma espécie de branco prateado. O mais legal desse estado é que o ar parece liquido e se move em câmera lenta. Já o som que também pode ser visto, faz ondas que se chocam com nossa visão provocando sensações que vão muito alem da audição, podendo inclusive ser degustado. Outro aspecto importante é que nesse estado as emoções podem ser visualizadas, mas o ponto negativo é que nosso demônio fica muito mais evidente e se algum ser especial estiver por perto poderá nos ver mais facilmente.

    Não precisei procurar muito para ver onde estava a casa do cidadão, bastou seguir o rastro podre que emanava de uma grande área a alguns metros. Ele estava sozinho em casa e foi então que entrei e me acomodei em um cômodo ao lado do seu.

    A televisão estava ligada e o som alto mostrava um jogo de futebol. Concentrei–me e voltei a forma material. Sorrateiramente abri a porta e lá estava ele me olhando como se estivesse me esperando… Maldito peludo…