Categoria: Histórias

Nesta seção você encontra historias, contos e relatos relacionados ao mundo real e sobrenatural. Verifique a indicação de faixa etária no início de cada texto.

  • Ordem do Dragão (Sárkány Lovagrend)

    Ordem do Dragão (Sárkány Lovagrend)

    Para os viciados por histórias segue abaixo um pequeno resumo da história da Ordem do Dragão, contada por um de seus membros, minha cria Sebastian.

    Para se contar a história da Ordem do Dragão ou Sárkány Lovagrend (húngaro), é preciso recorrer a história da própria Hungria, aos primeiros anos do século XV ou especificamente ao ano 1408 durante o reinado de Sigismund.

    Nesta época a Europa enfrentava o fim do feudalismo, a decadência do império Romano, a nobreza estava perdendo seu poder para os comerciantes e precisava conceber alguma forma para proteger suas terras e o seu poder. Este poder ainda era divido com a igreja católica e foi dela que surgiu a ideia inicial de fundar uma sociedade secreta para proteger os nobres.

    A história reconhece Sigismund von Luxemburg, imperador da Húngria de 1411 a 1438, como fundador da Sárkány Lovagrend. Isso é uma verdade parcial, pois todos os membros sabem que o grande idealizador da ordem foi o seu amante Ladislaus.

    Ladislaus era conhecido por suas ligações com várias sociedades secretas. Encontram-se referências suas entre o povo cigano e também com a ordem de São Jorge, sendo esta última a que garantiu a base para a criação da Societas Draconistrarum (latim).

    Inicialmente a sociedade era composta apenas por 24 cavaleiros reais, que dentre várias funções simples, era responsável também por proteger os nobres húngaros e agia como uma espécie de policia secreta da época. Com o passar dos anos vários nobres europeus aderiram ao clube e ele cresceu de forma moderada.

    A entrada dos vampiros nesta sociedade ocorreu em meados de 1510, e conforme o tempo passou vários membros conhecidos de nossa sociedade adentraram a ordem como o desaparecido Conde Drácula e também o meu padrinho nessa ordem o Franz.

    O que a ordem prega? Hoje em dia muitas coisas, mas acima de tudo o seu principal objetivo sempre será a própria proteção de seus membros, sejam eles humanos ou não.

  • Solidão é um problema

    Solidão é um problema

    Esses dias comecei a escrever algo sobre a solidão e não gosto de ficar de ficar sempre falando o lado ruim das coisas. Todavia, o Xix me mandou um texto super interessante sobre isso e que exemplifica muito o que eu iria falar.
    Confesso que esse não é o meu melhor podcast, mas pelo menos vocês ficam com duas verões: uma escrita e uma em voz para caso estiverem com preguiça de ler ^^

    Ausência

    Hoje, lembrei do dia mais feliz da minha vida. Ao seu lado, sentado, sentindo o calor de dias que não voltam mais. Os tempos de criança em que conversávamos sobre nosso futuro. Quão doce era sua voz e quão quente seu toque. Eu sempre o guardei em minha memória. Seu cabelo escuro balançava e seus olhos acompanhavam meus movimentos. Ninguém estava por perto, estávamos livres.
    Sentia em meu peito o coração romper a camada de correntes. Estas que me limitavam a sentir apenas o que é “lógico”. Com você nada importava, eu não precisava de mais nada. Sabia apenas que era você.

    Hoje, lembrei também do dia mais triste da minha vida. O momento seguinte em que estávamos sentados simplesmente compartilhando o melhor sentimento que já senti. A solidão a dois havia nos deixado. Uma estranha criatura quebrou o silêncio e sua figura ameaçadora nos fez tremer. Um grito de pavor ficou trancado na minha garganta quando ele partiu em direção a você. Seu ar de poder não foi o suficiente para me impedir de tentar.

    Os olhos dele sabiam o que eu queria, mas ele não se importava. Vi você escapando de mim, desaparecendo como a cor de meus olhos. Sei o quanto chorou. Sei o quanto sofreu por eu ter sido tão idiota, mas não me arrependo nem um pouco. Sei também o quanto minha morte foi difícil para você, mas não me importo de ter salvado sua vida.

    Hoje, o que me dói é ver o quanto sua vida tem sido infeliz por minha causa. Minha total ausência de coragem faz com que o meu amor seja sufocado. Não sei o que fazer. Você me aceitaria ainda? Você não ficaria horrorizada por ver no que me tornei? Não tenho coragem o suficiente para tentar, por isso, o que me resta é o triste, solitário, inanimado sentimento de ausência.”

  • A bruxa me ajudou na caçada

    A bruxa me ajudou na caçada

    Frequentemente quando digo à patroa que vou sair para me alimentar é algo chato e trabalhoso. Alguns de vocês irão concordar comigo que mulheres sempre são excessivamente preocupadas. A Beth, por exemplo, é daquelas a moda antiga que sempre querem ir a eventos sociais acompanhando seu homem e faz de tudo para isso. Teve até uma história engraçada de uma vez que ela se escondeu no porta-malas do carro e só fui descobrir quando abri para colocar um defunto dentro e dei de cara com ela e com seu sorrisinho sínico… De qualquer forma eu sempre fico receoso em leva-la junto.

    Coloquem-se na minha posição, eu sempre saiu para caçar meliantes, obviamente sempre dá merda pois cutuco onças com vara curta e ter alguém junto comigo é algo delicado. Talvez esse seja um dos motivos para os vampiros caçarem solitários? Não sei, mas dessa última vez não resisti aos encantos da bruxinha e a levei comigo. Depois dizem que os vampiros são irresistíveis… É por que você não viu uma mulher de minissaia, deixando um pedaço da cinta-liga a mostra, sentando no teu colo e sussurrando em teu ouvido…

    Pois bem, relutei de início, mas fui convencido a leva-la, inclusive a deixei escolher aonde iríamos. Como tinha de ser um local diferente aos que sempre frequentamos, ela deixou seus pudores de lado e fomos a uma casa noturna diferente apelidada de inferno por seu frequentadores. No lugar nada de muito diferente se não fosse pelo fato do local ser um ex-açougue, inclusive algumas das paredes brancas machadas e alguns ganchos haviam sido mantidos em suas posições originais.

    Para estacionar já foi aquele drama, detesto ir de carro, mas por sorte achamos uma vaga próxima ao bar. Ao entrar a influência sempre ajuda e como eu conhecia um dos seguranças ele nos conseguiu uma boa mesa próximo ao palco. Papo vai e papo vem surge obviamente por parte da Beth a conversa: “E ai, já sabe quem vai ser o lache?” Quando ela falou dessa forma fria eu me senti um pouco constrangido. É uma sensação parecida com aquela em que o cara é pego em flagra com outra ou quando uma criança é pega roubando doces… Comecei Então a ensaiar uma respiração, para parecer mais humano e lhe respondi: “Então amor, nem percebi ninguém ainda, alguma sugestão?”. Ela olhou em volta e apontou um cara no balcão que já estava meio alto. Obviamente ela não iria escolher nenhuma das “gatinhas” que lá estavam…

    De início fiquei meio assim, mas aquele cara realmente era uma boa presa: sozinho, alcoolizado. Bom, deixa ele lá, se não achar mais ninguém de interessante durante a noite lhe convenço a vir conosco na hora de ir embora e faço um lanche no banco de trás enquanto a Beth nos leva para casa.

    A banda começou a tocar, abriram um espaço entre as cadeiras e local foi tomado por adolescentes viçosos, com energia acumulada e que precisava ser liberada. Depois de alguns drinks a patroa disse que ia ao banheiro. Ela se se levantou, e ia em direção ao reservado quando foi parada por um cara cheio de dedos. Cara como detesto esse tipo de cara que já chega pegando… Ela com toda sua classe, deu um chega pra lá no cara, abriu sua pequena bolsa e pegou o que parecia ser de longe um pó ou base, não sei o nome. Quando o cara tentou se aproximar de novo ela assoprou um pouco do que tinha dentro na cara dele. Fiquei surpreso ao ver a reação dele ao ficar imóvel, dar meia volta, pegar uma cadeira e ficar sentado olhando para o nada. Nesse momento, percebi um uso público e sutil de magia bruxólica. É aquela situação em que você fica de queixo caído diante do poder que elas têm. Quando ela voltou para a mesa lhe perguntei o que era, ela disse: “Ah nada demais só uma coisinha que aprendi na Escandinávia, no último semestre”…

    Enquanto o tempo passava e nos divertíamos como se fossemos um casal normal meu relógio disparou e vibrou no meu pulso informando que faltavam apenas duas horas para o amanhecer. Merda, pensei comigo. Olhei para o balcão e não ví mais o bêbado, eu precisava agir rápido, tinha de me alimentar e ainda precisava de pelo menos uma hora para chegar em casa tranquilo.

    Fui ao banheiro, mas ele era muito pequeno e individual, então tentei usar a audição aguçada para perceber algum temperamento mais exaltado, mas a música atrapalhou. Então, chamei a Beth e saímos em busca de alguém pelas ruas.

    Sair pelas ruas nesse horário é ruim, pois elas estão muito vazias, foi então que a Beth sugeriu que eu a usasse como isca. Meio cabreiro com a ideia relutei de inicio, mas tendo em vista as circunstancias acabei deixando-a ajudar.

    Paramos o carro em uma rua um pouco maior. eu fiquei dentro e ela do lado de fora esperando. Não demorou muito para que alguém parasse, era um cara de caminhonete um pobre coitado indo para o trabalho. Ele perguntou o que ela precisava e ela disse que o carro tinha parado do nada. Ele então desceu e ela mais que rapidamente assoprou o “pozinho” nele que ficou estático olhando para o nada também.

    Ela o levou até o carro e me alimentei ali mesmo, pois a fome já era grande. Passado o tempo limite para mantê-lo vivo, parei lambi a ferida e lhe levamos até o caminhão onde o deixe encostado no banco do carona.

    Ainda estava com fome e íamos com o carro para casa quando vejo sentado em um ponto de ônibus o bêbado do bar. Até pensei em consumi-lo, mas hoje era o dia de sorte dele.
    Moral da história: Poções mágicas de bruxas podem ajudar muito, mas ainda prefiro caçar bandidos sozinho, à pessoas corretas acompanhado de minha bruxinha…

  • Blog do vampiro Galego na tv

    Blog do vampiro Galego na tv

    Pessoal, hoje eu estava escrevendo um post para contar uma história enviada por uma leitora, mas precisei parar por que ví uma propaganda minha na TV.
    Sim, o blog foi divulgado no programa Connect da Imagine TV da TVA (tv a cabo).
    Foram apenas 18 segundos, mas fiquei muitos feliz em ver tal divulgação ^^
    Para os que não conseguiram ver ao vivo eu filmei rapidinho com o meu celular, obviamente não é melhor qualidade mas da para entender o que a apresentadora fala:

  • Visita de um amigo vampiro

    Visita de um amigo vampiro

    Por esses dias recebi a visita de um grande amigo, os íntimos lhe chamam de Franz, mas os seus inimigos o conhecem melhor por Marques. Já disse outras vezes por aqui que ele é uma figura importantíssima em minha não-vida e com certeza lhe devo muito do que sei hoje, pois esteve presente em quase todos os momentos importantes que já passei como vampiro.

    Franz é o típico vampiro caricato, daqueles que certamente inspirariam muitos escritores. Ele possui um castelo que data o século de XIV, e tantas outras propriedades ao redor do mundo, mas isso não mostra o que ele realmente é: um tremendo cara legal. Obviamente ele me inspira nesse meu lado mais liberal e isso chega a ser engraçado, pois depois de tanto tempo juntos até que nos tornamos um pouco parecidos fisicamente.

    Nesses últimos dias fizemos muitas coisas juntos, colocamos o papo em dia e fizemos a Beth engordar alguns quilinhos pois ambos gostamos de cozinhar para passar o tempo. Na verdade nessas jantinhas sempre haviam convidados, sendo em sua grande maioria amigas da Beth que vinham nos prestigiar. Com tantas mulheres por perto foi difícil manter o Franz sossegado, afinal flertar é o seu segundo maior passatempo. Acho que ele até andou se “pegando” com uma ou duas, mas isso é apenas um detalhe.

    Ok, vampiros se visitando, cozinhando para alguns convidados como se fossem compadres? Ué gente isso é um fato que sempre tento deixar bem claro por aqui, pois no fundo sempre agiremos como humanos.

    Nesses dias que ficamos nos divertindo eu dei uma pausa nas minhas caçadas, não fui atrás de nenhum meliante, nem muitos menos ataquei velhinhas inocentes em pontos de ônibus. De qualquer forma a rotina e a realidade são sempre um banho de água fria nos momentos divertidos que temos, então hoje eu já vou ter de ir atrás de mais uns pescocinhos. Em meio a todas as nossas brincadeiras eu acho que gastei mais energia do que devia.

    Sendo assim, esperem mais histórinhas para manhã ou depois. Além disso quero lembrar que ainda estou na cola da assassina do Zé, isso inclusive foi um dos motivos da vinda do Franz.

  • Vampiroscast #14

    Vampiroscast #14

    Sei que é algo extremamente mórbido, mas hoje meu querido pai faria aniversário. Achei a data por coincidência em uma velha caderneta, nei sei por que eu guardo isso, talvez seja o meu lado humano insistindo para que eu mantenha algo da minha outra vida em algum lugar em meio a tudo que já passei.

    Bom, não tenho muito o que falar além disso, como dizem foi um lapso de memória. Bom de qualquer forma serviu também para que eu tirasse a poeira que insiste em se instalar sobre os moveis do lugar que me escondo.

    Aproveitando quero dar boas vindas a todos que se cadastram no site nos últimos tempos e quero dizer que estou bem feliz com os papos e com os momentos de filosofia que vocês insistem (de uma forma boa claro) em debater comigo por e-mail ou Facebook.

    Os comentários do Blog estão ótimos também ^^
    Beijos e abraços!

  • Escrito na escuridão

    Escrito na escuridão

    Depois de algum tempo, sem tempo para compartilhar com todos alguns artigos, fotos e poemas que vocês me mandam por e-mail. Surge abaixo um poema enviado pela Paola que resolvi compartilhar com todos, por conter belas palavras e que tem tudo a ver com o espírito das coisas que já existem nesse site…

    Paola obrigado pela tradução e pelo compartilhamento conosco!

    Escrito na Escuridão (na falta de um título achei esse interessante)

    Não esta escrito na escuridão o poder de amar.
    As asas, negras, te atraem à solidão eterna, não esta escrito que um vampiro não pode sonhar…
    Porém, eu quis em alguma vez no vislumbre de um momento, abrir seus olhos, ter seu corpo entre meus braços e amar.
    Onde estas meu noturno e vermelho delírio? Abrace-me! Traga sua presença ante meus olhos.
    Não é fácil amar entre gritos, mas eu aprendi a latir e sentir com você.
    Sinto sua falta!
    E poderia implorar ou sangrar,
    Rasgar ou matar entre névoas e sombras,
    Isso é o que eu conheço, isso e a amarga solidão.
    Mas sei que posso suspirar e se suspiro… Posso amar.
    Preciso de suas veias violáceas, aquela gota escorrendo por suas asas.
    Preciso da sua boca vermelha e quente.
    Vejo-te longe como um doce éter
    Com tua sombra implorando por meus braços
    E as minhas mãos se desgarram pela cruel e implacável distância.
    Preciso de suas mãos a acariciar-me.
    Que se pinte de negro o escarlate.
    Que desapareça o brilho da lua.
    Não esta escrito na escuridão que um vampiro pode sonhar, mas sei que posso suspirar… E se suspiro, posso amar.

  • Mulheres, tequila e sangue

    Mulheres, tequila e sangue

    Eu juro, mas eu juro que tento ser um cara tranquilo, por vezes tento esquecer que tenho poderes e que devo tentar ter uma vida pacata fazendo coisas normais, mas ontem foi mais daqueles dias que fui obrigado a me alimentar.

    Atualmente como alguns sabem eu vivo com minha noiva, rodando pelo mundo sem ter um lugar fixo. Nós já tentamos viver pacatamente em uma casinha no campo, mas ela foi invadida e nos últimos meses precisamos cair na estrada.

    Acontece que sou um vampiro e como tal preciso de tempos em tempos me alimentar de sangue principalmente humano para não enlouquecer ou fazer barbaridades deixando meu demônio aflorar. Até que esse meu martírio tem levado mais tempo para me atazanar, mas a cada 3 semanas, com uns dias a mais ou a menos eu preciso me nutrir.

    Desta vez infelizmente não encontrei nenhum meliante, meu manjar predileto, então tive de recorrer às pessoas normais. Isso me deixa sempre ruim, pois é mais complicado, afinal preciso “mexer” na vida de uma pessoa justa, trabalhadora e quase sempre pertencente a uma família. Sem contar o fato de que terei de ir a um lugar público e possivelmente flertar.

    Nessas ocasiões procuro lugares com grandes aglomerados de pessoas e que tenham pouca iluminação, tal qual as casa noturnas ou as populares “baladas”. Obviamente vou sozinho a Beth até já quis me acompanhar mas sempre argumento que é mais seguro para ela ficar em casa, afinal se algo der errado terei mais uma coisa para me preocupar além, dos seguranças, da polícia, caçadores, bruxas, metamorfos, anjos, demônios…

    Nesta última noite de quinta para sexta, resolvi ir a uma casa de shows, dessa em que algumas mulheres fazem strip-tease e homens gastam fortunas com bebidas e sexo. Esse é sempre um ótimo lugar para encontrar bêbados que mal conseguem se manter sentados.

    Aproveitei que a noite estava limpa sem ameaça de chuva e botei a moto na estrada. Sei que já falei disso, mas andar de moto para mim tem o mesmo efeito de um calmante para um humano e sempre faço isso para dar uma boa relaxada pondo as ideias em ordem.

    O local ficava bem no centro mas as 3 da manhã foi fácil estacionar, paguei a pequena taxa de R$200,00 e adentrei o recinto. Quem já foi nesses lugares sabe que logo na entrada tu já viras alvo das periguetes, elas vêm pra cima se esfregando, nos empurrando gentilmente para uma mesa e praticamente nos obrigando a consumir algo: Bebidas ou elas mesmas.

    Como eu havia recém chegado e não conhecia o lugar me acomodei e disse para a menina que por enquanto iria apenas ver o show. Era noite da tequila, então entre algumas meninas trajando apenas sombreiros e com garrafas de tequila nas mãos eu percebi um grupinho de homens felizes engravatados. Nessas horas alguns já estavam com as gravatas na testa, outros estavam abraçados quase caindo no colo de algumas biscates e um deles me chamou atenção pela grande aliança dourada na mãe esquerda.

    Por mais que o cara não fosse um ladrão, bandido ou assassino, aquela traição me fez brilhar os olhos. Então o fitei por alguns instantes e percebi na sua ida ao banheiro uma chance de me alimentar. Observei a atentamente a minha volta, havia muitos seguranças e várias câmeras, mas o segui mesmo assim. Quando entrei no banheiro vi o cidadão em um dos mictórios e lavei as mãos em uma das pias para disfarçar. Aguardei ele se aproximar percebi que já estava meio tonto e puxei assunto:
    – Cara só gostosa aqui hoje…

    Ele começou a lavar as mãos, olhou meio de lado pra mim, levantou uma das sobrancelhas e comentou:
    – Pow veio já to meio doido, mas cê não é daqui ne? Pow cara ta usando maquiagem…

    E veio tentando colocar o dedo na minha cara. Nesse momento tive de agir rápido para não levantar suspeitas para quem estivesse vendo pela câmera e dei um passo para trás dizendo bravo:
    – Hei bicho, tá louco, tá me estranhando?

    Com a minha saída brusca para trás ele perdeu o apoio quase caiu e bateu forte com a mão em uma quina da pia. Com o impacto abriu um pequeno corte que logo corou e fez surgir o precioso líquido. Imediatamente senti minhas presas começarem a aflorar e precisei me conter. Peguei um pouco de papel higiênico, coloquei na mão do cara e disse para ele segurar apertado. Em seguida sai e voltei para mima mesa.

    Permaneci ali por mais alguns minutos, o cara do banheiro voltou para junto de seus amigos e depois de meia hora resolveram ir embora. Cheguei até a olhar em volta em busca de alguma presa fácil mas resolvi segui o mesmo Zé Mané.

    Eles saíram se despediram e cada um foi para o seu carro. Pensei então comigo: o cara já ta traindo a esposa e ainda é capaz de causar algum acidente, não é que consegui um lanche bom no fim das contas?

    Segui-o de moto por alguns minutos e quando parou em um sinal encostei do seu lado e lhe apliquei um anestésico em seu braço que estava para fora da janela. Depois de alguns segundos ele até tentou esboçar uma reação, mas não resistiu e sucumbiu em uma perfeita letargia. Encostei a moto na calçada, fui até o carro e quando ia abrir a porta vejo os faróis de um carro se aproximando. Ao passar perto vejo um casal dentro que me olham, abrem um pouco a janela e a mulher me pergunta:
    – Tudo bem?

    Eu finjo um sorrisinho de lado e digo:
    – Tudo certo minha querida, só to ajudando meu amigo que bebeu demais. Sou o motorista da rodada, fazer o que rsss.

    Ela riu, fechou o vidro e fez sinal para o namorado sair. Então eu mais que prontamente, empurrei o cara para o banco do carona, olhei em volta e estacionei perto de uma garagem, como havia película nos vidros, decidi me alimentar ali mesmo. Suguei apenas o necessário, sem o matar, lambi a ferida para cicatrizar e o deixei ali. Inclusive fui muito legal ligando para polícia informando o seu estado. Quando era quase 5 horas eu já estava em casa contando a história para a patroa…

  • Vampiros tem prazer?

    Vampiros tem prazer?

    “Hoje quero falar um pouco de um sentimento que julgo muito importante para a evolução da sociedade no geral além da vampiresca. Através desse sentimento as coisas acontecem e com certeza muitos ciclos são quebrados e tantos outros são iniciados. Falo do prazer. Pense comigo o que provocou a migração dos humanos entre os continentes? O Prazer de conhecer lugares novos. Por que os grandes castelos e monumentos foram construídos? Pelo prazer de conquistar e dominar. Qual o principal motivo que destrói ou aproxima os indivíduos? O prazer em suas mais diversas sensações fisiológicas sexuais ou afetivas de companheirismo.

    Eu poderia citar aqui outros milhares de exemplos sobre a importância do prazer para a sociedade, mas isso foi apenas para ilustrar que tal sentimento também faz parte da não-vida de um vampiro. Não só pelo fato de termos de viver em meio à sociedade, mas por que os vampiros sentem prazer de diversas formas tais quais os humanos.

    Sugar sangue, sem sombra de dúvidas, é o que mais proporciona prazer para um vampiro. Não só pela questão fisiológica de nutrição, mas também pela mística que envolve a situação. Com exceção às vezes em que recebemos o sangue de doadores espontâneos ou de formas não convencionais, quase sempre precisamos lutar para obstá-lo. Sendo assim, essa busca pelo sangue nem sempre é fácil, afinal estamos caçando seres inteligentes, que na maioria das vezes são capazes de se defender e até brigar de igual para igual conosco dependendo da situação. Desta forma, o prazer vem da vitória após imobilizarmos nossas vítimas, tal qual um esperto predador quando ataca a pobre vítima vegetariana e inofensiva.

    Além disso, os vampiros também sentem prazer com sexo, pois a nossa pele continua com as terminações nervosas em funcionamento, bem como as veias irrigadas por plasma. Claro que não produzimos mais hormônios como testosterona ou progesterona que estimulam a libido, mas o prazer sexual poder ser obtido de muitas formas além da cópula comum, não é mesmo?…”

    Não meus queridos, não fui eu quem escreveu esses parágrafos acima, foi meu tio o grande barão, em um dos seus diários que acabo de achar em meio a umas caixas com seus pertences. Como ele está dormindo e deve ficar assim por mais alguns anos eu resolvi dar uma ajeitada nas suas coisas, enquanto matava a saudade de antigamente revendo alguns itens como jóias, livros e outras quinquilharias de época.

    Vou tentar traduzir mais pensamentos que ele escreveu se eu julgar importante, mas é um germânico meio arcaico e sua letra não é das melhores, então não esperem muito.

  • Divulgação – Os Vampiros de Dubai

    Divulgação – Os Vampiros de Dubai

    Esses dias o André, entrou em contato comigo aqui pelo blog e mandou um link para um de seus trabalhos Os vampiros de Dubai.
    Então, como sou sempre muito curioso resolvi ir atrás e dar uma olhadinha. Para minha surpresa encontrei um trabalho muito bem elaborado e com idéias interessantes que vale a pena compartilhar com vocês.

    “Uma obra de ficção que retrata os estranhos acontecimentos ocorridos num complexo hospitalar
    recém-inaugurado nos Emirados Árabes e presenciados por uma equipe médica.
    Um paciente infectado por uma bactéria resistente vai mudar os rumos da humanidade
    e uma nova raça irá surgir nos momentos de trevas.
    Uma história de Terror repleta de Ciência, Suspense, Amor e Traição
    que dará origem a uma nova geração de vampiros viajantes do tempo.
    Acompanhem o início dessa jornada adquirindo o eBook.”

  • Bruxas Romenas

    Bruxas Romenas

    Essa é daquelas notícias que se olha e ri, óbvio…

    Contra taxa bruxas romenas amaldicoam governo do pais.

    “As bruxas da Romênia lançaram nesta quinta-feira 07/01/11 um feitiço sobre os governantes do país devido a novas regras que as forçariam a pagar impostos pela primeira vez.
    Seu caldeirão continha excrementos de gatos e cachorros mortos em lugar de olhos de salamandra e pés de sapo.”

    Isso me chamou atenção principalmente por eu ter postado na semana passada sobre os vampiros da Romênia e pelo grau de importância que alguns meios de comunicação deram a esse assunto. Pelo jeito não são apenas os vampiros que voltaram a ficar na moda na Romênia, logo atrás estão também as bruxinhas queridas e seus feitiços!

  • A procura de vampiros antigos

    A procura de vampiros antigos

    Nas últimas vezes que vocês me ouviram falar sobre o mundo dos vampiros eu sempre falei de muitas circunstâncias ruins que ocorrem conosco. Quero deixar claro que não sou do tipo de criatura que é sempre negativa com relação ao modo que o mundo é visto. Quem me conhece um pouco sabe que sempre tento ver o lado positivo das coisas. Em fim, no geral os vampiros não gostam de ser atormentados por pedidos de transformação, então nossa primeira reação é falar mal para não levantar intenções ou vontades.

    Sobretudo hoje quero falar de outros assuntos e do que ando fazendo no momento. Quem acompanha o blog sabe que tenho um crime para ser resolvido: a morte do meu querido irmão Zé. Passou-se algum tempo desde que encontrei Oliver o ajudante do Zé que me esclareceu parte dos fatos, no qual concluí que o meu irmão na verdade foi morto em uma emboscada e que seus poderes foram absorvidos ao que parece em um ritual vampiresco, feito por uma vampira e uma bruxa até então desconhecidas por mim.

    Acontece que desde então eu não fiquei parado e mexi meus pauzinhos afim de achar mais informações sobre as malditas. Acontece que caçar um vampiro, não é algo simples, além da burocracia que envolve a situação é um ser com os mesmos poderes, que pensa parecido e que pode possuir muito aliados.

    Quando algo desse tipo ocorre é imprescindível recorrer aos “regrados”, os criadores das normas ou simplesmente os chatos que dizem como os vampiros devem se civilizar com os outros e entre si. Apesar do meu clã não ser digamos “seguidor” das leis tradicionais, é de extrema importância falar com o máximo de aliados possível antes de tomar qualquer atitude com relação a um ser da mesma raça. Perceberam uma diferença importante entre nossa sociedade e a humana? Enquanto os humanos se matam as vezes sem o menor sentido, nós nos preocupamos sempre com os semelhantes…
    Começo a entrar aqui em uma parte extremamente delicada de nossa sociedade e me perdoem pelos poucos detalhes que darei a seguir, afinal querendo ou não é por causa disso e de outras burocracias que estamos não-vivos até hoje.

    O primeiro passo que dei então foi entrar em contato com o “superior” mais próximo a mim. Esse procedimento é necessário pois somente alguns poucos vampiros tem acesso aos regrados. Como meu tio está dormindo o mais próximo a mim é o chefe do supremo conselho do país no qual estou no momento, que dentre outras peculiaridades é extremamente ligado a tradição e só fala castelhano ou francês.

    Pois bem lá fui eu atrás do cara no local que me foi indicado, uma casa de pães em pleno centro da cidade.
    – Por gentileza eu gostaria de falar com o gerente, é um assunto de família…

    A atendente me leva até uma sala e quando menos espero surge uma bela moça, usando um terninho preto que me pergunta com ar meio arrogante em castelhano:
    – Senhor o movimento está grande hoje pode ser breve por gentileza!
    Mantenho o bom senso, percebo que ela tem algo especial, talvez seja uma carniçal e lhe digo:
    -Então minha querida, meu nome é Antônio, sou do Brasil e preciso falar com o …
    O rosto dela permanece sem expressões e me responde:
    – O senhor marcou hora? O … pediu para não ser incomodado com assuntos da família esse mês!
    – Vejo que você não me conhece então por favor chame o seu chefe, antes que! (mudando o tom de voz)
    E ela me responde de novo:
    – Antes que o que garoto…
    Nessas horas não é fácil ter a aparência de 25 anos. Levanto-me da cadeira, sinto meu sangue esquentar, minhas veias se realçam e minhas presas começam a aflorar.
    – Escuta aqui sua ghouleh de merda, chama logo a porra do teu chefe que eu tenho assuntos importantes para resolver!
    Antes que eu perca a cabeça ouço passos e a maçaneta de uma das portas do escritório se abrir. Surge então um ruivo de 2 metros de altura, trajando um terno preto e óculos escuros que me fala:
    – Deixe ela ai e venha comigo!

    Ele me leva por um corredor que dá em um elevador. Antes de entrarmos ele me da uma venda e diz para colocar. Apesar de estar enfurecido e nervoso, coloco a venda sem pestanejar e aguardo, pensando que provavelmente iriam me levar para os superiores.

    Sinto a temperatura cair muito ao sairmos do elevador, andamos uns 20 passos até uma sala com o cara segurando meu braço com força e ao pararmos ele abre uma porta me empurra de leve para dentro e me diz para aguardar. Fico ali em pé aparentemente no escuro por uns 2 ou 3 minutos até que sinto um forte perfume de incenso de canela e uma voz feminina me fala sussurrando ao ouvido.
    – Estressadinho senhor Antônio?

    Sinto um leve arrepio e tiro a venda, ao abrir os olhos vejo uma vampira de cabelos loiros, muito bem maquiada usando um vestido longo, preto com rendas e um decote em v que denunciava o seu belo colo. A Beth que me perdoe, mas é difícil não reparar em algumas beldades que se encontra por ai.

    A senhorita, que foi até bem simpática, se apresenta me fala que a chefe no momento é ela e que espera que eu tenha bons motivos para estar lhe incomodando. Contei-lhe então os ocorridos, expliquei que minha família é exclusa, mas que devido a situação eu precisava falar com os “poderosos”. Ela hesitou a princípio, mas meus olhos azuis sempre me ajudam com alguns detalhes.

    Depois de 40 min sai da padaria com pelo menos um telefone e um nome, mas frustrado por que teria de ir a outra cidade para continuar as investigações. Pelo menos a cidade é aqui no Brasil.