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  • Uma noite de lembranças

    Uma noite de lembranças

    Mais um relato do diário de J.H.
    Uma noite de lembranças
    Aqui nesta noite olhando para o céu estrelado que me trazem cheiros, cores e sentimentos inexplicáveis.
    O cheiro. Como existem cheiros diversos e cada um assim como os sons me trazem memorias e lembranças.
     Cheiros que tenho como únicos e que deixam gosto na boca.
    Cheiros que me marcam como cheiros de alguns espíritos e cheiro de morte.
    Engraçado como minha mente vai longe quando me lembro deste cheiro.
     Durante a madrugada uma morte violenta se espalha muito mais rápido do que durante o dia.
     A noite carrega, avisa e tras com ela uma sensação estranha e um gosto cremoso na boca.
     Naquela noite me lembrava baunilha.
    Porque resolvi sair em uma madrugada no segundo dia de febre? parecia que algo me chamava aquele dia.
    Tinha de sair, mas não havia perguntas nem respostas em minha mente. Somente o silêncio mórbido e perfeito para o momento.
     Depois de cinco quarteirões me deparei com um cadáver que parecia ter sido morto a paulada.
    Voltando para meu quarto observo as estrelas.
    Como a noite hoje esta perfeitamente silenciosa. Somente com as estrelas a me observar.
     Fico aqui vendo a beleza deste céu e os pontinhos coloridos nos pontos mais escuros do meu quarto.
     O indigo do céu que se mescla com umas partes mais claras e outras avermelhadas.
    Quantas cores estou deixando de ver agora? quantos cheiros já deixei de provar?
    Será que um dia saberei?
    Hoje senti um cheiro doce que me parecia de melado de morango.
    Veio tão rápido.
    Uma visita?
    Somente uma pergunta escutei….
    Quem é você?
  • Quem é Maximilian Franz Henzollern?

    Quem é Maximilian Franz Henzollern?

    Em 1499 a Europa e em específico a Prússia Teutônica enfrentava o fim da era feudal. Uma época, aliás, com uma série de limitações de todos os tipos, principalmente as sociais. Onde ainda era muito evidente a participação da igreja católica com seus padres, bispos e afins governando tudo e todos junto dos reis e nobres.

    Nesta época não existiam policiais tal qual hoje em dia, porém havia as famosas ordens, compostas em sua grande maioria pelos melhores guerreiros de determinada região e que faziam toda a segurança dos reinos junto de alguns soldados ou mercenários. No caso da Prússia a Ordem que controlava a região nesta época ficou conhecida como Deutscher Orden ou Ordem Teutónica. Esta ordem foi considerada uma das mais influentes da Europa e além dos melhores guerreiros, muitos nobres também a compunham em todos os seus anos de existência.

    É de conhecimento público que alguns nobres pertencentes à família real prussiana, também fizeram parte Deutscher Orden e dentre eles pode-se destacar o jovem Maximilian Franz Henzollern. Franz participou desta ordem por cinco anos e dentre seus feitos consta o resgate de quatro padres que foram sequestrados e título de melhor atirador de bestas da região.

    Franz era filho único e perdera seu pai aos 11 anos, fato que o fizera ir morar junto de sua mãe no imponente castelo dos Henzollern, propriedade de seu tio, o legendário Marques Henzollern, popular por suas festas e bacanais.  A Relação de Franz com seu tio era muito boa e eles viviam juntos. No entanto, apesar de ser um festeiro de mão cheia e possuidor de muitas riquezas o Marques era infértil, fato que o fez se aproximar ainda mais do jovem Franz e por consequência lhe desprendeu todo seu amor paterno.

    O marques lhe ensinava tudo que sabia e o garoto que sempre fora muito esperto, recebia tudo como um bom aprendiz. No entanto, essa relação durou aproximadamente oito anos e foi interrompida bruscamente por um câncer maligno que debilitou fortemente o Marques. Deixando-o nesta situação deplorável por longos três anos.

    O último desejo do Marques foi que Franz recebesse seu título e levasse o nome dos Henzollern à diante. Nesta época com 22 anos Franz estava no auge de seus atributos físicos, possuía vasto conhecimento em batalhas, bem como táticas militares, aceitou de bom grado o presente que seu tio lhe dera. Dizem às lendas que o primeiro ato do novo Marques foi fazer uma festa em homenagem à memória de seu falecido tio e esta durou três dias e noites ininterruptas.

    Apesar de manter os padrões festivos de seu falecido tio, Franz sempre fora uma pessoa nobre e digna, respeitado por todos que o conheciam. Fato que lhe rendeu um convite para participar da Deutscher Orden. Enquanto fez parte da ordem, Franz aprimorou seus conhecimentos e fez parcerias interessantes que inclusive garantiram a paz naquelas terras por pelo menos duas décadas.

    Tanta visibilidade atraíram as atenções para o Jovem Marques e cinco anos depois de assumir o título de seu tio, ele recebeu uma visita que mudaria sua vida para sempre. Ao anoitecer de um dia normal, um mensageiro montado em um cavalo preto e com feições que lhe garantiam vários anos de vida, trouxe um convite selado e que só poderia ser entregue às mãos de Franz.

    Os guardiões do castelo estranharam a visita, porém como o mensageiro possuía boas vestimentas e um linguajar muito culto sua entrada foi permitida. Acompanhado de dois dos melhores soldados o estranho foi levado a uma das salas do castelo e lá aguardou até que o jovem Marques estivesse disposto a atendê-lo. Como Franz sempre fora muito receptivo ele não deixou que o visitante aguardasse muito e foi ao seu encontro.

    Lá chegando ele se deparou com um homem velho, de cabelos muito brancos e que mexia em seu bigode de uma forma muito peculiar e ao ver o jovem ele tratou de se apresentar:

    – Muito prazer senhor Marques, me chamo Georg e vim lhe trazer um convite para uma recepção que o Barão Wulffdert fará em seu castelo no próximo sábado a noite.

    Franz já havia ouvido alguns boatos sobre o tal barão e suas habilidades de guerra noturna e isso o motivou a aceitar de bom grado o convite que o desconhecido o fizera. Como forma de agradecimento eu pegou uma moeda de ouro em seu bolso e ofereceu ao mensageiro, que ao aceitar apertou com força a mão de Franz e lhe disse olhando em seus olhos:

    – Obrigado senhor Marques, levarei minhas boas impressões sobre sua pessoa ao Barão.

    O jovem Marques achou tal abordagem um pouco diferente, pois aquele homem lhe transmitia uma confiança diferente, algo quase mágico, que lhe deixava a vontade como se o conhecesse a muito tempo.

    Apesar de tal sentimento Franz se despediu rapidamente e voltou para seus aposentos. Durante a semana que passou ele não conseguia tirar o olhar do mensageiro de sua memória e o que lhe deixou mais confuso foi o fato de que o Barão também se chamava Georg. Seria o próprio Barão que viera ter com ele? E depois de tantas dúvidas e poucas respostas ele e alguns outros nobres de seu cortejo se dirigiram em comitiva para o tal castelo Wulffdert.

    Ao chegarem no alto do monte em que o castelo Wulffdert se localizava, Franz percebeu que aquela energia de boas vindas emanada pelo mensageiro também estava presente no lugar e apesar de sentir-se ressabiado com tal sentimento, ele apenas desceu e foi em direção à recepção. A porta do lugar estava o tal Georg junto de alguns serviçais, que ao ver Franz dirigiu-se imediatamente à sua pessoa.

    – Boa noite senhor Marques, o Barão o aguarda em seus aposentos e informou que os seus serviçais prepararam uma bela recepção aos membros de seu cortejo.

    Junto de Franz havia pouco mais de cinco nobres e amigos íntimos de Franz e pelo menos um dúzia de seu melhores soldados. Todos incluindo os soldados foram recepcionados com muito vinho e quitutes, enquanto o mensageiro levou Franz para uma sala de reuniões. Ao entrarem a porta foi fechada por fora e então ambos iniciaram uma conversa de poucas palavras.

    – Acredito que estejas curioso para saber mais sobre o convite não senhor Marques? Pois bem, primeiramente peço desculpas por omitir a minha real identidade, muito prazer sou Georg Heindrich von Wulffdert. Conforme seu semblante e pensamentos me dizem tu já desconfiavas disto e fico feliz por tal raciocínio rápido.

    Franz estava até então apenas observando e ao ser informado de tal revelação desprendeu algumas dúvidas:

    – Não entendi o motivo de tal teatro meu senhor, porém se o fazes deves ter um bom motivo e gostaria de ser informado se for de bom grado.

    – Meu jovem, hoje eu irei te propor algo, pois acredito ter achado alguém de sague puro tal qual o meu. Certamente não tenho como resumir tudo o que tenho a te propor em apenas uma noite, todavia queria que viestes treinar comigo por algumas noites o que achas?

    – Meu senhor, sei que és tido como um dos melhor guerreiros noturnos que existe na atualidade e este convite me encanta muito. Porém por que o fazes e o que queres de mim?

    – Acalma-te jovem, tudo há seu tempo. Percebo que a batalha é algo que inflama tua circulação e aumenta as batidas de teu coração, porém o que posso lhe dizer por hoje é isso. Queres aproveitar a recepção juntos dos teus? Venha vamos para o salão de festas.

    E mais uma vez sem conseguir recursar, Franz sucedeu as falácias do tal velho e o acompanhou de bom grado até o festim. Chegando ao local, deparou-se com quase todos embriagados e seminus em meio a várias mulheres bonitas e como todo nobre da época, puxou uma das mulheres para si e deu boa noite a todos beijando na boca a inofensiva jovem de cabelos dourados.

    Algumas horas depois Franz acabou sucumbindo a bebida e não percebeu que estava sendo carregado por Georg para o jardim de seu castelo. Lá chegando ele foi deixado em meio a um círculo que continha o desenho de um pentagrama algumas velas e algumas ervas. Minutos mais tarde Georg iniciou a transformação de Franz, que não havia tido escolha e fora transformado no que muitos apelidaram de sanguessuga ou vampiro.

    A transição do jovem em tal ser durou mais pouco menos de uma semana, nesse período  o seu cortejo havia sido mandado de volta para o castelo, mediante uma grande lavagem cerebral feita por Georg e depois de algumas semanas Franz era dado como desaparecido. Várias buscas foram feitas, muitas especulações e lendas surgiram diante tal sumiço e inclusive o próprio Barão e seu castelo foram palco de investigações. Porém Franz havia sumido completamente de sua sociedade, em certos momentos até a contra gosto, todavia com o passar dos anos ele assumiu com gosto sua nova não vida.

  • Ao teu lado

    Ao teu lado

    Você produz algum tipo de arte relacionada ao mundo sobrenatural?
    Desenhos, poesias, artigos…

    Faça como a Larissa Ribeiro  e mostre para o mundo suas habilidades.

    Ao teu lado

    \”Desejo incendioso,
    risadas e sedução
    para todo lado;

    Um dançar junto,
    o encimamento,
    a conversa fascinante;

    As palavras sarcásticas
    e hilariantes juntamente
    com a bebida;

    O sentar colado,
    a areia a teus pés
    junto ao mar,
    e a um olhar quente.\”

  • Uma visita inesperada

    Uma visita inesperada

    Mais uma vez a doce e fatal bruxinha Evelyn, que aliás eu não mencionei como participante deste site em meu último podcast, nos traz uma parte da sua história com Juan.
    Eu já lí duas vezes essa história e queria a opinião sincera de vocês.
    Evelyn sua malvada, por favor nos diga o que aconteceu com esse humano curioso…
    Se fosse comigo eu já teria o lanchado em alguma noite em que eu quisesse uma boa sobremesa kkkkkk

    Uma visita inesperada

    Juan decidiu que era hora de encontrar Evelyn. Acordou cedo naquela manhã e saiu apressado em direção ao endereço na avenida Verdun.

    Na porta do hotel Juan chegou a formular a frase e puxar o ar para pedir um taxi, mas desistiu. Achou que um taxi poderia chamar atenção em uma área residencial e decidiu que iria de metrô. Checou com os recepcionistas do hotel qual era a estação mais próxima do endereço e saiu apressado.

    O caminho era longo, o número 44 da Avenue Verdun era do outro lado da cidade.  Mas o mexicano não tinha pressa, eram 7 horas da manhã, e uma visita inesperada a esta hora seria um suícidio amoroso.

    Ele queria chegar cedo para andar ao redor do bairro, observar o movimento e principalmente, as janelas da casa de Evelyn.

    Pensou também em fazer perguntas em padarias ou pequenas cafeterias que fossem agravadéis, mas achou que fazê-las em inglês, chamaria muita anteção da vizinhança.

    Juan aproveitou o passeio, parou uma ou duas vezes para obervar lugares e seguiu tranquilo no sentido oposto do tráfico que começava a se formar.

    Mais de meia hora depois de sair do hotel, o mexicano chegava ao local que suas instruções indicavam.

    Verificou o nome da rua, notou que estava perto do número e resolveu caminhar. Passava das 7:30 da manhã e os poucos comércios do local ainda nem faziam menção de abrir suas portas.

    Na camonhada o mexicano viu uma pequena praça e sentou em um banco de onde era possível também ver a rua. Ali o tempo passou voando.

    O dia estava maravilhoso, céu azul, nenhuma nuven e uma adoravél brisa de outono que mantinha o ar fresco e a temperatura agradavél. Era um dia perfieto para estar ao ar livre.

    Aos poucos as pessoas começaram a circular, algumas crianças com mochilas, algumas mães com carrinhos de bebês, pessoas apressadas e casais de idosos bem arrumados que seguiam na mesma direção.

    Juan observava de longe, prestava atenção também ao tráfico de veículos e um carro preto chamou sua atenção. Perto do carro muitas pessoas caminhavam e seguiam na mesma direção que os casais de idosos tinham passado.

    Já era quase 9 horas da manhã e o sol forte refletido de uma janela atrapalhava sua visão. Alguns minutos se passaram e o carro se aproximou o suficiente para que ele entendesse melhor o que estava acontecendo.

    Dentro do carro, uma coroa de flores e um caixão.

    Quando o cortejo chegou na altura da praça, Juan se levantou em respeito ao luto das pessoas e ficou de cabeça baixa enquanto as pessoas caminhavam silenciosamente. Uma coisa chamou atenção do homem, a maioria das pessoas do cortejo, possuiam a maior parte do cabelo branco, e apenas uma pequena e jovem família caminhava logo atrás do carro fúnebre.

    A direção do cortejo era também a direção que ele deveria tomar, como ainda era cedo, resolveu esperar mais um pouco, mas desta vez em um charmoso café que ficava numa esquina próxima.

    Eram 10 horas da manhã quando Juan resolveu que estava na hora de encontrar Evelyn. Confirmou a direção que deveria tomar no mapa e saiu do café.

  • Desabafo

    Desabafo

    Texto enviado por J.H.

    Desabafo

    Mais um dia como outro qualquer.
    Dentro de um cercadinho. Uma prisão invisível, sem grades, mas severa e cruel com os que de alguma forma tentam se libertar.
    Liberdade? não existe tal coisa para quem neste limites se encontra.
    Por isso me apego a falsas liberdades, que me proporcionam uma falsa alegria e adrenalina.
    Assim vivo, fazendo parte de um sistema falho que só quer usar, sugar e depois jogar fora a carcaça daquilo que um dia poderia ser chamado de alguem e mesmo sabendo disso ainda faço parte dos “escravos” com a vida pré programada, limitada a crescer, estudar, trabalhar, casar, ter filhos, envelhecer e morrer.
    Ter uma vida tão curta e saber que não chegarei nem mesmo a metade do que busco em meus estudos e assim o tempo passa e eu continuo aqui, vendo a humanidade cair, a história se repetir e como sempre viver para sobreviver.
  • Breve historia de Frederick de Bonjour…

    Breve historia de Frederick de Bonjour…

    Nascido em uma pequena cidade Francesa, filho de pai francês e mãe espanhola, tive muito pouco de uma infância comum. Desde mais tenra idade apresentei sintomas de hiperatividade porém tive pequenos disturbios, parecidos com a esquizofrenia. Tive episódios de convulsão entre os 11 e 13 anos porém consegui levar uma vida normal. Casei-me conforme os protocolos sociais da epoca aos 16 anos, pois ja era um homem feito.

    Aos 19 anos vim a conhecer um homem belo, educado, refinado, versado nas artes, literatura, instrumentista… Um ser galante que me fez rever meu mundo e a compreensão que tinha ate então de mim mesmo. Descobri que minha loucura era minha salvação. Sim, digo loucura pois tinha acessos de alucinação visual e auditiva, que se tornaram mais intensa dia após dia.

    Fui internado aos 20 anos, deixado por meus pais ignorantes para apodrecer numa Casa de Campo numa Vivenda nomeada “Bonjour”. Após quase 02 anos, meu amigo foi visitar-me e presentear… Um presente do qual lhe serei eternamente grato. Quanto ao presentinho que lhes deixei… Posso tentar dar-lhes  uma pequena ideia: recém transformado, com novos dons, tendo minha Insanidade aflorada, a revolta pelos mal-tratos ainda consumindo meu corpo, o cheiro da carne queimada, o corpo dolorido, os noites de agonia, o afastamento de minha Linda esposa, o descaso da familia…

    Esperei pacientemente tudo o que meu Mestre me pediu, fui educado, disciplinado, versado nas artes, instruido nos moldes do meu Clã. E então, após pacientes 17 anos, tive autorização para fazer-lhes uma visita.

    Desde então recebi meu carinhoso apelido de Jean Frèderick de “Bonjour”… Linda historia, não acham? Sempre me emociono ao recordar-me.

    Tivesse eu um coração, iria ás lagrimas hahahahahahah

  • Inverno de 1975

    Inverno de 1975

    No inverno de 1975 meu mestre estava hibernando e eu havia ficado responsável por cuidar de boa parte de seus negócios. Era uma rotina tranquila, pois todas as empresas do clã já eram praticamente auto sustentáveis e com isso eu enfim havia conseguido um tempo livre para me dedicar a uma de minhas paixões: a arqueologia.

    Nesta época inclusive eu cheguei a dar aulas de arqueologia em uma faculdade e me lembro que o Brasil desta época ainda estava imerso no regime da ditadura. Foi na verdade uma época terrível pois ouvíamos freqüentemente notícias e boatos de pessoas, ditas liberais, sendo mortos ou espancados  e sem cotar as que simplesmente sumiam do nada, sem deixar rastros. Contudo, ao menos esses sumiços possuiam um lado bom e ajudavam e muito quando eu precisava me alimentar.

    Outro fato curioso desta época foi a ocorrência de um fenômeno chamado geada negra, que cobriu boa parte do estado do Paraná e que aniquilou boa parte da produção de café da região. Alguns conhecidos chegaram a confabular que tal fenômeno climático poderia ser sobrenatural, porém até hoje não se sabe ao certo o que ocorreu, haja vista que fora a última vez que precipitara neve naquela região.

    Foi em meio a este contexto histórico que eu retomei as buscas por um artefato místico. Alguns me diziam que ele não passava de lenda, no entanto alguns relatos pareceram-me tão reais que me senti na obrigação de saber mais sobre o tal colar de Eros. Uma jóia feita de uma liga especial chamada Alpaca ou prata alemã, formada pela junção de 3 metais conhecidos: cobre, níquel e zinco. Portanto, seu valor material era irrisório se comparado a todo poder que tal artefato poderia carregar consigo.

    Dizia a lenda que um antigo rei do oriente era muito poderoso, porém desprovido de beleza e isso lhe era um problema existencial. Em função de tal dificuldade, ele passou a sua vida inteira em busca de formas de amenizar sua aflição, até que em um belo dia ele se deparou com uma bruxa que lhe ofereceu um colar mágico. A jóia custara os dois dedos mínimos das mãos do rei, além de uma quantia mórbida em ouro e de outros favores.  Já em posse de tal artefato ele deveria presentear a pessoa que quisesse conquistar e esta adquiriria um amor eterno pelo nobre.

    Tal lenda não mencionava se o colar chegou a ser utilizado e se realmente funcionou. Apesar disso, o que me fez ir atrás dele foi o anúncio de um possível leilão na Argentina, onde uma peça com o mesmo nome estaria entre os itens a serem vendidos.

    Contratei um avião de pequeno porte para um voo noturno e algumas horas depois em meio as várias turbulências chegamos a Buenos Aires. Nesta época fazia um frio moderado, algo em torno de -5 graus e não havia praticamente nenhum ser vivo pelas ruas.  Meu taxi me levou até um modesto hotel no centro da cidade e neste eu fiquei até a próxima noite me divertindo com as conversas, gritos e barulhos que vinham de fora de meu quarto escuro.

    Mal o sol se fora e eu já estava aflito por conhecer a tal cidade e tão mais por ir onde seria o leilão. Mesmo no frio quase absurdo para alguns humanos, era possível ver alguns casais dançando tango pelas ruas, recheadas de construções e carros. Andar por aquele lugar me fazia lembrar da antiga Prússia e de certa forma isso me deixava mais confortável. Diferente do sentimento de desconforto que eu sempre senti em terras tropicais.

    Na hora marcada eu estava pontualmente  no local combinado, quando um pequeno ônibus parou a minha frente e me levou junto de outros senhores, muito bem vestidos para o local do leilão. Esta prática apesar de inusitada, era necessária, haja vista o alto controle de segurança que se fazia necessário diante tais leilões ilegais.

    Alguns minutos em meio a cidade e enfim chegamos a uma região central próxima de alguns aterros que hoje foram transformados na reserva ecológica de Buenos Aires. O prédio era antigo, como vários outros naquela região e logo que descemos do ônibus fomos acompanhados até uma entrada onde havia um primeiro check-in. Apresentamos os documentos e os que não possuíam problemas  como eu, eram levados até uma outra sala. Nesta cada um recebeu uma plaquinha, para que pudéssemos dar os lances e na seqüência éramos encaminhados até um salão onde eram expostas todos os artefatos que seriam leiloados.

    Neste momento deixei a parte social de lado e parti diretamente para o que me interessava, indo atrás do colar de Eros. Em meio as várias peças raras haviam alguns animais, algumas armas, quadros e várias jóias. As jóias pertenciam há um único colecionador que falecera e a família havia decido leiloá-las para dividir o montante resultante. Não haviam placas com nomes sobre as peças, mas foi impossível não perceber o colar de Eros dentro de uma caixa aberta. A joia estava em ótimas condições de conservação, porem não emana nenhum tipo de energia, o que me deixara preocupado.

    Tentei chamar alguém, mas não pude fazer a avaliação da peça antes do inicio dos lances. Então aguardei e tentei fazer uma social em busca de mais informações sobre o antigo colecionador que era dono da peça. Nesse momento eu já estava ficando um pouco agoniado, estava debruçado sobre uma mureta e esfregava meu bigode inconscientemente, quando surge uma bela mulher, vestida dos pés a cabeça de preto e que emanava uma forte energia sobrenatural.

    Ao passar por mim ela olhou fixamente em meus olhos, obviamente havia sentido meus poderes vampíricos e antes que ela se pronunciasse eu resolvi cumprimenta-la. Pensei em lhe dar boa noite e muito rapidamente antes de se pronunciar ela ignorou o local e todos a nossa volta, utilizando a sua rapidez para se aproximar de mim.

    Ela parecia circular ao meu redor como um fantasma e nas duas vezes que passou perto me disse duas palavras: “Bem-vindo vampiro”. Imediatamente depois desta cena inusitada ela estava novamente na posição do inicio. O que me fez lembrar de imediato que ela deveria estar utilizando o famoso poder “Mutatis”, no qual quem o domina pode produzir ilusões que podem ser vista por uma ou várias pessoas em específico ao mesmo tempo.

    Isso obviamente não me assustou, porém era um sinal de que ela queria demarcar território. Devia ser uma viciada em leilões e isso sim me deixou preocupado, pois certamente ela iria querer as mesmas peças que eu. Praticando o popular boicote alheio, pelo simples fato de enaltecer seu próprio ego diante um outro de nossa espécie.

    Dito e feito como diz o popular ditado. Iniciou-se o leilão do colar quando estávamos na metade da noite e junto com isso aquela intrigante briga de plaquinhas sendo levantadas por mim e por ela. Infelizmente fui obrigado a parar quando o lance alcançou um valor maior do que eu possuía disponível no momento . Com isso ela apenas deu um leve sorrisinho sarcástico e aguardou o final do leilão para fazer os procedimentos de pagamento e retirada.

    Eu fiquei bastante frustrado com a perda da possível relíquia, e me senti na obrigação de ir falar com ela antes de ir embora. Neste momento ela estava conversando com alguns senhores, porém quando me aproximei, ela os dispensou e comentou:

    – Sabia que sua curiosidade o faria vir até mim, tome, pode verificar a peça com suas próprias mãos, meu caro professor.

    Nesse momento eu não sabia se ela possuia alguns poderes de invasão mental, ou se minhas vestimentas davam tão na cara que eu era professor e apesar disso resolvi matar minha curiosidade. Tomei a caixa em minhas mãos enquanto lhe disse:

    – Muito perspicaz de sua parte me oferecer tal privilégio nobre senhorita. Com sua licença!

    Neste momento eu verifiquei a peça, e em meio a sua beleza rara não senti nada de anormal, foi quando me lembrei dos flertes de meu mestre e de Franz e lhe disse:

    – Nobre senhorita, não sei o motivo de sua compra, mas se me permite, sentir-me-ia honrado se me permitires colocar tal joia em seu pescoço.

    Nesse momento sua expressão mudou um pouco, mas se mantinha fria e controlada e apenas me consentiu com a cabeça. Neste instante aproximei-me mais ainda de seu belo rosto, encostei a joia em seu formosos seios e a subi um pouco até o quanto fosse possível prende-la atrás do pescoço.

    Nestes instantes enquanto ficamos próximos eu senti um pouco de seu belo perfume doce , o que me fez ficar um pouco excitado e antes mesmo de me distanciar ela levantou um pouco a cabeça e me deu um longo beijo na boca. Será que o colar havia ativado o amor eterno nela para comigo, como dizia a lenda?

    Depois do belo beijo ela se afastou um pouco e com uma das mãos limpou o excesso de batom de meus lábios dizendo:

    – Fugaz e despretensioso. Achou mesmo que eu não sabia que a lenda deste colar era falsa? Tens de melhorar os teus contatos doutor. Quanto ao beijo, gostei seu alemão maroto!

    Depois disso ela pegou um cartão em sua bolsa e colocou no bolso da minha camisa, indo embora logo em seguida. No cartão totalmente preto havia apenas um numero de telefone do Brasil escrito em dourado.

    Por duas vezes eu tentei ligar no numero, mas este sempre tocava e ninguém atendia. No entanto a última vez que tive notícias de tal dama, elas foram as piores possível… Fora ela quem assassinou meu grande companheiro de estudos Joseph, vampiro que ficou conhecido por aqui pelo apelido “Zé”…

    Amplexos,
    Sebastian

  • O carnaval que muitos não veem

    O carnaval que muitos não veem

    Boa noite mortais e imortais todos respectivamente vivos e mortos?

    Depois de longas noites de muitas festas recheadas de acontecimentos, me sobrou um tempo para lhes transmitir minhas ações e pensamentos. Digamos que ao contrário dos outros anos eu resolvi cair de vez na folia e em meio às fantasias e festas pude aproveitar um pouco do calor humano, que me fez recordar muitas experiências do passado.

    Antes de tudo eu queria falar sobre a história do príncipe, apelido dado por meus queridos Franz e Frederick há muitos anos atrás. Digamos que eu recebi tal apelido por ser um tanto quanto carinhoso e afetuoso com as mulheres. Bom, quem já lê meus artigos e histórias há algum tempo já deve ter percebido isso, não é mesmo? Então, nada de mais…

    Quanto ao carnaval deste ano de 2012, eu passei uma noite com Franz em meio a um baile do centro de uma das cidades próximas de onde estamos. Como foi a primeira noite eu ainda não havia entrado no clima e fiquei um pouco travado de inicio, porem tudo mudou quando reencontramos a ruivinha de Franz, junto de algumas amigas fantasiadas de colegial. Foi um momento interessante, pois fui praticamente obrigado a beijar na boca todas as cinco meninas. Não sei se é um hábito daquela região, mas foi engraçado e me senti o próprio canalha, cafajeste e mulherengo em pessoa…

    Depois de tal evento inusitado nós circulamos por mais um tempo em meio às ruas repletas de fantasiados, bêbados e gente de todo o tipo que dançavam ao som da bandinha que tocava em cima de uma caminhonete. As marchinhas eram muito diferentes daquelas antigas que cantávamos nos carnavais que eu ia com meu irmão em meados de 1850 na velha Desterro. Porém tão divertidas quanto.

    Lembro que noite adentro o povo ficava cada vez mais bêbado, adolescentes inclusive e foi quando eu percebi como esta sociedade está diferente. Meninas com pouco mais de 15 anos e que ainda cheiravam a leite estavam caídas ao chão, obviamente alcoolizadas ou drogadas e isso mexeu comigo. Acredito que já era próximo das 3 da manhã quando eu entrei nesse modo filósofo e não fiz mais nada se não apenas o que eu mais gosto, que é observar os humanos e suas banalidades.

    Alguns casais brigavam por ciúmes e alguns bêbados incomodavam todos que passavam perto. O lixo se acumulou rapidamente, alguns banheiros químicos foram quebrados por caras enfurecidos e a policia de choque já tomava algumas partes das ruas mais tumultuadas. Eu estava ali parado com minha fantasia de pirata e Franz havia dado suas famosas sumidinhas, quando uma garota que vinha correndo de qualquer lugar que eu não havia visto, para ao meu lado assustada.

    Ela estava muito ofegante, seus olhos escuros borrados transmitiam muito medo e suas mãos tremiam. Ela praticamente ficou estática ao meu lado e ao perceber o estado da loirinha fui logo fazendo a aquela pergunta clássica “tudo bem?”. De inicio ela não me ouviu, então depois que repeti a pergunta colocando mais ênfase e preocupação na voz ela levou um moderado susto e me disse muito pausadamente:

    – Eu… me perdi de minhas… amigas e… quando estava no meio das pessoas… surgiu um homem que me mostrou uma arma e… disse pra eu seguir ele………….. Dai ele me levou pra um beco escuro… e tentou abusar de mim…….. mas eu consegui sair correndo…..

    Nesse momento eu lhe abracei. Ela ficou um pouco desconfortável com minhas mãos frias, mas aos poucos foi voltando a respirar normalmente. Com isso soltei-a e lhe perguntei sobre suas amigas. Depois dela descrever duas delas, nos saímos em meio a multidão que ainda festejava a orgia de Baco, afim de achar ao menos uma para lhe fazer companhia pelo resto da bagunça.

    Nesses momentos em que algo acontece de errado e ainda mais com uma pessoa frágil, eu não sei o que acontece comigo e apenas tenho vontade de resolver o problema. Pode ser alguma habilidade ou até mesmo meu jeito justiceiro que aflora, ou até mesmo o meu demônio, que começa a salivar diante de algum mal encarado que por ventura cruze o meu caminho.

    Tania viu ao longe e próxima de uma árvore uma de suas amigas aos beijos com um cara qualquer. Ela me apontou e íamos naquela direção quando me distrai por alguns segundos, olho para trás e lá estava o tal safado segurando pelos cabelos a indefesa loirinha. Em momentos como este minhas feições faciais sempre mudam, minhas pálpebras se fecham um pouco, a musculatura do meu rosto fica rígida eu estalo o pescoço para o lado direito. Meu demônio sussurra algumas blasfêmias diretamente em minha cabeça e eu parto para ação ignorando tudo a minha volta, vendo apenas o que me incomoda.

    Três passos foram suficientes para me aproximar deles, esbarrando em duas pessoas no caminho. Parei ao lado do cara, que possuía uma barba fétida de cigarro e cara de poucos amigos. Como ele não se importou com minha chegada eu coloquei minha mão direita em seu ombro e o puxei levemente para trás, olhando fixamente em seus olhos claros. Nesse momento Tania se soltou, saiu correndo e eu estava com aquele saco de merda humana em minhas mãos.

    A nossa volta o povo abria uma pequena roda e naqueles pequenos momentos de sanidade que me surgem eu peguei um distintivo que carrego junto em ocasiões públicas como esta, o levantei para o alto e disse em claro e bom tom “Fiquem calmos, policia!!!”. Com isso eu comecei a arrastar o lixo para fora dos olhos de todos e quando estávamos em meio à multidão ele infelizmente conseguiu sacar sua arma e tentou dar um tiro em mim. Por sorte a bala acertou apenas a parede de um dos prédios a nossa volta, mas isso já foi suficiente para começar uma correria.

    Com isso eu tive de improvisar, agindo rapidamente e com minha força esmaguei sua mão que segurava o modesto 22. Ele gritou e gemeu de dor com o meu ato e antes que surgisse algum policial eu o levei correndo para o que julguei ser um lugar tranquilo, um beco escuro em uma das ruas da região. Um bêbado urinava naquele lugar e logo que ele saiu eu fiz o que achei mais correto, acabei com a vida daquele babaca. Algumas vezes como naquele sábado fatídico eu fico com nojo de consumir o sangue e o simples ato de acabar com um safado alivia de certa forma os desejos do meu demônio.

    Deixei o corpo ali, certifiquei-me de que não havia ninguém por perto e decidi virar névoa, voltando a forma humana noutro lado da festa, onde já em forma humana voltei ao local onde eu estava inicialmente observando toda a multidão. Não nego que estava salivando e até havia ficado com vontade de tomar um bom A negativo, mas me aguentei e passei o resto da noite apenas observando novamente o publico. Minutos depois Franz reapareceu e então fomos para casa, ele bem tranquilo e eu ainda um pouco extasiado.

    Assim começava meu carnaval. Nas noites seguintes não fiz nada de mais, apenas procurei por Frederick, mas ele estava viajando para resolver algumas questões com suas crias. Então diante disso eu decidi refrescar um pouco a cabeça com alguns passeios junto de Eleonor e Stephanie com sua filhinha.

    Para um humano normal talvez seja difícil imaginar toda essa minha frieza ao tratar de um homicídio doloso, mas isso se deve ao fato de já estar fazendo este tipo de serviço há muitos anos. Dizem que um médico ginecologista perde o prazer do sexo depois de alguns anos de trabalho, no meu caso eu digo que às vezes perco o respeito com pessoas ordinárias…

  • Cassino, garotas, drogas e o carnaval

    Cassino, garotas, drogas e o carnaval

    Ontem a noite eu estava sem fazer nada. Bem alimentado, sem problemas ou questões que precisassem da minha atenção, ou seja, vivendo aquele delicioso ócio criativo. Porém quando se é um Wampir (vampiro) os momentos de ócio duram pouco, principalmente quando velhos amigos resolvem reaparecer, como foi o caso do meu estimado Frederick, que ficou conhecido aqui no blog nas últimas noites como “Lord Frederick”.
    Frederick é uma figura que surgiu em minha não vida a mais ou menos uns 70 anos atrás, enquanto eu circulava pelo Rio de Janeiro, antes de minha hibernação nos anos 60. Este grande Wampir, cujo nome verdadeiro se perdeu ao longo dos tempos, é conhecido pelos quatro cantos do mundo e detentor de muitas façanhas honrosas. Apesar disso, o que vocês vão descobrir hoje e nas próximas linhas é o que eu mais gosto de fazer: contar nossas intimidades. Sim povo, este blog é para contar o que os Wampir fazem fora de suas rotinas de sangue, batalhas e o já famoso mundo sobrenatural…

    “Ferdinand, já que tu e o Franz estão passando uns tempo juntos, que tal barbarizarmos hoje como nos velhos tempos? Ich bin in der Nähe…”

    E este foi o sms enviado por Frederick que iniciou toda a nossa noite. Não lembro a hora que chegamos, mas ainda estou um tanto quanto entorpecido e por favor não levem este meu texto como um exemplo de minha escrita rss
    Lembram-se da ruivinha da camisa dos botões saltitantes do outro dia? Pois bem, ela virou digamos uma passatempo constante de meu amigo Franz e foi ela que o trouxe meu amigo em sua moto para nosso refúgio. É muito engraçado ver o meu irmão na garupa daquela bicicleta motoriza miniatura, porém como ele me diz: “As vezes é bom se sentir adolescente novamente mano”.
    Isso aconteceu próximo das 21 horas e logo que ele desceu e depois da minha piadinha sobre a moto, eu lhe informei sobre a sms de Frederick. As vezes ainda me impressiono com a eterna disponibilidade para festas de Franz e nesta noite a resposta para Frederick não seria outra se não, “ok, onde vamos?”.
    21:20 ouço algumas batidas na porta da garagem da casa do centro e antes mesmo de chegar próximo para abrí-la, senti a forte energia de algum ser sobrenatural. Olho por uma pequena fresta e lá estava Frederick trajando sua tradicional vestimenta. Calça social preta e camisa social na mesma cor.
    Depois de um longo abraço seguido de um esperado “esporo” por causa do blog, decidimos junto de Franz por ir até a cidade vizinha, onde Franz era amigo de um dono de casa noturna, vulgo prostíbulo. Essa casa era no alto de um pequeno morro e o acesso até a casa principal era feito somente por uma trilha pavimentada e em meio a uma pequena floresta particular.
    Até ai tudo bem, apesar do acesso inusitado, mas ao me deparar com a tal casa eu percebi por que era um dos lugares prediletos de Franz. O lugar era basicamente uma mansão com 3 andares, subsolo e uma piscina de borda infinita com vista para o centro da cidade. Não entramos pela entrada principal, mas sim por outro nos fundos lugar, na porta estava um segurança fortemente armado com uma “doze” e ao ver Franz ele apenas sinalizou com a cabeça e nos liberou a passagem. Como é bom ser vip, não?
    Essa entrada nos levou diretamente ao subsolo e depois de passar por mais duas portas com seguranças também muito bem armados, chegamos a um maravilhoso cassino. O cassino era algo de primeiro mundo, como dizem as pessoas aqui na América latina e como tal possuía, vários brinquedos que inclusive devem deixar muitos cassinos de Vegas no chinelo.
    Gastamos alguns poucos trocados, coisa de 2 ou 3 mil dólares cada um, testando nossa “sorte” e para alegria dos proprietários, chegamos a conclusão que estávamos para o amor e não para o jogo. Nesse sentido eu resolvi tomar a iniciativa e me atraquei com a doce morena, chamada Flávia que já estava há algum tempo no meu colo e querendo algo a mais.
    Ok certamente ao chegar nesse ponto da história alguém vai dizer, mas nossa nos últimos tempos o Ferdinand (Galego) só pensa/fala em orgias! Fique calmo(a) leitor(a), essa história terminará diferente das últimas…
    Então depois de aproveitar a piscina, curtir um bom som e confirmar toda minha masculinidade nas curvas daquela garota eu resolvi experimentar alguns psicotrópicos adquiridos ali mesmo pelo meu querido e eloqüente amigo Frederick. Como eu já comentei em outro post, algumas drogas de efeito mais intenso ainda nos fazem efeito e já que eu não tinha nada a perder, pois estamos mortos, mais uma vez eu me perdi em meio as alucinações de um bom LSD.
    Se o LSD era bom ou não isso só alguma entidade divina ou especialista poderia confirmar, mas o que importa é que me fez ver o mundo de uma forma bem inusitada por algumas horas. A água da piscina ficou fortemente azul escura, a cor das peles das pessoas incluindo a nossa estava em vários momentos vermelha e eu juro com todas as minhas forças que havia um cara de chapéu de palha me perseguido onde quer que eu fosse. Inclusive quando cheguei em casa eu acho que eu vi ele mais um última vez, onde me viu e deu um breve “tchau” acenado com a cabeça enquanto mascava um pouco de fumo de corda.
    Meu carnaval vai ser um pouco refletivo…
    Nota mental: Pensar duas vezes antes de sair com meus amigos/irmãos novamente.
    Nota mental 2: Evitar drogas ilícitas por algum tempo.
    Nota mental 3: Por que diabos um cara de chapéu de palha, meio caipira estava me perseguindo? Seria ele minha imaginação ou realmente havia alguém, tipo “anjo da guarda” me cuidando?

  • O mundo aos seus pés

    O mundo aos seus pés

    Mais uma vez minha querida Evelyn, manda notícias e junto mais uma história para a alegria de seus fãs.
    Eu já sabia desse seu primeiro contato com o lado “humano maligno”, espero que vocês gostem e apreciem mais uma vez a trajetória de vida desta estudante de bruxaria.
    Para os novos no site, Evelyn é uma das melhor amigas de minha amada e “sumida” Beth…

    O mundo aos seus pés

    No colégio Evelyn aprendeu muito mais que idiomas e física. Descobriu seu poder para envolver os homens ao fazer com que um instrutor se apaixonasse por ela. Ele foi de fato sua primeira vítima.
    Com o coração envolto em gelo, Evelyn se aproximou deste homem 11 anos mais velho ao perceber que ele tinha um interesse especial por ela. Monsieur Didier ensinava artes plásticas em uma das disciplinas extras que ela cursava no internato. Aula após aula, Monsier Didier lhe dava cada vez mais sinais de seu interesse.
    Agora decidida a nunca mais deixar que um homem a engane, Evelyn, que já queria cursar História da Arte, usou seu professor para conseguir uma indicação para a renomada escola de arte da Sorbonne em Paris.
    Didier não era casado, mas estava noivo de uma outra professora da mesma escola.
    Evelyn soube bem como deixar que Didier a cortejasse. Discretos mantinham-se distantes durante as aulas e mal se comprimentavam nos corredores.
    O colégio ficava em uma propriedade afastada em uma pequena cidade cerca de 200 quilômetros de Genebra.
    Um dia, Evelyn apareceu no atelier de Monsieur Didier para pedir-lhe uma carta de recomendação para sua inscrição na Sorbonne. Como Evelyn já sabia, Didier fazia parte do comintê de admissão da faculdade de Artes.
    Com um falso ar de espanto, a jovem fez as perguntas certas para que o professor pudesse contar seus sucessos.
    Confiante e de ego inflado, Monsieur Didier pela primeira vez aproximou-se de uma forma mais insinuante. Alguém na porta assutou os dois e Evelyn rapidamente agradeceu por ele tê-la atendido e saiu. Estava feito, ela sabia.
    Alguns dias se passaram e o professor já não conseguia mais esconder seu interesse pela aluna. As aulas seguiram nervosas enquanto Evelyn parecia nada notar.
    Um dia Monsieur Didier pediu que ela fosse até seu atelier para conversarem sobre a recomendação. Depois disso, as visitas ficaram bastante frequentes. Já no final do ano letivo, quando Evelyn recebeu a carta de aceitação da Sorbonne, achou que era hora de terminar o relacionamento. Em uma visita ao atelier ela gentimente agradeceu pela ajuda e sem deixar que Didier a tocasse foi embora.
    Monsieur Dider foi a loucra, desequilibrado de paixão pela jovem, entrou na ala principal do colégio a procura de Evelyn. Depois de uma vergolhosa discussão a jovem prometou encontrá-lo naquela noite em seu atelier. Didier voltou a sua sala e começou a beber um wiskí que escondia no fundo falso da gaveta.
    Evelyn procurou rapidamente a instrutora pedagógica da escola e lhe contou que o professor dizia-se apaixonado por ela. Relatou que não sabia como tinha acontecido, pois ela era apenas uma entusiasta das artes e se aproximara dele quando lhe pediu uma carta de recomendação para Sorbonne. Areditava que seu amor pela história da arte e seu bom desempenho nas aulas de artes plásticas poderiam ter feito Monsier Didier confundir as coisas.
    A instrutora após ouvir a história pediu que o motorista da escola levasse Evelyn até Genebra para que lá ela pudesse encontrar seus pais em Paris. Ela deixava a escola interna 4 dias antes do final do ano letivo.
    Em seguida a instrutora procurou a noiva do professor e disse o que estava acontecendo. Ela também relatou a mulher que depois de um comportamento como esse o fato seria relatado ao comitê de Artes e a diretoria da escola que tomaria providências para o afastamento de Didier. Sua única saída era escrever uma carta-desculpas, dizendo que tudo não passava de um mal entendido.
    No caminho até Paris, Evelyn pensava como poderia ter resolvido melhor o problema e o que faria já que o professor provavelmente voltaria a procurá-la.
    Quando a noiva de Didier entrou em seu atelier ele estava alcolizado e tomado de ódio. Mal ouviu oque ela tinha a dizer e saiu em direção ao carro. Acreditava que poderia encontrar Evelyn na estação antes de ela embarcar no trem noturno para Paris. Tudo o que ele queria era o amor dela de volta.
    A noiva do professor o seguiu até o carro, entrou no banco do passageiro e começou a esbravejar já chorando que ele a traira com uma aluna. Cada vez mais nervoso e discutindo com a mulher, Didier dirigia sem cuidado e em alta velociadade.
    Um segundo de distração completa foi o suficiente para o veículo desviar em direção a grama ao lado da estrada e colidir com toda força em uma árvore.
    Apenas semanas depois a notícia chegou até Evelyn. Monsieur Didier morreu na hora e a noiva estava internada em Genebra. A paixão dos dois nunca mais foi comentada e Didier foi enterrado como um homem honrado. Sua noiva não se lembrava de nada até poucas horas antes do acidente.
    Assim Evelyn descobriu que poderia controlar os homens e qual era a melhor maneira de disfazer-se deles depois de conseguir o que queria.

  • Os dias são todos iguais!

    Os dias são todos iguais!

    Poesia envia pelo The Fallen:

    Os dias são todos iguais!

    a madrugada enciste em me trazer lembranças
    as mais escrotas emoções ja sentidas
    a insonia retratando minha melancolia ….
    talvez seja hora de ir embora !

    Um noite qualquer o vento gélido
    que passa pelo meu corpo,
    massageando meu rosto , mais uma compania ao meu ser
    que se acostumou a estar acordado
    quando todos dormem!

    Eu talvez esteja louco!
    ja percebi que a lua tem faces .
    as vezes até vejo em detalhes um rosto
    como quase de uma pessoa
    me empressiono quando vejo uma expresssão tão viva!

    E se por acaso , tudo oque eu estiver dizendo
    for apenas um retrato de alguém que não soube
    aproveitar os prazes da noite …

    … por favor , me mate !

  • Outra noite. E outros sonhos. E outros risos.

    Outra noite. E outros sonhos. E outros risos.

    Na noite passada fez uma semana que deixei Stephany com Eleonor e ao contrário do que eu imaginava, eu não sinto saudades. Isso me faz pensar se o segredo de ser o que sou era a pimenta que melhorava o sabor da nossa relação ou se minha cabeça e sentimentos ainda estão confusos por causa de Elizabeth. Então com o intuito de resolver tal enigma que assombrava minha mente, resolvi dar uma “saidinha” com Franz.
    Franz atualmente vive em uma cabana em meio a uma floresta próxima ao refúgio de nosso clã. Ele vive nesse lugar isolado da humanidade, por que decidiu digamos tirar férias da sociedade. Na verdade acho que ele faz isso, pois ainda não se adaptou muito bem as modernidades de hoje e às vezes é até bom que eu vá lá falar com ele para lhe ajudar a tirar a poeira de sua velha cabeça.
    Já fazia um bom tempo que eu não ia à “casa do mato”, apelido que demos ao lugar, então a trilha em meio à mata fechada e ainda mais a noite transformava o lugar em algo pouco inóspito. Mesmo assim fui seguindo meu instinto e um pouco antes de chegar a casa eu já podia sentir uma grande energia que provavelmente era emanada por Franz. Dito e feito depois de dar duas batidas a porta lá estava meu irmão. Ele estava com uma bermuda surrada, sem camisa ou calçados e sua barba estava um pouco maior que o normal. Dentro de casa um pequeno lampião a querosene iluminava parte da sala, onde havia um sofá com vários livros espalhados pelo chão. Além disso, em cima da velha mesa da cozinha eu vi o moderno celular que eu havia lhe dado de presente em seu último aniversário e para minha alegria o aparelho estava sendo usado como player de música, haja vista que estava tocando um bom Inflames.
    Quanto tempo em senhor “Galego” disse-me ele aparentando estar feliz em me ver e isso foi bom, pois eu estava com saudades e precisando de um pouco do seu eterno senso de humor apurado. Ficamos conversando por um bom tempo, coisa de uns 40 min e depois de lhe dizer que tudo que havia acontecido comigo ele tentou me ajudar:
    – Ferdinand e os problemas com mulher. Tu nunca vai mudar não é mesmo? Quantas vezes eu preciso te dizer que tens de fazer como eu faço? Mano existe muita mulher no mundo pra tu te preocupares com algumas poucas e humanas ainda por cima. Venha vamos lá para o centro da cidade, quero te levar num pub novo que abriu por estas últimas noites. Ainda sabes virar lobo?
    Depois desse “estimulo”, ainda mais no jeito dele sempre meio desapegado dos problemas eu fui obrigado a aceitar o convite e também nem pestanejei no momento em que ele sugeriu irmos até certa parte do caminho em forma de lobo. Aliás, depois de tantos problemas que tivemos com as roupas, nos últimos anos nós adquirimos mochilas caninas e sempre temos algumas por perto em nos locais que estivermos. Está certo que não é comum ver lobos na América do sul e muito menos usando mochilas, mas no meio do mato a noite ia ser bem difícil encontrar alguém em nossas terras.
    Antes de chegarmos no centro da cidadezinha e ainda no mato desfizemos a transformação, colocamos as roupas e deixamos as mochilas em um lugar que provavelmente ninguém mexeria até nosso retorno. Devia ser umas 23 horas e o tal pub que ele havia comentado era a uns 15 min a pé. Ao chegarmos ao lugar, obviamente chamamos um pouco de atenção, pois somos altos e com muita cara de estrangeiros. Franz tem muita cara de alemão e seu cabelo é bem mais claro que o meu. Eu apesar de também ter os olhos azuis tenho o cabelo um pouco mais escuro e talvez não seja tão rosa quanto ele.
    Mesmo com algumas pessoas nos encarando sentamos em umas banquetas próxima do balcão e ficamos por algum tempo batendo papo e ouvindo o bom som do blues que a banda desta noite tocava. O lugar era bem frequentado, muitos casais, muitos grupos de amigos e para nossa alegria muitos grupos somente de garotas.
    Logo depois que eu terminei de “choramingar” como ele diz, ele me disse mais algumas coisas sobre dar valor ao momento, esquecer os erros do passado e antes que eu pudesse contra argumentar já veio desviando a minha atenção a uma bela ruivinha que lá estava. A garota devia ter pouco mais de 20 anos, vestia uma camisa xadrez que era torturada pela pressão feita por seus belos e volumosos seios.
    – Mano bem tu podias ter aprendido telecinese com tua primeira esposa heim. Todo mundo ia adora ver aquele pobres botões sendo libertados de tanto esforço.
    Apesar de ele ter me feito lembrar-se de Suellen eu acabei rindo e entrando em suas brincadeiras. O papo rendeu mais um pouco depois disso e em certo momento, enquanto eu estava apenas “curtindo” o som eu não reparei que ele saiu do meu lado, porém não precisei procurar muito haja vista que ele só tinha um lugar para estar. Dando em cima da tal ruivinha.
    Fiquei ao longe só admirando Franz praticando o famoso “To dando em cima” e como naquela noite ele estava para o crime, não demorou muito até conseguir estar com suas mãos cheias de dedos nos tais botões sufocados. Depois de alguns minutos em meio a beijos e caricias, ele me chamou para sentar-me junto dele, porém de inicio relutei até que na terceira chamada ele ficou meio chateado e acabei indo.
    Para minha sorte começava ali uma noite repleta de boas rizadas junto das garotas locais. No fim não fiquei com nenhuma, apesar de não faltarem oportunidades e o mais importante é que ao voltar para casa me dei conta de que sempre existe outra noite. E outros sonhos. E outros risos. E principalmente outras pessoas.
    Quanto ao Franz? Ele sumiu desde ontem, mas em breve deve dar as cara por aqui para se gabar dos seus novos feitos…