Autor: Jean Felski

  • Poema chamado: “Ví”

    Poema chamado: “Ví”

    Este poema foi enviado pela Fernanda.
    Quem a conhece certamente perceberá sua fonte de inspiração.
    Triste porém muito expressivo!

    Vi!
    Será que vi?
    Vi!

    “Bala” sem destino
    Encontrar um menino
    Doce criança?
    Pobre sem esperança?

    Sempre rodeada
    Por tanta criança só
    A angústia que na garganta
    Trava-se em nó.

    Crianças carentes!
    Crianças indolentes!
    Crianças indigentes!
    Minha gente!

    Escolhi ser gente
    Nesse mundo inconseqüente
    Trabalho matando gente
    Que fato incoerente

    Gente?
    De maldade inerente?
    De sociedade aparente?
    De amor ausente?

    Atirei!
    Matei?
    Que tristeza fiquei!

  • Será ela minha escrava de sangue?

    Será ela minha escrava de sangue?

    E la estava eu mais vez indo de encontro a aquela pobre alma. Já perdi a conta das vezes em que ela me doou seu sangue. Talvez ela ache que um dia a transformarei, mas será que ela não pensa em mais nada de útil para sua monótona vida?

    Alguns trocados por sangue e nos últimos tempos ela parece estar mais passiva diante de minhas investidas. Está certo que seu pescoço já está calejado em função das várias mordidas, mas será que o tempo pode mesmo deixa-la neste estado quando me vê? A que falta me faz meu mestre. Às vezes penso em romper seu sono, sinto falta de alguém mais experiente para resolver estas dúvidas simples que circundam minha cabeça.

    Parece que foi ontem que ele me disse: Ferdinand agora é por tua própria conta, hibernarei e anseio que te cuides. Aproveite esta liberdade e siga com os planejados até o meu retorno!

    É meus amigos os pensamentos vão longe no momento em que me alimento. Antigamente era uma estase inimaginável, hoje em dia eu apenas resolvo minha questão alimentar. Talvez seja por isso que eu procuro por sangue em locais de alta adrenalina, combatendo o crime ou lhe buscando nas veias dos pilantras e salafrários…

    Ontem foi assim, quem sabe nas próximas semanas eu esteja mais tranquilo para pensar nas minhas filosofias, livros e site.

  • Redenção

    Redenção

    Tendo em vista que na última semana vocês se empolgaram e me mandaram muitos textos eu vou fazer “hora extra” e publica-los o quanto antes.
    Este foi enviado pelo Chet e na minha opinião ficou muito bom, pois expressou com muitos detalhes a maneira superior de como agem os vampiros.
    Sabe aquela história do predador brincando com sua vítima antes do ato consumado? Esplendido ^^

    Redenção

    Em meio a noite de São Cristóvão, um padre Corria aflito em direção á catedral.Seus pés cansados mal pareciam tocar o chão,mas o velho homem corria com todas as suas forças.
    A Noite o cercava de maneira pavorosa, fazendo-o tremer da cabeça aos pés, o que fez com que o simples homem retornasse aos tempos de menino, ás suas mais dolorosas lembranças:
    Quando era Pequeno, o Padre Morava em um humilde vilarejo, perto da cidade de Digne, na França. Seus pais eram comerciantes, e ele tinha 3 irmãos, 2 meninas e 1 menino. A maioria morreu muito cedo, restando só uma menina, que passou o resto da vida ajudando o pai no comércio, e servindo-lhe de babá quando o mesmo perdeu a lucidez.
    O menino, que viria a ser padre,devia aprender desde cedo a ter uma vida religiosa e santa, sem privilégios, humilde, e acima de tudo, honesta. Quando caia em tentação , era castigado pelas mãos severas do pai, que mesmo tendo perdido a lucidez, não havia perdido a boa vontade de lhe dar umas boas surras.
    Certa Noite, uma das mais rigorosas noites de inverno, o padre, com 12 anos de idade, chegou em casa com um pedaço de pão dentro do casaco. Ao mostrar para a irmã, esta foi correndo contar ao pai, que foi atrás do menino,exigir explicações:
    -Posso Saber, Guliver, aonde tu arranjastes este pedaço de pão?
    O garoto permaneceu em silêncio.O pai, perdendo a paciência, gritou:
    -Fale!
    -Na igreja.-sussurrou o garoto, mal movendo os lábios.
    Pai e filho ficaram se olhando, até que o primeiro o pegou pelo braço e o levou até a igreja,para tirar satisfações.Ao baterem na porta,um monge a abriu rapidamente, olhando para Guliver, com lascívia nos olhos:
    -Pois então garoto,gostastes do pão que nós lhe demos?E viestes buscar mais ,espero…
    Suas palavras sumiram ao ver o pai atrás de Guliver, que ao olhar para o rosto do Jovem monge, já entendera tudo o que se passara.
    Ao voltarem para casa, Guliver já ia para o quarto quando o pai o puxou pelos cabelos em direção ao porão,aonde o trancou enquanto procurava alguma coisa na parte de cima da casa.Ao voltar,trazia um chicote com pontas de aço,bem conhecido para ambos os filhos,mas não muito esperado naquele momento:
    -Pai…
    -Tu cales a boca, que já fizestes o bastante.Se tens ainda algum pedaço de dignidade dentro de tí,eu espero que recebas o castigo sem que eu tenha de ouvir um gemido escapar de teus lábios…
    No dia seguinte,Guliver havia entrado na igreja, para seguir o sacerdócio, e seu pai havia se suicidado.
    -Pois bem,Senhor padre,Sua mente já voltou de suas memórias?-Perguntou uma voz ao longe, ao padre que ainda estava correndo em direção a catedral.O homem tropeçou e caiu,machucando ambos os joelhos.Trêmulo,pegou a cruz que jazia em seu pescoço e esticou-a em direção á escuridão,gritando:
    -Onde estás?Quem és tú?
    Um silêncio pior do que a morte se fez ouvir, e o padre se levantou,continuando a correr em direção á Igreja,que agora se mostrava á uns 15 metros de distância.
    Ao adentrá-la,o homem não pode conter um calafrio, ao se lembrar de todas as coisas que havia feito naquele lugar.Tentando reprimí-las,e acreditando que o que o havia seguido lá fora não poderia adentrar lá dentro,Guliver caminhou silenciosamente em direção á Santa,com um sorriso triste no rosto.Ajoelhando-se,começou a orar:
    -Ave maria Cheia de Graça…
    -Vais começar com essa hipocrisia novamente,padre?-Sussurrou a voz,em seu ouvido.
    Ao se virar, o padre esbarrou com um homem mais novo do que ele,vestido todo de preto.Sem pensar duas vezes,fez o sinal da cruz com os dedos,acreditando que alí na sua frente estivesse o próprio demônio.O homem,que na verdade era um vampiro, começou a rir,seu riso ecoando pela Catedral inteira.Guliver Tremeu:
    -Francamente Padre.Achei Que tú, já tivesses passado dessa fase, mas vejo que me enganei…pois bem,não me importo.Me digas uma coisa,padre.Como tú achavas que a morte se pareceria?
    Guliver começou a chorar.O vampiro,teatralmente solícito,sentou-se ao seu lado,dando tapinhas amigáveis em seu ombro:
    -Vamos lá,não chores.Não vais morrer antes de responder essa pergunta…Aproveites que sou um homem curioso.
    -Quem é você?-perguntou o padre,ainda chorando.
    -Eu?Oras,o que tem eu? O personagem principal nessa história és tú,não eu.Quem és tú,Guliver, esta é a pergunta.
    Os dois permaneceram em silencio, até que o padre perguntou,num sussurro:
    -Vais mesmo me matar?
    -Sim.-Respondeu o vampiro.
    -Agora?
    -Sim.
    -Dentro desta Santa Igreja?-perguntou o padre,horrorizado.
    -Lá vem a Hipocrisia de Novo…Não vejo problema nenhum com isso.-comentou o vampiro,dando de ombros.
    -Sabe,todas as noites eu penso nas coisas erradas que eu fiz na minha vida…-comentou o padre.
    -E?-perguntou o vampiro,se fingindo de desinteressado.
    -Descobri que só há uma delas da qual eu realmente me arrependo.
    -Hum…E qual delas seria?
    -A noite em que eu fiz sexo com todos aqueles monges,em troca daquele mísero pedaço de pão.-Respondeu o padre,olhando para o teto.
    -…
    -Graças a isso…-Continuou o Homem.-Graças a isso,meu pai se matou, acho eu que de desgosto.Eu não devia ter feito aquilo.
    -O que está feito está feito.-Comentou o vampiro,se levantando.-Depende de você ,decidir se ainda dá para concertar o erro,se ainda há redenção,cura e perdão nessas paredes encardidas que vocês tanto chamam de Santa Igreja,ou se tudo está perdido.
    O padre se levantou,Meio tonto.O vampiro se encaminhava para a saída da Igreja:
    -Você não ia me matar?-Perguntou o padre,confuso.
    O vampiro se vira,os olhos negros analisando a situação mais uma vez.Respira fundo,teatralmente.Dá de ombros:
    -Perdi a vontade.
    Em seguida ,caminha até o fim do campo de visão do padre,que mais confuso do que nunca,grita:
    -Espere!
    Uma voz ao longe,calma e distante,responde:
    -Sim padre?
    -O que você é?-Pergunta o padre,curioso.
    O vampiro rí,sua risada ecoando ao longe:
    -Boa Noite,Guliver.

  • Pavor, temor, terror, horror

    Pavor, temor, terror, horror

    Este texto foi enviado pea Rafizia e digo que me surpreendeu.
    Confesso que até procurei referências na internet para saber se era de algum autor conhecido, mas pelo visto foi nossa querida crítica que o fez.
    Na falta de um título eu gostei e adotei uma frase contida em uma das estrofes.

    Pavor, temor, terror, horror

    Retiraram-se de seu sono profundo
    Quem? Meus senhores das trevas
    Emergiram das águas sombrias de profundeza que refrescam o meu lado perverso
    Esforçam-se em cultivar minha parte pouco iluminada
    Tentam subjugar minha pureza remanescente
    Por um instante, exerço fé em sua força e permito que esta me domine
    E perco o controle

    Desejar: preciso de uma realização
    Anseio emudecer essas vozes que me deixam sem escolha
    Calar o que me incentiva a praticar ações que ultrapassam os limites da moralidade
    Ajoelhada, imploro pela piedade, pela misericórdia
    Entretanto, meu coração já não enxerga a beleza
    Deletou a compaixão de seu léxico há muito tempo

    Sensação: Enquanto me envolvem em seu aconchegante e maléfico leito?
    Um êxtase viciante, um prazer vivificante, reanimador, revigorante
    O delírio me possui e o cessar de uma vida me seduz
    Seus pedidos de socorro, todo o seu pranto, todo o seu choro
    Não me fazem recuar
    Incentivam-me a acabar logo com o seu sofrimento
    Que belos se tornam seus olhos com esse desespero tão transparente
    Pavor, temor, terror, horror
    Apenas me motivam a fazer o que você não quer

    Fim de Jogo: “Droga, ainda vou ter que limpar essa sujeira?”
    Digo chutando o corpo ausente de vida
    Acabo de concluir minha tarefa
    A sensação de êxtase passou tão depressa
    E eis que se torna um vício
    A minha derrocada , destruição e precipício
    Após cometer o pecado não posso fugir de meu erro
    Por mais incrível que pareça
    Preciso cometê-lo novamente
    Outra vez, de novo, meu subconsciente me suplica
    E o farei meu querido… de uma forma bem prazerosa
    Dum modo bem divertido, criativo e original

    Perdem as suas forças
    Quem? Meus senhores das trevas
    Retornam às suas masmorras
    Mergulham no calabouço e são acorrentados pela minha luz
    Sua sede foi saciada
    Sua vontade realizada
    Não mais me pertubarão
    Pelo menos… por esta noite

  • Amenize Minha Dor

    Amenize Minha Dor

    Dando continuidade aos posts enviado por vocês, hoje eu publico este texto feito pela Baronesa em 96.
    Baronesa concordo com você quando, tu comenta que na insônia a criatividade é ampliada. Com certeza boa parte deste primeiro livro que estou produzindo foi feita em momentos em que eu precisa de uma luz ou pelo menos tentar por as ideias no lugar.

    OBS: Uma noite dessas me perguntaram sobre este espaço de FanArt e de suas possibilidades. Pessoal aqui é com vocês, podem enviar fotos, música, vídeos, textos… Divirtam-se!

    **Amenize Minha Dor.**

    Amenize a minha dor
    Pois morro todos os dias
    E distribuo minha falsa alegria
    Por piedade e não por amor
    Faça-me esquecer todo o medo!
    Do saber do não saber da vida
    Se arrastando futilmente no cotidiano
    Vagando… Como uma alma perdida
    Abrace-me! Proteja-me! Querido estranho.
    Sei que observa as minhas lágrimas
    E enxerga a escuridão em meu coração
    Que anseia por algo que não compreende
    Mas sente…
    Fecho meus olhos, ouço sua voz distante…
    E agora o que virá?
    O que será?
    Hoje…sei que nunca mais serei como sou.

  • Adoro ver o sangue de traficantes

    Adoro ver o sangue de traficantes

    Nestas últimas noites vivi momentos interessantes junto de minha amada Beth. Momentos em que por vezes desejei ser mortal para poder passar um dia inteiro a seu lado, aproveitando cada segundo a seu lado. Claro que não fico me torturando por causa deste mísero detalhe, todavia achei legal falar disto, pois ouvi comentários aqui pelo blog com dúvidas a respeito do que Beth estaria fazendo.

    Enfim, deixando o lado humano de lado, este post é para falar de uma história interessante que me ocorreu a umas quatro semanas atrás, onde ajudei meu cunhado na perseguição e posterior prisão de alguns traficantes de drogas.

    Esta história teve início em uma noite no qual a Beth ligou para seu irmão, para felicita-lo por seu aniversário. Minha audição aguçada que sempre está ativada, me fez ouvir “sem querer querendo” ele comentar que estava em um caso de tráfico. Situação que obviamente me chamou atenção e no momento em que lhe felicitei inevitavelmente acabei lhe fazendo falar um pouco mais do que podia. Apesar dele ainda estar bravo comigo por causa da última vez que nos vimos…

    Descobri que a ação promovida pelos colegas do meu cunhado se passaria em um hotel e lá fui eu tentar dar uma de policial para combater o tal 290 (crime de tráfico). Meu cunhado me conseguiu um uniforme, armas e eu resolvi utilizar um novo poder chamado Maskharah que o Zé estava me ensinando antes de sua morte. Com este poder é possível imitar a face de outras pessoas com todos os seus detalhes e formas, utilizando-se de um pouco de ilusionismo e atuação, claro.

    Lembro que o grupo se reuniu próximo das 20h e la estava eu se passando por um recruta da entorpecentes. O plano discutido era simples, dar flagrante, apreender todos os materiais ilegais e elementos envolvidos.

    Porém nem tudo é tão simples quanto se pensa e assim começava mais uma aventura em minha não-vida…

    1h – “Merda!!! De onde veio todo esse armamento?” Essa foi a última frase que ouvi do capitão antes dele ser baleado entre o pescoço e o colete e cair ao meu lado. Enquanto eu o puxava para o corredor senti de imediato que o grupo pensava em fugir, mas meu cunhado, que era o segundo no comando, tomou as rédeas da situação. Ele nos reagrupou então numa região segura no corredor daquele hotelzinho barato para reprogramar a ação.

    1h 10m – Chamamos reforços e o pessoal que estava do lado de fora lançou granadas de efeito moral e fumaça para dentro do apartamento. Não demorou muito para que eu ouvisse movimentação dentro do apartamento e ao avisar meu cunhado ele me chamou num canto e perguntou o que eu podia fazer. Até pensei em me transformar em algo ofensivo, mas não podia fazer aquilo em meio a tantos humanos. Na hora a melhor solução foi se esconder no andar de cima e virar névoa para invadir o apartamento na surdina.

    1h 17m – Combinei a ação e pouco tempo depois eu estava dentro do apartamento em forma de névoa, havia muita fumaça o que dificultou um pouco minha visão, todavia consegui ver os 5 elementos trancados em um dos quartos, programando suas próximas ações e recarregando suas potentes armas. Um deles inclusive possuía algumas granadas em uma cinturão. No quarto também haviam duas malas com cocaína e uma mochila com muito dinheiro, ou seja, tantos os vendedores como os compradores estavam ali.

    1h 25m – Meu cunhado estava tentando manter uma negociação com os elementos e por duas vezes ele falou em alto e bom tom “O prédio está cercado, se entreguem e vamos acabar logo com essa palhaçada!”. Porém os safados não se manifestavam e apenas um deles disse cochichou: “Cara só vou sair daqui morto”. Ao sentir tão demonstração de desapego diante de sua vida aparentemente inútil, meu lado sombrio começou a me instigar e meu demônio começava a implantar ideias em minha cabeça: “5, até que não é tão difícil”, “Cinco corações pulsando, lembra-se do gosto?”…

    Em momentos como esse é sempre difícil manter a concentração e mesmo com a vontade chicoteando minha mente eu consegui resistir bravamente por mais alguns minutos. Não demorou e minha audição aguçada me permitiu ouvir os dois grupos se manifestando para agir. A partir desse momento seriam poucos segundos para eu poder fazer qualquer coisa e acabei optando pelo belo e bom improviso.

    1h 34m – Já em forma humana usei minha velocidade para pegar algumas das granadas de fumaça que ainda expeliam o seu conteúdo, aproximei-me com a mesma rapidez do quarto onde eles estavam e as joguei dentro. Em segundos eles começaram a tossir e assustados saíram correndo do quarto.

    Puxei as pernas do primeiro e o arremessei contra as paredes do corredor em direção a sala. O segundo vinha logo atrás ficou assustado com o que presenciou e tentou atirar, mas não conseguiu pois fui mais rápido e lhe dei uma coronhada com minha pistola em seu pescoço. Logo atrás vinha o terceiro que me viu batendo no segundo e recuou. Encerrava ali minha sequencia pois levei dois tiros de escopeta que por sorte acertaram meu colete a prova de balas mas que me derrubaram direção a sala.

    Nesse instante vejo dois policiais invadindo a sala munidos de escudos e capacetes, logo atrás vinha meu cunhado que falou em claro e bom tom: “Rendam-se vocês não tem mais para onde ir”…”Joguem as armas e saiam com as mãos na cabeça”.

    1h 38m – Os três que restavam jogaram as armas no corredor e se renderam. Meu cunhado veio até mim me deu um capacete e sussurrou: “Tua máscara caiu”. Um pouco atordoado com o impacto do tiro eu me recompus e levantei. De imediato vejo o capitão se aproximar, sua ferida já estava protegida com uma gaze improvisada, mas mesmo estando fraco ele teve forças par ame dizer: “Aqui não existe lugar apara heroísmo garoto, pega tua sorte e volta pro colo da tua mãe, tu quase fudeu a operação”…

    3h 28m – Já em casa e no chuveiro revejo mentalmente meus passos. Nunca gostei muito do sistema policial e de toda aquela moralidade irrefutável. Será que eu realmente havia me precipitado? Bom, se fosse noutro lugar onde eu pudesse me transformar em minha forma de batalha seria o fim daqueles humanos…

    Fui dormir repensando minhas estratégias e em como as coisas mudaram hoje em dia. Concluí mais uma vez que minha intuição havia gerado mais problemas do que resultados positivos e com isso foi impossível não relacionar tudo aos 30 anos que perdi dormindo.

  • FanArt: Solidão

    FanArt: Solidão

    Este texto foi enviado pelo Victor Salvatore e se chama: “Solidão”.
    Abaixo uma música do System of a Down que eu achei que combina perfeitamente com o texto…

    A noite Vem Saio Para Caçar Sozinho Sem Ninguém
    A Me Esperar Em Casa, Ando Sobre A Luz Da Lua
    Que Me Chama.

    Vejo Uma Floresta Sombria Ando Nela Com O Frio Da Morte
    Ao Meu Lado, Não Sei Para onde Ir Não Sei Onde Devo Ficar
    Na Verdade Não Sei Onde É o Meu Lugar Nem Sei Se Tenho
    Lugar Nesse Mundo Mais Não Posso Perde Meu Animo

    Sou Um Lobo Guerreiro Sei Que Em Algum Lugar Tem Alguém
    Que Precisa Da Minha Ajuda, Sentado Espero A Morte Vim Silenciosa
    E Lenta Mais não Tenho Medo Dela.
    Mais Sei Que A Vida Deve Ter Alguma Coisa Boa Guardada Para Mim
    Mais Fico Sozinho Aqui A Esperar Enquanto ela não chega.

  • Truque de mágica

    Truque de mágica

    Certa vez, ainda nos primeiros anos na faculdade em Paris, Evelyn estava tentando chamar a atenção de um rapaz. Ela não tinha a menor intenção de casar-se com ele, apenas queria se divertir um pouco.
    Ele também estudava na Sorbonne, fazia qualquer coisa bem diferente de História da Arte e eles apenas se cruzavam nos corredores.
    Às vezes Evelyn o via no café que frequantava nos arredores da faculdade. Sentou-se algumas delas em seu campo de visão, chegou até a distraidamente esbarrar em seu braço, mas nada.
    O rapaz simplesmente parecia ser imune aos pequenos truques dela.
    Os meses passaram e a única coisa que ela conseguiu foi tornar-se conhecida através de amigos em comum.
    Começou quando um dia ela abordou o rapaz e um amigo, fez uma pergunta qualquer sobre um movimento do diretório estudantil. Enquanto falava, Evelyn olhava ambos e não mostrava interesse. A resposta veio do amigo, que prontamente se pôs um passo a frente e explicou onde e quando ocorreria a manifestação. Ela não estava interessada de maneira alguma em participar, mas como era um assunto que tocava todos da universidade, qualquer aluno de qualquer curso poderia ter mais informações. Ela não queria cometer uma gafe e perguntar sobre arte à alunos de administração, como já tinha visto o tal rapaz saindo da sala do diretório estudantil, tinha certeza que ele não estranharia a pergunta.
    Evelyn estava certa, ele fazia sim parte do diretório, mas não era um membro atuante, o amigo por outro lado era o vice-presidente. Assim ela conseguira a atenção do cara errado.
    Quando já estava agradecendo e despedindo-se meio frustrada, mas sem deixar transparecer, a sorte lhe deu um sorriso. Ane, uma de suas colegas de aula aproximou-se e abraçou os rapazes, adivilhe só, eles eram vizinhos. Bingo!
    A colega até que era um tanto agradavél, bem menos fútil que as outras.
    Os quatro sairam algumas vezes para um café, outras apenas Evelyn, Ane e o amigo. Ela conseguira, estava no círculo dele, mas não podia dar mais nenhum passo. Se ele a quisesse, o próximo movimento deveria ser dele.
    Mais uma vez o tempo passou e nada.
    Um dia devaniando em seu pequeno apartamento no centro de Paris, Evelyn lembrou-se de uma conversa que ouvira em suas andanças pelo mundo da magia. Um truque simples para conseguir a atenção de um rapaz.
    O feitiço era fácil, não havia palavra secreta ou qualquer abracadabra.
    Em uma folha de papel Evelyn escreveu dos dois lados, preenchendo todas as linhas com o nome completo do rapaz, enquanto se concentrava na imagem dele. Depois ela pegou uma bacia de ferro e queimou o papael enquanto se imaginava carinhosamente abraçada ao rapaz. Assim quando tudo era apenas cinzas, ela foi até o terraço e pedindo aos poderes do ar que lhe atendesse soprou o conteúdo da bacia no vento.
    Passaram-se duas semanas e Evelyn não viu ou ouviu falar do rapaz. Ela ainda saia para um café com os vizinhos dele, mas ninguém comentava nada.
    Depois de algum tempo Evelyn relaxou, achou que talvez ainda não tivesse poderes suficientes para uma simpatia simples e continuou tocando a vida normalmente.
    Até que um dia sentada no café de costume, ouviu alguém lhe dizer “oi”. Ela se assustou, pois estava concentrada em um de seus livros de história, quando levantou o olhar, era o tal rapaz.
    Educada Evelyn perguntou se ele não queria se jutnar à ela na mesa e ele aceitou. Naquela tarde eles conversaram longamente, sem pressa e sozinhos.
    Agora Daniel não só acenava quando cruzava com ela nos corredores, como também muitas vezes parava para conversar ou a chamava pelo nome.
    Os cafés com os vizinhos continuavam e Daniel passou a sentar-se sempre ao lado de Evelyn. Os encontros a sós também se intensificaram e os dois foram se tornando mais intímos.
    Não dá para explicar a maneira que Daniel a encantava, não era amor ou paixão, disso ela tinha certeza. Mas ele tinha alguma coisa que ela tentava entender, parecia que sempre havia muito mais a ser tido, mas Daniel nem puxava o ar.
    Ele tinha uma energia diferente, que como Evelyn descobriu anos mais tarde, agia como um filtro nos olhos dela e nunca deixava a beleza dele desaparecer.
    O verão chegou e os amigos trocaram os cafés do centro pelos piqueniques no Champs de Mars. Essa época do ano, ali é forrado de turistas indo e vindo da Torre Eiffel, mas era exatamente o grande número de desconhecidos que os atraia. Passavam horas apenas observando as pessoas.
    Numa tarde quente Evelyn encontrou Daniel no Louvre. Ela fazia visitas frequentes, já que ainda não conseguira ver todas as obras expostas no museu, mas se surpreendeu por encontrá-lo. Mais uma vez o misterioso rapaz desafiava os sentidos de Evelyn, mesmo assim ela se deixou levar, alguma coisa lhe dizia que não havia perigo.
    Daniel a convidou para jantar em um dos charmosos barcos que passeiam pelo Rio Sena e oferecem refeições, com vinhos e queijos enquanto passam pelos belos pontos históricos da cidade.
    O jantar foi mágico e Evelyn sentia-se feliz e satisfeita. Desembarcaram em frente a Torre Eiffel e aproximaram-se da multidão que esperava o show.
    Naquela noite, enquanto os turistas aplaudiam o acender das luzes na Torre mais fotografada do planeta, Daniel beijou Evelyn e logo depois sumiu na multidão.

  • Ilusão

    Ilusão

    Poema enviado pela Rafizia, onde ela comenta em seu e-mail: “…Acho que ele fala de ilusão (não amorosa, mas em coisas irreais nas quais preferimos acreditar)”.

    Vivemos do sonhar, do não despertar
    Tentando nele, o impossível alcançar

    Todos os dias meus sonhos me aprisionam
    Tento fugir, mas meus pesadelos jamais me abandonam
    Porque se tornam o meu refúgio, o meu abrigo
    O adormecer passa a ser o meu melhor amigo

    Para que mergulhar,
    Se afogar na ilusão?
    Para que querer não acordar
    E para que tentar se manter na escuridão?

    Volte para a realidade
    Antes que seja tarde
    Procure, tateie pela verdade
    Não se torne escravo da irrealidade

    No fundo, este não é o nosso desejo
    Perder-me em meus pensamentos é o que almejo
    Minha mente já obedece meu coração
    Que prega a emoção e descarta a razão.

    Eu aceitei ,minha condenação
    Mas quando acordo, reconsidero essa decisão
    Porque quero o conhecimento
    E por causa dele estou ferindo meus imaginários pensamentos

    No fim das contas, quero acordar do mundo que não existe
    Abandonar o sonho que ainda insiste
    Em tentar curar
    Os problemas que não posso sanar

  • Arriba Cancún!

    Arriba Cancún!

    Ao chegar no hotel em Cancún Evelyn não encontrou qualquer recado de Juan à sua espera na recepção. Sem se importar muito, registrou-se e se dirigiu ao quarto que lhe fora reservado. Era uma bela suíte com vista para a praia e uma enorme porta-janela que dava acesso para a pequena varanda.
    Evelyn resolveu descansar um pouco e adormeceu. Acordou com batidas na porta do quarto, era o mensageiro do hotel. Depois de agradecer ao homem, ela se sentou na cama para ler o conteúdo do envelope:

    “ Hola Bonita Evelyn,
    Esta suíte é sua pelo tempo que desejar. Os restaurantes, bares, lojas e a agência de viagens do hotel também estão à sua disposição.
    Nos vemos em breve.
    Juan”

    Impressionante, pensou Evelyn. Mas nada muito além, quando terminou de ler apenas colocou o envelope amarelo cru sobre o criado-mudo ao lado da cama e resolveu se preparar para jantar.
    Como acreditava que o previsível era Juan aparecer no restaurante, escolheu um vestido leve mas bastante elegante. Calçou suas sandálias de salto e foi até o saguão.
    Havia pelo menos dois restaurantes e um bar no hotel, um com comida Italiana e outro com a típica comida mexicana. O bar parecia bastante agitado, mas Evelyn optou pelo restaurante mexicano, que contava com uma animada performace de mariachis.
    Ela se sentou em uma mesa mais afastada da bagunça e de onde ainda se podia ter uma boa visão de quem entrava no restaurante. Pediu uma tequila, água e tortillas.
    O lugar era lindo, todo decorado para o Dia dos Mortos, e os Mariachis faziam a festa dos turistas, tocando de mesa em mesa as músicas que lhes eram pedidas. Mesmo com o grande movimento a comida não demorou muito.
    Evelyn jantou sozinha e saiu antes que os músicos chegassem ao lado do restaurante onde estava. Mesmo acreditando que Juan apareceria, não ficou vigiando a porta de entrada.
    Antes de voltar ao quarto, passou na agência de viagens e marcou um passeio pelo rio subterrâneo para a manhã seguinte.
    Evelyn acordou cedo, preparou sua bolsa para um dia de mergulho e desceu em direção ao restaurante que servia o café da manhã.
    Ela sabia que Juan apareceria durante uma de suas refeições nos restaurantes do hotel, foi assim que se conheceram, tinha certeza. Mas ainda não foi desta vez.
    O dia foi bastante divertido, além de Evelyn no passeio estavam 3 casais em lua de mel e um grupo amigos de americanos. Um dos casais se juntou a turma nas refeições e todos desfrutaram de uma agradável tarde na praia. De noite Evelyn e o grupo de amigos foram até uma das discotecas badaladas da ilha, lá o grupo bebeu muito e antes do final da noite já tinha se separado.
    Evelyn que nunca perdia o controle consumindo bebida em exesso, apenas assistiu a diversão dos demais, rindo com as performaces dos turistas que participavam das bricadeiras protostas pelos bartenders. Ela voltou sozinha ao hotel já em plena madrugada.
    Dormiu até mais tarde e perdeu o horário do café da manhã. No restaurante para o almoço, mais uma vez olhou atentamente antes de entrar para ver se não encontrava Juan. Viu apenas alguns dos americanos que conhecera no dia seguinte e se juntou à eles. O papo foi entusiasmado, contaram as aventuras da noite anterior e os fatos que alguns preferiam esquecer. Eles sairam em busca de mais diversão e Evelyn voltou ao quarto para evitar o horário de mais calor.
    Já passava das quatro da tarde quando ela saiu em direção à praia.
    Assim passaram quase cinco dias, entre passeios aos pontos turísticos, incluindo nadar com golfinhos e uma visita de um dia as ruinas das pirâmedes, e algumas eventuais festas, Evelyn passou seus dias sem qualquer notícia de Juan.
    Na verdade ela já nem lembrava muito dele, já não esperava mais encontrá-lo nos restaurantes e até flertou com outros homens.
    Decidiu que aquele seria seu último dia, ligou para a agência e marcou uma passagem para Paris com escala em Miami, naquela mesma noite. Desta vez não usou os serviços do hotel, preferiu fazer tudo por uma pequena agente que conhecera uns dias antes. Tinha uma desconfiança, que virou certeza quando recebeu o primeiro contato de Juan após o bilhete de boas-vindas.
    Mais uma vez o mensegeiro bateu à porta do quarto de Evelyn com um envelope amarelo cru nas mãos.

    “Hola Bonita Evelyn,
    Espero você para jantar no restaurante mexicano, estarei por volta das nove na sua mesa preferida.
    Juan”

    Bingo! Durante os dias no hotel, Evelyn havia jantado quase todas as noites no mexicano, sentando sempre na mesma mesa, no canto longe das perfornaces artísticas.
    Ela tinha certeza que o hotel pertencia à familia de Juan, durante as conversas em Caracas ele revelou que trabalhava no conglomerado que seu avô construira, e que entre as emrpesas estavam hotéis e restaurantes. Por mais generosos que muitos homens tenham sido com presentes para ela em outras ocasiões, nunca lhe haviam mandado passar férias em um hotel de luxo sozinha, sem paparecer um dia sequer. Eles sempre ficavam de olho nela, amantes ou maridos, semrpe a vigiavam.
    Esperta, sabia que com Juan não deveria ser diferente. Ele já deve ter usado a tática da semana de férias no hotel de luxo com outras mulheres. As manda para lá, com tudo por sua conta e aparece dias depois, quando já não paravam de pensar nele e nas coisas que ele podia proporcionar. Nessa hora conseguia enfim, seduzi-las sem qualquer resistência.
    Pobre Juan, não sabia que tinha escolhido uma mulher bem diferente de todas as outras. Evelyn não se deu nem ao trabalho de se preocupar com o fato que pudesse passar por ele quando estive saindo do hotel para o aeroporto, sabia que Juan estaria em algum lugar que ela não o encontraria para não estragar o mistério e a surpresa do jantar.
    Ela desceu e discretamente chamou um dos carregadores de mala, era um rapaz jovem mas que já tinha uma aliança na mão esquerda, ele a seguiu até uma área onde os recepcionistas não podia ver se conversavam ou não e pediu que ele fosse até o quarto dela buscar as malas, mas sem chamar atenção ou comunicar a recepção. Também indicou o taxi no qual elas deveriam ser colocadas, já estava tudo combinado com o motorista.
    Evelyn agradeceu ao rapaz, lhe deu metade da gorjeta que prometera e se dirijiu ao bar. Passava um pouco das sete da noite. Cerca de quarenta minutos depois o corregador foi ao encontro dela e disse:
    -“Sua mesa já esta reservada”
    O bartender escutou atentamente, nem fez esforço para disfarçar, mas não desconfiou de nada, as vezes carregadores levavam recados de reservas de mesas à hóspedes que estavam no bar. Ela agradeceu ao rapaz, lhe deu o resto da gorjeta prometida e um envelope que deveria ser entrege na mesa reservada as nove e dez daquela noite.
    Evelyn saiu do bar e deixou o hotel no táxi que a esperava um pouco mais afastado dos outros que atendiam os hóspedes.
    Naquela noite quem jantou sozinho ao som dos Mariachis foi Juan, tudo que ele soube de Evelyn estava escrito em um pedaço de papel amarelo cru, dentro de um envelope da mesma cor:

    “As tortillas ficam melhores quando há alguém para dividir. E.”

  • Religião, casamento e pegas de carro

    Religião, casamento e pegas de carro

    Apesar de terem me dedurado no twitter eu acabei ignorando minha segurança e fui para Florianópolis no final de semana. Um amigo casou-se com outra amiga e como fazia muito tempo que eu não ia numa festa destas, foi então uma ótima oportunidade de rever amigos e por que não fazer contatos.

    Desde que virei vampiro eu tenho evitados templos religiosos, não por que possa me fazer mal muito pelo contrário. É que decerta forma eu andei um pouco descrente mesmo. Sim eu era muito católico quando humano, minha família inteira aliás o era, inclusive íamos a missa todos os domingos com a melhor roupa.

    Nunca vou esquecer de uma vez em que me meu irmão se escondeu no poço para não ir e depois de tanto lhe procurarmos ouvimos um barulho tipo “Tibum” e lá estava ele ensopado e morrendo de frio. Lembro que minha mãe ficou tão brava que mandou ele se secar rapidamente e fomos assim mesmo para a igreja. Nos dias seguintes ele teve febre e minha mãe ficava lhe dizendo que era punição divina…

    Mas esta minha crença na religião foi parando com o tempo, tive muitas perdas, desacreditei por várias vezes da força divina até que de uns tempos para cá depois que acordei eu comecei a rever essa questão em minha vida e digamos que estou um pouco mais crente. Talvez depois que eu tenha conhecido a Beth esta crença tenha voltado, pois ela vive me falando da Deusa.

    Já tive provas, aliás os seres sobrenaturais tal qual eu somos prova de que deve existir sim uma força divina que rege a vida e a não vida de todos que estão nestes e nos outros planos de existência.
    Pois bem deixando a questão crença de lado vou lhes contar como foi minha estadia na bela nova Desterro. Hoje em dia ela é chamada de Florianópolis, nome que muitos julgam ser uma piada de mal gosto, afinal foi praticamente imposto pelo tal Floriano Peixoto.

    Na sexta reencontrei alguns amigos em um belo papo de Boteco, onde eles me contaram como anda a região, o que tem feito e onde alguns humanos que la estavam em nossa mesa acabaram bêbados. Coisa normal hoje em dia? Antigamente também era na verdade, eu mesmo quando humano tive alguns dias de ressaca depois de belas noitadas…

    No sábado aconteceu o tal casamento dos amigos que comentei anteriormente e a cerimonia foi bem parecida com as que eu já tinha visto a muitos anos atrás, acho que o último casamento que fui foi de um casal de vampiros, cuja cerimônia havia sido ministrada por um padre vampiro. Tirando o fato de que hoje em dia as decorações são muito mais bonitas e que as pessoas não se portam mais a igreja como antigamente o resto foi tranquilo.

    Já na festa fiz muitos contatos novamente, dancei, brincamos de sujar o carro do noivo, sujamos também os noivos com muito papel higiênico rss Nem preciso dizer o quanto me diverti, e naquelas poucas horas que estive com eles até esqueci do que sou, aparentando apenas ser mais um cara de 20 e poucos que lá estava.

    Madrugada adentro e antes que o salão fosse fechado eu resolvi sair de mansinho, me despedi apenas do noivos e dos mais chegados e fui para o hotel onde fiquei hospedado. Acontece que eu estava com um carro alugado, um modelo médio preto, no qual dirigia habilidosamente até que vejo a minha frente um carro fazendo fila.

    Os carros que estavam a minha frente buzinavam e o carro simplesmente não entrava em lugar nenhum, até que os carros começaram a subir pela calçada para desviar. Quando chegou minha vez eu dei sinal, buzinei e sinceramente até podia subir no meio fio, mas decidi abrir a porta e dar um xingão “Ow cara, não tá vendo que teu carro trancou a passagem?” Nesse momento o cidadão, abaixou o vidro, E me mostrou o dedo do meio, no qual todos sabem o significado… Eu estava muito bem, havia me divertido horrores, mas aquele cara em poucos segundos tirou minha paciência. Podem achar que sou esquentadinho, mas se existe uma coisa no qual preso é pelo bom senso e educação.

    Fui em direção ao carro do cidadão, parei ao lado e falei: “Não vai tirar o carro da rua?” Ele, então me ignorou fato que me fez perder a cabeça e lhe dar um belo tapa em sua cara. Nada que fosse deixar marcas apenas algo de advertência que nem deve ter doído, sim eu tenho controle da minha força…

    Depois disso voltei para o meu carro, subi o canteiro e fui indo para o hotel. Mas para o meu prazer os caras o tal cara do carro resolveu me perseguir e começamos ali um pega que duraria alguns minutos em meio a algumas ruas de um certo bairro. Ele quase bateu no meu carro várias vezes, junto dele havia outro cara que volta e mia saia pela janela e gritava desaforos para mim e a coisa esquentou quando passamos próximos a um córrego em que eles quase caíram.

    Povo, confesso que fiquei muito tentado em acabar com a brincadeira a qualquer momento, saindo do carro e acabando com os dois mancebos sem ter piedade nenhuma. Mas a noite havia sido tão boa que ontem de madrugada eu resolvi ter piedade. Talvez a igreja ou o sermão do padre tenham reavivado, alguns sentimentos humanos no meu caráter. No entanto eu resolvi passar próximo a um posto policial. Estacionei na frente e quando eles viram que eu havia parado ali eles passaram reto por mim sem parar. Alguns guardas vieram até mim perguntar o que eu estava fazendo na garagem deles, mas eu apenas fiz de conta que estava perdido e pedi informação.

    Obviamente anotei a placa do carro, vou passar para meu cunhado e em poucos dias terei a localização e nome do proprietário, se algum dia eu estiver por Floripa novamente e estiver com fome, já saberei em que casa bater para pedir comida…

  • Arriba, arriba!

    Arriba, arriba!

    Depois de se separar de Beth, Evelyn ainda ficou alguns dias em João Pessoa. Ela ainda precisava decidir seu próximo destino.
    Resolveu que voltaria a Caracas para esperar seu vôo de volta à Europa por lá, entendia melhor o idioma e como não estava mais com Beth para lhe auxiliar com as minúcias do português, resolveu não arriscar.
    Passou alguns dias em Caracas até que conheceu um mexicano que também estava ali de passagem. Os dois passaram muitas refeições conversando no restaurante do charmoso hotel sem nem perguntar nomes. Era costume de Evelyn, nunca perguntava o que não pretendia responder.
    Mesmo sem geralmente fazer uma única pergunta ela descobria muitas coisas sobre as pessoas. Principalmente se eram solitárias, esse tipo costuma conversar muito com qualquer estranho que lhe sorria.
    O homem era bastante atraente, moreno de olhos escuros. Sua pele não era branca clara, nem chegava a ser negro, mas tinha uma cor bonita, diferente aos olhos dela.
    Com alguns anos de prática Evelyn aprendeu um truque usado pelas antigas bruxas da Bretanha. Ela desenvolveu a capacidade de se conectar com algumas pessoas que tenha interesse e que tenham alguma sensibilidade ao dom da visão. Esta capacidade permitia a Evelyn apenas formular perguntas e sem pronuncià-las ouvir a resposta. Isto não chega a ser magia ou leitura de mentes, é apenas um dom que algumas pessoas possuem e ela aprendeu como controlar.
    Assim Evelyn pensava em coisas que gostaria de saber sobre o homem, mas que não teria a menor intenção de responder se lhe fossem perguntadas, e ele as respondia, quase que voluntariamente.
    Quatro dias e seis refeições se passaram até que ele finalmente a convidou para um passeio, foram ao Jardín Botánico. Passeando entre as raras espécies em exposição, o homem sempre cortez falou:
    “A propósito, não me apresentei devidamente” disse, “ Me chamo Juan”
    “Muito prazer, me chamo Evelyn”
    Durante a caminhada, Juan relevou que voltaria a Cidade do México naquela noite e quiz saber mais sobre o próximo destino da bela mulher. Evelyn não revelou muito, apenas que ficaria mais alguns dias em Caracas. Voltaram ao hotel e pela primeira vez combinaram um jantar fora dali, Juan a levou no mais caro restaurante da cidade. Ele queria impressionar.
    Os dois comeram, riram, dançaram e de volta ao hotel Evelyn negou às investidas e Juan se despediu com um cavalherio.
    Na manhã seguinte Evelyn resolveu não correr o risco que encontrá-lo saindo e fez as duas priemiras refeições do dia no quarto. Passou o resto do tempo na piscina do hotel.
    No início da noite embarcou para o uma cidade menor, um pouco afastada da capital. Ali encontrou uma amiga dos tempos de faculdade. Ela foi conhecer o Yopo. Nos últimos meses na América do Sul Evelyn conheceu muitas ervas, chás e misturas que tinha certeza que lhe ajudariam em um futuro bem próximo.
    O Yopo é um pó das sementes de paricá, misturado com cinzas de conchas que é utilizado pelos nativos para fazer previsões e aguça o dom da visão. Algumas lendas dão conta que quando inalado o pó aumenta os poderes dos feiticeiros e bruxos.
    A amiga de Evelyn já tinha preparado uma porção para as duas usarem aquela noite.
    Para inalar algumas pessoas usam um tubo que é feito de ossos de pássaros, outras um tubo longo onde uma pessoa sopra o pó no nariz da outra, pela extremidade oposta. As duas ficaram com a segunda opção e Evelyn foi a primeira a inalar.
    É dito que o Yopo geralmente causa dores de cabeça, vômitos e tonturas, principalmente aos que não são acostumados ao dom da visão.
    Sentada olhando fixamente para o fogo que ardia na fogueira improvisada do lado de fora da casa, Evelyn esperou passar mal. Mesmo dotada da visão e de alguns pequenos poderes, sabia que não era uma bruxa poderosa e acreditou que seu corpo não suportaria um transe depois dos últimos dois, com o Santo Daime e principalmente com o Chá de Jurema que a deixou muito fraca.
    O mal estar não veio e Evelyn viu outra vez a luz que a guiou no último transe. Tentou afastar a visão e a luz se apagou. Em seguida viu o mensageiro do hotel de Caracas, ele trazia uma bandeja com uma carta e uma rosa. As coisas não eram muito claras, e logo depois a imagem se desfez e uma praia surgiu, agora ela via Juan, ele falava mas não conseguia escutar o que era. As imagens continuaram evoluindo e ela viu os dois jantando, depois dançando e os dias passavam. Evelyn se viu coberta de jóias e presentes caros. Cenas do que poderia ser foram pasando e ela apenas assistia tentando entender o que queriam dizer. As imagens pararam de evoluir quando ela estava em pé, dois caminhos se abriam a sua frente, eram estradas escuras de terra, não se podia ver mais que 20 metros além do ponto onde estava. Ali a visão se desfez como fumaça e Evelyn voltou do transe.
    Muito cansada e completamente suada, ela ainda precisou usar as últimas forças para entrar na casa, com a ajuda da amiga, para se deitar. Ela dormiu sem sonhar até a manhã seguinte.
    De manhã as duas conversaram, Anne era uma simpática ex-colega que abandou a escola de Arte para se dedicar à causas ambientais em países do terceiro mundo. Evelyn tinha simpatia por ela e mesmo durante a faculdade a considerava a menos fútil de suas colegas. Nunca foram amigas íntimas, mas mantinham contato esporádico desde então.
    Já de volta à Caracas, ela viu sua primeira visão se realizar. Minutos após entrar no quarto o mensageiro do hotel bateu à porta, ele estava sorridente com uma bandeija, um envelope e uma rosa.
    Depois de agradecer ao rapaz, Evelyn sentou-se cuidadosamente na poltrona e leu:
    “Espero por você. Juan”
    Junto com o bilhete, uma passagem aérea e uma reserva de hotel.
    Três dias depois Evelyn deu entrada no hotel em Cancún.