Categoria: Histórias

Nesta seção você encontra historias, contos e relatos relacionados ao mundo real e sobrenatural. Verifique a indicação de faixa etária no início de cada texto.

  • Sem Respostas

    Sem Respostas

    Enviado pelo Victor Salvatore.

    Sem Respostas

    A lua se levanta e a noite chega com um frio que corrompe todo o meu ser, olho para o céu não vejo nada além de estrelas.
    E me Pergunto:
    Por Que, estou sentindo essa dor tão grande dentro do meu peito?
    Por Que, estou sofrendo tanto por você?
    Por Que, não consigo parar de pensar em você?
    Por Que, Por Que eu te amo tanto assim?
    E continuo a me perguntar:
    Será que algum dia seguirei em frente?
    Será que algum dia amarei alguém como eu te amei?
    As respostas para essas perguntas não sei, mas só espero que esse dia chegue logo pois não consigo mais sentir essa dor insuportável dentro de mim e só quero que você também saiba que eu sempre te amarei como eu jamais amei outra pessoa em toda minha vida “Então Te Amo”.

  • E o tiro saiu pela culatra

    E o tiro saiu pela culatra

    Juan recebeu o envelope e ficou por algums minutos olhando e relendo a sentença. Era difícil dizer o que passava pela cabeça dele naquela hora.
    Quando finalmente se convenceu que havia entendido corretamente já na primeira vez que leu, e que, significava exatamente o que ele estava pensando, Juan terminou em um gole sua margarita e seguiu até o quarto que havia reservado para Evelyn. Bateu à porta e esperou.
    Nada.
    Mais uma vez.
    Nada.
    Encostou um dos ouvidos na porta para tentar ouvir algum ruído, mas uma vez, nada.

    Ele ligou de um telefone que ficava no andar, mas na área restrira aos funcionários para a recepção e perguntou se ela havia feito check – out. A recepcionista negou, mas afirmou que as chaves haviam sido entregues ali pelo atendente do bar, que relatou apenas que ela as esquecera lá, depois de ser avisada que sua mesa já estava pronta. Juan voltou ao bar e perguntou ao bartender quem a havia avisado da mesa, ele apontou um dos carregadores de mala.
    Juan sabia que ela tinha partido, mas não queira acreditar. Indagando o carregador, a única coisa que ele descobriu foi que a recepcionista pedira para avisar a senhora no bar que a mesa dela estava pronta. Desconfiado da veracidade da história, Juan checou as reservas de mesas dos outros restaurantes do hotel e descobriu que havia uma reserva no número do quarto de Evelyn no restaurante italiano. Sorrindo e esperançoso que ela apenas estava lhe pregando uma peça, Juan foi checar.

    No restaurante a mesa estava vazia. Nada. Nem Evelyn, nem um recado sequer.

    Na noite seguinte Juan pediu a chave mestre na recepção e foi verificar o quarto. Ele já tinha pedido à recepção que lhe avisasse caso Evelyn voltasse ao hotel, mas como até ali não houve resposta, achou que seria interessante ver se o quarto estava mesmo vazio.
    Não o surpreendeu muito o fato de o aposento estar intacto. A cama estava arrumada, o banheiro também. Nem a toalha de mão havia sido removida. Tudo lá, esperando o próximo hospede.
    De volta a recepção, Juan liberou o quarto para reservas e saiu. Voltou ao hotel apenas ao amanhecer, completamente embriagado.
    Ele dormiu o dia inteiro, quando saiu do quarto novamente já era noite. Depois de jantar Juan acessou da sala da gerência os dados dos hóspedes em busca das informações de Evelyn. Sabia que ela seria obrigada a deixar o telefone e um endereço como referência na hora do check – in, além do nome completo, coisa que “Don” Juan, não se preocupara em descobrir anteriormente.
    Como ele imaginava lá estavam os dados. Sem pensar duas vezes discou o número que Evelyn fornecera e ouviu tocar do outro lado. O número tinha o código de Paris, o que conferia com o endereço que também era na cidade luz.
    Juan tentou três vezes, mas em nenhuma delas houve resposta, nem uma secretária eletrônica. Imaginou que ela não deveria atenter à telefonemas no meio da madruga e resolveu esperar pelo próximo dia.
    Antes mesmo de descer para tomar café Juan já havia tentado entrar em contato com Evelyn umas quatro vezes. Nehuma delas alguém atendeu ao telefone.
    Já desesperado, ele ligou para a agência de viagens do hotel e pediu passagens para Paris, naquela noite.

    Em Paris, Juan antes de deixar as coisas no hotel pediu ao motorista do táxi que o levasse ao endereço que Evelyn deixou. Estranhamente o homem se negou e disse que nem ele deveria andar por aquela área. O francês de Juan é extremamente rudimentar e o inglês tem um sotaque muito forte, o que dificultou muito entender porque o motorista não o levaria lá. O homem árabe, não entendia uma palavra em espanhol.
    Depois de algum tempo tentando se comunicar com o motorista do táxi, Juan desistiu em deixou que ele o levasse para o hotel.
    Ele tentou com alguns motoristas de táxi chegar ao endereço, mas todos se recusavam a dirigir naquela àrea. Perguntou no hotel e tudo que ouvia era: “O senhor não deveria ir lá”.
    Sentado em um café numa ruela perto do centro da cidade, Juan estava a ponto de desistir, pediu a conta, mas se enrolou um pouco para isso e acabou falando claramente em espanhol, a garçonete não entendeu o que ele disse, mas um homem na mesa ao lado repetiu em francês o pedido dele. Em seguida se apresentou.
    Miguel era um comerciante espanhol que visitava Paris com frequência. Ele tinha amigos e negócios por lá.
    Os dois homens conversaram um pouco até que Juan disse o que estava fazendo lá. Explicou tudo que acontecera até ali em Paris, não deu uma palavra em relação aos dias e ao abandono em Cancún, apenas deixou claro que estava extremamente interessado em encontrar aquela misteriosa e maravilhosa mulher outra vez. Miguel pediu para ver o endereço e assim que colocou os olhos na anotação, as feições dele mudaram.
    “- Você tem certeza que anotou corretamente o bairro?” Perguntou.
    “Tenho sim” respondeu Juan sem hesitar.
    O espanhol explico à Juan que ninguém queria levá-lo lá por que é a área mais perigosa da cidade.
    “O bairro é praticamente murado, ninguém entra ninguém sai sem ser um morador ou ter autorização da polícia.” Disse Miguel.
    Juan se espantou e imaginou que então Evelyn tivesse anotado o endereço errado ou na recepção alguém deve ter cometido algum erro na hora de fazer o cadastro dela no computador. Os dois homens se despediram e trocaram contatos, Miguel prometeu à Juan que ele poderia lhe telefonar depois de confirmar o endereço.

  • A primeira vez de Sophia

    A primeira vez de Sophia

    Dando continuidade a história de Sophia enviada pelo Christian…

    A primeira vez de Sophia

    Christian entrou silenciosamente na suíte onde estava Sophia. Sentou na lateral da cama e ficou por um tempo olhando-a dormir pacificamente. Ela respirou profundamente e abriu os olhos, inclinando a cabeça em sua direção. Mesmo sem falar nada, estava claro que haviam muitas perguntas a serem feitas e Christian estava aguardando pacientemente para dar as respostas.
    Sophia ergueu o corpo apoiando-se nos cotovelos e depois ajeitou os grandes travesseiros de pluma e recostou-se. Seu rosto estava sereno, mas interiormente lutava para manter-se calma.
    – Se eu não estava tendo um pesadelo, você realmente me disse que me transformou em uma vampira? – Disse isso como se perguntasse como estava o tempo lá fora, mas evitou olhar para ele.
    – É isso… – Christian tentava ser natural, mas a tensão presente era densa. – Eu sou um vampiro e escolhi você por motivos pessoais, que vou explicar. Mas antes preciso saber como você está se sentindo, Sophia.
    Ela pensou por um momento antes de responder. Uma parte dela estava atemorizada, não encontrava explicação para tudo aquilo. Outra parte encarava aquela situação insólita com naturalidade.
    – Então é verdade? Quero dizer, nunca imaginei que vampiros existissem mesmo…
    – Existimos, sim, mas fazemos o possível para manter a discrição. Não seria bom que soubessem de nossa presença entre as pessoas comuns.
    – Em nenhum momento você pensou que eu poderia não querer ser uma vampira?
    – Claro que sim! Mas isso não é uma coisa que se proponha a alguém. – com um sorriso divertido ele voltou para perto dela e tocou-lhe o braço. – Você me acharia louco ou pior… Chamaria a polícia, talvez. – O toque dele a fazia estremecer levemente, mas se afastou um passo.
    – Pode ser… Mas e se eu não quiser, o que acontece?
    – Bem, o que está feito, está feito. – seu rosto ficou sério – Não é possível voltar atrás, Sophia. Eu não posso matá-la, não seria capaz disso agora.
    – Pelo que sei, você já me matou! – Sophia começou a chorar, as lágrimas escorriam lentamente de seus olhos, mas manteve o olhar firme em Christian. “Eu estou te dando uma chance de alcançar tudo o que sempre sonhou.”, foi a resposta dele, com o olhar preocupado. Tentou pegá-la pelos braços mas ela se esquivou.
    Christian sabia dessa possibilidade, claro. Mas contava que Sophia ficasse fascinada pela vida que ele lhe ofereceria, a casa, a riqueza, o fim dos problemas dela e da prostituição, que era apenas um caminho do ponto de vista dela. Ele sabia que no fundo ela desejava estabilidade, uma vida sem sustos ou privações. Ela economizava boa parte do dinheiro obtido nas ruas para comprar um apartamento e estudar. Queria sair daquela vida.
    Tudo isso ele lhe oferecia, em troca de companhia, apenas. Não esperava que ela o amasse logo de início, mas tinha uma eternidade para compartilhar com ela e o tempo não era nada para ele, enfim. Bastava apenas esperar, então…
    Sophia deixou o choro consumi-la até se esgotarem as lágrimas. “Isto só pode ser um pesadelo!…”, pensava. Quando se acalmou um pouco, sentou-se nas almofadas e abraçou as pernas, como se um monstro estivesse prestes a devorá-la e a cabeceira da cama fosse o único canto seguro, que ele não alcançasse. Sua vida estava de ponta cabeça… Vida? Uma parte dela sabia, lá no fundo, que tudo aquilo era real. Então ela estava tecnicamente morta…
    Sophia perguntou:
    – Você realmente não se importa com o que está acontecendo comigo, não é mesmo?
    – Me importo mais do que imagina… Mas agora é irreversível a situação, e olhe bem para você… Está maravilhosa!…
    – Mas não quero ser uma vampira! Como faço para acabar com isso?
    Christian olhou para ela com uma expressão triste. Falou devagar e serenamente:
    – Eu realmente não queria, não imaginei que fosse ser assim. – passou a mão pelos cabelos dela, que dessa vez não recuou – Sophia, eu também passei por isso, esse conflito. Eu também fui transformado no que sou contra minha vontade mortal, mas acabei aceitando isso como um desígnio do destino. Se quer mesmo saber como acabar com isso vou lhe dizer, mas um mundo de novas possibilidades está na sua frente agora, e só você poderá tomar essa decisão…
    – Possibilidades!… Viver matando pessoas? Não era isso que eu…
    – Não precisam ser inocentes, Sophia!… Há muitos humanos que merecem esse destino. E por mais absurdo que pareça agora para você, acabamos fazendo o bem quando eliminamos essa escória!
    Sophia olhou dentro dos olhos de Christian e percebeu sua angústia. Sentia-se atraída por ele, mas não queria compartilhar sua tragédia. – Você fez isso comigo, Christian!… Faça acabar! – quase sussurrou as últimas palavras, seu rosto praticamente encostando no dele.
    – Eu já disse que não conseguiria fazer isso! Se você quer, vá para o sol amanhã cedo, pule numa fogueira… É só assim que um vampiro pode se suicidar. – Os olhos de Christian estavam marejados, ele tremia. Sophia ficou horrorizada com aquilo, também não seria capaz de se matar! – Não me peça para te matar, Sophia. Garanto que não conseguiria. Me perdoe por ter te trazido para este mundo e dê uma chance ao seu novo destino…
    A fome tornava-se insuportável para ela, deixando-a enfraquecida. Apoiou-se no tampo da penteadeira e afastou-se de Christian.
    – Saia agora, por favor. Quero ficar só. – Não conseguia olhar para ele.
    – Você precisa se alimentar. Vou… – Christian não pode terminar a frase. Sophia, num novo acesso de raiva, atirou-lhe um dos vidros de perfume.
    – NÃO VOU MATAR NINGUÉM!!! VAI EMBORA!!! – num movimento rápido ela se jogou na cama.
    Christian saiu do quarto e trancou-se no escritório, tentando coordenar as idéias. De lá pôde ouvir a fúria de Sophia, que deve ter quebrado tudo o que havia sobre a penteadeira.
    Quando tudo silenciou ele voltou à suíte de Sophia. Lá, ao abrir a porta, deparou-se com um cenário de guerra. A penteadeira estava virada, o espelho estilhaçado e a moldura inutilizada. As gavetas caíram no chão espalhando todo o conteúdo, onde já estavam as jóias e os cacos de alguns dos vidros de perfume. Perto do canto do quarto a cabeça do bibelô que enfeitava a penteadeira jazia lascada. O ar recendia à mistura das fragrâncias que ensopavam o tapete. Sophia estava deitada em meio aquilo tudo, uma mancha escura de sangue coagulado sob os braços estendidos à frente do corpo, uma das mãos agarrando ainda o outro braço. – “Louca! Ela cortou os pulsos!” – pensou Christian. Abaixou-se e verificou que ela respirava, ainda que irregularmente. Devagar, ela virou o rosto em sua direção. – N-não… não é o que você está pensando…
    – Fique calma, vou te ajudar. – facilmente ele a pegou e colocou sobre a cama. Realmente ela não tentara se matar. Quando derrubou a penteadeira um dos estilhaços do espelho cravou-se em seu braço, por azar rompendo uma artéria. A perda de sangue não foi tão grande assim, mas para uma vampira faminta era demais. Sophia parecia doente. Christian sabia que ela precisava se alimentar, e falou categórico:
    – Vou conseguir alguém para você se alimentar já. – Ela apenas meneou a cabeça e sussurrou um “não” quase inaudível.
    – Você não entende, não é! – Christian exasperava-se com a teimosia dela. – A falta de sangue não vai te matar, Sophia! Você vai definhar lentamente, perder o viço e sofrer, mas não morrerá! – ela continuava se recusando.
    Durante várias noites Christian tentou dissuadi-la inutilmente. Era um milagre que continuasse viva, pois a abstinência já durava muito tempo e seus sinais eram nítidos. O rosto antes belo ficara encovado, a pele enrugada e os membros secaram a olhos vistos. Parecia que envelhecera décadas, e apenas sua convicção parecia inquebrantável. Christian suplicou, argumentou, vociferou e por fim desistiu.

    Christian saiu para caçar e trouxe consigo um homem muito musculoso e alto, de péssima aparência. Seria o jantar daquela noite. Christian levou o “pacote” até a suíte de Sophia e espantou-se. Evitava vê-la há dias, e sua aparência estava deplorável. Nada sobrara das formas voluptuosas da jovem e o que via parecia uma múmia! A expressão cadavérica de seu rosto fitando-o deixou-o chocado, o que não passou despercebido por Sophia. Ela mantinha-se apoiada no parapeito da janela com dificuldade, e ao vê-lo deu um sorriso de escárnio.
    – Não te agrada o resultado de sua obra? A mim também não…
    – N-Não é isso, Sophia!… É que… – Ela não deixou que terminasse.
    – Eu não demoro a morrer, agora. Sinto isso.
    – Desculpe. Não queria que você sofresse… – lágrimas de sangue começaram a brotar nos olhos de Christian. – E não quero que morra!
    – Sei que está sendo sincero… Mas não tem outro jeito, Christian.
    Christian mantinha seus olhos pregados nela, com medo de que subisse no parapeito da janela e se atirasse no pátio, mesmo não tendo certeza de que isso a mataria. A cena, insólita, carregava de tensão aos dois. Os olhos de Sophia, afundados nas órbitas, também começaram a verter um filete de sangue que riscava seu rosto pálido. Seu corpo tremia com o esforço que fazia para manter-se de pé. Repentinamente, seus olhos se arregalaram e ela esboçou um grito, abafado pelo som de tiros.
    Foi rápido. Num instante aquele brutamontes abateu Christian pelas costas, que não teve tempo de reagir. O homem olhou horrorizado para ela por alguns segundos. Foi o suficiente para que Sophia tomasse uma atitude guiada pelo instinto. Saltou do outro lado do quarto como uma gata, num movimento impensável para qualquer ser humano. Fora de si, cravou os dentes no pescoço do homem que cambaleou com o impacto e desequilibrou-se, caindo com um estrondo no corredor. Fragilizado de medo por aquela visão, ele inutilmente tentou desvencilhar-se de Sophia, mas já era tarde. Enlaçada com os braços e as pernas em seu tronco, ela sugou vorazmente o sangue do infeliz, cada gole fortalecendo seu corpo combalido e aquecendo-a. Ah, o sangue! Sophia nunca pensara que aquela fome dolorosa que sentia por dentro e que crescia a cada dia pudesse ser saciada tão rapidamente, tão deliciosamente… Agora o sangue parecia incendiar cada célula do seu corpo, com uma volúpia incomparável. O homem já ficara inconsciente e não se debatia mais. Mesmo assim Sophia cravava suas unhas como punhais em suas costas, os dentes mergulhados em seu pescoço robusto e compacto, onde a carótida parecia saltar sobre a musculatura. Ela era um animal devorando a presa, desfrutando sua conquista. Naquele momento ela sucumbiu finalmente à sedução do sangue, entendendo que seu caminho não tinha mais volta. Os últimos resquícios da jovem Mariana deixaram de existir ali. Aquele momento foi único. Mariana morria para dar lugar a Sophia, a vampira.

  • As catacumbas e o sono do meu mestre

    As catacumbas e o sono do meu mestre

    Quando fazemos parte de um clã, que na verdade é um grande grupo de amigos que compartilham os mesmo objetivos e pensamentos, algumas atividades como as que tenho feito nas últimas semanas são importantes. Promovi a limpeza, manutenção de algumas fechaduras e toda uma revisão no sistema de segurança das catacumbas que guardam os corpos inertes dos que estão dormindo.

    Sim caros humanos os vampiros possuem locais para proteção de seus corpos enquanto dormem. Por que os vampiros dormem e como funciona o ritual para que isto ocorra, eu já expliquei em outro momento e hoje quero falar um pouco mais da minha relação com meu mestre e sobre seus princípios.

    Confesso que se não fosse o poder de aproximação exercido por meu mestre no momento em que me encontrou eu não daria nada por ele. Pouco mais de 1,65 de altura, franzino e com uma longa e farta barba escura que divergia muito dos seus poucos cabelos grisalhos. O velho Barão, ou “tio” como gosto de lhe chamar, apesar de sua aparência comum e nada especial, é um dos vampiros mais poderosos que conheço.

    Georg Heindrich von Wulffdert é um nome temido entre os seres sobrenaturais, seus muitos séculos de vida e todas as suas muitas aventuras, são superados somente pelo seu espirito de liderança e por suas ideias atemporais.

    Meu tio, sempre me inspirou, ensinou quase tudo que sei e que de acordo com ele me deu a dádiva da vida eterna. Nossa relação foi de imediato um pouco instável e mal compreendida por mim, mas como vocês verão no livro eu acredito ter herdado de seus pensamentos mais intensos tudo o que faço hoje em dia.

    Foi do Barão que surgiu a ideia de mostrar ao mundo a vida dos vampiros, ou como preferimos chamar “Wampir”. Por isso o nome deste site e por isso tudo o que compartilho com todos vocês que por muitas vezes duvidam de nossa existência.

    Georg deixou a mim, sua cria mais nova e herdeiro de seu sangue verdadeiro, o trabalho de proteger tudo enquanto ele hiberna. Quando fui reanimado as pressas por ele em 2005 antes de completar os meus 50 anos de sossego deste mundo ele me disse: “Ferdinand, tu és novo e garanto que este tempo que ficastes dormindo já te foi o suficiente. Vá e leve consigo tudo o que te ensinei. Eu não posso mais suportar e se não descansar por muito tempo meu demônio se libertará por completo.”

    Foi muito triste ver o aquele pobre homem sendo possuído pelo demônio, tendo de ser acorrentado e contido com magia pesada…

    Independente de todo este momento ruim que passei logo que fui reanimado eu tenho seguido na risca os pedidos do barão. Por isso caro mancebo que me lê neste momento, que eu faço o que faço e por isso que estamos aqui compartilhando quase tudo o que fazemos com vocês. Realmente acreditamos que podemos viver em paz entre todos e em breve a velha cúpula cairá!

    Avante guerreiros, avante irmãos, avante Wampir!

  • A história de Sophia

    A história de Sophia

    Alguns dias atrás tive o prazer de ser agraciado por e-mail com a detalhadíssima história de Sophia.
    Ela foi enviada pelo Christian, que é leitor aqui do blog e que em breve deve se apresentar a todos.
    Espero que gostem de seus escritos tanto quanto eu gostei.

    SOPHIA

    Mariana olhava-se no grande espelho do quarto, inspecionando a imagem: sandálias plataforma, cor de ouro velho. As unhas dos pés e das mãos impecavelmente bem acabadas, num tom quase negro. As longas e bem torneadas pernas (seu orgulho, e maior arma de sedução) com o tom obtido em algumas seções de bronzeamento artificial dispensavam meia-calça. O brilho da saia feita a partir de um vestido azul de festa, de paetês, e da blusa frente-única dourada de tecido semelhante, davam a impressão de que estava coberta de jóias. Mas ela ainda não estava satisfeita. Revirou as coisas que guardava na gaveta do criado-mudo procurando algo que servisse como complemento. Era o que faltava, uma singela gargantilha com pingente de strass para completar o brilho.
    Nova inspeção no espelho. Os olhos de safira aprovavam o resultado agora. Como sempre, um retoque no batom, uma mexida nos longos cabelos anelados, castanhos, e estava pronta para sair. A partir desse momento não atendia mais pelo nome de batismo: Mariana Silveira. Tornara-se Sophia, assim mesmo, com “ph” que ela fazia questão de frisar, nome emprestado de um livro que lera pouco tempo antes de optar pela mais antiga das profissões. Na verdade, poucas pessoas sabiam seu verdadeiro nome. Mariana só existia ainda para os tios que a criaram e viviam no interior de Mato Grosso, com quem se correspondia muito raramente, sendo para ela própria hoje quase uma estranha. Uma vez até lhes enviara um cartão postal de Bariloche, onde havia estado a serviço, assinado com o nome Sophia. Depois explicara dizendo ter sido brincadeira.

    O trabalho nas noites de São Paulo rendia até bem, mas necessitava de investimento constante. Roupas, maquiagem, bons perfumes, dentista, salão… Tudo para manter a qualidade do produto, pois os clientes exigentes é que pagavam mais, e ofereciam quase sempre melhores condições de trabalho. Além disso, a concorrência era acirrada. Comentava sempre que uma vez um sujeito havia dito que elas poderiam dar aula de marketing, tal a dedicação que tinham em agradar sua clientela, tudo fazendo para satisfazer – “Encantar o cliente é uma arte que vocês, meninas, dominam como ninguém!”.

    No percurso de ônibus entre o pequeno apartamento e o centro da cidade, como sempre ela divagava. Que teria acontecido se não tivesse saído do Mato Grosso? Ou se tivesse realmente estudado, como dizia aos tios. Ou ainda, se tivesse forçado o Toninho, filho do fazendeiro dono de todas as terras que ela conhecia na época, a aceitar o filho que fizeram nas cocheiras, ao invés de ceder ao velho pai dele quando pediu para tirar? Tantos caminhos diferentes… Mas a realidade veio acordá-la na voz de um gordo bigodudo e suado: “Aí, boneca. Cê trabalha aqui perto, né? Vai descer logo? Se tiver precisando de companhia, e não cobrar caro…”.
    – Vê se te enxerga que não sou pro seu bico, bujão! – E já foi se levantando e tocando o sinal para descer. A noite ia ser longa ainda…

    Após descer do ônibus, sob os palavrões do gordo e dos gestos obscenos que ele fez pela janela, que ela viu mas fez questão de ignorar, pegou na bolsa um Hall´s de cereja e seguiu altiva pela calçada em direção ao seu ponto, perto do Palace Hotel. As sandálias faziam um ruído característico e ritmado ao baterem no cimento da calçada, mas ainda estava cedo e com o movimento das ruas, o som era quase imperceptível. São Paulo sempre foi impressionante para Sophia, mesmo agora, após cinco anos de sua chegada. Ficava fascinada pelas luzes dos prédios, os néons, o fluir dos carros e a fauna noturna da metrópole. Pena que a poluição fosse indissociável do cenário… O centro, mais precisamente perto do Teatro Municipal, da rua Sete de Abril ou próximo ao Viaduto do Chá, parecia evocar Nova York. Ela nunca havia estado lá, mas tinha visto algumas fotos em revistas e algumas imagens na televisão, e sempre achava semelhante o cenário.
    Um carro importado, de um azul metálico bem escuro, passou por ela e estacionou um pouco à frente. O vidro da janela do passageiro desceu suavemente. Ao se aproximar ela olhou de soslaio para o motorista. Um sinal discreto da mão foi suficiente para que se aproximasse.
    -Oi! Sozinho ainda? – Ela colocara estudadamente as mãos na janela do carro e se inclinara para falar com o homem. Sabia que a blusa descia formando um arco invertido que permitia um rápido vislumbre dos seios, bem proporcionados e sem marca de biquíni. Isso sempre encorajava os clientes. Esse não foi diferente, seus olhos foram imediatamente magnetizados pelo decote generoso.
    – Por enquanto. E você? – A voz bem modulada e grave a agradou.
    – Por enquanto também. Podíamos resolver isso fácil, fácil… – disse Sophia, mostrando um sorriso treinado mas não menos encantador. – Meu nome é Sophia, gatinho.
    – Prazer. Christian. Quer beber algo, Sophia?
    – Pode ser… E depois?
    – Ainda é cedo. Depois veremos. Entre.
    A trava emitiu um clique e se elevou, permitindo que a garota abrisse a porta e se acomodasse ao lado do motorista, num banco de couro suave ao toque e envolvente. – “Hoje me dei bem! O cara além de bonito é grã-fino… Isso é que é carro!” – Dentro do carro pode observar melhor seu cliente. Apesar do português perfeito, ele não parecia nem um pouco ser daqui. O cabelo suavemente anelado caía em mechas castanhas emoldurando um rosto anguloso e viril. Se fosse mais novo, Sophia poderia jurar que era modelo. Christian usava um terno escuro, talvez grafite, bem talhado. Roupa de alfaiataria, certamente. A camisa em tom de casca de ovo, com costuras verticais, tirava um pouco a sobriedade da roupa, que nem era tanta, pois não incluía gravata. A conclusão de Sophia: Executivo jovem, (muito) bem sucedido e de bom gosto para carros, roupas e mulheres, claro… E que não gostava de praia.
    – Aonde vamos, Christian? Conheço alguns barzinhos e restaurantes bem perto daqui que…
    – Não são ambientes que eu goste. – interrompeu Christian – Se não se importar, minha casa não fica longe e com certeza vai ser bem mais agradável. Que acha?
    – Bom… Aí fica mais caro, sabe como é… Pode rolar a noite toda…
    – Não se preocupe com isso. Você será muito bem paga pelos seus serviços, garanto.
    – Isso não inclui amigos não, né? – Sophia passara por maus bocados uma vez, ao aceitar esse tipo de convite. Apesar do cachê, nada pequeno, a “festinha” durou até umas nove horas do dia seguinte e ela perdeu a conta dos homens pelos quais passou, de todas as formas possíveis… Fosse outro sujeito ela já estaria fora do carro, mas Christian olhava para ela bem nos olhos, e sem saber como, ela não se sentia capaz de reagir mais energicamente. Christian deu uma gostosa risada.
    – De jeito nenhum! Só nós dois! – ele disse, tão sinceramente que Sophia relaxou e aceitou. Christian então, com o consentimento dela, sinalizou e deu partida em direção aos Jardins, destino que Sophia considerou óbvio para um carro daqueles. – Pode aumentar o som, se quiser.
    – Assim tá bom… – Sophia deitou a cabeça no encosto do banco, passando um braço sobre o ombro e pensando que a noite poderia ser longa, mas parecia ter tudo para ser memorável…
    Christian estendeu a mão e tocou de leve sua coxa, causando uma sensação agradável. Ela inclinou a cabeça e ao olhar nos olhos dele, de um azul profundo, pareceu que tudo em volta escurecia, as luzes dos outros carros, dos bares, dos prédios. Tudo entrava em um torvelinho, como se um ralo gigante aspirasse a paisagem urbana. Apenas os olhos de Christian permaneciam em foco, com aquele azul intenso e magnético e o único som remanescente era a música dos Rolling Stones que ecoava nos alto-falantes do carro. Depois disso, Sophia apagou, como se estivesse drogada.

    O Jaguar XJ8 enveredava silencioso por uma estrada de cascalho ladeada por grandes pinheiros pouco espaçados, formando uma espécie de túnel muito escuro e lúgubre. Apenas o pequeno trecho iluminado pelos faróis deixava perceber o lugar. Sophia ressonava no banco do passageiro, com a cabeça voltada para o vidro e seus cabelos encobrindo parcialmente a face. As mãos bem feitas repousavam uma sobre a outra e esta sobre a coxa direita, para onde Christian suavemente as afastara assim que saíram da auto-estrada, em direção à região de chácaras particulares onde ele mantinha sua residência, num condomínio fechado de alto nível, cuja principal característica que o atraíra a comprar o imóvel foi a absoluta discrição oferecida pelo lugar. A maioria dos abastados proprietários utilizava as mansardas como residência de fim-de-semana, para aliviar a tensão constante de morar em um grande centro urbano, assim o condomínio geralmente vivia deserto à noite, tendo muito raramente uma festa particular em alguma das casas. O último portão dos poucos e distanciados existentes naquela alameda dava acesso a sua casa. Ao se aproximar, um sensor apropriado detectou a passagem do Jaguar pelos últimos quinze metros do grande muro antes do portão e acendeu as luzes externas da entrada e as que ladeavam a via de acesso às garagens. Instantes depois a trava eletrônica dos portões emitiu um clique e as duas pesadas folhas de ferro trabalhado em motivos florais moveram-se lentamente, mas no prazo suficiente para que o carro pudesse passar pela entrada sem precisar parar do lado externo nem um segundo. Após a passagem, outro sensor “avisava” ao sistema para inverter o movimento dos portões, para que fechassem e a trava fosse novamente acionada. Mais eficiente que uma equipe de seguranças e porteiros e depois de algum tempo em operação, também mais barato. No caso de Christian, que prezava sobretudo seu isolamento e mínimo contato com pessoas, o sistema de segurança especialmente projetado estendia-se por toda a área de circulação externa e também quase toda a parte interna da casa, uma pequena fortaleza de 320 m2 de área construída instalada em um desnível do terreno, com a forma aproximada de um “H”.
    Enquanto estacionava, Sophia despertou. Olhando em volta surpresa viu que entre os arcos de pedra da garagem encontravam-se mais dois carros certamente muito caros, o que revelava o poder aquisitivo do homem ao seu lado.
    – Já chegamos? – falou debilmente, ainda desorientada.
    – Sim. Creio que você estava muito cansada, pois adormeceu no carro. Achei melhor não incomodá-la. Vamos descer e te mostro a casa.
    Ao sair do carro, Sophia notou mesmo estando noite que era uma bela casa, olhando para o jardim coberto de arbustos e iluminado por postes baixos de ferro fundido. As sombras das árvores ao fundo não permitiam ver o muro, dando a impressão de que era ainda maior o terreno. Próximo da escada de pedra que desciam agora ouviu o som de água, parecendo que havia uma cascata nos fundos da casa. – “Isso é que é vida!” – pensou, sem saber que palavras usar para elogiar o pouco que vira do lugar.
    A escada terminava num pequeno hall também forrado de pedra e aberto para o fundo do terreno, de onde pôde distinguir mais silhuetas de pinheiros e o céu com poucas estrelas e uma lua em quarto crescente. Ao lado de vasos com pequenas palmeiras ficava a porta de entrada, em madeira rústica lavrada com ferragens um tanto desproporcionais. Ao passar pela porta, Sophia percebeu que a casa reservava ainda mais surpresas: Um amplo salão cujas luzes se acenderam ao entrar, pendentes de candelabros de ferro suspensos por correntes. Dois ambientes dividiam o espaço, ambos muito bem decorados. Um grande sofá modular permitia vista para três portas envidraçadas na parede esquerda, guarnecidas por pesadas cortinas. Parecia um cenário de cinema…
    – Fique à vontade, Sophia. Vou pegar uma bebida, tem alguma preferência? – Os modos aristocráticos de Christian a deixavam encabulada.
    – Não. Qualquer uma serve, desde que não seja forte.
    – Um vinho vai cair bem.
    Encantada pela gentileza de Christian e pela suntuosidade a sua volta, Sophia nem se preocupou com o fato de ter adormecido no carro, o que não era nada normal. Esforçava-se para ocultar seu deslumbramento, mas era difícil. Christian voltava do bar com duas taças de um vinho tinto, escuro. Estendeu uma em sua direção. – Vou te fazer um pedido. Espero que não estranhe, mas eu gostaria de te ver com uma outra roupa, mais adequada… Tudo bem?
    Uma mulher como Sophia já se acostumara aos fetiches dos clientes e isso era indiferente para ela. Apenas deu de ombros, concordando. Então Christian indicou-a um corredor. – Na terceira porta à direita há uma suíte. Tudo o que precisa está lá, e certamente vai servir em você. Eu fico aqui esperando, não demore muito… – Terminou a frase com um sugestivo sorriso.

    O corredor também se iluminava conforme Sophia avançava. Escutou o som sendo ligado na sala, música clássica suave. Christian com certeza seria um cliente exigente. A suíte tinha uma cama enorme de dossel. Sobre ela estava uma longa camisola negra e um penhoar de seda. Ao lado um estojo de veludo aberto, com uma gargantilha larga e brincos pingentes de pérola que deviam ser falsos, mas de muito bom gosto. Uma penteadeira trabalhada com um grande espelho oval ficava ao lado do toalete, repleta de borrifadores de aparência antiga. Sophia decidiu que era necessário um banho antes de se arrumar. “Encantar o cliente…” pensava enquanto despia a roupa sumária para encarnar a rainha que Christian esperava.

    O som do violino de Vanessa Mae enchia agora a grande sala da casa. Christian ficou satisfeito ao ouvir o característico chiado do chuveiro que vinha da ala dos quartos.

    Enquanto girava o vinho na taça de cristal tcheco ricamente trabalhada, Christian imaginava o que estava para acontecer naquele momento. Sua decisão fora tomada apesar dos riscos envolvidos, e agora não voltaria atrás. Há instantes o ruído do chuveiro cessara. Estava na hora de por seu plano em prática. Pousou a taça na pequena bandeja de prata Birmingham do século XIX que estava na mesa de centro e se dirigiu ao quarto.
    – Sophia? – disse suavemente acompanhando dois toques na porta. – Desculpe minha impaciência…
    – Só um minuto…
    “Tempo é o menor dos meus problemas, se ela soubesse…” – pensou ele enquanto aguardava. Instantes depois Sophia abria a porta da suíte. Christian ficou surpreso com o que viu: Ela parecia uma séductrice francesa que tivesse tomado vida e saído de uma tela impressionista. Christian tomou-lhe a mão e girou-a lentamente sobre si mesma. Ela, divertida com sua reação, ficou mais a vontade.
    – E então, aprovada?
    – Plenamente!… Venha comigo. – Christian enlaçou sua cintura e descobriu suas costas, deslizando o penhoar até os cotovelos de Sophia. Ela sentiu um arrepio com o toque frio da mão dele, mas não demonstrou.
    Ao voltarem para a sala, ele serviu outra taça de vinho a ela e abriu uma das portas do terraço. Chamou-a. A noite estava agradável e o terraço seria adequado às intenções dele. Abraçou Sophia por trás e beijou-lhe suavemente o ombro. Seu corpo parecia aquecer-se em contato com o dela, que emanava um requintado perfume, escolhido dentre os frascos da penteadeira.
    Aquele era enfim o território de Sophia, que estrategicamente deixou cair o penhoar, mostrando mais de sua pele sob o tecido fino da camisola. Christian afastou uma das alças, quase expondo um dos seios, que Sophia ofereceu aproximando-o da sua boca. Antes de beijá-la novamente, os olhos de Christian se ergueram e encontraram os dela, semicerrados mas em brasas, mostrando que não estava ali apenas como uma profissional. Nesse momento, com o olhar capturado pelo de Christian cujo azul intenso quase desaparecera pela dilatação das pupilas, um torpor inexplicável dominou-a. Sentia a boca de Christian deslizar lentamente sobre seu seio em direção ao pescoço, via-o, mas era como se estivesse desmaiada, o corpo completamente entregue nos braços fortes que a seguravam inclinada sobre a balaustrada do terraço. Parecia um sonho, no qual Christian a carregava de volta para dentro na direção da suíte. Não notou quando ele tirou dela a camisola, mas estava nua ao ser pousada sobre os cetins da cama de dossel. As luzes já estavam apagadas ou não? Era difícil lembrar…
    Na penumbra do quarto ela sentiu o toque firme de Christian sobre sua carne. As mãos contornaram sua cintura e seguiram em direção às axilas, de onde estenderam seus braços, como se fossem crucificá-la na cama. Sophia estava consciente de tudo mas não se movia por conta própria. Uma força arqueava de leve seu corpo, que embora sem reação, ansiava pelo que estava por vir. Então sentiu o corpo dele integrar-se ao seu finalmente, primeiro em movimentos suaves, que foram se intensificando até o mundo girar a volta dela. Quando Christian estava quase no clímax, ela percebeu uma fisgada no pescoço. Não era exatamente uma dor, mas sentia que algo estava preso nela. “Um dos ganchos da gargantilha deve ter se soltado e está machucando um pouco.” – pensou, mas não conseguia levar a mão até lá, nem pedir para Christian um momento. O corpo dele pesou de repente sobre ela, sem se mover por uns instantes. O incômodo no pescoço passou, mas ela sentia que um fogo a devorava por dentro.
    Christian mordeu de leve o próprio punho e apertou. Um filete de sangue escorreu de imediato e ele pôs o pulso nos lábios de Sophia, esfregando-os suavemente de forma erótica e tingindo-os, antes que o coração dela parasse. Ele podia ouvir o batimento ritmado e cada vez mais lento, mas que voltou a acelerar gradativamente enquanto o sangue de Christian fluía pela sua garganta.
    – Acabo de te dar um presente muito raro, garota… – sussurrou – Espero que goste.
    Sophia soltou um suspiro baixo e sua língua saboreou aquele sangue adocicado nos lábios. O mundo se acabava a sua volta, numa sucessão de imagens rápidas: uma lápide em um descampado… as ruas do centro à noite… cavalos correndo do fogo… tochas… sua imagem no espelho do pequeno quarto… uma jovem num amplo camisolão, coberto de sangue… imagens que se misturavam e se sobrepunham! Muitas outras, agora mais rápido, mais rápido, mais rápido… até não ser possível distingui-las mais…
    … Silêncio…
    Christian observava, fascinado. Nem o menor tremor nos músculos de Sophia. Estava morta, mas em breve voltaria.
    Levantou-se devagar sem tirar os olhos do belo corpo que jazia sobre o cetim negro da cama, os cabelos em desalinho emoldurando o rosto perfeito, sereno. Sereno também estava o rosto de Christian, agora saciado de sexo e de sangue fresco. O ferimento em seu punho já não existia, restando apenas duas pequenas cicatrizes que se apagavam pouco a pouco.

  • Poema: Marcas

    Poema: Marcas

    Mais um poema enviado pelo Victor Salvatore.
    Intenso ele me fez pensar na vida e no tempo. As vezes até tento imaginar como eu seria quando velho, mas volto a realidade quando vejo minha imagem refletida em algum lugar e esta eterna face de 20 e tantos anos…

    Marcas

    A olhar O Tempo Estás,
    Sobrevivendo Das Recordações
    Como Tudo Fosse Presente
    A Viver As Emoções
    Perdidas Na Saudade Distante
    Passageira Contempladora das desilusões.

    Os Olhos entristecidos vão encontrar
    Á frente o muro parado no tempo
    Massageando os brancos cabelos desarrumados,
    Da experiência que ninguém escuta
    Na rouca voz falando verdades,
    Delirando sabedoria.

    Nas aconchegantes tardes repousas
    O Cansaço da vida que ousa
    Pertubar-lhe o sono tranquilo
    Com marcas que marcaram o menino
    Que se fez velho
    Sem marcas deixadas no caminho.

  • Como a Evelyn conheceu a Beth

    Como a Evelyn conheceu a Beth

    Já consciente do poder sobre os homens e sem interesse algum de deixar pistas, Evelyn começou a criar um estranho interesse por plantas.
    Durante o primeiro verão fora do internato, ela foi à África do Sul conhecer um pouco mais sobre uso medicinal de ervas e plantas.
    Nos anos que seguiram ela continuou estudando o assunto. Durante o curso rápido em um instituto de Herbologia no leste Europeu ela conheceu Elizabeth.
    Em princípio bastante diferentes, as duas desenvolveram admiração mútua, conforme as conversas durante as caminhadas no jardim do instituto avançavam. Elas não estavam interessadas exatamente nas mesmas coisas, Elizabeth claramente possuía um conhecimento bem maior sobre os diferentes usos das plantas e Evelyn encantava-se ao ver como algumas coisas estranhamente belas aconteciam sem explicação na presença da outra mulher.
    De uma forma bastante geral, mulheres entediavam Evelyn. Roupas, cabelo, maquiagem e sociedade não estavam presentes nas conversas que a interessavam. Mas Elizabeth era diferente. Mesmo também interessada em todos os assuntos “de garota”, ela parecia saber um pouco a mais que as outras pessoas e aos poucos o conhecimento extra começou a interessar Evelyn.
    Pela primeira vez ela ouvia falar de bruxas. Já claro conhecia da literatura, mas por mais que desejasse obter o conhecimento sobre feitiços e poções que havia lido diversas vezes, não acreditava que fossem reais.
    Elizabeth mostrou à Evelyn coisas bastante simples. Uma delas uma poção do sono. A mistura era inodora e insípida, perfeita para misturar em bebidas. Além do mais se misturava rápido aos líquidos e podia ser feita com ingredientes encontrados com certa facilidade.
    Depois que Evelyn terminou sua primeira poção sugeriu a Elizabeth que fizessem um teste. Em uma festa no centro da cidade, Evelyn escolheu três pessoas de pesos e idades diferentes. Mesmo intrigada com a situação, Elizabeth deixou que a futura aprendiz fizesse seu experimento.
    A primeira pessoa era um homem gordo, que já havia passado dos 50 anos. Evelyn sentou-se no bar ao lado dele, que depois de observar a mulher dos pés a cabeça lhe ofereceu um drinque. Elizabeth observava de longe. O homem se insunuava o tempo todo e por várias vezes tentou tocar a perna de Evelyn. Ela não era de ser má com as pessoas apenas por ser, o homem poderia ter escapado do sonífero se tivesse sido um cavalheiro, mas como o comportamento rude a enfurecia, ela resolveu que escolhera a pessoa certa para o teste.
    Evelyn retirou da pequena bosla um vidrinho de perfume e começou a passar. Elizabeth entedeu, ainda de longe observando a cena, era o vidro que continha a poção. Enquanto Evelyn brincava com o vidro, alguém esbarrou nela e um pouco do “perfume” caiu no copo do homem, que não percebeu. Ele bebeu e continuou a insinuar-se. Logo depois pendeu sobre o balção e adormeceu.
    As outras duas pessoas, uma mulher jovem e fransina e um garotão saudável em torno dos 25 anos, não precisaram de muita aproximação, ambos, deixaram os copos no balcão ao lado das mulheres.
    O garotão já bêbado insinuava-se para qualquer ser vivo do sexo feminino que passava ao seu lado. Já a mulher foi escolhida porque naquele mesmo dia de tarde, Evelyn a viu maltratando um garçon em um café.
    Quando saíram da festa Elizabeth comentou qualquer coisa sobre as três vítimas terem se tornado “presas fáceis”, mas Evelyn não entendeu muito o comentário e também achou que seria indelicado perguntar.
    Elizabeth encantou-se com Evelyn por razões que podem parecer até frívolas. Apesar de ser tão bela e elegante quando a própria Evelyn, admirava nela a sua facilidade em participar dos eventos sociais, o seu conhecimento de arte, e o “poder de encantar as pessoas sem ter efetivemente nehum poder”.
    Chegava a hora de Evelyn retornar à Paris. Trocam endereços e telefones, Elizabeth, agora Beth, também deu algumas instruções em relação à livros que poderiam responder algumas questões sobre bruxaria.
    Sem saber, Evelyn acabara de conhecer sua mais forte aliada e fiel amiga.

  • Poema chamado: “Ví”

    Poema chamado: “Ví”

    Este poema foi enviado pela Fernanda.
    Quem a conhece certamente perceberá sua fonte de inspiração.
    Triste porém muito expressivo!

    Vi!
    Será que vi?
    Vi!

    “Bala” sem destino
    Encontrar um menino
    Doce criança?
    Pobre sem esperança?

    Sempre rodeada
    Por tanta criança só
    A angústia que na garganta
    Trava-se em nó.

    Crianças carentes!
    Crianças indolentes!
    Crianças indigentes!
    Minha gente!

    Escolhi ser gente
    Nesse mundo inconseqüente
    Trabalho matando gente
    Que fato incoerente

    Gente?
    De maldade inerente?
    De sociedade aparente?
    De amor ausente?

    Atirei!
    Matei?
    Que tristeza fiquei!

  • Será ela minha escrava de sangue?

    Será ela minha escrava de sangue?

    E la estava eu mais vez indo de encontro a aquela pobre alma. Já perdi a conta das vezes em que ela me doou seu sangue. Talvez ela ache que um dia a transformarei, mas será que ela não pensa em mais nada de útil para sua monótona vida?

    Alguns trocados por sangue e nos últimos tempos ela parece estar mais passiva diante de minhas investidas. Está certo que seu pescoço já está calejado em função das várias mordidas, mas será que o tempo pode mesmo deixa-la neste estado quando me vê? A que falta me faz meu mestre. Às vezes penso em romper seu sono, sinto falta de alguém mais experiente para resolver estas dúvidas simples que circundam minha cabeça.

    Parece que foi ontem que ele me disse: Ferdinand agora é por tua própria conta, hibernarei e anseio que te cuides. Aproveite esta liberdade e siga com os planejados até o meu retorno!

    É meus amigos os pensamentos vão longe no momento em que me alimento. Antigamente era uma estase inimaginável, hoje em dia eu apenas resolvo minha questão alimentar. Talvez seja por isso que eu procuro por sangue em locais de alta adrenalina, combatendo o crime ou lhe buscando nas veias dos pilantras e salafrários…

    Ontem foi assim, quem sabe nas próximas semanas eu esteja mais tranquilo para pensar nas minhas filosofias, livros e site.

  • Redenção

    Redenção

    Tendo em vista que na última semana vocês se empolgaram e me mandaram muitos textos eu vou fazer “hora extra” e publica-los o quanto antes.
    Este foi enviado pelo Chet e na minha opinião ficou muito bom, pois expressou com muitos detalhes a maneira superior de como agem os vampiros.
    Sabe aquela história do predador brincando com sua vítima antes do ato consumado? Esplendido ^^

    Redenção

    Em meio a noite de São Cristóvão, um padre Corria aflito em direção á catedral.Seus pés cansados mal pareciam tocar o chão,mas o velho homem corria com todas as suas forças.
    A Noite o cercava de maneira pavorosa, fazendo-o tremer da cabeça aos pés, o que fez com que o simples homem retornasse aos tempos de menino, ás suas mais dolorosas lembranças:
    Quando era Pequeno, o Padre Morava em um humilde vilarejo, perto da cidade de Digne, na França. Seus pais eram comerciantes, e ele tinha 3 irmãos, 2 meninas e 1 menino. A maioria morreu muito cedo, restando só uma menina, que passou o resto da vida ajudando o pai no comércio, e servindo-lhe de babá quando o mesmo perdeu a lucidez.
    O menino, que viria a ser padre,devia aprender desde cedo a ter uma vida religiosa e santa, sem privilégios, humilde, e acima de tudo, honesta. Quando caia em tentação , era castigado pelas mãos severas do pai, que mesmo tendo perdido a lucidez, não havia perdido a boa vontade de lhe dar umas boas surras.
    Certa Noite, uma das mais rigorosas noites de inverno, o padre, com 12 anos de idade, chegou em casa com um pedaço de pão dentro do casaco. Ao mostrar para a irmã, esta foi correndo contar ao pai, que foi atrás do menino,exigir explicações:
    -Posso Saber, Guliver, aonde tu arranjastes este pedaço de pão?
    O garoto permaneceu em silêncio.O pai, perdendo a paciência, gritou:
    -Fale!
    -Na igreja.-sussurrou o garoto, mal movendo os lábios.
    Pai e filho ficaram se olhando, até que o primeiro o pegou pelo braço e o levou até a igreja,para tirar satisfações.Ao baterem na porta,um monge a abriu rapidamente, olhando para Guliver, com lascívia nos olhos:
    -Pois então garoto,gostastes do pão que nós lhe demos?E viestes buscar mais ,espero…
    Suas palavras sumiram ao ver o pai atrás de Guliver, que ao olhar para o rosto do Jovem monge, já entendera tudo o que se passara.
    Ao voltarem para casa, Guliver já ia para o quarto quando o pai o puxou pelos cabelos em direção ao porão,aonde o trancou enquanto procurava alguma coisa na parte de cima da casa.Ao voltar,trazia um chicote com pontas de aço,bem conhecido para ambos os filhos,mas não muito esperado naquele momento:
    -Pai…
    -Tu cales a boca, que já fizestes o bastante.Se tens ainda algum pedaço de dignidade dentro de tí,eu espero que recebas o castigo sem que eu tenha de ouvir um gemido escapar de teus lábios…
    No dia seguinte,Guliver havia entrado na igreja, para seguir o sacerdócio, e seu pai havia se suicidado.
    -Pois bem,Senhor padre,Sua mente já voltou de suas memórias?-Perguntou uma voz ao longe, ao padre que ainda estava correndo em direção a catedral.O homem tropeçou e caiu,machucando ambos os joelhos.Trêmulo,pegou a cruz que jazia em seu pescoço e esticou-a em direção á escuridão,gritando:
    -Onde estás?Quem és tú?
    Um silêncio pior do que a morte se fez ouvir, e o padre se levantou,continuando a correr em direção á Igreja,que agora se mostrava á uns 15 metros de distância.
    Ao adentrá-la,o homem não pode conter um calafrio, ao se lembrar de todas as coisas que havia feito naquele lugar.Tentando reprimí-las,e acreditando que o que o havia seguido lá fora não poderia adentrar lá dentro,Guliver caminhou silenciosamente em direção á Santa,com um sorriso triste no rosto.Ajoelhando-se,começou a orar:
    -Ave maria Cheia de Graça…
    -Vais começar com essa hipocrisia novamente,padre?-Sussurrou a voz,em seu ouvido.
    Ao se virar, o padre esbarrou com um homem mais novo do que ele,vestido todo de preto.Sem pensar duas vezes,fez o sinal da cruz com os dedos,acreditando que alí na sua frente estivesse o próprio demônio.O homem,que na verdade era um vampiro, começou a rir,seu riso ecoando pela Catedral inteira.Guliver Tremeu:
    -Francamente Padre.Achei Que tú, já tivesses passado dessa fase, mas vejo que me enganei…pois bem,não me importo.Me digas uma coisa,padre.Como tú achavas que a morte se pareceria?
    Guliver começou a chorar.O vampiro,teatralmente solícito,sentou-se ao seu lado,dando tapinhas amigáveis em seu ombro:
    -Vamos lá,não chores.Não vais morrer antes de responder essa pergunta…Aproveites que sou um homem curioso.
    -Quem é você?-perguntou o padre,ainda chorando.
    -Eu?Oras,o que tem eu? O personagem principal nessa história és tú,não eu.Quem és tú,Guliver, esta é a pergunta.
    Os dois permaneceram em silencio, até que o padre perguntou,num sussurro:
    -Vais mesmo me matar?
    -Sim.-Respondeu o vampiro.
    -Agora?
    -Sim.
    -Dentro desta Santa Igreja?-perguntou o padre,horrorizado.
    -Lá vem a Hipocrisia de Novo…Não vejo problema nenhum com isso.-comentou o vampiro,dando de ombros.
    -Sabe,todas as noites eu penso nas coisas erradas que eu fiz na minha vida…-comentou o padre.
    -E?-perguntou o vampiro,se fingindo de desinteressado.
    -Descobri que só há uma delas da qual eu realmente me arrependo.
    -Hum…E qual delas seria?
    -A noite em que eu fiz sexo com todos aqueles monges,em troca daquele mísero pedaço de pão.-Respondeu o padre,olhando para o teto.
    -…
    -Graças a isso…-Continuou o Homem.-Graças a isso,meu pai se matou, acho eu que de desgosto.Eu não devia ter feito aquilo.
    -O que está feito está feito.-Comentou o vampiro,se levantando.-Depende de você ,decidir se ainda dá para concertar o erro,se ainda há redenção,cura e perdão nessas paredes encardidas que vocês tanto chamam de Santa Igreja,ou se tudo está perdido.
    O padre se levantou,Meio tonto.O vampiro se encaminhava para a saída da Igreja:
    -Você não ia me matar?-Perguntou o padre,confuso.
    O vampiro se vira,os olhos negros analisando a situação mais uma vez.Respira fundo,teatralmente.Dá de ombros:
    -Perdi a vontade.
    Em seguida ,caminha até o fim do campo de visão do padre,que mais confuso do que nunca,grita:
    -Espere!
    Uma voz ao longe,calma e distante,responde:
    -Sim padre?
    -O que você é?-Pergunta o padre,curioso.
    O vampiro rí,sua risada ecoando ao longe:
    -Boa Noite,Guliver.

  • Pavor, temor, terror, horror

    Pavor, temor, terror, horror

    Este texto foi enviado pea Rafizia e digo que me surpreendeu.
    Confesso que até procurei referências na internet para saber se era de algum autor conhecido, mas pelo visto foi nossa querida crítica que o fez.
    Na falta de um título eu gostei e adotei uma frase contida em uma das estrofes.

    Pavor, temor, terror, horror

    Retiraram-se de seu sono profundo
    Quem? Meus senhores das trevas
    Emergiram das águas sombrias de profundeza que refrescam o meu lado perverso
    Esforçam-se em cultivar minha parte pouco iluminada
    Tentam subjugar minha pureza remanescente
    Por um instante, exerço fé em sua força e permito que esta me domine
    E perco o controle

    Desejar: preciso de uma realização
    Anseio emudecer essas vozes que me deixam sem escolha
    Calar o que me incentiva a praticar ações que ultrapassam os limites da moralidade
    Ajoelhada, imploro pela piedade, pela misericórdia
    Entretanto, meu coração já não enxerga a beleza
    Deletou a compaixão de seu léxico há muito tempo

    Sensação: Enquanto me envolvem em seu aconchegante e maléfico leito?
    Um êxtase viciante, um prazer vivificante, reanimador, revigorante
    O delírio me possui e o cessar de uma vida me seduz
    Seus pedidos de socorro, todo o seu pranto, todo o seu choro
    Não me fazem recuar
    Incentivam-me a acabar logo com o seu sofrimento
    Que belos se tornam seus olhos com esse desespero tão transparente
    Pavor, temor, terror, horror
    Apenas me motivam a fazer o que você não quer

    Fim de Jogo: “Droga, ainda vou ter que limpar essa sujeira?”
    Digo chutando o corpo ausente de vida
    Acabo de concluir minha tarefa
    A sensação de êxtase passou tão depressa
    E eis que se torna um vício
    A minha derrocada , destruição e precipício
    Após cometer o pecado não posso fugir de meu erro
    Por mais incrível que pareça
    Preciso cometê-lo novamente
    Outra vez, de novo, meu subconsciente me suplica
    E o farei meu querido… de uma forma bem prazerosa
    Dum modo bem divertido, criativo e original

    Perdem as suas forças
    Quem? Meus senhores das trevas
    Retornam às suas masmorras
    Mergulham no calabouço e são acorrentados pela minha luz
    Sua sede foi saciada
    Sua vontade realizada
    Não mais me pertubarão
    Pelo menos… por esta noite

  • Amenize Minha Dor

    Amenize Minha Dor

    Dando continuidade aos posts enviado por vocês, hoje eu publico este texto feito pela Baronesa em 96.
    Baronesa concordo com você quando, tu comenta que na insônia a criatividade é ampliada. Com certeza boa parte deste primeiro livro que estou produzindo foi feita em momentos em que eu precisa de uma luz ou pelo menos tentar por as ideias no lugar.

    OBS: Uma noite dessas me perguntaram sobre este espaço de FanArt e de suas possibilidades. Pessoal aqui é com vocês, podem enviar fotos, música, vídeos, textos… Divirtam-se!

    **Amenize Minha Dor.**

    Amenize a minha dor
    Pois morro todos os dias
    E distribuo minha falsa alegria
    Por piedade e não por amor
    Faça-me esquecer todo o medo!
    Do saber do não saber da vida
    Se arrastando futilmente no cotidiano
    Vagando… Como uma alma perdida
    Abrace-me! Proteja-me! Querido estranho.
    Sei que observa as minhas lágrimas
    E enxerga a escuridão em meu coração
    Que anseia por algo que não compreende
    Mas sente…
    Fecho meus olhos, ouço sua voz distante…
    E agora o que virá?
    O que será?
    Hoje…sei que nunca mais serei como sou.