Categoria: Histórias

Nesta seção você encontra historias, contos e relatos relacionados ao mundo real e sobrenatural. Verifique a indicação de faixa etária no início de cada texto.

  • Torturas, sexo com vampiros. Pt3

    Torturas, sexo com vampiros. Pt3

    … até que alguém nos grita desesperado pelo rádio: – Abortar, rápido, rápido, rápido… E um clarão de fogo, seguido pelo barulho de disparos pôde ser ouvido ao longe. Provavelmente vindos de onde os policiais do apoio estavam…

    Como a ideia desta saga é enaltecer algumas formas de prazer vampirescas, principalmente as mais sádicas, vou resumir um pouco desta briga com eles.

    Pois bem, tendo em vista que eles conheciam o lugar melhor que nós a minha ideia inicial foi de reagrupar. No entanto, a comunicação por rádio havia sido interrompida e a única alternativa foi nos proteger. Tratei de eliminar o tal Paulo, o que até certo ponto foi fácil e principalmente depois que minhas .50 entraram em ação.

    Em seguida, tive de cuidar da vampira que já estava atracada no pescoço da policial. Esta foi bem mais difícil e entre alguns golpes acabei levando a pior. Inclusive levei uma facada próxima da barriga, o que prejudicou bastante a minha movimentação. Por sorte a policial, mesmo assustada e machucada, conseguiu alvejar dois ou três tiros na infeliz depois que recuperou uma de minhas pistolas.

    Barulhos de tiros por todos os lados, inclusive vindos de dentro da casa, mas rapidamente conseguimos nos proteger dentro da caminhonete. Onde fiquei por um tempo sentindo a dor da facada, até que minha regeneração resolvesse e abraçando a pobre garotinha chorosa ao meu lado. Pisando fundo a policial nos tirou de cena  e dirigiu para a base improvisada onde os outros policiais estavam. No entanto, para nosso azar todos estavam mortos ou extremamente feridos, incluindo meia dúzia de capangas do lugar

    Incentivei-a que ficasse pelo lugar junto da garota enquanto eu voltava para terminar o trabalho ao lado de meus irmãos, mas ela quis voltar junto. Nestes momentos você percebe o poder que o sangue vampírico exerce nos Ghouls, haja vista que provavelmente ela quis voltar para junto de Hector.

    Instantes depois voltamos à casa e um silêncio mórbido já tomava conta da redondeza. Ao som de grilos e cigarras eu olhei atentamente ao nosso redor, até que finalmente resolvi descer para verificar melhor. Caminhei, sendo seguido de perto pelas duas e era possível sentir a presença de ao menos um de meus irmãos. Conforme íamos em direção da porta a energia aumentava e quase que num susto surge Hector empunhando uma de suas famosas espadas de prata toda suja de sangue. Perguntei por Frederick e uma noticia ruim nos acometeu, ele havia sido muito ferido pelo tal vampiro do lugar. Todavia, o experiente  ex-pirata havia dado um jeito na situação e nosso irmão precisava apenas de descanso.

    Como era uma operação secreta tivemos de apagar dos registros os mortos e prisioneiros. Todos os policiais envolvidos eram Ghouls e as crianças foram levadas a abrigos de menores. Noites depois, seria iniciada naquela mesma casa uma espécie de vingança pessoal por parte de Frederick e Hector. Tendo por base o casal de vampiros pedófilos e outra vampira aparentemente aliada, que foi capturada ao fazer uma visitinha.

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  • Torturas, sexo com vampiros. Pt2

    Torturas, sexo com vampiros. Pt2

    Pensei comigo – Seria uma embosca, teriam percebido nossas operações e interceptaram algo pelas comunicações que fizemos on-line? Possuiriam eles o poder de perceber os sobrenaturais?  – Confesso que por alguns segundos antes de iniciarmos a comunicação, um pânico comedido tomou conta de mim, a ponto de quase falar a palavra combinada para abortar a operação.

    – Boa noite e antes de tudo peço que não se assustem com a quantidade de gente aqui hoje, faremos uma festinha mais tarde, fizeram boa viagem? Você é a Fátima que queria uma garotinha, não é mesmo? – Disse a vampira em tom mais baixo e que pareceu muito espontânea de inicio, beirando a tagarelice para falar a verdade.

    – Sim – Viemos atrás da garotinha, este é meu segurança Roberto – Apontando para mim com a cabeça.

    Por sorte a vampirinha me deu apenas um oi, diferente do vampiro, que estava à mesa junto de um cara e não tirou os olhos de mim. Os outros presentes praticamente não deram bola. Estavam conversando, alguns jogavam baralho em uma mesa, outros assistiam tv ou apenas comiam algo, talvez pizza.

    Os olhos atentos do vampiro seguiram cada um dos nossos passos até a saída por completo da sala. – Não gostei daquele cara, fica em cima Paulo – Informou minha audição aguçada. – Vai dar merda – Pensei  comigo, mesmo assim mantive o personagem e segui atentamente os passos da vampirinha.

    Ela não parou de falar até chegamos no porão e para que tenham ideia eu tive a impressão de ela falou a vida inteira em poucos segundos. Cousa que nem o pior tagarela dos geminianos teria feito. Percebi muitas câmeras por todos os lados e ao chegar ao porão outra surpresa. Um local grande, com ventilação artificial, vários beliches e muitas crianças… Provavelmente mais 20 até onde contei.

    Assim que comentei sobre a quantidade de crianças ouvi um “puta que pariu” pelo ponto de rádio e certamente os policiais que nos ouviam deviam estar afoitos para dar flagrante. Enquanto a tagarela nos falava do lugar e mostrava a tal virgem que queríamos comprar, percebi a chegada sorrateira do tal Paulo. Ele ficou na porta nos observando e ali mesmo no local começaram as negociações.

    – Havíamos acertado por 5 mil verdinhas não é mesmo? – Naquele instante percebi mais ainda como alguns seres não tem escrúpulos algum, afinal dentre tudo, nos pareceu que ela estava vendendo um saco de batatas premiadas.

    Pagamos a quantia que estava num pacote pardo em um dos meus bolsos e fomos levados para fora do lugar junto da garotinha. Operação 100%, tudo perfeito, o flagrante gravado em áudio, a saída tranquila do lugar…

    Até que alguém nos grita desesperado pelo ponto: – Abortar, rápido, rápido, rápido… E um clarão de fogo, seguido pelo barulho de disparos pode ser ouvido ao longe. Provavelmente vindos de onde os policiais do apoio estavam.

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  • Torturas, sexo com vampiros. Pt1

    Torturas, sexo com vampiros. Pt1

    Certamente há muitas diferenças entre os seres sobrenaturais e aqueles tidos apenas por humanos. No entanto, as diferenças se anulam quando os assuntos são relacionados ao instinto animalesco, primitivo e tudo o que se relaciona a formas de poder. Certamente, muitos de vocês já leram as histórias pervertidas contadas aqui, por meus amigos Doutor ou Frederick. Hoje retomarei estas histórias e explorarei com minhas palavras um daqueles momentos ocorridos com Frederick e repleto de detalhes picantes.

    Sexta passada uma leitora enviou um e-mail picante e me inspirou a contar tais “procedimentos” profanos. Importante: Caso tenha estômago fraco ou não goste dos temas: sexo, sangue, pedofilia e torturas, não recomendo ir além destas linhas, no qual falarei nos próximos 7 contos.

    Tudo começou em meados deste ano quando investigávamos uma rede de pedofilia envolvendo vampiros, humanos e Ghouls. Participaram desta operação alguns policiais, Frederick, Hector e eu. O lugar se perdeu em alguma casa de campo no interior do Brasil e atualmente o caso se encontra encerrado na policia federal.

    Noite de lua cheia, tudo muito claro e, portanto foi difícil fazer uma incursão surpresa ao local. Tivemos de nos adaptar e a melhor forma foi se passar por clientes do local, aliás, era extremamente fácil ter acesso ao mercado negro de crianças e adolescentes deles. Havia inclusive um grupo no falecido Orkut que promovia a pedofilia e o tal comercio de escravos sexuais.

    Uma policial mulher foi à escolhida para ser nossa chamariz e possível cliente para uma menina de 13 anos e dita virgem pelos mercadores. Nosso foco seria a aproximação e eventual captura das lideranças. Sabíamos apenas de duas pessoas, no qual havíamos trocado e-mails e ligações, no entanto eram mais que suficientes por inicio.

    Frederick e Hector fariam a aproximação pelos fundos do local, uma casa grande daquelas que certamente havia sido sede de alguma fazenda escravista no século passado. Eu faria suporte como segurança ou acompanhante da policial. A equipe com os outros policiais ficaria a espreita a distância e ouvindo tudo pelo rádio oculto na roupa da detetive.

    Passamos a porteira com a caminhonete alugada, nos dirigimos para a entrada, onde alguns seguranças faziam a ronda do lugar e até o momento nenhum vampiro ou quaisquer outros perigos maiores a nossa espreita. Logo na recepção fomos recebidos por uma garota jovem com pouco mais de 20 anos e estava na cara que ela era uma Ghoul. Pele pálida, emanando  uma energia fraca, mas vampiresca.

    Tentei por diversas vezes sinalizar isso a detetive, mas não tive oportunidade. A garota nos levou por diversos cômodos e corredores e à medida que passávamos os vários níveis surgia mais alguém a nos acompanhar. Por fim chegamos a uma sala de jantar onde fomos surpreendidos pela presença de um casal de vampiros e seus quase dez Ghouls.

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  • Vampiros e Lobisomens…

    Vampiros e Lobisomens…

    Confesso que ao me deparar pela primeira vez com um Wairwulff transformado eu me senti apavorado. Obviamente um ser com quase 2,5m de altura, forte, com feições animalescas e com cara de mal, não se vê a todo instante, não é mesmo?

    Dietrish surgiu num momento extremamente especial de minha vida. Logo após minha transformação Georg precisou cuidar de seus muitos negócios e me deixou aos cuidados deste seu amigo. Hoje pensando bem eu me arrependo por não ter aproveitado mais tudo o que aquele velho metamorfo podia ter me ensinado. Ao menos eu tenho plenas convicções de que ele deu o seu máximo e foi o melhor professor que eu podia ter tido.

    Sim, minhas eufóricas leitoras meu primeiro professor foi um lobisomem! Sei que no início de minhas postagens aqui no blog/site eu tive um período de revolta com relação aos peludos, mas tudo tem uma explicação. Quando voltei de meu sono, os pensamentos ainda estavam confusos. Imagine um sono de quase 50 anos, tive rever muitas cousas nos meus pensamentos nesse tempo todo.

    Enfim, este post é mais um daqueles artigos explicativos e com detalhes sobre este tipo de ser. Tais quais os vampiros, os lobisomens também possuem um origem que se perdeu no tempo e com a evolução. Ferdinand, onde surgiram os vampiros? Perguntam-me sempre os novatos e eu respondo: Caro mancebo tal quais os humanos nós também não termos certeza sobre a origem da vida ou da não vida. Há quem diga que forma os Deuses, há a ideia alienígena e há a ideia evolucionária. Existem muitas lendas relacionadas a história da origem da vida e isso, como vocês sabem, está em muitos livros encontrados ao redor do globo inteiro.

    Peludo, Wairwulff, Werewolf ou ainda Lobisomem são em sua essência humanos que possuem o dom da metamorfose ou transformação em humanoides. Antes de tudo eu preciso deixar algo claro sobre estes seres, as lendas atuais sempre comentam do homem-lobo, mas na verdade isso é apenas um grupo ou clã destes indivíduos.

    Dietrich Dimitri Hollstoff, por exemplo, depois de transformado virava uma espécie de pantera negra humanoide. Apesar de aterrorizante para os desavisados que o vissem de supetão, era um ser muito bonito. Por falar em aterrorizante, eu já comentei por aqui em outras ocasiões sobre a dieta dos peludos… Carne. É neste aspecto que os lobisomens deixam de ser “peludinhos fofinho” (sim, eu já ouvi esta expressão) e transformam-se em bestas pavorosas, afinal a carne predileta de sua dieta é a humana.

    A lenda mais interessante que já ouvi falar sobre os Wairwulff nos conta que eles foram criados para defender a mãe terra ou Gaia dos humanos, que tanto exploram e destroem as riquezas naturais do planeta. Porém, a Deusa não contava que a dieta de seus “queridinhos” seria modificada ao longo da evolução e o lado negro dos lupinos surgiu quando o primeiro experimentou carne humana fresca… Dizem que eles se viciaram a ponto de quase entrarem em extinção por conta disto.

    Outro ponto que acho interessante sobre os peludos é o fato de que eles possuem no geral uma ligação maior com os outros mundos, planos paralelos ou como queiram chamar. Quando escrevi a saga do Totem desaparecido, tentei transmitir um pouco desse mundo para vocês e é preciso deixar claro que somente alguns deles possuem esta ligação ou poder. Muitos outros são como nós e aprenderam a manipular os elementais ou o próprio corpo ao longo da evolução.

    Vampiros e Lobisomens são inimigos Ferdinand? Sim e não caro mancebo… É uma história longa e que teve inicio em outra lenda. Uma história que inclusive mistura os dois seres dando origem a uma linhagem especial, os chamados “sanguinis puri” ou  sangue puro. No qual Georg, Franz e eu somos representantes, por isso podemos nos metamorfosear similarmente aos Wairwulffs…

  • Como encontrar um vampiro

    Como encontrar um vampiro

    Certamente, “Como encontrar um vampiro?” é a pergunta que mais me fazem depois de “Como se transformar em vampiro?”. Isso é algo que para o meu entender não se explica e se encaixa no mesmo patamar daquela brincadeirinha “qual a cor do cavalo branco de Napoleão?”.

    Porém, como sou um vampiro legal e gosto de contar minhas andanças mundo a fora. Segue abaixo uma lembrança que tive esta noite que passou, sobre outra época, noutro continente, em outro mundo…

    Disseram-me que o gelo do inverno havia derretido quase que por completo e isso por si só me era um ótimo motivo para sair do castelo e dar uma volta pelo centro de Berlin. Sabe, esticar as pernas, sair da rotina para talvez conhecer gente nova. Nesta época ainda não possuíamos carros e as carruagens ou cavalos nos levavam de um lado para o outro. Desta forma levei algumas horas para fazer uns 50km até o centro de minha adorada Brandemburgo.

    Mandei o cocheiro me aguardar numa praça qualquer, peguei minha cartola, a bengala e segui a pé por entre as ruas ainda frias daquela noite. Passei por pubs animados pelos cânticos dos bêbados, por lugares sujos repletos de mendigos, lixo e ratazanas. Vislumbrei amantes, ladrões, vendedores e até mesmo crianças fazendo cousas que até mesmo Deus duvidaria.

    Sinceramente dou risadas, quando vejo pessoas idolatrando épocas como a Medieval ou Vitoriana. Se o assunto for moda eu mesmo gosto muito daquelas senhoritas com vestidos e espartilhos, porém se formos parar para analisar eram muitos os problemas da sociedade. Não havia esgoto, empresas que recolhiam lixo ou hábitos de higiene tais quais os atuais. Não é a toa que a peste negra dizimou muitos.

    Enfim, deixando o contexto histórico de lado… Eu ainda estava passeando por uma rua quando avistei ao longe uma bela senhorita. Nesta época eu não possuía o dom de perceber as energias, portanto de inicio era apenas uma moça, sozinha e frágil. Aproximei-me e fui cavalheiro – Posso acompanha-la senhorita? Está uma noite fria e este lugar me parece um pouco perigoso para uma dama. – Mesmo diante tal cordialidade ela não me respondeu e continuou andando ao meu lado.

    Tentei novamente – Desculpe-me, só queria ser cortês contigo – Neste instante passávamos próximos a um beco e muito rapidamente ela me jogou para dentro dele. Mal tive tempo de analisar a situação e me vi encostado na parede tendo uma das mãos dela segurando “minhas partes baixa” e a outro meu pescoço por trás. De baixo para cima ela me encarou e ao mesmo tempo em que mexia carinhosamente as mãos, foi incisiva com uma voz sexy quase rouca – Não gosto que me sigam Wampir, se também estás à caça, saibas que este é meu território!

    Depois disso ela me deu uma tapa na cara e saiu andando como se nada tivesse acontecido. Confesso que tinha gostado do seu jeito, vampirinha esperta e cheia de atitude. Pena que nunca mais a ví por aqueles lados…

  • Na cama com Eleonor

    Na cama com Eleonor

    A noite de segunda foi um tanto quanto diferente do que eu imaginava. Primeiro foi Eleonor que acordou um pouco mais carinhosa do que o normal, inclusive me dando um abraço de boa noite, cousa que ela já não fazia há tempos. Sei que para alguns vai parecer estranho, mas independente de às vezes acontecer algo a mais entre ela, Franz e eu. Há na verdade muita amizade, muitas histórias e por que não, muito amor entre nós todos.

    Isto, aliás, é algo que vai além dos laços de sangue entre as crias de um mesmo mestre. Muitas décadas ou séculos de convivência acaba por nos fazer gostar da presença um do outro.  Detalhes a parte e depois que trocamos algumas palavras, foi à vez da segunda surpresa da noite, a pequena filha de Stephanie que tal qual sua nova “mãe” também me me deu um longo abraço: “Oiiiiii tio Fe”.

    Confesso que Eleonor fazendo o que fez, nem mexeu muito comigo, mas a pequenina humana de olhos grandes me fez parar alguns instantes e ver a situação de outra forma. Chamem isso como quiser, mas cheguei a pensar como seria ter um filho… Alguém crescendo, alguém aprendendo, alguém percebendo as mudanças do mundo e compartilhando-as comigo.

    Em seguida eu já havia assumido meu lugar ao sofá e apreciava um bom filme de comédia, quando Franz adentrou a casa e também fora agraciado por um longo abraço de Eleonor. A pequena estava ao meu lado e quando o viu também foi lhe dar um abraço. O que será que elas têm hoje, pensei comigo…  Porém, meus pensamentos foram interrompidos quando logo atrás de meu irmão surgiu uma loirinha de aparência tímida.

    A jovem realmente era tímida e percebi isso quando ele a apresentou: “Esta é Gizella, a nova tutora da pequena”. Diante tais palavras me acenei e lhe dei boa noite, Eleonor deu um beijo no rosto da garota e depois disso a Ghoul se abaixou para cumprimentar “nossa pequena”, que foi reciproca e também deu um beijo no rosto de sua nova e tímida professorinha. Um fato interessante de Gizella, além de suas bochechas coradas é francesa. Sim, tive uma súbita excitação ao ouvir seu acanhado “Bonjour messieurs, comment allez-vous ce soir?”.

    – Seu safado, de onde tirou esta apetitosa garota? – Foi a primeira pergunta que fiz, logo que as três foram para o quarto de Eleonor.

    – Sabe que ando sempre por muitos lugares, ao contrário de meu irmão que cada vez mais parece querer uma moradia fixa… Sabe aquela minha casa no sul? Ela apareceu por lá querendo trabalho como “garota”. Eu até vi algum potencial para os negócios nela, mas como precisávamos de uma tutora em tempo integral para a “pequena”, resolvi tirá-la daquela vida. Deve ter vindo por intercâmbio… E trate de moderar teus pensamentos predadores, eu que sou eu não toquei nela, acreditas?

    – Como os vampiros mudam não é mesmo? Hahahahaha

    E assim continuava nossa noite, entre piadas, conversas e aquelas cousas de irmãos, acredito que nisso vocês me entendam, pois não somos muito diferentes das famílias humanas? Perto das 22, Eleonor nos chamou para seu quarto. A pequena já estava dormindo, Gizella estava muito sonolenta e pediu se podia dormir também e nós três resolvemos colocar o papo em dia.

    Fazia tempo que eu não me sentia tão em casa e tranquilo com minha família…

  • Minha nova Ghoul

    Minha nova Ghoul

    Eu tinha apenas o @user do Twitter, algo como @][akeeeer, mas quando se quer algo eu sou a prova de que um pouco de teimosia e curiosidade ajudam muito em determinadas situações…

    “Fê, invadiram aquele site novamente e o fulaninho teve a cara de pau de postar no lugar um botão de follow do Twitter, vê se pode uma cara de pau destas”. Essa foi a frase de uma amiga, letra após  letra. Sabe, eu até entendo invadir um site que possa servir de base para algum grande ataque a corporações e afins, mas por que invadir pelo simples fato de invadir? Esse foi meu primeiro pensamento diante o que ela me contou.

    Alguns minutos depois a curiosidade tomou conta de mim, ainda estávamos no bar e com o smartphone em mãos acessei o site invadido. Usuário do twitter, @follow, e algumas #dm’s depois persuadi o fulano com minha lábia de sempre. Uma semana havia se passado e eu falava com ele todos os dias, havíamos virado “amigos on-line”, quando ele me sinalizou um novo ataque a outro site qualquer.

    Sabendo dos procedimentos, haja vista que esse tipo de gente adora se gabar, contatei Elliot (cria de Hector) que começou a monitorar a ação de imediato e desde o início. Como alguns de vocês sabem cada aparelho que acessa a internet possui um número, tal qual um endereço. Esse número é chamado de IP (internet protocol) e possuem em si mesmos informações importantes como, por exemplo, o endereço local de onde o aparelho está acessando a internet. Claro que não é tão fácil ver a localização de alguém que acessa a internet, mas para terem ideia todo esse papo de privacidade é importante e está em alta no Brasil.

    “Bingo!” Elliot me manda uma mensagem com a possível localização do fulano. Mando algumas dm’s para disfarçar, parabenizando pelo ataque e sigo em direção ao seu esconderijo. Claro que eu não desprendi tanta atenção em alguém que estava longe e só me dei ao luxo de ir atrás do fulano, pois ele estava próximo de nós…

    Moto na estrada e minutos mais tarde eu estava no endereço que Elliot me passou… “Mini Mercado Aliança”. Dou umas voltas pelo lugar e sem dúvidas eu estava no lugar errado. Porém por via das dúvidas, estacionei a moto, fui para algum canto escuro e virei névoa. Vasculhei o lugar inteiro, inclusive o depósito e nada. Elliot é tão bom n oque faz, ele não me deixaria na mão, pensei comigo.

    Voltei para o lugar aonde virei névoa, desfiz a transformação e voltei para a moto. Rua residencial, poucas casas e um predinho de quatro andares logo a frente que me chamou a atenção. 2h 30h e só uma luz ligada, no que parecia ser um quarto. Como não posso refazer a transformação em névoa sem antes descansar um pouco e como eu estava curioso sobre o lugar, tive de improvisar um pouco. Analisei minunciosamente o lugar, percebi que só haviam câmeras no mercado e entre um salto e outro fui até a varanda do quarto de luz acesa.

    Mais silencioso que um predador felino, me curvei até a janela e percebi pelo cheiro e pela forma, que era uma garota num computador. Deixei então a ansiedade de lado e aguardei até que pudesse virar névoa novamente e invadi o lugar. Neste estado eu já vos falei que minha visão fica muito turva e meu movimento lento, mesmo assim consegui adentrar o lugar e me concentrar para entender a situação. Na verdade eu circulei o apartamento dela inteiro e para minha sorte ela estava sozinha naquela noite de quinta de quinta-feira.

    Sinceramente, eu não tinha motivos para atacar a garota até me deparar com um quadro desse tipo “mural de avisos”, onde identifiquei várias fotos e alguns desenhos com símbolos anárquicos… Quando percebi isso fui para um lugar onde pudesse ouvi-la e voltei à forma humana. Lembrei que o hacker utilizava Tweetdeck e enviei mais uma dm… Plimm, fez o programinha… Era o sinal que eu precisava!

    “Venha até a sala”, foi minha próxima mensagem. Eu sabia que ela também era muito curiosa e fez o que falei… A surpreendi, segurei sua boca para não gritar e apliquei um belo “mata leão”, que a imobilizou, por alguns minutos. Enquanto ela ainda estava dormindo mordi um de meus dedos e pinguei algumas gostas de meu sangue dentro de sua boca. Pronto a transformei em uma Ghul.

    Quando acordou ela me olhava diferente, estava extasiada pelo poder de meu sangue, porém isso não evitou as perguntas de sempre: Quem sou, o que sou, por que estava ali, o que tinha acontecido…

    “Tudo há seu tempo minha doce senhorita!”

  • Dois dedos

    Dois dedos

    Dois dedos à testa e os mesmos ao cabelo. Pensativa, fazia igual, tensa, daquela forma, chateada, também… Não sei se vais me entender, mas aquilo era algo muito estranho…

    Pode ser que tenha vindo de sua doce mãe ou é bem possível que esteja em seu pai. O importante é que me deixou curioso… Eu queria entender de seus problemas, talvez dar minhas opiniões. Ser daquela forma não me parecia normal, porra te ponha em meu lugar, garota! Aquilo tudo fugia do que eu acreditava ser normal…

    Porém, quem sou eu para querer entender os protuberantes problemas humanos? Não sei caro mancebo, mas diante aquela tenebrosa luz de velas, ainda mais repleta de sombras, eu me sentia apenas como um cara. Talvez alguém um pouco pensativo…

    Passaram-se minutos, dias em minha cabeça e eu somente tinha atenção para o toque. Robôs, aliens, hipnotizados? Tudo passou a minha mente… Dois dedos… Por que diabos fazia tudo com o indicador e o dedo do meio “colados”???

    Fe… Feeeee… Galego……. Ferdinannnnnd! Ouvi meu nome, até meu apelido surgiu… Não, não era de outro mundo. Apenas eu sentado a frente de tal dama, a mesma dos dois dedos durante a reunião.

    Ela continua falando, exprimindo suas vontades até o fim de mais uma noite.

  • Recado aos Regrados

    Recado aos Regrados

    Como eu sempre digo as noites de um vampiro nunca são tranquilas… Sexta-feira eu estava tranquilo em um hotel próximo a Argentina, quando recebo uma mensagem de Eleonor dizendo que estava voltando para a fazenda. Para quem não se lembra ela estava na Europa, havia ido para aquela região espairecer entre compras e novos afazeres de mãe com a filhinha da falecida Stephanie.

    Tendo em vista, que meus negócios já haviam terminado tratei de fazer as malas e voltar para o lar doce lar dos Wulffdert. Já no sábado eu estava de volta e lá estava minha doce morena com sua pupila de mais ou menos 5 anos. Mesmo depois de quase um ano em que elas estão juntas eu ainda me pergunto se foi a escolha correta. Vampiros criando humanos? Está certo que no fundo, bem lá no fundo somos filhos do mesmo adão, meu lado tradicionalista me indaga sobre tais métodos adotados.

    Mesmo com nosso mestre aprovando a ideia, não foi o bastante para que alguns regrados viessem nos incomodar, aliás, foi esse o motivo da volta de Eleonor. Disse-me ela que na Europa havia ido há algumas festas e por lá fora abordada por um maldito regrado tradicionalista. Para que vocês entendam melhor. Imaginem um religioso cristão daqueles mais ortodoxos, “Esses caras são um saco”.

    Dentre os absurdos que o cidadão indagou, teve até ameaça de caçada. Imaginem vocês quão preocupada ela ficou, coitada… Então como eu sei que os regrados adoram acessar meu site, para ver se não estou abusando e falando demais sobre nossos segredos eu resolvi dar essa informada:

    “Deixem de besteiras seus velhos hipócritas, por isso nos separamos de vocês e de suas regras inúteis, que não cabem mais às noites atuais. Dizem que somos anarquistas, baderneiros ou loucos… Hahahaha loucos são vocês que ficaram no passado e estão como medo de perder os direitos que adquiriram!”

    Tenho dito!

  • Os escolhidos

    Os escolhidos

    Anos atrás no final de 2007 eu passeava com minha ex por Desterro, quando num momento inesperado, reencontrei Hector. Era para ser um simples passeio de barco pela ilha, mas para minha surpresa o velho pirata estava na mesma marina cuidando de seus negócios marítimos.

    Logo que nos vimos foi aquele elegante papo de cavalheiros “Seu puto, não acredito que estou te vendo por aqui…” Situação que trouxe as velhas histórias a tona e fizeram com que ele mesmo se oferecesse para ser nosso “capitão” num de seus barcos. Foi um passeio muito prazeroso no qual pude rever os detalhes do mar de minha ilha natal. Cousa que eu não fazia a mais de 50 anos.

    Coincidências a parte o reencontro com Hector havia sido num momento muito importante, uma fase boa de reencontro pessoal, estabilidade amorosa e no qual eu procurava algo além de meus afazeres de clã. Pois convenhamos, ter uma vida eterna só de trabalho, nunca foi objetivo para nenhum vampiro…

    Apesar das peculiaridades da história de Hector , vocês já devem ter percebido que somos muito parecidos. Família humana cheia de detalhes e segredos, mestres importantes na sociedade de sangue vampiresca, objetivos e funções parecidas no clã… Então, talvez por isso tenhamos nos tornado bons amigos.

    Continuando, noites depois eu marquei uma reunião com Hector em uma casa que eu havia alugado. Sebastian e Eliot, cria de Hector, também nos acompanharam e surgia ali os primeiros passos de nosso novo projeto: “Os escolhidos”.

    A ideia não é criativa, tão pouco original, mas com poderes sobrenaturais, dinheiro e tempo livre só tinhamos uma cousa a fazer: Virar super-heróis? Não, é muita exposição para alguém que não pode sair à luz do dia, precisa de sangue… No entanto, ajudar a resolver crimes nos pareceu ser um bom passatempo…

    Esse rumo havia sido tomado depois que conheci o irmão de Beth, cara que já foi citado por aqui em vários momentos, no qual apelidei de “delegado”. Como a influência dele é relativamente interessante, seria uma base boa para nosso projeto.

    Tendo então os planos traçados eu simplesmente juntei a fome com a vontade de comer. Aproveitei o final de ano com as famílias reunidas e marquei um encontro com todos. Naquela noite Hector usou seus poderes mentais e convenceu o delegado a ser nosso informante e lá mesmo reafirmamos nosso pacto de sangue. Aquele pacto no qual os vampiros bebem o sangue um do outro para criar uma espécie de contrato ou laço mais estreito. É algo bem complexo, mas de forma resumida vampiros com estes pactos têm obrigação de se ajudar acima de qualquer outra cousa.

    O final de ano havia passado e já em fevereiro tivemos nossa primeira reunião no local escolhido para ser a sede dos escolhidos. Cada um de nós cinco havia ficado responsável por juntar determinados “brinquedos”. Computadores de alto desempenho, armas militares, veículos fortemente equipados com armas e blindagem, entre outros. Inclusive já tínhamos uma missão inicial, monitorar o tráfego de mulheres brasileiras para os EUA.

    Todavia, o projeto teve de ficar de lado, pois em meio às investigações Hector e Eliot foram seguidos e uma de suas bases, aquela que guardava a cripta do velho Rafael Santiago sofrera um ataque. Esse é um grande problema no qual sempre enfrentamos por vezes o lugar escolhido para hibernação é atacado, às vezes algum terremoto ou desastre natural ocorre e as criptas precisam ser evacuadas…

    Mas o projeto “os escolhidos” morreu, Ferdinand? Não mancebo, é disso que falarei agora, pois desde então estávamos envolvidos na escolha de novos locais para criptas e cheios de afazeres pessoais. Por vezes eu até tentei levar tudo sozinho e contei várias histórias por aqui, mas agora nos sobrou tempo para retomar tudo.

    Por enquanto, como as histórias envolvem muitos detalhes,  elas serão divulgadas somente para um grupo seleto do site…

  • A história de Hector Santiago – pt2

    A história de Hector Santiago – pt2

    No ano de 1816 Hector e Juan se encontraram com Rafael, que infelizmente lhe trouxe más noticias. A fazenda havia sido atacada e seus pais haviam sido mortos cruelmente. Aquilo havia atingido Hector como uma facada em seu coração, que lhe trouxe de inicio as sensações de arrependimento, dor e pesar. Porém com o tempo percebeu que se ele estivesse lá também seria morto e isso aliviou um pouco sua tensão.

    Depois de alguns dias e ao se deparar com a tristeza de Hector, Juan pediu para Rafael se ele podia fazer do jovem a sua cria. Como a transformação é sempre algo muito complexo, Rafael fez todas as perguntas de praxe, sendo a principal, quão o rapaz seria confiável e útil ao clã, mas prontamente Juan lhe respondeu:
    – Ele é o meu melhor pirata!

    Então na noite de 17 de março de 1816, dois dias depois da conversa com Rafael, Juan e Hector estavam sozinhos na proa do barco conversando…
    – Eu gostava muito de seu pai, ele era meu melhor amigo em terra, tanto que quando eu trouxe você comigo ele me disse: “Juan este é meu único filho, infelizmente minha querida Madalena, como você já sabe nunca mais embuchou, portanto cuide-o como se a partir de agora fosse seu filho também.”.

    Desde aquela noite eu jurei que cuidaria de você e para minha sorte você está se virando bem aqui comigo e com os homens. Portanto, está na hora de você se tornar meu filho de verdade.

    Neste momento Juan deu um forte abraço em Hector e aproveitou a situação para sugar seu sangue. Quando viu que o garoto estava entre a vida e a morte, ele mordeu seu pulso e iniciou o ritual. Hector caiu sobre o convés, se contorceu por um tempo e sem maiores detalhes passou pela transformação.

    Hector levou algum tempo para se acostumar a sua situação atual, ele não entendia muito bem o que estava acontecendo, porém aos poucos foi ensinado por Juan como ser um vampiro, aprendendo sobre seu clã, sobre seus poderes, sobre seus inimigos, enfim, tudo que um vampiro precisa saber para sobreviver.

    Muitos anos mais tarde em 1891 Hector teve o privilegio de reencontrar Rafael, o senhor dos senhores, o vampiro mais antigo de sua linhagem, e isso foi muito importante para ele. Esta reunião ocorreu em São Francisco do Sul, SC, Brasil. Foi nela que Rafael disse a suas crias que queria descansar, e que eles deveriam ficar cuidando de sua cripta.

    Nesta mesma noite Hector teve o prazer de conversar sozinho com Rafael:
    – Como está teu aprendizado, Hector?
    O jovem, cativado pela presença de Rafael lhe disse:
    – Está ótimo my lorde, Juan é um ótimo amigo e mestre. Parece que está conseguindo dar um rumo a minha existência.
    Rafael vendo que o jovem estava cativado por sua presença aproveitou e lhe confidenciou:
    – Vejo que estás bem encaminhado e Juan confia muito em ti. Por isso vou te deixar alguns objetivos até que eu volte de meu sono. Aumente teus poderes, aumente tua influência e teus conhecimentos, veja o vampirismo como um dom divino e agradeça a cada momento por ter tido uma oportunidade melhor que a de seus pais, eles foram sim pessoas boas, leais, mas por causa de malditos vermes se foram. Aliás, se queres ser um lorde como teu mestre já me confidenciou, terás de ser mais forte! Pratique e estude tudo quanto conseguires, ver-te-ei como lorde daqui a 500 anos…

    Diante tal presença e discurso, Hector resolveu ofereceu uma honagem ao patrono de seu clã:
    – Muito obrigado meu lorde, se me permitires gostaria de lhe prestar uma homenagem mudando meu nome para Hector Santiago.
    – Honre este nome minha criança e faça-o ser visto e temido por muitos, agora com licença eu preciso rever vários detalhes antes de descansar.

    Após o termino da reunião, Hector e Juan voltaram para Espanha. Rafael finalmente estava descansando e o jovem Wampir sentia seu ânimo renovado. Tanto que a partir de então, ele mudou, estava mais empenhado em seus trabalhos e era como se ele tivesse renascido pela terceira vez. Diante tal empenho e motivação Juan fez uma proposta para Hector:
    – Meu filho, depois da reunião percebi que você está bem consigo mesmo, e pronto para assumir mais responsabilidades. Portanto, vou lhe deixar na Espanha no controle da nossa empresa Marítima, lá você ficará junto de um dos meus caniçais que lhe ensinará este outro oficio. Um ofício que é de muita valia e você poderá aprender algo que não poderá aprender comigo num barco. Poderá aprender a se civilizar… Hector ficou um pouco chateado a principio, pois gostava muito de sua vida de pirata, mas percebendo que poderia realmente melhorar seus ensinamentos, resolveu acatar o que seu senhor lhe disse.

    Todavia, o período de estadia de Hector na Espanha foi menor do que ele esperava. Em 1926 após uma reunião entre Juan e seus quatro irmãos, ficou decidido que Juan por ser a cria mais nova deveria cuidar de todos os outros enquanto estes também descansavam. Eles se revezariam a cada 100 anos, onde um deles seria acordado para tomar a posição do que estava acordado.

    Diante tal acontecimento Juan chamou Hector para viver com ele em são Francisco do Sul, pois havia muita coisa para ser cuidada na sede imperial dos Santiago.

    Aos poucos Hector foi assumindo muitas responsabilidades administrativas, mesmo porque não era do feitio de Juan ficar dentro de um escritório. Apesar disso sempre que podiam viajam juntos nos barcos da empresa que agora fazia transportes de mercadorias para empresas e de “forma legal”.

    1983, Juan passa por uma espécie de enjoo de terra, afinal anteriormente ele passara muitos tempo dentro de um barco e decide descansar junto de seus irmãos antes do tempo. Por causa disso os laços com os Wulffdert foram renovados e desde então ambas as famílias dividem suas funções próprias, com a proteção de seus anciões e manutenção de todos os negócios em uma espécie de sociedade de sangue.

  • A história de Hector Santiago – pt1

    A história de Hector Santiago – pt1

    Nascido em 1793, em Ciudad Real uma pequena província da Espanha conhecida mundialmente por possuir um dos castelos que pertenceu à ordem dos templários, mais especificamente a ordem dos Calatrava.

    Hector é filho de Altino Fernandez e Madalena Herreira, bisneta de um peculiar pirata de barbas escuras e longas. Desde cedo ele aprendeu o oficio de seus pais, sempre foi um garoto sozinho e vivia perguntando para sua mãe por que ele não tinha irmãos, Fato que a deixava muito triste, pois sempre tinha de responder que não podia mais ter filho. Apesar deste detalhe a vida deles era simplória e tranquila.

    Josué e Madalena eram caseiros de uma pequena fazenda pertencente a Rafael Santiago, homem no qual seu pai sempre lhe dizia ser muito novo, forte e estranho, mas que também era muito inteligente, perspicaz e honesto. Dono de muitas propriedades e riquezas pelo mundo todo.

    Hector gostava muito de seus pais, mas não gostava da vida na fazenda. Porém sua sorte mudou de lado durante numa conversa entre seus pais e Juan Carlos Montez, funcionário de Rafael, um homem misterioso e de semblante de dar medo. Na conversa, Juan pediu para Josué se ele não possuía algum empregado de confiança em sua fazenda, alguém que quisesse trabalhar com ele em um de seus barcos. Quando Hector, mais do que prontamente se ofereceu, nesta época ele já tinha 17 anos, uma idade perfeita para aprender este tipo de oficio.

    Logo de início Josué disse que não, mas por causa da insistência de seu filho, Juan disse que eles poderiam conversar e lhe dar uma resposta até a próxima noite. Durante o dia que se passou Hector conseguiu convencer seus pais de que aquela era oportunidade ideal para eles melhorarem de vida. Apesar da imensa tristeza de sua mãe, ele juntou forças para ir, afinal em no fundo de sua alma ele entendia que a oportunidade realmente poderia melhorar a vida deles.

    Na noite seguinte Juan veio e levou o rapaz, até hoje Hector lembra-se das lágrimas de sua mãe e do estado catatônico de seu pai. Antes deles entraram em uma carruagem, muito bonita, mas diferente por possuir sistemas de proteção e nenhuma janela. Hector estranhou, mas achou melhor não comentar nada, porém ao olhar para Juan, o viu sorrir pela primeira vez (poucos viram isso até hoje).

    – Hei garoto o que você conhece sobre o mundo, sobre o que existe fora da sua vida na fazenda?
    Hector pensou por um instante, mas deixou a timidez de lado e respondeu:
    – Não conheço muito senhor, mas o pouco que sei me diz que eu posso melhorar minha vida, ser conhecido, talvez um nobre e ter uma vida de luxo para mim e meus pais.
    Surpreso pela sagacidade do jovem, Juan lhe respondeu de imediato:
    – Meu filho, a primeira coisa que você vai ter de se esquecer é de sua vida antiga e de seus pais, pois agora você se tornará um pirata e se você tiver tanta fibra na vontade quanto na retórica, poderá até mesmo se tornar meu discípulo! Agora durma que a viajem é longa…

    Durante o sono de Hector, passou-se o tempo necessário para a chegada até o porto, onde estava ancorado o navio de Juan.

    O cocheiro abriu a porta e avisou da chegada. Como já estava por amanhecer Juan chamou Hector e estes foram a passos largos até o navio. Chegando lá todos receberam os dois muitíssimo bem, Juan apresentou o garoto para os tripulantes e disse para ele dar uma volta pelo lugar.

    Eis que em 1809 iniciava a vida de pirata de Hector mediante um belo batismo pirata… Uma longa e interminável batalha no Atlântico contra uma esquadra mercante da coroa inglesa, onde todos escaparam por pouco, mas o navio de Juan sofreu diversas avarias.