Tag: encontro

  • Uma amizade improvável pt 1

    Uma amizade improvável pt 1

    Você não pode me sentir, não
    Como te sinto
    Eu não posso roubar você, não
    Como você me roubou”

    Incrível como o tempo passa rápido, como as pessoas mudam com pressa, como a confiança é mãe de várias faces. Eu ando mais tranquila, mais amena, não fico procurando mais “sarna” pra me coçar, é assim que falam não?! Mas é quando estamos mais em paz, é que aparece alguém pra mexer com a cabeça, pra estragar todo aquele mito sobre ficar “de boa” que tantos falam.

    Sabe a última coisa que eu precisava agora era ter algo assim, algo pra me tirar do sério, mas enfim, nem tudo é como a gente quer. Se fosse assim maioria iria ser feliz e não encheria tanto um o saco do outro com coisas banais da vida. Pois bem, gente feliz não enche o saco alheio né, e isso me faz acreditar que o mundo é  um lugar repleto de tristeza ultimamente.

    Mas deixando meus devaneios de lado e dando um ponta pé no que quero contar, a merda toda é que eu conheci alguém, aliás, alguém me achou em meio ao caos moderno e algo começou, detalhe é que eu nem sei o que começou, mas sei que deve dar alguma coisa daqui pra frente.

    Era uma noite normal entre minhas saídas com Steven pelo vale da morte, em nossas buscas por algum tipo de distração, que ele comentou algo sobre conhecer os amigos dele, alguns que pertenciam ao mesmo sobrenatural que nós, eu fiquei cismada mas fui mesmo assim, afinal precisava sair deste circulo viciosos de amizades e amores não correspondidos que eu havia me metido.

    Quando chegamos no local, uma cabana ao velho estilo country, algo aparentemente lindo e com uma iluminação  rústica que encantaria o olhar de qualquer um aparecia na minha frente. Senti vários tipos de presenças, todas eram novidades aos meus sentidos, estava ansiosa, curiosa e alerta, confesso, mas isto não me impediu de entrar e admirar alguns seres que me acolheram bem, eram divertidos, agradáveis, não tinham drama, apenas eram como eu, como Steven que estava lá comigo, Becky, Ferdinand, aliás saudades deles, mas a vida segue né.

    Steven me apresentou ao James um vampiro com rosto de vinte anos, mas a idade e sabedoria de um ancião, me apresentou ao Charles, um antigo Lican inglês, que me divertiu com seu sotaque e algumas brincadeiras a respeito dos vampiros, algo descontraído. Quando me dei por conta outra presença vinha em nossa direção, vampiresca obviamente, mas me deixou de certa forma bem serena – Quer dizer que você é a Lilian de que todos falam? Imaginei que fosse alta, mas não tanto! – assim que virei me deparei com uma bela vampira, deveria ter seus 1,60 de altura, cabelos longos, escuros, olhos castanhos claro, bem claros, um rosto de menina, sorriso misterioso, já falei como eu adoro um mistério?”

    Olhei para a pequena e atraente vampira, uma mistura de inocência e atrevimento, combinados com mistério, gostei do que vi, por mais que precisasse controlar minhas feições de divertimento – E você quem seria? Não tive o prazer de ouvir a teu respeito – olhei ela, a mesma saiu do modo confiante para o modo “envergonhada pra cacete” – Sou Kate, prazer Lilian! Confesso que no fundo estava curiosa em conhecer você – não tenham dúvidas que me diverti com a vergonha que Kate se apresentava agora – Pois bem Kate, aqui estou – dei uma piscada de leve e agora ela abaixava a cabeça como se quisesse esconder o vermelho inexistente de seu rosto – Kate, eu achei que iria gostar de conhecer a minha delicia chamada Lilian. Afinal ela adora uma boa conversa, algo inteligente desprovido de assuntos banais e mundanos. Vou deixar vocês trocarem informações de menininhas e vou encher a minha caneca com cerveja, muita cerveja para sua inveja Lili! Eu posso e você não!” – Steven me deu um selinho brincalhão e um beijo no rosto da Kate, saiu de lá e foi ao encontro do seu amor, da paixão dele, o Barril de cerveja, o que dizer além do que, ” seja feliz meu amigo!”

    Kate me direcionou até a sacada daquele lugar, onde pude acender um cigarro e olhar para o horizonte, sem encarar muito a vampira e não deixa-la desconfortável, a mesma sentou no banco ao meu lado e tomou uma taça de sangue, me ofereceu mas recusei, afinal eu jantei antes de ir para lá – Está alimentada acredito… – Perguntou ela ajustando o casado preto que cobria algo que parecia ser uma camiseta do Metalica – Então curte rock? Desculpe não pude deixar de reparar, sou fã deste estilo musical – Estiquei as pernas em cima de uma mesa de centro a nossa frente enquanto ela agora olhava para o celular – Adoro na verdade, essas modinhas de hoje me dão nos nervos… – achei engraçado a indignação dela, mas mantive a compostura, ela parecia ficar sem graça com muita facilidade – Temos isto em comum então… – respondi em tom de dúvida e ela me surpreendeu – Temos muitas coisas em comum Lilian… –

    Não sei se era o cigarro, se era meu modo educado ativado, mas no fundo não entendi a indireta dela, apenas a olhei em dúvida e ela apenas piscou de volta e foi em direção a porta – Vai ficar ai ou vai entrar? – disse ela abrindo a porta, decidi que seria melhor entrar e de alguma forma tirar mais coisas a respeito dela… Kate despertou algo em mim e definitivamente eu vou descobrir o que é, e ainda mais agora que disse que temos tanto em comum, devo estar desinformada ou ela esconde algo e eu vou descobrir, isso é inevitável.

    Depois de Jesus e Rock N Roll
    Não conseguiram salvar a minha alma imoral, bem
    Eu não tenho nada
    Eu não tenho nada a perder

  • Tô curtindo uma lobisomem

    Tô curtindo uma lobisomem

    Apesar da nossa missão em conjunto (A magia e os vampiros), não ter evoluído do jeito que imaginávamos, eu consegui finalmente um encontro com Claire, lembram dessa lobisomem? Aquelazinha que quase me matou, mas que depois arrancou vários suspiros…

    Pois bem, o palco desse encontro foi Londres, numa noite qualquer dos últimos meses. Franz havia tomado um rumo qualquer, h2 estava com ele e decidi retomar o contato com Claire para ver se nossas investidas haviam a ajudado em em algo. Bem na verdade eu tinha segundas, terceiras e quartas intensões ao falar com ela. Sim, como deves estar pensando sou teimoso “pra caralho”…

    Local marcado e lá estava ela ao lado de um daqueles pomposos taxis ingleses e linda como sempre. Eu por outro lado estava de moto, resolvi abrir a mão e comprei mais uma para minha coleção a clássica Norton Café Racer.

    – Hey nice bike, boy! Disse ela com tom irônico e todo aquele charmoso sotaque inglês.

    Inicialmente eu sorry, provavelmente estava com cara de idiota, mas me contive e continuei o papo. (em inglês)

    – Faltava uma destas na minha coleção, só preciso ver como vou levar para o meu “canto”. Aliás, quer dar uma volta?

    – Mas ela é monoposto onde vou sentar?

    – Isso é um problema?

    – Um pouco, mas pode ser…

    Ela sorriu, dispensou o taxi e subiu atrás de mim. Me abraçou com força e disse:

    – Nunca andei de moto, acredita?

    – Para tudo na vida e na morte há uma primeira vez babe!

    Não achei que seria tão fácil convencer ela, mas liguei a moto, lhe dei meu capacete e fui devagar no início. As estradas com muitas curvas pareciam não ter fim e acho que ela chegou a ficar enjoada em alguns momentos, pois me apertava mais e mais. Finalmente, chegamos perto de um mirante e por lá resolvi parar. O mirante ficava próximo de um povoado, com algumas casas e um “pseudocentro” comercial.

    Claire desceu meio cambaleante e se sentou em um velho banco de madeira. Por causa do capacete os seus cabelos estavam mais ondulados, o que lhe deixou ainda mais linda. Aproveitei o momento para me aproximar, mas ela foi arredia como sempre:

    – Stop… Nem vem!

    – Ok ok, calma só queria ver se está bem.

    – Estou sim…

    Peguei o capacete, coloquei pendurado no guidão da moto e quando me virei fui surpreendido por ela, que utilizou sua destreza lupina e parou com sua boca carnuda a centímetros da minha. O seu cheiro lupino estava aflorado e confesso que não era ruim, apenas forte. Por um instante ela mordeu os lábios e sim, não me aguentei segurei sua cabeça e tasquei um belo beijo.

    A verdade é que ela estava quente, fervendo e quase queimou minha pele frigida vampiresca, mas era bom! Tanto que por mim eu continuaria aquilo por horas, quando novamente fui surpreendido pela jeitosa brutalidade lupina e ela praticamente me jogou para trás. Não cheguei a cair mas foi por pouco. Olhei para ela e comentei.

    – Hey se não gostou não precisa me bater também.

    – Não, não é isso…

    Fui me reaproximando aos poucos e disse:

    – Quer falar sobre isso? Sou um bom ouvinte também.

    – Ah por agora não, quem sabe outra noite.

    – Bom eu vi um restaurante ali atrá, tá afim de comer algo?

    – Pode ser, essa volta de moto me deu fome.

    Passamos um bom tempo no restaurante, e fiquei impressionado com o gigantesco prato de Roast Beef bem malpassado que ela “destruiu” e por fim ficamos apenas na conversa. Falamos do projeto que tínhamos e não deu certo, falamos um pouco de nossas histórias pessoais e por fim chamei um taxi para leva-la para casa. Na despedida rolou um tímido “selinho”, meio boca meio bochecha e obviamente fiquei cheio de ideias.

    Fêmeas complicadas e cheias de problemas sentimentais, deve ser meu karma?

  • Mais algumas lembranças de Becky –  Final

    Mais algumas lembranças de Becky –  Final

    Algumas horas se passaram, tive tempo de analisar tudo o que havia dentro daquela sala. Pela janela percebi que estava a algumas horas do amanhecer e imaginava alguma maneira de sair daquele lugar. Estava apreensiva pelo que poderia acontecer em seguida. Até que finalmente alguém abria a porta. Mas, de súbito paralisei e meus instintos farejaram algo familiar como se eu já conhecesse quem entrava. Virei-me devagar. Ela me observava como se pudesse ver-me por dentro.

    Durante alguns minutos permanecemos assim, olhando uma para a outra.

    -Sente-se Rebecca… Humm, agora entendo porque fui deixada para trás. É muito mais bonita pessoalmente.

    Olhei-a com desdém. Também era uma vampira tão bonita quanto eu, porém mais velha e mais forte. Era um pouco mais alta, tinha os cabelos longos e loiros, em contraste com sua pele morena- pálida.  Mas, o que queria comigo, afinal?

    – Não sou uma inimiga. Queria apenas vê-la. Logo vai poder sair daqui e seguir seu rumo. Assim, como irei seguir o meu. Mas, antes preciso lhe falar algumas coisas. O mais engraçado, é que tudo o que sobrou da minha vida está fragmentado em você. Todas as minhas lembranças. Toda a vida que eu não vivi. Mas, eu tive sorte ao final… Quando você nasceu, eu já estava transformada, Erner era “amigo” de sua família, e eu também era, sim, conheci seus pais Rebecca. Mas, ele imaginou todo o seu futuro e ficou obcecado por você. Ele era assim, sua possessividade o fazia manipular suas vitimas ao máximo até tê-las totalmente sobre seu domínio. Mas, com você foi diferente, ele te acompanhou desde sempre, teve você nos braços ainda criança, e então, cansou-se e me descartou. De certa forma ele te amou.

    – Eu já sei de tudo isso. Olha, eu não tenho culpa do que possa ter te acontecido.

    -Não, não tem. Por isso precisava olhar nos seus olhos. Eu não o amava como você o amou, mas mesmo assim, não pude fazer o que fez. Eu vim te agradecer. Pois, deu aquele homem o seu destino merecido.

    -Já acabou? Já falou o que precisava?

    – Espero que compreenda e me desculpe pela maneira que lhe trouxe até aqui.

    Dei uma risada nervosa, olhei para aquela que eu conhecia como “Sophie”, e sai daquele lugar o mais rápido que pude. Tudo aquilo era estupidamente desnecessário. Ela veio me agradecer pelo sofrimento que causei a quem mais amei, mesmo com tudo o que havia me feito, e aquilo mesmo que eu não quisesse, me dilacerava e doía.

  • Como eu encontrei o Ferdinand

    Como eu encontrei o Ferdinand

    Era uma típica noite em que eu decidi sair pela cidade, queria ver algumas pessoas e ficar um pouco sozinha, afinal eu moro em um apartamento com mais dois vampiros homens e eu sendo a única “mulher”, ainda tenho minhas necessidades femininas que incluem,  ler um bom livro, ir ao shopping gastar um pouquinho, as vezes assistir algum novo filme, ir a alguma exposição ou relaxar vendo um bom stand up. E nesta noite em particular, eu decidi mudar um pouco a minha rotina “feminina” e fui até um pub bem conhecido em uma das travessas de uma famosa avenida. Eu sempre gostei muito da diversidade de pessoas, estilos, os vários tipos de culturas que se misturam a noite nessas típicas travessas da avenida, pelo menos lá eu não me sentia tão “A estranha no ninho”.

    Esse pub em particular, apesar de estar muito cheio, era um lugar agradável, lembrava-me alguns pubs de Londres, com os banquinhos de madeira, o bar era bem rústico, exibindo vários tipos de cervejas e outras várias bebidas. Sentei-me em um canto mais discreto no balcão, pedi uma taça de espumante para disfarçar e fiquei ali, sentada, apreciando o lugar e como os humanos interagem.

    Após creio que uns quarenta minutos, senti uma forte presença aproximando-se, realmente muito forte, um vampiro antigo, e para minha sorte naquela noite eu decidi que não era necessário nenhum tipo de proteção… Eu sentei de uma forma mais ereta e comecei a me preparar para sair dali e sumir o mais rápido possível, só que a minha tática foi em vão, pois o tal vampiro sentiu minha presença (creio que ele sentiu a minha presença bem antes que eu percebesse a dele) e entrou no local que eu estava, alto, imponente, forte (lindo), parecia até que ele tinha saído de algum filme da época medieval. Cabelos longos despenteados, barba por fazer e vestido de forma simples:  jeans, camiseta preta surrada, allstar velho e carregando uma jaqueta de couro e um capacete vintage.

    Confesso que dentro de mim eu não sabia o que fazer, eu não sabia se acenava a cabeça como quem diz “E ai somos do mesmo time”, se eu pegava e saia dali correndo, ou se eu dava um abraço.  Minha primeira opção foi dar no pé, mas como nem tudo sai do jeito que a gente deseja, quando eu me levantei um pouco na cadeira, ele em questão de segundos virou o rosto para mim e me penetrou com aqueles olhos azuis e pensando algo do tipo: “ Boa tentativa, mas não”. Em minha cabeça eu só conseguia pensar “ Fuck, fuck, fuck, fuck”, e sentei de volta e esperei ele vir até mim.

    – Boa noite senhorita.

    – Boa noite.

    – Minha cara, o que faz alguém como você, sozinha, sem nenhum tipo de proteção aparente e em um lugar como este?

    – Creio que hoje eu deixei a inteligência em casa e esqueci que o mundo ainda continua um lugar perigoso…

    – Ah gostei do teu sarcasmo, e não eu não vou lhe fazer mal.

    – Eu tenho o dom do sarcasmo e ironia quando estou em uma situação como essa, me desculpe.

    – Situação como esta?

    – Com medo e um pouco de receio.

    – Como te disse, fica tranquila, não sou nenhum sádico.

    – Que bom, porque desse tipo eu já tenho até doutorado. Enfim, onde está minha educação? Prazer Lilian.

    – Doutorado? Interessante… Mas ok as formalidades… Prazer em te conhecer Lilian.

    – Prazer em te conhecer também…….

    – Ferdinand.

    – Ferdinand, um nome antigo e creio que Europeu?

    – Sim… Conheces a Europa pelo visto?

    – Sim, mais do que gostaria.

    – A curiosidade é uma virtude e um defeito que tenho, conte-me mais. Estou até pensando em arrumar uma banqueta e sentar-me ao teu lado se não for incomodo, é claro.

    – Imagine, não quero desperdiçar teu tempo com minhas bobagens. Alguém como você deve ter muito mais com o que se preocupar…

    – Tempo? Querida, o que eu mais tenho é tempo! Adoraria ouvir tuas histórias.

    – Se não for problema, e se você não for me prejudicar, vai ser um prazer lhe contar.

    – Te prejudicar? Por um acaso você vai me bater ou algo do tipo?

    – Não tenho motivos aparentes…

    – Então não há nada que te impeça de começar a falar…

    – Você é bem insistente e persuasivo…

    – É um dos meus dons.

    Depois disso, comecei a contar tudo o que havia passado para Ferdinand e ele foi muito gentil ao me ouvir e entender o que havia passado. Foi um gentleman por todo o tempo que ficamos lá e confesso que me senti mais a vontade e também um pouco mais segura perto dele. Não por ser extremamente forte, mas por ter tido a paciência e por ter me aconselhado em muitas coisas, coisas pelo qual levo muito em conta hoje em dia.

     

  • Como encontrar um vampiro – pt2

    Como encontrar um vampiro – pt2

    A década de 60 foi uma década onde curti a não-vida “adoidada”, mesmo que em certos momentos eu tenha passado por noites muito tensas. Mas, foi mais ou menos nessa época que conheci Eleonor que por muitas vezes falou sobre “Dom Ferdinand” que segundo ela, era um verdadeiro gentlemam. Além disso, Eleonor se tornou uma grande amiga, com quem pude contar durante anos. Mas, as coisas estavam difíceis para mim em certa época onde eu não podia confiar em ninguém e, por isso precisei sumir por um bom tempo.

    Porém, Eleonor falava tanto do Sr. Di Vittore que minha curiosidade por conhecê-lo era imensa, além disso, quando soube que ele estava por perto, eu sabia que ele poderia ajudar-me diante da minha situação. Fiquei incrivelmente surpresa por ele ter aceitado conversar comigo quando entrei em contato inicialmente, e ter a amizade e referência da Eleonor contou muitos pontos para que isso fosse possivel.

    Quando recebi a ligação de Ferdinand, marcamos em um lugar próximo ao hotel em que eu estava. Arrumei-me, e caminhando apenas algumas quadras pude ver sua Harley estacionada. Ele era ainda mais alto que Sr. Erner e eu me senti ainda menor embora não seja  tão baixinha. Vestia uma jaqueta de couro e um tênis surrado. Estava escorado na moto olhando algo no celular.

    Então, eis que meu celular toca. E automaticamente ele olha em minha direção e percebe que eu estava ali há algum tempo o observando e pensando se deveria ou não me aproximar.  Envergonhada, cumprimentei-o e falei:

    -Não basta já poder sentir minha presença?

    -Muito prazer em conhecê-la também. És ainda mais baixinha do que eu imaginava!

    Naquele instante percebi seu “elevado” senso de humor, “nem sou tão baixinha assim” pensei e como se nos conhecêssemos há anos conversarmos durante longas horas em um café que havia por perto.

  • A Revelação: A História de Rebecca – Parte III

    A Revelação: A História de Rebecca – Parte III

    Recolhi todos aqueles papéis do chão e li atentamente alguns trechos do que havia escrito neles, era uma história e tanto:

    “Alemanha, 1562. Foi o ano em que nasci. Sim, sou Thomas Erner. Cresci em um orfanato,mas  fugi e vaguei pelas ruas. Nela descobri o dom de manipular as pessoas e consegui tornar-me um homem rico, porém nada digno. Com 30 anos, e a beira da morte por uma terrível doença. Recebi uma visita de alguém desconhecido e… uma proposta na qual não me arrependo de ter aceitado. Teria vida eterna, mas uma vida sem alma, sem coração. Concebida pelo mal. Na qual a sede por sangue me consumiria, e a luz me queimaria. Escolhi viver na escuridão e com isso, adquirir ainda mais  poder. Eu morri e retornei a vida. Mas, retornei em forma de demônio. Um tipo de demônio na qual chamam de manipulador. Um ser da escuridão, capaz de controlar e manipular outros seres, um ser que anseia por sangue e sente prazer na dor e tortura alheia. Sou capaz de conseguir tudo o que quero!! Ainda mais agora, que conseguirei ainda mais e mais poder…”

    Virei algumas páginas aterrorizada, e….

    “Alemanha, 1928. Ela estava saindo do seu novo trabalho, não sei por que insiste em fazer algo que é de domínio dos homens… Sempre atrapalhada e ansiosa. Era assim desde pequena. Ao menos consegui atraí-la para perto. Hoje será a grande noite em que sua vida mudará. Eu já estava preparando-a com seus pesadelos, adorava brincar com sua mente enquanto dormia. Então, está tudo planejado. Irei trazê-la para mim…”

    Por alguns instantes, permaneci recostada na parede olhando para o nada. Encontrei o que precisava. Ali havia toda a história, todas as anotações sobre mim e sobre ele, agora sabia quem ele era. O pior era que aquele homem havia me observado a minha vida inteira. Desde meu nascimento, talvez, e descobrir algo assim era desconcertante. Cada passo, cada palavra, cada acontecimento. Tudo estava ali.  Ele era maluco, realmente. Por um momento, senti tanta raiva que meu desejo era destruir e quebrar tudo aquilo. Mas eu não podia. Eu vivi uma ilusão, conclui.

    Certamente, ele já sabia que eu estava lá e que descobri tudo. Peguei alguns diários e manuscritos e voltei para o quarto. Tentei deixar tudo como estava para que talvez ele não sentisse falta do que eu havia pegado. Mas, ao entrar no quarto… Ele já estava lá. Sentado em minha cama, olhando para baixo. Gelei. E deixei tudo cair no chão novamente…

    – Vejo que achou o que precisava não é mesmo?

  • Vampiro, flerte e mulheres

    Vampiro, flerte e mulheres

    Um dos meus maiores passatempos é o flerte. Sabe aquela troca de olhares, que proporciona caras, bocas e vontades? Pois então, costumo fazer muito isso nos lugares em que frequento. Noites atrás, por exemplo, eu estava numa livraria e entre a leitura de capas e contracapas dos exemplares que lá havia, confrontei meu olhar, juro que foi sem querer, com uma bela senhorita.

    Cabelos castanhos claros e lisos, pele branca, boca carnuda, óculos grandes estilo Ray-ban e o que me chamou atenção nela além disso tudo: um jeitinho extremamente sexy de mexer os lábios quando lia, dando pequenas mordidinhas safadas de tempos em tempos, provavelmente quando alguma cousa lhe fazia pensar por mais de alguns segundos.

    Tendo em vista aquela beldade, iniciei meu jogo e depois de alguns minutos consegui a atenção dela. Comecei pelo básico, puxei papo sobre o livro que ela lia:

    – Dizem que mulheres que leem 50 tons de cinza tem um jeito muito peculiar no amor.

    – Ah já sei vai dizer que gosto de apanhar e que sou submissa?

    – Nada a ver, dizem que são mulheres intensas e que se entregam no que fazem…

    Desta forma continuei o papo por mais um tempo e consegui inclusive leva-la para um café que havia no mezanino do lugar. Papo vai e vem e por mais alguns minutos despejei aos 4 ventos toda cultura que eu possuo. Nesses momentos adoro ser geminiano e se interessar por tudo um pouco.

    Havia se passado pelo menos uma hora entre confidências, curiosidades e besteirinhas. Descobri, naquele tempo que ela é órfã de pai, que gosta de macarronada à bolonhesa, que champanhe e bebidas com gás lhe dão cócegas no nariz e inclusive que seu signo é touro. Obviamente, para descobrir tais detalhes tive de falar um pouco de mim: nasci em Florianópolis, sou órfão de ambos os pais e não tenho nenhum parente vivo. Essa última questão foi muito conversada por nós e provavelmente o que nos aproximou.

    Todavia, o tempo passa rápido quando nos divertimos e decidi que a pouparia de minhas presas, ao menos por aquela noite.  Confessem senhoritas, vocês morrem de curiosidade, sempre acham que a esmola é demais para o santo e se sentem valorizadas quando o “cara”, não insiste nos flertes no primeiro encontro. Explicada, por aquela desgastada, mas ainda atual situação da sociedade machista, onde o homem pode tudo e a mulher, caso vá para cama no primeiro encontro, fica mal falada.

    Mesmo se a mulher for para a cama no primeiro encontro e ninguém além dela saiba disso, há a pressão pessoal na história. Será que ele vai ligar de novo? Será que é realmente o que está falando ou pode ser um vampiro? Será que vai estou gostando dele? Em fim, deixei que ela ficasse com a pulga atrás da orelha e nem mesmo carona ofereci. Trocamos Whatsapp e naquela noite nos falamos até que ela não aguentasse mais de sono. Cabe aqui um segredo para os caras que precisam de dicas para flerte: Deixe a mulher falar, isso gera mais confiança e permite que ela se entregue mais facilmente.

    Essa história rende mais algumas situações, as quais vos contarei conforme o desenrolar de minhas noites…

  • Como encontrar um vampiro

    Como encontrar um vampiro

    Certamente, “Como encontrar um vampiro?” é a pergunta que mais me fazem depois de “Como se transformar em vampiro?”. Isso é algo que para o meu entender não se explica e se encaixa no mesmo patamar daquela brincadeirinha “qual a cor do cavalo branco de Napoleão?”.

    Porém, como sou um vampiro legal e gosto de contar minhas andanças mundo a fora. Segue abaixo uma lembrança que tive esta noite que passou, sobre outra época, noutro continente, em outro mundo…

    Disseram-me que o gelo do inverno havia derretido quase que por completo e isso por si só me era um ótimo motivo para sair do castelo e dar uma volta pelo centro de Berlin. Sabe, esticar as pernas, sair da rotina para talvez conhecer gente nova. Nesta época ainda não possuíamos carros e as carruagens ou cavalos nos levavam de um lado para o outro. Desta forma levei algumas horas para fazer uns 50km até o centro de minha adorada Brandemburgo.

    Mandei o cocheiro me aguardar numa praça qualquer, peguei minha cartola, a bengala e segui a pé por entre as ruas ainda frias daquela noite. Passei por pubs animados pelos cânticos dos bêbados, por lugares sujos repletos de mendigos, lixo e ratazanas. Vislumbrei amantes, ladrões, vendedores e até mesmo crianças fazendo cousas que até mesmo Deus duvidaria.

    Sinceramente dou risadas, quando vejo pessoas idolatrando épocas como a Medieval ou Vitoriana. Se o assunto for moda eu mesmo gosto muito daquelas senhoritas com vestidos e espartilhos, porém se formos parar para analisar eram muitos os problemas da sociedade. Não havia esgoto, empresas que recolhiam lixo ou hábitos de higiene tais quais os atuais. Não é a toa que a peste negra dizimou muitos.

    Enfim, deixando o contexto histórico de lado… Eu ainda estava passeando por uma rua quando avistei ao longe uma bela senhorita. Nesta época eu não possuía o dom de perceber as energias, portanto de inicio era apenas uma moça, sozinha e frágil. Aproximei-me e fui cavalheiro – Posso acompanha-la senhorita? Está uma noite fria e este lugar me parece um pouco perigoso para uma dama. – Mesmo diante tal cordialidade ela não me respondeu e continuou andando ao meu lado.

    Tentei novamente – Desculpe-me, só queria ser cortês contigo – Neste instante passávamos próximos a um beco e muito rapidamente ela me jogou para dentro dele. Mal tive tempo de analisar a situação e me vi encostado na parede tendo uma das mãos dela segurando “minhas partes baixa” e a outro meu pescoço por trás. De baixo para cima ela me encarou e ao mesmo tempo em que mexia carinhosamente as mãos, foi incisiva com uma voz sexy quase rouca – Não gosto que me sigam Wampir, se também estás à caça, saibas que este é meu território!

    Depois disso ela me deu uma tapa na cara e saiu andando como se nada tivesse acontecido. Confesso que tinha gostado do seu jeito, vampirinha esperta e cheia de atitude. Pena que nunca mais a ví por aqueles lados…

  • Livro de bruxarias da Madame Borgia – Final

    Livro de bruxarias da Madame Borgia – Final

    Noutra noite qualquer Franz também apareceu por terras paulistas e lá estávamos nós três juntos, como no inicio de minha vida vampiresca na Alemanha. Está certo que sempre ficávamos os três sozinhos em tantas outras ocasiões, aliás, belas e profanas ocasiões. Porém desta vez havia algo a mais, havia minha busca frenética por um grupo de magos/bruxas e por uma loira sem rosto e que mesmo sem eu conhecer, já estava tirando o meu sono.

    São Paulo é a quarta maior aglomeração urbana do mundo. São quase 30 milhões de pessoas e dentre elas são muitos os estudantes de Magia. Nesse contexto, certamente se tu não tiveres alguns bons contatos seria uma busca daquelas do tipo agulha no palheiro. Porém, como eu sempre fui muito bem assessorado, concentramos as buscas em alguns grupos isolados e que ao todo não passava de mil pessoas.

    E lá se foram outras noites em busca de mais informações até que na metade da madrugada de uma sexta, recebo uma mensagem de Joseph: – Mon ami, encontrei uma pista interessante, nos falamos no hotel Au revoir. Je dois partir...

    Perto das 3h da manhã eu voltei para o lugar e lá estava Joseph sentado no sofá mexendo em seu Nokia N95, junto de Franz que apenas assistia TV. Ao me ver Joseph largou o celular num canto, me cumprimentou estendendo a mão como sempre fazia e contou sobre suas descobertas. Ele havia achado um pesquisador especializado em bruxaria, professor de história da USP e que lhe forneceu mais detalhes sobre as Strega e suas ramificações no Brasil. Ele também soube de uma tal de Pietra, taróloga e conhecida adepta da Stregheria, porém esta não foi localizada para nos fornecer informações.

    Então, baseado em tudo o que havíamos encontrado decidi que deveria ir para a Itália. Cruzar o oceano por causa de sonhos e visões Ferdinand? Sim, minha cara leitora. Eu havia retornado recentemente de uma longa hibernação de 50 anos. Período no qual minha cabeça deveria ter sido curada deste tipo de incomodo e eu realmente queria começar “vida nova”.

    Algum tempo na Itália, algumas noites junto de meu amigo e mago kieran na Inglaterra e muitas das dúvidas, inclusive os feitiços do livro havia sido resolvidos. Meus pesadelos haviam acabado junto da leitura do tal livro e eu decidi retornar ao Brasil.

    Em junho deste mesmo ano a rotina havia retornado as minhas noites, muitos dos negócios do nosso clã estavam novamente em minhas mãos e lá estava eu novamente procurando o que fazer, quando recebo um sms de Franz: “Ocupado hoje? Estou pensando em chamar alguns amigos e fazer aquela nossa tradicional noite de comes e bebes, vens?”.

    Confesso que a monotonia tomava conta de mim e também não estava nenhum pouco empolgado em sair de casa naquela noite. Porém como as festas do Franz são sempre empolgantes e agitadas, resolvi tomar um banho e parti para o tal lugar. Salão de festas de um prédio qualquer e vários humanos dividindo espaço com os vampiros de nosso clã.

    O mais engraçado destas festas é que Joseph e Franz sempre davam uma de “chef” e inventavam pratos exóticos para os convidados. Nesta em específico eles preparavam Sushi e tão logo cheguei já foram pedindo ajuda para enrolar as algas com arroz, salmão e afins…

    Tudo ia bem, eu já estava empolgado com a festa e inclusive havia encontrado uma garota alvo, no qual imaginava ter algum tipo de afair mais tarde. Quando olho para uma das janelas e vejo vindo ao longe uma garota loira de calça jeans e um casaco com capuz cobrindo seu rosto. Isso foi o suficiente para eu parar o que estava fazendo, limpar os olhos, olhar para os lados, me beliscar e piscar várias vezes na intenção de ver se era mesmo realidade.

    Mesmo assim a garota continuava vindo em direção a festa. Procurei alguém mais próximo, que por sorte era Joseph e apontei perguntando: – Estou vendo cousas meu amigo? – E para minha sorte ele me respondeu com um sorriso no olhar: – Acalma-te mona mi, também estou vendo!

    Alguns segundos depois a garota entra, cumprimenta os conhecidos pelo caminho e ao chegar próxima de Franz, tira o capuz deixando seus lindos cabelos loiros à mostra e da um oi do tipo “geral”.  Franz de imediato limpa as mãos com uma toalha, a coloca no ombro e se vira para mim dizendo: “Beth este é o meu irmão Ferdinand, que chegou recentemente da Alemanha”.

    O meu querido e tagarela Franz diz que “…quando eles se olharam os olhos de ambos brilharam, eles se concentraram um no outro e o amor podia ser visto na forma de corações estourando pelo ar…“ Poesias a parte, o papo inicial realmente foi muito bom. Compartilhamos muitas opiniões semelhantes e não tardou, até que surgisse algum tipo de confiança especial, que nos permitimos revelar os segredos sobrenaturais de ambos.

    O resto vocês já sabem e iniciava-se naquela noite nosso relacionamento. Um período no qual ela me ajudou a se readaptar ao mundo atual, ensinou quase tudo o que sei sobre bruxaria moderna e fomos muito felizes.  Apesar de seus poderes, humanidade e de minha condição vampiresca, o nosso relacionamento foi de vento em pompa até os últimos meses de 2011. Quando ela decidiu concentrar sua vida em seus aprendizados bruxólicos e partiu para uma longa jornada sozinha, em alguma parte deste ou dos outros mundos.

  • A vampira ruiva

    A vampira ruiva

    Hoje começarei a contar sobre uma nova “personagem”, confesso que ainda nos dias de hoje e depois de quase cinco anos de site, me é estranho chamar meus amigos e conhecidos de personagens. Todavia, como sempre, isso se faz necessário para ocultar nossas reais identidades. Portanto, hoje falarei de Letícia…

    Assim como Stephanie, Letícia também entrou em nosso mundo aqui pelo site. Porém, ao contrário da anterior, esta já havia sido transformada em Wampir há muitos anos atrás. Letícia é uma Wampir nova ou como alguns de nós apelidamos esta fase: pupillus ou simplesmente pupilo.

    Tudo começou por causa de um e-mail no qual ela se apresentou. Desde então tivemos várias conversas, que se estenderam ao telefone e dentre os quais falamos muito sobre Wampirs conhecidos em comum. Até que depois de tais confidências finalmente agendamos um “bom papo de boteco”. Sim, vocês sabem que a Bohemia é constante em nossas não vidas, sendo assim, nada melhor que um local movimentado e com boa música para fazer novos amigos.

    Mesmo com tudo agendado noites antes, tive de ir sozinho a nosso primeiro encontro, pois todos os outros estavam ocupados. Inclusive Sebatian, que há semanas pesquisa para mim um feitiço novo chamado Vita ultra modum, mas isso é outra história. Era uma noite fria destas típicas de outono no Brasil, um vento fresco pairava no ar e as estrelas convidavam qualquer um a um belo passeio. Sendo assim nem pensei duas vezes antes de sair com uma de minhas motos, aliás, estou gostando cada vez mais da minha nova moto e do silencioso “giro” de seu potente motor elétrico.

    23h00m em ponto e lá estava eu sentado a mesa de um tradicional boteco que eu frequento, é um dos negócios que tenho em sociedade com o Franz, então estava digamos seguro. Sem saber muito da aparência da garota eu fiquei lhe esperando por longos 23 minutos. Percebendo que pontualidade não era o forte da pupilo, aguardei mais alguns instantes até que finalmente percebo uma energia moderada vindo de algum lugar próximo a mim.

    Olho para os lados e como toda Wampir novinha lá estava à espalhafatosa ruiva, que havia deixado de lado os conselhos que eu havia dado sobre vestimenta. Trajando um belo corselete verde que parecia lingerie, com calças jeans super justas e um casaquinho preto. Um belo salto a deixava com mais de 1,75 e a carregada maquiagem escura a faziam parecer uma garota de programa da Baixo Augusta.

    Com a primeira impressão deixando a desejar, só me restava aguardar que ela viesse ao meu encontro. Então dito e feito, ao menos o poder de sentir os sobrenaturais ela havia aprendido e não demorou até que parou ao lado de minha mesa. Sr. Ferdinand? – Perguntou ela – Sente-se minha querida – Disse eu ficando de pé e puxando a cadeira para que ela se acomodasse.

    Então finalmente chegastes senhorita Letícia, é um prazer tê-la aqui esta noite! – Por mais que eu me sinta incomodado com atrasos ou algo do tipo eu não consigo tratar mal uma mulher. Primeiras impressões a parte e o papo durou por longos minutos, entre uma ou outra beliscada de água para disfarçar as aparências. Nunca é fácil aceitar a companhia de novos indivíduos em nosso convívio, porém Letícia havia gerado belas expectativas. Principalmente por confessar de quem ela era pupilo e tendo em vista o renome de seu mestre.

    Noites depois Franz também quis conhecer a pupilo e me jurou de pés juntos que só conversaram… Difícil acreditar que ela não tenha experimentado os lençóis de meu irmão, porém ele está convicto que ela pode andar mais vezes conosco. Independente do que eles tenham feito, imagino que ele tenha lido a mente da ruivinha e visto as suas principais intenções.

    Novos aliados? Amigos? Só o destino sabe o que esse novo contato irá nos trazer…

  • Encontro, estupro e internet.

    Encontro, estupro e internet.

    Estava lendo sobre este caso no Equador, onde uma jovem de 20 anos foi brutalmente morta depois de ter sido estuprada e confesso que fiquei imaginando algumas cousas. Na verdade minhas indagações tem por base os vários e-mails, que recebo diariamente com pedidos de pessoas que gostariam de me conhecer pessoalmente.

    Minha identidade é oculta, digo que sou um vampiro, falo frequentemente que não tenho medo da morte e, aliás, deixo explicitas algumas histórias de quando eu matei sem dó nem piedade e mesmo assim vocês vem atrás de mim…

    Alguém me explica por favor onde está o juízo de uma garota que sai de casa sozinha, muitas vezes mentido para a família e parte para um encontro a cegas em lugar desconhecido e com um cara que conheceu pela internet?

    Está certo sou de outra época, sou do tempo em que garotas não eram assim saidinhas e tinham amor próprio. Valorizavam suas vidas e queriam alguém para amar. Não era apenas um rolinho de uma noite ou uma ficada com um gatinho da net…

    Vamos lá me chamem de velho, digam que sou “out”… Tomara que nenhum de vocês precise passar pela dor de um pai ou mãe, que perdeu uma filha ou filho que resolveu dar uma de aventureiro e morreu nas mãos de pedófilo ou assassino.

    A vida de vocês é curta e frágil, não a desperdicem em uma noite com um príncipe encantado da internet. A realidade é cruel… Palavras de um assassino frio e calculista feito eu!

  • Encontrei um vampiro no supermercado!

    Encontrei um vampiro no supermercado!

    Supermercado é algo interessante, como o povo gasta dinheiro com comida… Bom, eu até vou lá às vezes, pois a Beth precisa comer e por que atualmente ali também vende outras coisas além dos alimentos. Ok, nessas horas ser vampiro tem suas vantagens …

    Mas por que diabos estou falando de supermercado? Bom, é por que me lembrei de uma boa história. Sim, este é um daqueles posts onde conto minhas peripécias.

    Fabiana era uma menina linda, daquelas de fazer virar o pescoço para dar uma boa olhadinha. Magrinha, perto dos 1 e 70, seios fartos, cabelos castanhos escuros encaracolados, olhos azuis claros e um pouco sensual. Uma mulher estonteante que faria muito homem fazer besteiras. Tanta beleza e desperdiçadas em um caixa de supermercado, não que esse trabalho seja ruim é que a moça poderia ganhar muito mais dinheiro fazendo outras coisas, talvez trabalhando como modelo fotográfico por exemplo.

    Enfim, lá estava eu fazendo minhas compras quando sinto a presença de algo sobrenatural. (Esse tipo de sensação pode ser provocada pela presença de peludos, humanos poderosos ou até mesmo por outros vampiros) Apesar dessa sensação inconveniente eu continuei circulando com o carrinho por entre as gôndolas. Meus ouvidos estavam ouvindo mais que o normal e qualquer barulhinho diferente me fazia arrepiar os ossos. Chega a ser impressionante como o tempo nesses momentos passa mais devagar, tudo parece estar em slow motion. Pessoas passando, corações batendo e eu ali sem saber quem era…

    A sensação e a angustia aumentam, a ansiedade extrapola e de repente eu esbarro em um senhor. Por alguns segundos trocamos olhares, rolou aquele momento de espera, um esperando o outro dizer algo, mas ninguém balbucia nenhuma palavra. A sincronia é tanta que parecíamos extasiados um pela presença do outro. Mais alguns segundos e sinto meu calcanhar… vrumm… e o mundo volta a girar na velocidade normal… Olho para trás e uma menina me pede desculpas. Olho novamente para frente e o senhor havia sumido. Droga, para onde ele foi, eu continuo o sentindo…

    Larguei o carrinho e comecei a procurá-lo, droga de supermercado grande, pensei comigo. Nada do cara e a sensação foi diminuindo até parar, merda… Quem era?

    “Senhores clientes a loja fechará em 10 min…” Falava a menina com voz de pato… Ok, lá vou eu para o caixa. Depois de alguns minutos o local estava bem vazio, embalei minhas coisas e fui para o carro. Nessas horas acho minha vida muito parecida com algumas cenas de cinema…

    Escuridão, umidade, lâmpadas piscando e meu carro sozinho em um canto. Ao longe eu desarmo o alarme e o barulho das travas produz um eco ensurdecedor. Droga, enquanto faço isso à sensação surge novamente arrepiando minha coluna, nesse momento eu até olho para os lados, mas não vejo ninguém. Guardo as compras entro no carro e na frente do carro como uma assombração surge o infeliz.

    Ele me olha, estala o pescoço e diz: “Fazia tempo que eu não via outro de nós“. “Fazer comprar em lugares movimentados é uma bela forma de se manter um disfarce, não acha?” Antes que eu pudesse dizer algo vejo vindo em nossa direção uma linda mulher de cabelos cacheados com roupas do estabelecimento. Merda, merda, merda… Novamente o cara sumiu…

    Ligo o carro ando alguns metros e lá estava o infeliz tomando sangue da pobre infeliz. Até hoje não sei por que parei, desci do carro e fui em direção a eles. Ver aquela pobre linda menina sendo sugada por outro que não fosse eu, mesmo depois de tantos anos como um sanguessuga me fez sentir um pouco de ciúmes misturado com embrulho na região abdominal. Estranho? Sim… Pulei nele e bati o quanto pude, mostrei minhas presas como um felino feroz e ele recuou. Uma das minhas pistolas caiu ao chão, fui mais rápido, peguei e dei dois tiros. Um pegou de raspão no braço direito e outro no pescoço, o que provocou sua queda e uma explosão muito grande de sangue sobre mim.

    Depois disso comecei a sentir cheiro de carvão, o ambiente ficou mais escuro, tão escuro que quase era possível tocar o ar, mesmo assim sem poder ver muita coisa comecei apalpar a minha até conseguir encontrar meu carro. Liguei os faróis e logo a frente do carro estava um crachá escrito Fabiana de Oliveira Linhares, assistente de caixa…

    Quem era o meu concorrente? Não sei, nunca mais o vi ou senti, somente sei que era um maldito cultuador das sombras.