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  • Kora “Eu não nasci eu fui criada”

    Kora “Eu não nasci eu fui criada”

    Sinceramente eu nem sei por onde começar… Eu não sei até onde o entendimento humano vai e muito menos até onde aguentam, mas mesmo assim vou tentar resumir um pouco de mim.

    Me chamo Kora e meu apelido como bem sabem é Koko. Eu sou um ser e não nasci de ninguém, não sou nada humana apesar da aparência. Quando fui criada o meu objetivo era ser como lobo de caça do Gran Mestre, minha missão era matar e açoitar quem ele me ordenasse e sim eu o fazia e obviamente usava instintos naturais da selvageria animal. Eu mastigava lentamente cada inimigo.

    Séculos e mais séculos eu vivi como bicho, como lobo de caça, como guardiã da vontade maior e por séculos eu entendi que eu era assim até que em uma noite meu senhor me chamou e eu em minha obediência ouvi que animal deixaria de ser e a forma humana iria tomar para um objetivo maior.

    Ruiva me fizeram, baixinha de curvas acentuadas e cintura fina me fizeram, os olhos verdes vivos de lobo mantiveram junto da minha vontade por sangue e guerra. Fui objeto de sedução de muitos lords, duques, mestres, humanos sedentos pela carne humana de forma carnal.

    Consegui que ajoelhassem e pedissem perdão, que implorassem por mais e que no fim fizessem o que era pedido… Dar a alma em troca de mais uma noite e mais uma sensação ao me tocar… Prostituta de Lúcifer, talvez? Sim, porque não? Eu não tenho o mesmo sentimento que os humanos, eu não tenho medo, não vivo a sombra da sociedade… Eu mastigo almas e suas cascas por diversão e que mal seria usar de um prazer antes do trabalho ou quem sabe da refeição?

    Me tornei mulher aos olhos da sociedade e mais um soldado aos olhos do inferno. Minha arma era a sedução e minha sentença era a foice que partia cabeças, pois tenho uma missão. Tolos são aqueles que acham que na infinita hipocrisia vão se salvar em Cristo… Pensem de novo, como sei que o Reaper já lhes disse, no céu só se entra quem agiu de forma justa e correta, lá apenas realmente os bons vão, aqueles que não queimam ou difamam outras vidas, aqueles que agem de boa fé e não por interesse e aqueles que seguem a palavra do senhor dos céus e paraíso. Não se iludam se ainda tem muito o que se arrepender e redimir, suas boas intenções não vão lhe salvar e ir na igreja não lhe da ticket de entrada no céu ou por que acha que existe o ditado “ De boas intenções o inferno está cheio”? Estamos cheios até o talo e pretendemos continuar assim.

    Demais assuntos de lado, como eu conheci o Reaper? Ele foi um dos meus ‘professores’ e me ensinou como viver o lado humano depois de transformada… Eu tenho medo do Reaper? Você não? Deveria. Eu fui apresentada na minha nova pele como um ser selvagem a ser moldado para os trabalhos na terra e sinceramente que prazer é poder interagir e ver no coração de cada um de vocês o que realmente deseja e saber que 80% está fadado ao encontro com o Gran mestre…

    Se me arrependo de algo? Jamais. Se eu pretendo continuar como uma arma? Com toda certeza. Algo que se arrependa? Não ter conseguido terminar meu jantar aquele dia com o Reaper e o vampiro Ferdinand pois a policía estava vindo… Uma pena, mas o cardápio está cheio não? Qual o seu poder? Um só? Não se iludam, pois se eu fui criada por quem eu fui, apenas um poder não seria suficiente, que tal 3 poderes que podem acabar com tudo que conhece? Alimentação? Lanche que não é… Vai participar de alguma aventura com o Ferdinand? Não sei, talvez, quem sabe… Ele é um vampiro bacana… Seria um prazer vê-lo destroçar algum apaixonado, ainda mais em forma de lobisomem, seria um espetáculo. Alguém se propõe?

    E não se enganem o rosto bonito e os cabelos vermelhos não escondem inocência alguma. Talvez eu volte por aqui para contar como consegui converter algumas almas na antiga Londres, Chicago, Suíça ou Nova York talvez, quem sabe.

    Ass: Koko

    Hail Satan!

  • Dias de luta, dias de glória!

    Dias de luta, dias de glória!

    Estava aqui ouvindo a música Dias de luta, dias de glória do Charlie brown Jr. Sim, também ouço outras bandas além das gringas e cara, que letra foda! Curti principalmente a parte: “Mas hoje dou valor de verdade pra minha saúde, Pra minha liberdade”. Haja vista, que passei por um período muito turbulento quando fui acordado em 2005 e desde então, parecia que o mundo queria tirar meu sangue todas as noites. 

    Mas vamos voltar as histórias, afinal, é por isso que vocês estão aqui… 

    Noites atrás eu pilotava uma das minhas motos, estava com a HD antiga e um pouco frustrado com a bateria dela. Como pode uma bateria não aguentar duas semanas sem descarregar completamente? Certas coisas desse mundo descartável são um saco! 

    Andava por uma avenida conhecida e resolvi parar num bar de sinuca que as vezes frequento. Um lugar repleto de outros motociclistas e sempre bom para fazer novos amigos. 

    Papo vai e vem, comentei com um camarada que eu tenho negócios relacionados a fabricação de armas e ele comentou sobre a nova medida adotada pelo Presidente Bolsonaro. Eu já imaginava que o novo presidente iria facilitar o acesso e isso veio para nós em um momento ótimo. Ampliar os lucros do clã é sempre um dos objetivos de quem está no comando. 

    Acontece que o camarada era contrário ao decreto e me surpreendeu. Disse que tal medida proporcionaria novos crimes ao invés de resolver aqueles que já existem. Meu lado esquentadinho queria retrucar e pensando na paz que vivo no momento, decidi ouvir mais dos seus argumentos. 

    O argumento principal foi o fato de que ele possui filhos e estava preocupado com os pais dos amigos das crianças. Será que eles teriam armas em casa, será que as armas estariam em lugar seguro, será que as crianças teriam acesso e estariam mais propensas a possíveis acidentes? 

    Como alguns de vocês sabem eu fui criado em fazenda/sítio e naquela época, quando ainda era humano, a relação com armas era diferente. Aprendíamos cedo a lidar com espingardas, pistolas e afins. Eram muitas as ameaças: lobos, lagartos, ladrões… Sim, se alguém entrasse na fazenda sem ser convidado, era recebido a bala. Ao menos uns tiros para o alto eram dados. Alertado aos invasores que havia gente disposta a lutar por sua propriedade. 

    O papo rendeu bastante, vieram outros camaradas que comentaram sobre o assunto e no fim ficou uma dúvida. Os humanos brasileiros voltaram a época onde davam tiros, antes de dar bom dia ou boa noite? 

    Entre os sobrenaturais o uso de armas de fogo é comum, não que elas resolvam tudo, mas são uma forma de proteção a mais. Confesso, dificilmente vou deixar de carregar comigo minhas duas pistolas… Elas, junto das munições especiais, certamente prolongaram minha existência em mais algumas décadas.

  • Fui num jantar de ano novo com o Reaper

    Fui num jantar de ano novo com o Reaper

    Um ano novo e recomeço de ciclo e eu volto aqui depois me ‘esquecer’ repetidas vezes que a minha percepção do tempo é extremamente diferente de todos vocês humanos. Me desculpem por isso, apenas por isso.

    Creio que devam estar se perguntando “E quando este ser vai contar o que aconteceu depois do último capítulo?”… Bom vejam bem que eu sai ileso, assim como Ferdinand e Koko de uma aventura monstruosa e divertida em tantos aspectos afinal eu havia me esquecido como era divertido jantar com os amigos e dividir uma mesma refeição, se é que vocês entendem o tipo de menu que estava em nosso cardápio naquela noite. Boas recordações do ano de 2018 que foram repetidas com certa voracidade mesmo que eu tenha tantos trabalhos extras atrás de humanas e alguns humanos desavisados e sem noção do que o futuro reserva. Eu aprecio demais o meu trabalho.

    Mas antes de qualquer coisa e qualquer revelação sobre o nosso adorável jantar/missão eu venho aqui para lhes contar uma conversa agradável que tive com o meu criador, mestre, senhor da escuridão ou como alguns chamam intimamente de tio Lú, sobre um assunto muito agradável para nós, o Satanismo! Sim! E para o nosso deleite fizeram uma série sobre bruxas e satanismo! Ah que alegria ver que a sociedade não é mais tão pudica e temerosa dos efeitos e ameaças da igreja.

    Apesar de alguns erros básicos sobre o satanismo e o mundo das bruxas, demônios, reapers e afins eu gostei do que vi e do que foi mostrado sobre o pacto com o grande senhor das trevas. Adorei ver os demônios mostrados aos seus meros disfarces humanos vivendo em sociedade, uma alegria sem fim. Antes que me esqueça eu falo do seriado O sombrio mundo de Sabrina e não meus caros, eu não venho aqui para fazer propaganda, afinal não sou blogueiro nem rato de instagram. Eu apenas soube deste peculiar seriado e me dei ao luxo e ao deleite de apreciar algumas tradições nossas sendo exibidas, como o canibalismo, Ahh, até salivo! quando penso no sangue e carne pulsantes degustados nos últimos momentos de vida, até mesmo de uma bruxa ou bruxo totalmente desesperado pelo encontro sombrio. É sempre um prazer mesmo que meu prato favorito seja por pessoas extremamente curiosas, maldosas e metidas a espertinhas que por fim acabam sendo encontradas. 😉

    Lúcifer adorou o que viu e percebeu um grande aumento de  humanos sedentos pelo afeto da escuridão graças a este peculiar seriado. Obrigada aos produtores por facilitar o nosso trabalho!

    Por fim, vamos aqui dialogar mais um pouco e talvez extensamente sobre a minha outrora aventura com o sir Ferdinand e a Koko devoradora sedenta e carismática.

    O xerife como ele sofreu este homem que um dia foi temido e hoje jazia túmulo na minha barriga pois como bem podem suspeitar nós três conseguimos sair vivos, ou meio vivos afinal o que nos habita vai além de vida pura e genética como vocês.

    Lembro-me como se fosse ontem o que praticamente na minha percepção foram: cabeças rolando, o sangue sendo jorrado de vários lacaios do xerife forrando o assoalho uma vez marrom que agora era tecido de um vermelho intenso, que sensação maravilhosa aquele lugar fechado e abafado e cheirando a sangue e ferro me trazia, era como a Disney para nós sobrenaturais.

    Um vampiro se divertia ao matar e se alimentar. Uma entidade maligna em forma da graça e delicadeza feminina devorava entranhas e carne dos desavisados lacaios, enquanto eu com um homem, que antes tinha grandezas e agora tinha apenas o último grito antecipando o seu final frívolo e pequeno ao virar jantar da escuridão.

    Um cenário vivo, sombrio, medonho e rodeado de desespero. Era o restaurante perfeito para todos nós, afinal o sangue poderia ser bebido e a carne consumida sem muita dificuldade. O prazer da vitória e do alimento era estarrecedor e o dever cumprido era a sobremesa, daquela que antes era uma missão, mas agora era um banquete muito bem servido.

    As apaixonadas pelo adorado Ferdinand ficariam de joelhos (literalmente) ao ver o que realmente significa ser um vampiro, um ser das trevas e poderoso que não teme, que não se abala com as fraquezas mundanas e muito menos tem medo de admitir qual a poção que o faz ser o que é: o cálice da vida, o sangue que jorra aos montes para o deleite do poder faminto.

    Que dia! A Koko pode mostrar ao Ferdinand o que era o real canibalismo satânico e eu pude comer algo, ou melhor, alguém que me satisfaria por pelo menos três meses.

    Agora por estes dias de fim de ano com a passagem sinto energias renovadas e novas tarefas designadas pelo Gran mestre e alguns amigos serão devidamente entregues e muito bem entregues. Talvez vivas ou não, mas entregues!

    Bem-vindo 2019 e antes que me esqueça a lua da virada foi minguante e no dia 01 de uma terça-feira o dia de banimento. Eu digo isso pois se você fez pedidos para dinheiro, saúde e paz é melhor se preparar para um ano muito interessante e do avesso, afinal pular as sete ondinhas não faz milagre e usar branco não é nenhum escudo para o mal e amarelo não trás dinheiro.

    Até breve e quem sabe eu venho aqui finalmente responder algumas perguntas “sobre os deuses mundanos”, aqueles idiotas que uma vez foram algo e hoje são apenas mais um grão de areia na praia.

    Hail Satan!!!

    Ass: The Reaper.

  • 2019: Um ano novo repleto de oportunidades!

    2019: Um ano novo repleto de oportunidades!

    2019 chegou! Um ano novo repleto de oportunidades para todos. Humanos, sobrenaturais e quem mais quiser aproveitar seus dias e noites. Ano passado o site completou 10 anos e foi uma data simbólica, haja vista que foi em 2009 que efetivamente comecei meus relatos por aqui.

    10, 11… 14 anos se passaram desde que fui acordado em 2005. Nesse período me readaptei ao mundo, descobri todas as suas novidades e posso dizer que já vivo entre vocês como se fosse um ser típico desta época. Já me apropriei de algumas gírias e uso frequentemente palavras como “cara”, “rolê” e “crush”. Mesmo nos momentos de fúria, onde geralmente resgatamos a essência, xingo usando “fdp”, “babaca”… como se tais palavras fizessem parte de minha origem no sec. XIX.

    Nesse tempo também já tive alguns romances, algumas “ficantes” e muitos “rolinhos”. Aprendi que a sociedade da atualidade não se importa com relacionamentos sérios e para um vampiro isso é ótimo. Pois podemos ser o espirito livre que muitos pregam, deixando de lado relacionamentos que muitas vezes podem prejudicar nossa existência.

    Além disso, aprendi que podemos nos reinventar a todo momento. Eu mesmo nesse período já fui fotografo, investigador, bom vivant, empresário, justiceiro e ainda tento ser escritor. Mesmo com as livrarias a beira da falência, este anda é o meio que mais gosto para divulgar minhas ideias. Será que algum dia as palavras escritas vão morrer? Youtube e Instagram estão aí a todo vapor.

    Os podcasts (ah lembram dos meus VampirosCasts?) estão bombando e existe o WhatsApp onde a comunicação rola escrita ou por voz, ou o Facebook, que vende nossos dados, mas que proporciona a mistura de tudo um pouco.

    Hoje os textões, como este, são démodé (saíram da moda), mas o que me faz continuar aqui e não migrar para os vídeos e afins? Eu sou velho, cara! Apesar de estar sempre me adaptando ao mundo contemporâneo, a escrita é onde meus pensamentos fluem melhor. Não me sinto confortável em gravar vídeos, mesmo mascarado a coisa não fluiria natural como aqui. Nos VampiroCasts eu até fico de boas, mas são pouco práticos.

    Agora, por exemplo, estou aqui no meu smartphone, no alto de um prédio. Onde observo vocês ao longe e posso escrever o quanto quiser de forma prática. No fone de ouvido toca um rockzinho dos anos 90/2000 que ajuda a manter o foco. Afinal, eu me distraio cm facilidade.

    Ah antes de acabar queria compartilhar um outro sentimento. Esses anos tem me lembrado a época em que escrevi pela primeira vez para a web. Fala-se pouco de vampiros, lobisomens e afins e isso me deixa sem pressão, não preciso mais competir com Vampire Diaries, True Blood ou Twilight e explicar diversos pontos de vista deturpados.  Somente as bruxas estão em evidência por causa do novo seriado da Sabrina. Aliás, viram lá porque existe tanta briga em as bruxas diabolistas e os outros seres?

    Nos vemos por ai, até breve!

  • História de terror e magia

    História de terror e magia

    Esses dias lembrei de uma história de terror e magia que envolve Joseph, meu grande amigo e irmão vampiro que se foi anos atrás. Lembrei disso, porque este mês seria seu aniversário. Data no qual ele sempre juntava os mais chegados para uma boa farra.

    Joseph ou zé para os íntimos, era um vampiro pacato. Sua origem francesa transmitia para alguns certa arrogância, mas quem o conhecia de verdade sabe que ele era um nerd convicto. Fã de teatro e de uma boa história, desde que ela fosse explicada nos mínimos detalhes.

    Il faut vouloir vivre et savoir mourir.

    É preciso desejar viver e saber morrer. Tal frase ele dizia que vinha de algum dos Napoleão, mas de tanto que ele falava  eu penso que podia ser invenção dele mesmo. Caso é que tais pensamentos nos contagiavam e serviam de inspiração para que fôssemos atrás de qualquer coisa com maior afinco.

    Numa das suas histórias, no qual ele gostava de criar um clima, acendendo velas pelo castelo, usando seus poderes para nos dar sustos e entreter. Iniciou o vampiro…

    “O amor permanece, naquele que é tocado pela morte? Apresento-vos a dança dos decrépitos, tal culto surgiu em meados…” E lá se ia ele flutuando pela sala, dançando sozinho, mas era como se estivesse com alguém, e magicamente nos encantava…

    Escuridão total e apenas o estalar de seus ossos vagando entre nós. Todos sentados em almofadas. Mesmo aqueles que possuíam a visão noturna apurada ficavam atentos e não tiravam o foco de seus movimentos finamente orquestrados.

    De repente uma vela se acendia em suas mãos de dedos esqueléticos e seu verdadeiro rosto causava angustia, medo e até nojo por parte da plateia. Figurava ali o que ele chamava de La petite mort. Satirizando a icônica frase dita por muitos naquele século.

    Meu amigo não tinha pudores e na verdade ninguém naquela época controlava os pudores ou palavras. Tal comunicação era ainda pior nas rodas vampirescas e os moralistas certamente se aterrorizariam nesses meios.

    Horror Clown

    “Venham, levante-se junto. dos espíritos. Vamos celebrar a podridão dos corpos que foram deixados para trás. Não tenham medo, o medo é apenas a falta de conhecimento a certa do caos e do infinito. Venham, vamos celebrar a morte, que vos é inerente e ríspida.”

    “Trago apenas verdades e se teu coração ainda bate, e teus rosto transparece o rubor do sangue corrente, o que fazes aqui?”

    “Ainda queres o corar dos viventes? O dom que fora-te dado por Lilith ou pelo próprio Samael é o que tens na profundeza das tuas noites. Venha!”

    O soprar do vento gelado que pairava perto da janela, trazia consigo o medo no qual ele se referia e queria nos mostrar. Tantas noites passamos ouvindo suas retóricas e comoventes histórias. Como já disse, para alguns ele trazia terror, magias profanas, filosofias exacerbadas ou rebuscadas demais…. Para mim ele apresentava uma riqueza impressionante de ideias. Quando eu estava com ele era visível o brilho que vinha do fundo de meus olhos vampirescos.

    Que saudades meu maior amigo!

    Quer saber mais sobre Joseph, leia aqui.

  • Tempo, como os vampiros lidam com tal passagem

    Tempo, como os vampiros lidam com tal passagem

    Certa vez eu estava numa roda de amigos, conversávamos sobre o tempo e como nossa relação com a passagem das noites, semana e afins afeta nossas cabeças. Eu costumo ser visto como alguém que sabe por as coisas pra fora, mas no meu íntimo insisto em perder dias de sono em busca de melhorias para mim e para o que me rodeiam.

    Passei recentemente por um período turbulento, onde precisei replanejar os planos que havia feito em 2017. Eleonor, que falta me faz a morena que por vezes lia meus pensamentos e os colocava em ordem… Joseph, se eu dominasse os ritos de necromancia, juro que trazia tua alma novamente para essa época…

    Franz, é o ancião, nem vou tratar dele com afinco nesse post, mas vale a lembrança de que ele pode fazer o que bem quiser. Mesmo que suas rotinas o levem para longe de nós por um tempo, deixando a mim o fardo de tocar os negócios sozinho.

    Este ano o tempo passou rápido para mim, não pude fazer ainda tudo o que havia contado aqui outrora, e o que importa disso que é que o tempo é na verdade diferente para os seres dito eternos. Não quero divagar, demais, em tal conceituação. Porém, cabe aqui algumas definições.

    Não vou dar aula de relatividade, nem tampouco falar de Einstein aqui, existem vários artigos pela web que falam disso e cabe a mim falar de forma mais prática.

    Mas e como eu vejo o tempo?

    Falando a real, os vampiros podem sim morrer de diversas formas, mas no geral vivemos muito mais do que o mais velho dos humanos que já passou pelos planos terrenos. Alguns adorariam ter essa oportunidade e o que se tem na verdade são muitos, muitos problemas.

    As vezes eu me sento num banco, ou caminho entre as multidões todos correm, quase voam ao passar por mim. Não que eu seja tipo o Flash dos quadrinhos e é mais como uma sensação horrenda. Tal qual como se eu pudesse ver uma semente, virando muda, depois árvore e adubo em questão de segundos.

    Essa sensação me coloca em dúvida sobre os prazeres da imortalidade, trás pensamentos obscuros, soltos e loucos as vezes. Sério, tenho vontade simplesmente fechar os olhos e ir para outros planos, onde sou apenas névoa.

    Não obstante, a tal entendimento do tempo eu sigo meus caminhos. Apresento discussões mentais e discorro de tais reflexões como um aluno diante o mestre. Teria melhor que o tempo?

  • Seres do além: Zumbi

    Seres do além: Zumbi

    Quando se fala em seres do além provavelmente muitas criaturas surgem na tua cabeça? A história de hoje tem a ver com um dos seres do além mais peculiares: o zumbi. 

    Não toquei neste assunto em meu livro ainda, mas vou dar um spoiler: nós enfrentamos uma horda deles em algum momento do passado. Porém além do que vocês vêm atualmente em seriados como TWD ou no infame filme Zombieland, os zumbis da realidade são seres do além movidos por magia. 

    Sim, lembram que ja comentei por aqui sobre os Ghoul? Humanos no geral que recebem sangue vampírico e que não são transformados? Pois bem a zumbificacão ppde ocorrer quando o ghoul deixa de receber sangue vampiresco com a frequência necessária. 

    Geralmente um Ghoul precisa receber sangue de seu mestre quinzenalmente, caso contrário sintomas como paranoia, loucura, pesadelos, agressividade e até mesmo espasmos surgem. Depois disso, caso a criatura não receba mais nenhuma gota de sangue, vem a morte. Tal morte geralmente ocorre por parada cardíaca ou falência múltipla dos órgãos. 

    Triste não?

    E além de triste é um dos pontos de atenção que merece a mais alta regulamentação por parte dos Regrados. Aqueles vampiros que ainda hoje gostam de insistir com regras, leis e tudo mais que limite a sobrevivência dos vampiros. Como vocês sabem somos um clã contrário a muitos dos pontos abordados pelos Regrados, mas no que diz respeito aos Ghoul, seguimos sua regra principal: 

    – Os problemas dos Ghouls são problemas dos seus mestres vampiros. 

    A lei é clara e na pratica se o Ghoul fizer merda, tanto ele como o vampiro doador serão punidos. 

    Quantos aos “poderes” alguns destes seres do além podem absorver tudo o que estiver disponível no sangue dos seus doadores. Portanto se o vampiro possuia força ou agilidades superiores é provavel que o Ghoul também possua algum resquício de tais habilidades. Comparando-se com um humano normal, seria possível carregar peso além do normal ou se movimentar com muito mais facilidade. 

    Diz ai, os Zumbis são do jeito que você imaginava? 

  • The Reaper – Entre um Marlboro e outro

    The Reaper – Entre um Marlboro e outro

    – O xerife estava lá naquele dia, sim. Ele ia sair para caçar inocentes animais, mas mudou de ideia bem rápido, quando Susane lhe disse que estava esperando Al Colt naquela mesma tarde.

    – Como Susane sabia disso? – Ferdinand me perguntou.

    – Bem, isso é uma história instrutiva por si só – Disse ao vampiro que agora assim como eu estava próximo do nosso objetivo e o meu mais novo trabalho e talvez em parte um tira gosto.

    – Acho que não – Ferdinand disse – baseado no que aconteceu. Se fosse eu, teria quebrado uma perna de tanto correr de medo ao receber a noticia por de baixo do tapete… Sabe bem o que me refiro.

    – Susane sempre soube que uma hora ou outra eu iria atrás do xerife, só não esperava que eu levasse companhias com rancor e conhecidas dele também.

    – E para quantos homens Susane contou isso? Sobre a nossa visita ao xerife. – Ferdinand assim como eu, gosta muito de ter tudo sob controle. Não o culpo, sou assim também e sigo a risca os meus planos de ataque e fuga.

    Apesar da força que temos, que diga-se de passagem é muita, eu tinha um plano B. Apenas nós dois não iríamos fazer tudo sozinhos enquanto tentávamos pegar o nosso mais novo trabalho. Trabalho meu e diversão para o vampiro.

    – Eu sempre tenho um plano B. Aliás um ajudante…

    – O grande Reaper precisa de um ajudante? Por essa eu realmente não esperava!

    – Me dê um descanso, afinal eu sou apenas um…

    – Um ser imortal, poderoso, assassino e implacável?

    – Já terminou? Diz o vampiro antigo que jogou aquele motoqueiro do outro lado da rua com a força de apenas uma mão…

    Apesar dos poucos dias ao lado do encarecido e pouco paciente vampiro eu devo confessar que posso com toda certeza afirmar que o Ferdinand não possuí nenhum tipo de paciência. Esse sentimento o abandonou faz anos e podemos dizer que provavelmente não foi o seu melhor aliado.

    Não quero me demorar na descrição por isso vou rapidamente fazer uma prévia da nossa noite anterior a chegada aqui as portas do xerife. Estávamos tranquilamente na beira da estrada esperando apenas a confirmação de endereços enviada pela assistente e pseudo filha dele a Pepe, quando um motoqueiro alcoolizado achou que seria muito bacana parar para bater um papo e nos insultar de nazistas barbudos tatuados… Me lembro do motoqueiro tomando voo noite a dentro e um grito de desespero encher e esvaziar os seus pulmões. Ferdinand fez tudo com uma mão enquanto eu apenas observava e fumava um Marlboro. Fim do meu devaneio.

    – Ele pediu por aquilo Reaper. – Respondeu o vampiro que assim como eu deixou o conforto do Demon e esperou comigo a nossa ‘ajuda’ do lado de fora a beira da estrada.

    – Que veículo é o da nossa suposta ajuda.

    – Ela vem caminhando…

    O olhar do Ferdinand era impagável, parecia ter visto um fantasma. Eu apenas sorri e acenei para o fim da estrada onde eu conseguia com meus olhos ( quase olhos de Tandera) enxergar ao fundo os doces cabelos da pequena Koko. Minha amiga de longa data e um ser peculiar e que engana qualquer um com seu doce e ingênuo olhar de menina, os cabelos curtos nos ombros, os olhinhos de um azul céu e o sorriso inocente.

    – Reaper não diga que o nosso reforço é aquela pequena menina…

    – Não deixe as aparências te enganarem.

    Sim o vampiro ficou sem palavras quando a pequenina e bela mulher chegou e sorriu docemente para ele e estendeu a mão para cumprimentar o gigante vampiro.

    – Ele realmente é alto como você R. Poderiam fingir ser irmãos, as tatuagens e o estilo retrô passa isso de vocês. Prazer Ferdinand eu sou a Koko.

    A voz feminina e meiga poderia enganar qualquer um. Aliás a voz engana e muito bem o ser medonho e portador de pesadelos que era a ‘doce’ e ‘delicada’ Koko. Ela pode enganar quem quiser na sua forma humanoide, uma entidade maligna vive a espreita, mas poucos sabem que seres malignos tem o poder de possuir seres das sombras e este era o caso da pequena Koko, ela era uma fusão que deixaria até o mais ávido sobrenatural assustado.

    – Quais os poderes dela?

    – Desculpe o meu amigo Koko, ele ainda não se acostumou com uma coisinha tão delicada como você.

    A ruivinha sorria para o vampiro galã com ar de ‘eu ainda vou fazer até você se assustar’ que só ela sabe fazer. Enquanto eu buscava no mais fundo do meu ser tentar descrever o que seria essa pequena beldade ela mesma se explicou.

    – Os poderes são suficientes para fazer até o mais corajoso dos homens se cagar nas calças. Já fiz muitos se borrarem, porém não é o seu caso senhor vampiro. Venho aqui ajuda-los e claro me alimentar, preciso de almas para saciar a minha fome… Aquela adolescente na estrada foi apenas um aperitivo.

    “Línan milli góðs og ills er tortryggin en maður þarf hina til að viðhalda jafnvægi heimsins.”

    ‘A linha entre o bem e o mal é tênue porém um necessita do outro para manter o equilíbrio do mundo.’

    Ass: The Reaper.

    Sjáumst næst!

  • Atualização do livro Ilha da Magia

    Atualização do livro Ilha da Magia

    Sim, sempre que posso mantenho a atualização do livro Ilha da Magia em dia lá no wattpad: https://www.wattpad.com/562324938-ilha-da-magia-uma-viajem-emocionante-2-de-5

    E é claro que ainda há muito sangue, amor e ódio pelo caminho. Além disso, já passamos da metade dele e estou louco para continuar meus outros livros.

    Leia e me diga o que está achando, o retorno de voc muito importante =)

  • The Reaper – Falando um pouco mais sobre anjos e demônios

    The Reaper – Falando um pouco mais sobre anjos e demônios

    Perguntas bem feitas e pensadas merecem o mérito da resposta!

    Meus caros, vamos sair um pouco das aventuras que possuo, se assim podemos chamar o meu trabalho macabro de aventuras (creio que seja um modo mais simples de classificar o que faço), e partir para algumas perguntas que li nos comentários voltados há mim no site… Sim! Sim eu vejo tudo o que escrevem e analiso o rostinho lindo e humano de cada um. Pois é.

    Vamos lá tentar explicar algumas coisas de uma forma clara e resumida. Li a seguinte pergunta de uma leitora, “minha pergunta é em relação ao lado oposto, sobre anjos. Eles realmente existem? Já vistes algum? Eles podem viver entre nós humanos, assim como vcs?”

    Os anjos, aclamados e amados anjos da guarda. Sim minha cara eles existem sim, são seres que transbordam luz mas assim como nós eles se camuflam. Parecem seres humanos normais, como luzes esplêndidas em cascas para a própria segurança também. Já imaginaram se um ser de luz aparece em plena forma entre humanos a confusão e o desespero por aprovação que seria?

    Reaper você já viu Anjos? Já conversou com algum ou o fato de você ser da turma do fundão dos sobrenaturais e da luz o impede de ter qualquer contato com eles?

    Vou tentar explicar de uma forma simples isso… Assim como existe o bem, existe o mal, um equilibra o outro. Não existe o bem sem o mal e não existe o mal sem o bem. A luz divina gerou a luz obscura, afinal quando Adão e Eva foram expulsos do paraíso o Pai celestial tinha que impor regras e gerar limites, se não tudo sairia do normal. Eu converso com anjos antigos e conhecidos pelo menos uma vez por semana, mas como sou ‘rebelde’ eu converso com o anjo expulso pelo menos duas ou mais vezes por semana.

    Ao cair na Terra Gabriel foi obrigado a tomar conta e cuidar dos filhos que saíram dos caminhos e das palavras de Deus, seu Pai e criador. E não tem coisa melhor do que atentar e de propósito colocar um filho de Deus fora do caminho de luz… Um filho amargurado sempre vai ser um filho amargurado. As tentações estão ai para mostrar isso para todos vocês claramente, além das atitudes que o ser humano é campeão em se contra dizer e pior, tentar jogar os próprios erros no outro ou afrontar o próximo. Fazendo essas coisas bem bacanas vocês mal imaginam que a escada que estão construindo desce ao invés de subir. Fiquem ligados.

    Mas Reaper, não existe só o catolicismo e não existe um único DEUS! Existem várias religiões e espíritos! Olha o Hinduismo, o espiritismo, Umbanda e assim vai, todos fervorosos e existentes. Muito bem meu querido humano (a) continue assim e no fim da vida vais ver se existe mesmo ou se é truque de um colega gatão e traiçoeiro. Não vou me prolongar nas religiões afinal não estou afim de dar aulas e mais aulas sobre a origem de nenhuma. Estudem e aprendam e tirem suas próprias conclusões, afinal no fim da vida a verdade vai vir a tona! Mas continuando a falar do Gabriel. não sei porque vocês meteram chifres nele! Sério mesmo a Igreja pisou muito no lixo quando descreveu ele. Mal sabem as moças que elogiam e babam sobre os vampiros que se na rua as cegas não souberem quem é o Lú, ficariam encantadas e fariam qualquer coisa pelo senhor do abismo profundo. Em aula de beleza ele tem doutorado, cuidado o demônio é traiçoeiro.

    Vou terminar falando que assim como existem anjos na Terra existem demônios e posso dizer que todos muito bonitos. Pessoal acha que os demônios vão brotar do chão com chifres e rosto de cabra… Hahahaha faz me rir queridos, faz me rir. Sonham com a mordida do vampiro galã aqui do site e mal sabem que nós em parte somos demônios. Abram os olhos queridos, a vastidão da religião, do bem, do mal, da luz e da escuridão vai além do entendimento humano. Passam os séculos mais ficam os calos e a cegueira. Não cansam de dar murro em ponta de faca?

    Cuidado com esse cara bonitão ai do seu lado ou com essa mulher bem gata sentada de pernas cruzadas para você. A beleza é um jeito muito fácil de seduzir em grande escala os humanos que chega a dar dó.

    Anjos existem minha cara e andam entre vocês como soldados tentando tirar a tentação do submundo dos teus dedos sedentos por atenção, poder e o amado dinheiro enquanto os demônios jogam as tentações na cara de vocês a todo o momento.

    Já rezou hoje? Se não deixo aqui um Salmo, sim um Salmo que é clamado pelos Anjos que conheço e repassado pelos filhos de Deus. A quem interesse é só se ajoelhar, ler em voz alta e pedir sabedoria ao Pai de luz de vocês, crentes em Deus.

    Salmo 90 – Versículo 09 é o mais especial ( dica valiosa hein, não sou de fazer isso).

    1. Deus, eu que moro sob a proteção do Altíssimo e descanso à sombra do oponente.
    2. Digam todos: “O Senhor é meu refúgio e meu escudo,meu Deus em quem confio.”
    3. Porque o Senhor há de livrá-lo do laço do caçador e das doenças perigosas.
    4. Com Suas penas o cobrirá e o abrigará sob Suas asas. Escudo, verdade e aliança são lealdade divina.
    5. O filho que crê no Pai não teme jamais, nem à noite nem à luz do Sol,
    6. As doenças que se propagam ou os flagelos que arrasam o dia.
    7. Podem cair mil a Seu lado, e à direita, mais dez mil, mesmo assim nada O atinge.
    8. Inclinará os Seus olhos em tudo, e verá que o caminho contrário não leva a nada.
    9. Pois Ele é de fato meu refúgio.

    Leia mais sobre anjos aqui no Wampir.

  • Lycan, Licantropo, Lobisomem…

    Lycan, Licantropo, Lobisomem…

    Muito se fala sobre os Lycan, Licantropo ou vulgarmente Lobisomem. Ferdinand, às vezes me chama de peludo, mas tendo em vista nossa relação, isso deve ser algo carinhoso?! Dias atrás ele me procurou para conversarmos sobre meu legado e aqui seguem algumas palavras sobre como tudo começou para mim. Provavelmente o vampiro vai deixar isso mais legível/amistoso para vocês. 

    Por hora, podem me chamar de Carlos e eu já aparecei aqui no blog em diversos momentos, como na história do Totem desaparecido.

    Era uma manhã qualquer do sec. XIX quando eu estava cuidando do gado na fazenda. Aquele não era meu trabalho principal e o fazia porque meus pais haviam me obrigado.

    A função até que era simples. Eu precisava conduzir aquelas duas dúzias de cabeças da pastagem para o confinamento, lugar onde eles ganham peso para o abate. O problema é que eu sempre fui um cara de poucas palavras, independente de serem humanos ou animais me é sempre um esforço demasiado ter de proferir palavras, comandos ou lidar com seres vivos.

    Do fundo do meu coração: Eu tava puto! Todo o trabalho desde os últimos acontecimentos haviam recaído sobre mim e durante um xingamento mental e outro eu ouvi alguém reclamando… Olhei para os lados na procura de alguém e não havia nenhuma alma viva… Depois de alguns segundos eu me distrair e ouvi uma outra voz diferente da anterior, que também reclamava e deixava claro que odiava estar ali.

    Um calafrio percorreu minha espinha ao mesmo tempo em que eu olhava para os lados e não via ninguém. Mais vozes, mais reclamações… Alguns pareciam gritos ou gemidos e todos me tocavam a alma numa forma completamente nova de interação social. Parte telepática, parte espiritual… parte sobrenatural.

    Num ato de desespero e desconforto saltei do cavalo. Desengonçado e tropeçando nas canelas eu corri até à casinha onde a mãe tirava leite de algumas vacas.

    – O que foi seu loco? – Disse ela mostrando surpresa ao me ver.

    – Não sei, acho que tô loco mesmo mãe!

    – Para de me estrovar e vai cuidar das tua vida!

    Logo pela manhã a mãe não era muito amistosa e com cara de bunda, voltei para o pasto. Não ouvi mais nenhuma voz naquele dia e tudo foi normal até a noite.

    Jantei e fui para o celeiro onde passei parte da madrugada enfiado em alguns livros. Dormi sem querer e acordei perto das 3h com meu próprio ronco. Levantei e quando me alonguei senti novamente aquele maldito calafrio que subiu instantaneamente dos pés a cabeça.

    Sentei no sofá e senti as mãos tremendo. Um suor inesperado tomou conta do meu pescoço e quando dei por mim estava todo encharcado. Tentei correr para casa mas os movimentos estavam presos. Consegui chegar até a porta onde me deitei nos degraus. Durante alguns segundos eu percebi o céu mais iluminado, as estrelas machucavam minhas retinas, mas a sensação ao mesmo tempo era singular.

    Mas o conforto passou rápido e lá estava eu estremecendo até os ossos feito bambu no poral…vendaval. Por diversos momentos senti meu coração querendo sair pela boca. O calor tomava conta do meu corpo e as glândulas cupiam suor como cachoeiras em dia de temporal. Os mais inconvenientes sons ecoavam em meus ouvidos e eu estava no ponto de suplicar pela morte quando percebi algo vindo em minha direção.

    Não era humano, nem bicho. Tão pouco possua uma forma definida, estava mais para um vento e me envolveu. Penetrou por todos os meus poros se tornando parte de mim… Depois em meio a diversas contrações e estalos senti várias partes do corpo se modificarem. Meus músculos cresceram, os ossos pareciam pesados como pedra. Veio a sensação de que eu precisava muito cuspir no mundo todas as coisas que havia guardado para mim em todos os meus anos de existência…

    Tossi várias vezes, cuspi muita saliva e sangue…

    – Auuuuuuuuuuuuuuuuuuu

    Tal uivo limpou minha garganta e minha alma. Senti que jogava para fora todas as coisas ruins que eu havia acumulado até aquele momento de minha existência. Estalos me indicaram movimentação e ao primeiro sinal de luzes disparei para a mata fechada. Onde me escondi e dormi até que os primeiros raios de sol me acordassem, deixando na noite a forma forma lycan.

  • Um bate-papo com o The Reaper

    Um bate-papo com o The Reaper

    Ferdinand segurava e admirava uma adaga de desenho simples, mas muito bem entalhada e afiadíssima, com pedrarias antigas de tamanho mediano. Ficou ali, um tempo concentrado até que enfim começou a rodar a lâmina pelos dedos. Arremessando certeiramente num pedaço maior de carne do corpo já falecido da minha última e em pedaços, vítima.

    – Vejo que tens andado ocupado cara. Muitos trabalhos Mr. Reaper?

    – Trabalhos, vítimas, pessoas e seres sobrenaturais afogados em rancor querendo a doce vingança ou apenas saciar a vontade de ver o sofrimento alheio. Escolha a definição que mais te agrada, mas digo que todas vão te levar para o mesmo caminho.

    Apesar de ter este trabalho e a forma fácil como me vem os ‘alimentos’, eu não preciso me alimentar com frequência, consigo ficar sem sangue por meses e mesmo assim não perco meu poder e não viro sapo também. Quando a necessidade de tomar sangue aparece eu estou geralmente trabalhando e assim aproveito para me alimentar e é o que devem saber. Só!

    – Alguns dos meus seguidores deixaram claro que tem medo de cruzar o teu caminho. Pedem a proteção divina para que isso não aconteça.

    Sim o vampiro não conseguiu conter a pequena risada e eu não consegui conter o fato de que a proteção divina que vocês humanos tanto pedem e anseiam vai chegar a cavalo e digo mais, a mesma vai chegar para aqueles que se mantiveram fiéis as então palavras claras do Deus, o ser divino tão aclamado em orações durante gerações por todos vocês crentes do Pai celestial. Mas não se engane você que ajoelha e pede sabedoria e proteção de um lado e com o veneno da língua traiçoeira, cospe maldades sobre o próximo. Eu posso garantir que só esse pequeno fato vai te fazer descer alguns andares e dar um abraço bem apertado em um cara de olhos vermelhos. Que tal começar a repensar melhor as tuas atitudes humanas deploráveis?

    – Mal sabem eles que cruzam com entidades em plena luz do dia. Talvez troquem até saudações e algumas palavras sem se dar conta, assim como alguns caem nos encantos noturnos e soturnos sedutores de seres como você Ferdinand, sem saber o destino que lhes aguarda.

    O vampiro sorriu sarcástico fumando um charuto Gurkha Black Dragon que apenas os mais ricos no mundo tem o prazer de se afogar em sua fumaça densa e atrativa, enquanto eu terminava de limpar meus instrumentos ensanguentados e brilhantes de que tanto tenho orgulho, em cima da minha mesa organizada de ‘cirurgia’.

    Ás vezes eu me esqueço que devo conter meu temperamento, afinal e apesar dos meus poderes, as entidades e vampiros são aliados desde uma era remota e no começo de tudo. Seres amaldiçoados e contratados pelo submundo devem manter a união, afinal no fim somos todos iguais e se você começar a conectar fatos e estudos sobre nós ao invés de fantasiar com uma noite trocando saliva e erotismo conosco, vais saber muito sobre religião, maldições, formações políticas e muitos detalhes para engrandecer sua sabedoria sobre algo além do óbvio.

    – Sabe Mr. tenho um trabalho para te oferecer…

    – Imaginei que não tivesse vindo até aqui para admirar minha beleza ruiva e meus olhos verdes.

    – Se fosse uma ruiva de olhos verdes talvez. Porém um cara ruivo não faz nem de longe o meu tipo, ainda mais alguém que consegue ficar cara a cara comigo sem precisar de um banquinho.

    Gosto da sagacidade sarcástica e honesta dele, digamos que alivia meu lado sombrio e malicioso que agora precisava de um cigarro forte e fedido para iniciar uma conversa de negócios.

    – Charutos não são sua praia Mr. ?

    – Charutos, vinho branco e romantismo não são a minha praia. Mas se me oferecer um bom e velho Malboro e quem sabe uma noite em algum puteiro digno com pedaços refinados de carne, ai já é outra história. Vais ter um companheiro para toda eternidade ou até o mundo acabar.

    – O Malboro eu posso oferecer, porém o puteiro refinado…

    Eu me esqueço que o vampiro possui uma companheira. Lembro-me do pouco que falou sobre sua vida amorosa e esqueço que é um ser que mantém compromissos fiéis até que se prove o contrário, apesar das tiradas sexuais e sarcásticas para aliviar a tensão.

    Dei alguns tragos e sem ao menos esperar vi que ele jogava em cima da velha mesa de centro uma foto antiga de alguém, um alguém que me era conhecido e que logo seria mais um desconhecido na história. Com as minhas mãos ainda machadas com um pouco do sangue do pobre desafortunado que agora parecia um quebra-cabeças sentado em uma cadeira, eu peguei a foto e vi que esse trabalho seria muito interessante.

    – E então?…

    – Sr. Wulffdert , acabou de me relembrar de como o mundo é pequeno.

    – O conhece e eu sei disso Mr. o cara fez umas atrocidades contra o mundo aqui e o mundo que vivemos…

    – Poupe as palavras senhor vampiro e me considere dentro. Apesar dos pesares eu também tenho minhas próprias batalhas para lutar e vinganças para saciar. Você apenas acabou de me relembrar de uma delas, assim como uma conhecida tua me relembrou e me ajudou em outra.

    – Como ela está?

    – Linda como sempre, sarcástica como sempre e buscando vingança contra alguns humanos curiosos. Mas isto é entre eu e ela. Desculpe te decepcionar.

    – Sem problemas Mr., conheço a sagacidade dentro dela e sei muito bem que vinganças levam a muitos lugares e sentimentos diferenciados. Como dizem? A vingança é um prato que se come frio…

    – Muito frio. Frio o suficiente para a mente humana esquecer e por fim tudo não passar de uma surpresa desagradável.

    Por uma dessas idiossincrasias do destino ou coincidências que ás vezes acontecem, Ferdinand e eu temos amizades em comum e para melhorar vamos atrás de alguém que fez alguma merda próxima ou na mesma esquina em que a gente e agora seria apagado, claro desfigurado e agonizado antes, mas por fim apagado. Mais um vai entrar para minha conta de almas levadas para povoar o abismo de fogo.

    – Planos?

    – Com todos meus séculos nesta Terra de ninguém, os planos são para mim, o maior e mais precioso instrumento. Não se preocupe Ferdinand eu possuo vários e garanto sucesso em todos.

    – Um brinde a nossa parceria?

    – Tenho A e AB guardados e agora tenho O negativo sentado naquela cadeira definhando. Qual prefere?
    – O negativo, sangue fresco sempre!

    – Sim claro, ao gosto do freguês. Eu também vou de O negativo fresco. Gosto das coisas frescas sabe, como sangue, carne, medo e agonia. Trazem um sabor refinado ao paladar.

    – Você é insano e eu gosto disso Mister Reaper!

    – A nós, seres malditos e insanos!

     

    Vejo vocês em breve.
    Ass: The Reaper